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Jurisdição – Aula dia 24/05/2017
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Livro I – Do Processo em Geral
Título V – Da Competência
Conceito de Jurisdição
Em sua essência diz respeito com o Poder Estatal, nesse caso, de dizer o direito (dicere ius; iuris dictio)�. Em termos mais específicos, a jurisdição penal deve ser concebida como poder-dever de realização da Justiça Estatal, por órgãos especializados do Estado�. 
É uma jurisdição cognitiva, destinada a conhecer a pretensão acusatória para, caso a acolha, exercer o poder de penar que detém o Estado-juiz�. Porém, atenção! A decisão judicial apenas pode conhecer aquilo que é levado ao seu conhecimento. Cinge-se o magistrado, assim, a causa de pedir. Acolhendo o pedido acusatório, condena o autor do fato. Se não o acolher, poderá desclassificar o crime ou absolver o acusado.
Mais além de um poder-dever, a jurisdição é uma garantia constitucional do cidadão (art. 5°, XXXV), pois tem o direito de ser julgado por um juiz, natural (competência está previamente fixada em lei - art. 5º, LIII), imparcial e no prazo razoável�. 
Princípios da jurisdição penal
Princípio da Inércia:
A jurisdição é inerte (ne procedat iudex ex officio), isto é, a iniciativa de provocar o exercício da função jurisdicional é somente das partes. O princípio impede que o julgador instaure o processo por própria iniciativa, o que, certamente, ameaçaria a imparcialidade e a equidistância das partes. O poder de atuar somente poderá ser exercido pelo juiz mediante prévia invocação�. Assim, evita-se o quadro mental paranoico (Cordero), isto é, a abertura ao juiz de decidir antes e, depois, buscar provas suficientes para confirmar a sua versão. Trata-se de princípio que garante o Estado Democrático de Direito.
Ademais, deste princípio decorre a impossibilidade de o juiz julgar além, fora ou aquém do que foi imputado ao acusado na peça inicial: ultra, extra et citra petitum. Deve haver sempre a correlação exata entre a imputação fática e a sentença. Ao julgador leva-se o fato - ou os fatos -, respondendo ele o direito aplicável. É famoso: “dei-me os fatos que te darei o direito”.
Recorde que o acusado se defende dos fatos e não da qualificação jurídica.
Princípio da Imparcialidade:
A imparcialidade impõe um afastamento do juiz em relação à atividade das partes. Ou seja, o julgador deve ser imparcial, pois, do contrário, não serve para julgar os atos de seus semelhantes. Isso não significa que um juiz é neutro como pessoa humana (neutralidade). Nem é possível falar em neutralidade diante do direito, ciência marcadamente ideológica. Dizer-se neutro revela uma hipocrisia judicial.
Como tentar garantir a imparcialidade processual? Não deve ser atribuído ao julgador qualquer poder instrutório, isto é, de gestão-iniciativa probatória. Como a jurisdição é inerte, não pode o juiz exercer qualquer atividade por sua iniciativa. O ativismo judicial (por exemplo, no art. 156, 2ª parte, do CPP) fere completamente o sistema acusatório�. 
Além de imparcial, o juiz é independente, no sentido de poder decidir sem interferências externas.
Princípio do Juiz Natural:
O princípio é expressão do princípio da isonomia e também um pressuposto de imparcialidade�. Trata-se de herança do Período Iluminista. Qual o seu significado? Seguindo o pensamento do professor de Coimbra, Jorge de Figueiredo Dias, faz-se necessário regulamentar o âmbito de atuação de cada tribunal, de modo a que cada caso concreto seja da competência de apenas um tribunal: o juiz natural.
Há um juiz competente para o caso concreto (art. 5º, LIII – não se trata especificamente do princípio do juiz natural), sendo previamente definido no Código de Processo Penal ou na Carta Federal. Em síntese, ao praticar o delito já se sabe qual juízo ou tribunal irá julgar o infrator com imparcialidade e independência. 
Há consequências que decorrem desse princípio: (a) está proibido no Brasil qualquer juízo ou tribunal de exceção (ad hoc) (art. 5º, XXXVII). Parte da doutrina, porém, critica a figura do chamado órgão colegiado de 1º grau criado por meio da Lei n. 12.694/2012, de 24 de julho. Mas, o órgão julgador não precisa ser definido previamente à prática do crime? Não se cria um tribunal para esse ato específico? Ao longo do mesmo processo, poderá haver diferentes colegiados proferindo decisões?�; e, (b) irrecusabilidade, isto é, o magistrado não pode subtrair-se do exercício da função jurisdicional, salvo se impedido ou suspeito (arts. 252 a 254) ou no âmbito da Lei n. 12.694/2012 (art. 1º, § 1º - o juiz que constitui o colegiado não o integra).
Vide: STF, HC n. 81.963, rel. Min. Celso de Mello, DJ 28/10/2004.
É preciso ressaltar, ainda, que o princípio da identidade física do juiz não se confunde com o princípio do Juiz Natural. Como se sabe, por este, ninguém poderá ser processado ou sentenciado por juiz incompetente, ou seja, o juiz natural é o juiz competente, aquele que tem sua competência legalmente preestabelecida para julgar determinado caso concreto. Já pelo princípio da identidade física assegura-se aos jurisdicionados a vinculação da pessoa do juiz ao processo (art. 399, § 2º, CPP e art. 1º, § 3º, da Lei n. 12.694/2012).
Princípio da Indelegabilidade ou Indeclinabilidade:
A jurisdição não pode ser delegada a nenhum outro órgão. O Poder Judiciário recebeu sua função do Poder Constituinte. Não pode delegar suas funções. Nas palavras de Coutinho, “desde que provocado, o Estado, através do Poder Judiciário, não pode furtar-se ao acertamento de um caso penal”. 
2.5. Princípio do Devido Processo Legal: o Contraditório e a Ampla Defesa
Previsto no art. 5º, LIV, da Constituição Federal, o due process of law assegura à pessoa o direito de não ser privada de sua liberdade e de seus bens sem a garantia de um processo desenvolvido de acordo com a lei. Deve ser obedecido em processos judiciais civis e criminais, e também em procedimentos administrativos, inclusive militares. Como consequência lógica deste princípio encontra-se o contraditório e a ampla defesa (art. 5º, LV). Como o juiz se coloca equidistante das partes, apenas poderá dizer que o direito preexistente foi aplicado ao caso concreto se, ouvida uma parte, for dado à outra o direito de se manifestar em seguida. Assim, as partes têm o direito de serem cientificadas sobre qualquer fato processual ocorrido e a oportunidade de se manifestarem sobre eles antes de qualquer decisão jurisdicional.
O princípio não se aplica no inquérito policial, que se trata de um procedimento inquisitório. Atenção! Os únicos inquéritos que admitem o contraditório são: (a) judicial, para apuração dos crimes falimentares (art. 192, § 1° da Lei n. 11.101/2005); e o instaurado pela PF, com pedido do Ministro da Justiça visando à expulsão de estrangeiro (art. 68, parágrafo único; art. 69; art. 70; art. 71, todos da Lei n. 6.815/1980).
Ademais, o juiz deve proporcionar a todo acusado a mais completa defesa, seja pessoal (autodefesa), seja técnica (defensor) (CF; art. 5º, LV e CPP, art. 261), inclusive o de prestar assistência jurídica integral e gratuita aos necessitados (art. 5º, LXXIV – Lei n. 1.060/1950). No processo penal, como vimos, o juiz nomeia um defensor ao réu, caso ele não tenha, não obstante foragido ou ausente no interrogatório e caso seja feita uma defesa muito abaixo do padrão mínimo tolerável (a critério do juiz), o acusado poderá ser considerado indefeso e o processo anulado (art. 261, parágrafo único, do Código de Processo Penal).
Divisão da jurisdição 
Quanto à matéria:
Divide-se em: penal, civil, eleitoral, militar e trabalhista.
Quanto à categoria: 
Fala-se do princípio do duplo grau de jurisdição, isto é, jurisdição superior e inferior. O componente do Poder Judiciário que exerce uma jurisdição tem o mesmo poder, ou seja, o juiz do interior tem os mesmos poderes dos juízes dos tribunais superiores. O que modifica é apenas a hierarquia para apreciação da decisão, no entanto o poder é o mesmo.
Quanto ao objeto:Como no processo penal não existe lide, não é pertinente falar em jurisdição contenciosa e voluntária, próprias, portanto, do processo civil�. 
Quanto à competência: 
Considerando o caráter funcional há a seguinte divisão: plena e limitada, sendo que na última, num mesmo juízo o processo é desenvolvido em partes, como nos crimes dolosos contra a vida: primeiro com o juiz singular e depois no júri popular.
Competência – Aula dia 24/05/2017 (2º horário)
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Livro I – Do Processo em Geral
Título V – Da Competência
A competência em matéria penal
Competência é a delimitação do poder jurisdicional. É o limite dentro do qual o juiz pode prestar a jurisdição, isto é, é o poder conferido a cada juiz para conhecer e julgar determinadas ações. É o poder de dizer o direito. É verdadeira medida da extensão do poder de julgar. O juiz ou tribunal somente pode julgar um caso penal se for competente em razão da matéria, pessoa ou lugar. Conforme a doutrina majoritária, a competência em razão da matéria e pessoa é absoluta, ao passo que a competência pelo lugar do crime seria relativa.
A violação das regras de competência para a matéria e pessoa, por ser absoluta, jamais se convalida (não há preclusão ou prorrogação de competência) e pode ser reconhecida de ofício pelo juiz ou tribunal em qualquer fase do processo. Com relação à competência em razão do lugar, predomina a noção civilística de a competência ser relativa. Assim, eventual incompetência deve ser arguida pelo réu na primeira oportunidade de manifestação, sob pena de preclusão e prorrogação da competência do juiz�.
Fixação da competência em matéria penal
A sistematização no Código de Processo Penal quanto à competência não segue ordem hierárquica�. Assim, como são muitos os critérios adotados, aconselhamos seguir o seguinte roteiro: 
Deve-se começar perguntando qual a jurisdição competente? Aqui o aluno deverá responder se é a Justiça Especial (Militar ou Eleitoral) ou a Justiça Comum (Federal ou Estadual) que julgará o caso. 
Logo em seguida, observa-se a seguinte ordem:
Qual é o órgão jurisdicional competente? O aluno deverá verificar se o réu tem ou não foro especial por prerrogativa de função? Explico! As prerrogativas por função estão definidas na Constituição e sempre a regra constitucional tem maior hierarquia que a regra processual de competência.
Qual o foro territorialmente competente? O aluno deverá fixar a competência analisando o lugar no qual ocorreu a infração. 
Qual o juízo competente? Leia-se, qual a vara competente, de acordo com a natureza da infração penal: vara comum ou do júri? Nos crimes patrimoniais, por exemplo, deve-se definir qual a Vara criminal competente (por evidente, quando não existir uma única Vara). Por sua vez, a competência do Tribunal do Júri está definida na Constituição. 
Qual é o juiz competente? Aqui se trabalha a competência interna, pois é possível que mais de um juiz seja competente para julgar o caso. 
Qual é o órgão competente para julgar eventual recurso?
Nesta e nas próximas aulas trabalharemos as respectivas respostas. 
Qual a jurisdição competente?
Quando se questiona qual a jurisdição competente, duas respostas são possíveis: a) Justiça Especial; b) Justiça Comum. A primeira é composta pela Justiça Militar e Justiça Eleitoral. A segunda é integrada pela Justiça Federal e Justiça Estadual. Nessa aula o foco ficará centrado na primeira categoria.
Justiça Especial
A.1) Justiça Militar Federal:
É competente para julgar os crimes militares cometidos contra as forças armadas (exército, marinha e aeronáutica) (ex: art. 183 do CPM – insubmissão: deixar de se apresentar à incorporação, dentro do prazo que foi marcado) e por seus integrantes se praticarem crimes militares próprios (ex: art. 149 do CPM – motim; art. 163 do CPM – insubordinação; etc.). 
Recordando as classificações (já vistas quando do estudo da reincidência – art. 64, II):
(a) Crime militar próprio: aqueles definidos no CPM (Decreto-lei n. 1.001/1969), sem um equivalente no Código Penal (ex: motim, dormir em serviço, deserção, insubordinação, etc.); e,
(b) Crime militar impróprio: aqueles definidos na legislação militar com equivalente na lei penal comum (ex: homicídio, lesão corporal, tráfico de drogas, etc.). 
Qual a estruturação da Justiça Militar Federal? São dois níveis:
Superior Tribunal Militar (Brasília – 2ª instância ou 2° grau – art. 123, caput);
Auditorias Militares compostas por um juiz togado e quatro oficiais (Capital do Estado - 1ª instância ou 1° grau; art. 124, parágrafo único, CF).
Muita atenção! A JM Federal pode julgar civil, desde que presentes as situações previstas no art. 9° do CPM (ex: há alguns anos um grupo de pescadores foi surpreendido dentro de uma área militar do exército. Foram julgados e condenados pela Justiça Militar Federal pela prática do delito de ingresso clandestino em área de manobras militares previsto no art. 302 do CPM). Essa possibilidade ainda decorre desta análise: “Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar civil réu de prática de crime contra instituições militares estaduais” (Súmula n. 53 do STJ). Por exclusão, em casos de instituições das forças armadas, compete a Justiça Militar. 
A.2) Justiça Militar Estadual:
É competente para julgar somente os crimes militares (tipificados no Código Penal Militar) cometidos por militares (policiais militares estaduais, policiais rodoviários estaduais ou bombeiros) (CF, art. 125, § 4°). 
Não é possível a justiça militar estadual julgar um civil, ainda que haja caso de coautoria de militar com civil. Haverá separação dos julgamentos (CPP, art. 79, I).
Qual a estruturação da Justiça Militar Estadual? São dois níveis:
Tribunal de Justiça Militar ou Tribunal de Justiça (para os Estados que não possuem – 2ª instância/2° grau) (art. 125, § 3º, da Constituição Federal – atente para a parte final). 
Juízes de direito do juízo militar (quando a vítima é civil) e Conselhos de Justiça, presidido por juiz de direito (quando for crime militar praticado contra militar) (1ª instância/1° grau) (art. 125, § 3º, CF).
	A.3) Considerações adicionais:
Se o militar em serviço pratica crime não definido no Código Penal Militar, será julgado pela Justiça Comum (ex: crime de abuso de autoridade – Lei n. 4.898/1965) (Súmula n. 172 do STJ).
A Lei n. 9.299/96 alterou algumas regras do Código Penal Militar e do Código de Processo Penal Militar. Crimes que eram da Justiça Militar passaram à competência da Justiça Comum: a) Crimes praticados por militar fora do serviço com arma da corporação; b) Crimes dolosos contra a vida praticados por militar contra civil, mesmo em situação de serviço, serão julgados pelo Tribunal do Júri (CF, art. 125, § 4°, parte final). 
Quanto aos crimes militares impróprios, o Código Penal Militar estabelece em seu art. 9º, II, as situações em que o crime é praticado em situação de serviço. Nesse caso, ou seja, se o crime impróprio for praticado pelo militar em serviço, será julgado pela Justiça Militar, pois praticou crime militar. Mas, se o militar não estiver em serviço, será julgado pela justiça comum (Súmula n. 90 do STJ – ex: matar a esposa ao encontrá-la com o amante em casa; nesse caso, faltaria interesse militar para a Justiça Militar julgar essa situação�).
Atenção para as seguintes súmulas do Superior Tribunal de Justiça:
Súmula n. 6: “Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar delito decorrente de acidentes de trânsito envolvendo viatura militar, salvo se autor e vítima forem policiais militares em situação de atividade”. Essa súmula retrata a necessidade de interesse militar para julgamento pela Justiça Militar.
Súmula n. 75: “Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar o policial militar acusado de facilitação de fuga de preso em estabelecimento penitenciário”.
Súmula n. 78: “O policial militar será julgado pela Justiça Militar Estadual de seu Estado, ainda queo crime seja praticado em outro Estado”. 
A.4) Justiça Eleitoral:
Uma lei complementar dispõe sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais (CF, art. 121). Trata-se do Código Eleitoral. Assim, a Justiça Eleitoral é competente para julgar os crimes eleitorais (Lei n. 4.737/1965) e os conexos (reunião do crime comum e do crime eleitoral para julgamento na Justiça Eleitoral, art. 78, IV, do CPP). Homicídio doloso é de competência do júri e não eleitoral, mesmo que conexo ao crime eleitoral, pois a competência do júri está na CF (art. 5°, XXXVIII). Logo, prevalece a competência constitucional em relação à competência definida em lei ordinária (Código Eleitoral).	
É estruturada em três níveis:
Tribunal Superior Eleitoral (Brasília – grau superior);
Tribunal Regional Eleitoral (capital do Estado – 2° grau);
Juiz Eleitoral (Juízes de Direito da Justiça Estadual investidos temporariamente – 1° grau).
Tem competência para julgar:
Crimes eleitorais definidos no Código Eleitoral;
Crimes eleitorais previstos nas leis extravagantes (Lei n. 6.091/1974; Lei complementar n. 64/90; Lei das Eleições n. 9.504/1997)�. 
Competência – Aula dia 31/05/2017
Justiça Comum:
B.1) Justiça Federal:
É uma justiça residual (quando comparada às especiais – CF, art. 109, IV) e prevalece sobre a justiça estadual em razão de sua graduação (CPP, art. 78, III). O artigo 109 da Constituição Federal elenca os crimes de competência da Justiça Federal, sendo necessário enfatizar a partir do inciso IV:
a) Os crimes políticos (art. 109, IV, primeira parte): a lei não conceitua crime político, porém deve prevalecer o critério misto, ou seja, leva-se em conta a finalidade do agente (que deve ser política) e o bem jurídico lesado (infrações penais previstas na Lei n. 7.170/83, enquadrados na Lei de Segurança Nacional);
b) Crimes praticados em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas autarquias ou empresas públicas (art. 109, IV, segunda parte), ficando excluídas as contravenções praticadas em detrimento de bens ou interesses da União, pois julgadas pela Justiça Estadual (Súmula n. 38 do STJ). Mas, atenção!
b.1) Súmula n. 42 do STJ: crimes contra sociedade de economia mista (ex: Banco do Brasil).
b.2) Eventual delito contra loja franqueada dos correios será de competência da Justiça Estadual porque não há interesse da União.
b.3) Quando houver interesse da União, a competência é da Justiça Federal (ex: crime de moeda falsa previsto no art. 289 do Código Penal, pois a emissão de moeda é atribuição exclusiva da União de acordo com o art. 21, VII, da Constituição Federal).
b.4) INSS é autarquia federal e os crimes praticados em seu detrimento são de competência da Justiça Federal (arts. 168-A e art. 337-A do CP).
b.5) Súmula n. 147 do STJ.
b.6) O Decreto-lei n. 6.259/44 dispõe sobre serviços de loteria e tipifica algumas contravenções penais (ex: abrir loteria sem concessão – art. 45 – prisão simples, de um a quatro anos).
c) Crimes à distância (crime iniciado no Brasil e consumado fora ou vice-versa) previstos em tratados ou convenções internacionais (art. 109, V), como, por exemplo: o tráfico de crianças e de mulheres; o tráfico de drogas (art. 70 da Lei n. 11.343/2006 e Súmula n. 522 do STF). Mas, atenção!
	c.1) Se o Município em que for praticado o tráfico de drogas não for sede de vara da Justiça Federal, haverá deslocamento à cidade mais próxima, cuja Justiça Federal tenha circunscrição (é o caso, por exemplo, de Mundo Novo deslocando-se, assim, para Naviraí – art. 70, parágrafo único, Lei de Drogas).
c.2) A competência para julgar os crimes praticados pela internet gera discussão. Com efeito, faz-se necessário observar os precedentes: (I) difamação contra menores feita virtualmente – como fere direitos assegurados em Convenção Internacional, a competência foi fixada para a Justiça Federal – vide precedente do STJ: CC n. 112.616; (II) crime de incitação à discriminação que não tenha ultrapassado as fronteiras territoriais brasileiras – competência foi fixada para a Justiça Estadual julgar o caso – vide precedente do STF: HC n. 121.283/DF. 
d) As causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5° deste artigo (inserido pela emenda constitucional n. 45/2004). Ilustra Aury Lopes Júnior que a primeira decisão do STJ ocorreu no famoso caso da Irmã Dorothy, negando, embora a imensa pressão midiática, o deslocamento de competência (vide precedente do STJ: IDC n. 01/PA, rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, j. 08/06/2005). Informa, ainda, que no IDC n. 02, relatora Ministra Laurita Vaz, j. 27/10/2010, a 3ª Seção do STJ acolheu pedido da Procuradoria-Geral da República para determinar que o crime praticado contra o advogado e defensor dos direitos humanos Manoel Mattos, morto em 2009 na Paraíba, fosse o primeiro a ser federalizado no País, deslocando-se o feito à Justiça Federal�.
e) Os crimes contra a organização do trabalho (arts. 197 a 207 do CP), o sistema financeiro nacional (art. 26 da Lei n. 7.492/1986) e contra a ordem econômica financeira (Leis n. 8.078/1990, 8.137/1990 e 8.176/1991). Atenção!
	e.1) Se o crime afeta direito individual dos trabalhadores, a competência é da Justiça Estadual (ex: redução a condição análoga à de escravo – STJ, RHC n. 15.755/MT).
	e.2) A supressão ou redução de tributos estaduais (ex: IPVA e ICMS) enseja a competência da Justiça Estadual.
f) Crimes praticados a bordo (dentro) de navio ou aeronave, salvo a competência da Justiça Militar (art. 109, IX), sendo que os crimes nas embarcações e aviões de pequeno porte são de competência da Justiça Comum Estadual. Logo, deve o navio ter capacidade para navegação em alto-mar, em águas internacionais e o avião ter autonomia para viagens internacionais ou deslocamento interno cobrindo vários Estados. Atenção! O foro competente será o local do porto nacional onde ocorreu o primeiro atracamento após o crime ou o local do porto de onde a embarcação saiu do Brasil para o exterior (art. 89, CPP). Para os crimes cometidos a bordo de aeronave, a regra é alterada de forma suave: o foro competente será o local do aeroporto onde ocorreu o primeiro pouso após o crime ou o local de onde houver partido a aeronave (art. 90, CPP). Quando incerta e não determinada através das normas estabelecidas, a competência se firmará pela prevenção (art. 91, CPP);
g) Crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro (art. 109, X. 1ª parte), que estão previstos na Lei n. 6.815/80 e no art. 338 do Código Penal.
h) O simples fato de um crime ter sido praticado no exterior não desloca a competência para a Justiça Federal (ex: marido que mata e enterra a esposa no Japão – vide art. 88 do CPP).
Outras situações importantes:
a) Competência nos crimes ambientais: regra geral é estadual, salvo os que vierem a lesar bem, serviço ou interesse da União ou suas entidades (art. 109, IV). Por exemplo: detrimento da Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, Pantanal Mato Grossense, Zona Costeira, etc., a competência é da Justiça Federal, pois se tratam de patrimônios federais (CF, art. 225, § 4°). Essa regra já gerou interpretações diversas, entendendo os Ministros que não basta o local do crime ser a Mata Atlântica, senão deve ser provada a ofensa a um interesse específico e direto (vide precedente do STF – RE n. 349.184/TO e do STJ – CC n. 99.294).
b) Crimes praticados contra funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função (Súmula n. 147 do STJ);
c) Contrabando e descaminho (Súmula n. 151 do STJ);
d) Crime de falso testemunho cometido no processo trabalhista (Súmula n. 165 do STJ);
e) Uso de passaporte falso (Súmula n. 200 do STJ);
f) Prefeito que desvia verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal (Súmula n. 208 do STJ).
Quanto à estrutura da Justiça Federal:
Tribunais Regionais Federais - 2° grau (MS está no TRF da 3ª Região junto com SP).
Juizados especiaisfederais criminais, juízes federais e tribunal do júri – 1° grau.
Atenção! Todas as competências definidas na Constituição Federal são de natureza absoluta. Acaso não observada, causa nulidade absoluta do julgamento. É a posição doutrinária hoje dominante.
B.2) Justiça Estadual:
Tem competência residual, ou seja, sua competência é encontrada por exclusão. Assim, se o crime não for militar, eleitoral e não estiver inserido na competência da Justiça Federal, será julgado pela Justiça Comum Estadual. 
Regras importantes:
a) Compete à Justiça Estadual processar e julgar o os crimes praticados contra sociedade de economia mista (Súmula n. 42 do STJ), isto é, uma sociedade na qual há colaboração entre o Estado e os particulares, ambos reunindo recursos para a realização de uma finalidade, sempre de fim econômico (ex: Banco do Brasil, Petrobrás, Eletrobrás, etc.). Vide Súmula n. 122 do Superior Tribunal de Justiça.
b) Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, atribuído à empresa privada (Súmula n. 62 do STJ). Aqui, vale ressaltar que a 3ª Seção do STJ, alterando o posicionamento consolidado nessa súmula, passou a entender que "o agente que omite dados na Carteira de Trabalho e Previdência Social, atentando contra interesses da Autarquia Previdenciária, estará incurso nas mesmas sanções do crime de falsificação de documento público, nos termos do § 4º do art. 297 do Código Penal, sendo a competência da Justiça Federal para processar e julgar o delito, consoante o art. 109, inciso IV, da Constituição Federal" (TRF 2ª Região, SER n. 2012.500.100.801-78, rel. Des. Paulo Espírito Santo, DJ 20/02/2013).
c) Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino (Súmula n. 104 do STJ) (vide: TRF 3ª Região, ACR n. 1447 MG 2002.38.03001447-3, rel. Des. Olindo Menezes, DJ 01/12/2006).
d) Compete à Justiça Estadual processar e julgar crime de estelionato praticado mediante falsificação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando não ocorrente lesão à autarquia federal (Súmula n. 107 do STJ);
e) Compete à Justiça Estadual processar e julgar crime em que a indígena figura como autor ou vítima (Súmula n. 140 do STJ – há polêmica em razão do art. 231 da Constituição).
f) Compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba que foi transferida e incorporada ao patrimônio municipal (Súmula n. 209 do STJ).
Quanto à estrutura da Justiça Estadual:
Tribunais Estaduais - 2° grau (TJMS).
Juizados especiais criminais, juízes federais e tribunal do júri – 1° grau.
Competência – Aula 07/06/2017
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Livro I – Do Processo em Geral
Título V – Da Competência
Qual o foro competente?
Definida a jurisdição competente (justiça especial ou justiça comum), a partir dos critérios antes consignados, deve-se apontar ainda qual o foro competente, isto é, necessário definir a competência em razão do lugar. Ainda que Aury Lopes Júnior se posicione contrariamente, a competência em razão do lugar é relativa�. Logo, deve ser arguida no primeiro momento em que a defesa se manifestar nos autos, sob pena de preclusão. Não pode ser reconhecida pelo juiz, de ofício, e tampouco poderá ser alegada pelo Ministério Público, pois o Promotor, ao oferecer a denúncia, faz sua opção.
Capítulo I
Da Competência pelo lugar da infração
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
Adaptando o exemplo proposto por Aury Lopes Júnior: “na cidade de Naviraí – interior do Mato Grosso do Sul – ocorre um atropelamento. A vítima é conduzida para um hospital em Campo Grande, com mais recursos, local no qual, dias depois, vem a falecer em razão das lesões sofridas”�. Segundo o Código Penal, a consumação do homicídio se dá com a morte da vítima (art. 14, I). Assim, falecendo em Campo Grande, seria competente a Justiça Comum estadual, do foro de Campo Grande, para julgar o homicídio culposo do art. 302 do Código de Trânsito brasileiro (CPP, art. 70). 
Atenção! A escolha na Lei Processual Penal diz respeito à teoria do resultado.
No entanto, parte da doutrina critica essa escolha� e não é esse o entendimento dominante nos tribunais diante de um crime plurilocal (ação em um lugar e resultado em outro lugar). Em razão de questões probatórias, adota-se, na prática processual, a teoria da atividade. Deve-se questionar: em qual local se esgotou o potencial lesivo da infração? Como o atropelamento foi em Naviraí, será nesse local realizada a reprodução simulada dos fatos, será neste local que se realizará a perícia, será nesse local que se encontrarão as testemunhas. Mas, também há quem entenda que essa regra apenas valeria para o crime de homicídio doloso (CP, art. 121)�.
Mas, atenção para o art. 63 da Lei n. 9.099/1995, pois a competência do Juizado será fixada pelo lugar em que foi praticada a infração penal (ex: crime de injúria).
Por certo os crimes culposos não admitem a tentativa (CP, art. 14, II), mas se em outro contexto, o agente quer matar a vítima e dispara contra essa, sem sucesso, a fixação da competência se dá com a aplicação da teoria da atividade (CPP, art. 70, parte final).
Para os crimes qualificados pelo resultado segue-se a teoria do resultado. Assim, suponha-se que um ladrão roube o carro da vítima na cidade A, mas a execute na cidade B. O latrocínio será julgado pelo foro competente da última cidade (STJ, 5ª Turma, RHC n. 22.295/MS, DJ 17/02/2007). A propósito, ainda, vide a Súmula n. 603 do Supremo Tribunal Federal.
Art. 70, § 1°. Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.
É a situação tratada como crime à distância. Pense-se no disparo de arma de fogo da cidade de Foz do Iguaçu, sendo que a vítima veio a morrer no Paraguai. Sabe-se que a consumação do homicídio ocorre quando a vítima falece (CP, art. 121). Assim, define-se o foro competente pelo local no qual ocorreu o último ato de execução no Brasil, ou seja, o local do disparo: Tribunal do Júri da Justiça Comum do Paraná (comarca de Foz do Iguaçu).
Em caso de tráfico internacional de droga, crime à distância por excelência, enviando-se a droga da cidade de Naviraí para a cidade paraguaia de Salto, a competência será da Justiça Federal (jurisdição competente), sendo o feito processado na comarca de Naviraí (foro competente).
Art. 70, § 2°. Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou deveria produzir o resultado.
Trata-se da segunda hipótese de crime à distância, mas no parágrafo segundo, o último ato de execução ocorreu no exterior e o resultado se consumou ou deveria ter ocorrido no Brasil (tentativa). Assim, se o disparo de arma de fogo ocorreu do lado paraguaio da Ponte de Amizade e atingiu vítima brasileira que se encontrava em Foz do Iguaçu, vindo ela a falecer, será competente o Tribunal do Júri da Justiça Estadual de Foz do Iguaçu. 
Art. 70, § 3°. Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á por prevenção.
Pode ser ainda que o fato tenha sido praticado ou se consumado na divisa de dois ou mais territórios limítrofes (cidades contíguas), ou que haja dúvida quanto aos limites de um e outro território. Em ambos os casos se define a competência pela prevenção (CPP, art. 83).
Porto União (SC) e União da Vitória (PR).
Naviraí (MS) e Jateí ou Iguatemi (MS).
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente,praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á por prevenção.
O conceito de crime continuado está previsto no art. 71 do CP. Ocorre se o agente, mediante duas ou mais condutas, produz dois ou mais resultados da mesma espécie, os quais, pelas semelhantes condições de tempo, lugar e modo de execução, podem ser tidos uns como continuação dos outros. Para efeito de pena, o CP adotou a teoria da ficção jurídica, isto é, todos os crimes configuram um só (embora haja mais de um delito).
Requisitos: a) crimes da mesma espécie: são fatos típicos equivalentes tanto do ponto de vista do tipo objetivo como do tipo subjetivo. A equivalência do tipo objetivo é indicada pelas seguintes relações: I) lesão de igual bem jurídico, ainda que diversos estágios (tentativa e consumação), ou níveis distintos de proteção (simples e qualificado), ou, mesmo, protegido por diferentes tipos legais (injúria e difamação, furto e apropriação indébita); b) ação típica igual por caracteres comuns de tempo (durante a noite, em determinados horários diurnos), de lugar (na residência ou no local de trabalho da vítima), de modo de execução (fraudes, violência ou clandestinidade), indicadores de continuidade objetiva da primeira ação por meio das posteriores ações típicas, definidas em conjunto como unidade. Por sua vez, a equivalência do tipo subjetivo se indica, necessariamente, por um dolo unitário, é imprescindível que os vários crimes resultem de plano previamente elaborado pelo agente (unidade de desígnios, como, por exemplo, programar o furto do maior número de bicicletas possível ou realizar muitos estelionatos). Seguem tal corrente Eugenio Raúl Zaffaroni, por exemplo, e o STJ no HC 151. 012/RJ.
Há duas espécies de crime continuado: 1) Crime continuado comum (genérico): está previsto no caput do art. 71 do CP. Ocorre quando os crimes que compõem a quantidade delitiva são praticados sem o emprego de violência ou grave ameaça contra a pessoa. Requisitos: a) pluralidades de condutas; b) pluralidade de crimes da mesma espécie. De acordo com a doutrina, são crimes previstos no mesmo tipo penal (mesmo que os crimes sejam tentados ou consumados), protegendo o mesmo bem jurídico; c) elo de continuidade. Quanto a APLICAÇÃO DA PENA, adota-se o SISTEMA DA EXASPERAÇÃO DA PENA. 2) Crime continuado específico: está previsto no art. 71, parágrafo único. Ocorre quando os crimes dolosos que compõem a continuidade delitiva são praticados com o emprego de violência ou grave ameaça contra vítimas diferentes (ex.: art. 213 ou art. 157). Requisitos: a) pluralidade de condutas; b) pluralidade de crimes da mesma espécie; c) elo de continuidade; d) crimes dolosos; e) com vítimas diferentes; f) cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa. Atenção! É possível continuidade delitiva em crimes dolosos contra a vida, sendo que a Súmula 605 do STF é anterior à redação do art. 71, parágrafo único do CP; logo, está superada. Quanto a APLICAÇÃO DA PENA, adota-se o SISTEMA DE EXASPERAÇÃO DA PENA, mas a pena pode ser aumentada até o triplo. Atente-se que se da aplicação dessas regras resultar pena superior a que resultaria da aplicação do concurso material, o § único do art. 70 do CP determina a aplicação da regra do concurso material benéfico. 
Por sua vez, o diploma legal não define o crime permanente, devendo-se considerar aquele em que a consumação se prolonga no tempo em razão da vontade do agente (ex: sequestro). Assim, se A é sequestrado em Naviraí, mas é encontrado em Mundo Novo, sabe-se que a Justiça competente é a Estadual comum (essa justiça é residual; logo, não é competência da justiça militar ou eleitoral e nem da justiça federal), mas o foro competente será fixado pela prevenção (art. 83). Por conseguinte, será competente o juiz que tiver antecedido os demais na prática de algum ato decisório (ex: o juiz de direito de Mundo Novo recebeu a denúncia ofertada pelo MP local; ou, é competente o juiz de direito de Naviraí, pois decretou a prisão preventiva dos sequestradores; etc.).
Atenção!
O foro competente para o processo e o julgamento dos crimes de estelionato, na forma de emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado (Súmula n. 521 do STF). Compete ao foro local da recusa processar e julgar o crime de estelionato mediante cheque sem provisão de fundos (Súmula n. 244 do STJ). Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita processar e julgar o crime de estelionato cometido mediante falsificação de cheque (Súmula n. 48 do STJ).
Crimes de estelionato mediante remessa bancária de valores de uma cidade para outra (ex: compra pela internet), será competente o lugar onde se situa o banco do criminoso. 
No entanto, se houver subtração de dinheiro de conta corrente alheia pela internet ou utilizando um cartão bancário clonado, será competente o lugar do banco da vítima.
O juízo federal competente para processar e julgar acusado de crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou (Súmula n. 200 do STJ). Nessa situação se deve atentar para o local onde o passaporte falso foi apresentado para (des) embarque, ainda que a falsificação só tenha sido observada no exterior. 
No crime de apropriação indébita (CP, art. 168), a apropriação é posterior ao recebimento da coisa, logo, consuma-se no lugar onde o sujeito ativo inverte a posse, demonstrando a intenção de dispor da coisa, e não no local onde deveria restituí-la ao real proprietário.
No crime de falso testemunho (CP, art. 342) prestado em carta precatória, o julgamento cabe ao juízo deprecado (onde foi prestado o depoimento falso). A propósito, vide: STJ, CC n. 30.309/PR, rel. Min. Gilson Dipp, DJ 11/03/2002.
Nos crimes falimentares (Lei n. 11.101/2005), se uma empresa nacional tem sua sede na cidade de Campo Grande e em tal localidade é decretada a falência (art. 183), a competência para apurar crimes falimentares é do juízo criminal de Campo Grande, ainda que o crime de desvio de bens (art. 173) tenha sido praticado, por exemplo, em Dourados.
Nos crimes contra a honra, praticados pela imprensa: é o local onde ocorreu a impressão ou, no caso de reportagem veiculada pela internet, no local onde se encontra o responsável pela veiculação. Vide, a respeito: STJ, CC n. 106.625/DF, rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJ 12/05/2010.
Nos crimes praticados fora do território nacional, mas em que incida a regra do art. 7° do Código Penal (extraterritorialidade), será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado e, caso ele nunca tenha residido no Brasil, será julgado em Brasília, nos termos do art. 88 do Código de Processo Penal. 
Nos crimes de menor potencial ofensivo (Lei n. 9.099/1995), entende a doutrina majoritária pela adoção da teoria da ubiquidade nos termos do art. 6° do Código Penal (art. 63).
Capítulo II
Da Competência pelo domicílio ou residência do réu
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu.
§ 1°. Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção.
§ 2°. Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
É considerado o critério mais subsidiário para definição de competência. Em suma, apenas será aplicado quando for totalmente desconhecido o lugar da infração. A competência pelo domicílio ou residência do réu só se aplica quando for totalmente ignorado o lugar da consumação. Pelo exemplo de Alexandre Cebrain e Victor Gonçalves: “objeto furtado por desconhecido em Goiânia é encontrado em poder de receptador em Salvador. A Polícia, entretanto, não consegue descobrir em que local foi comprado o objeto pelo receptador. Assim, como a aquisição pode ter-se dado em qualquer local do país, o foro competente para apurar a infração será o do domicílio ou residência do réu”�.
Recordando: domicílioé o local em que a pessoa mora com ânimo definitivo, e residência o local em que a pessoa mora com ânimo transitório (CC, art. 70).
Se não se souber a residência do agente, a competência será do juiz que primeiro conhecer do fato, independentemente da prática de qualquer ato, ou seja, pela simples distribuição (art. 75, CPP). Nesse caso, será necessária a inexistência do juiz prevento.
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro do domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.
Há um caso de eleição de foro competente e somente aplicável no caso de ação penal privada (essa regra não vale para a ação penal privada subsidiária da pública). É o único caso em que a vítima do delito (querelante) pode eleger o foro onde a queixa será ofertada e processada. Pacelli e Fischer, no entanto, ressaltam que “se o réu apontar, em exceção de incompetência, a necessidade de realização da instrução probatória no local do crime, deve o Poder Judiciário afastar a regra facultativa da ação penal privada. O princípio constitucional da ampla defesa o exigiria”�.
Competência - aula 14/06/2017
As causas modificadoras de competência: 
conexão e continência
Explica-nos Aury Lopes Júnior que as regras anteriormente estudadas podem ser modificadas ou mesmo negadas nos casos de conexão (necessidade de reunir os diversos delitos num mesmo processo) ou continência (necessidade de reunir os diferentes agentes num mesmo processo). Tem-se na conexão um interesse probatório, ao passo que na continência pretende-se que as decisões não sejam diversas (conflitantes). Passemos a estudar cada uma dessas causas�.
1. Conexão:
A conexão, é importante destacar, exige sempre a prática de dois ou mais crimes, ainda que não haja pluralidade de agentes. Reúne-se tudo para julgamento em um único processo. Mas, quem será competente para julgar? Vejamos as regras dos arts. 76 e 78 do Código de Processo Penal.
Art. 76. A competência será determinada pela conexão:
I – se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas / ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar / ou por várias pessoas, umas contra as outras;
II – se, no mesmo caso, houverem sido praticadas para facilitar ou ocultar as outras, /ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
III – quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração.
Vejamos cada situação:
No inciso I, tem-se uma conexão intersubjetiva, mas com algumas variantes:
Intersubjetiva ocasional ou por simultaneidade: se duas ou mais infrações forem praticadas ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas (reunião ocasional, sem prévio ajuste). Veja-se um primeiro exemplo: na passeata contra a corrupção, a situação foi fugindo do controle quando um dos manifestantes incitou os demais a invadir um local público. Ato contínuo, outro manifestante deteriorou a porta da repartição, um terceiro agrediu o segurança, etc. Eis que, na mesma circunstância de tempo e lugar, várias pessoas cometeram vários crimes (incitação ao crime, dano, lesão, etc.)�. Implica o julgamento de todos no mesmo processo. Veja-se um segundo exemplo: vários torcedores do time, inconformados com a marcação de um pênalti, invadem o campo e agridem árbitro e auxiliar. São dois crimes (lesões) que foram praticados por várias pessoas simultaneamente, sem que tenha havido prévio ajuste entre elas�. Haverá reunião para julgamento de tudo no mesmo processo. Qual a efetiva vantagem da conexão? Facilitar a produção de prova�.
Intersubjetividade concursal: quando, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas por várias pessoas em concurso, ainda que diversos o tempo e o lugar. Diverso da situação anterior, nesse caso há prévio ajuste de vontade (liame subjetivo). Essa conexão é bastante rotineira. Veja-se um primeiro exemplo: uma organização criminosa que, visando praticar um roubo a banco, furta ou rouba dois veículos, em dias diferentes, para, depois, cometer o roubo ao banco�. Todos os crimes e pessoas serão reunidos em um processo. Veja-se um segundo exemplo: grupo que se divide, com repartição de tarefas, de logística e de instrumentos, para a realização, em locais diferentes, de mais de um delito. Nesse caso, qual o proveito da conexão? Se não forem reunidos os processos, os autores e partícipes somente responderão pela conduta que efetivamente tenham realizado. Com a reunião, poderá haver a ampliação da responsabilidade, desde que provado o liame subjetivo�.
Intersubjetividade por reciprocidade: se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas por várias pessoas, umas contra as outras. Deve-se afastar, desde já, a ideia de rixa, pois é um único crime. Veja-se um primeiro exemplo: briga entre torcidas de futebol na saída do estádio, resultando em muitos feridos e mortos ou, ainda, diferentes gangs de jovens�. Veja-se um segundo exemplo: uma pessoa agride outra provocando-lhe lesões até ser contida por terceiros. Em seguida, a vítima, aproveitando-se de que o primeiro agressor está sendo retirado do local, defere-lhe um soco pelas costas, provocando-lhe também lesões. Nenhum dos dois agiu em legítima defesa�. Nesse caso, o proveito é a finalidade de produção de provas�.
No inciso II, tem-se uma conexão objetiva, material ou lógica, sendo que o vínculo de uma infração está na motivação de uma delas que a relaciona à outra. Nessa situação não se exige número plural de agentes. Nesses casos, o proveito da conexão é o exame dos fatos e da responsabilidade penal em maior extensão e profundidade�. Vejamos as classificações:
Conexão objetiva teleológica: quando uma infração visa assegurar a prática de outra, como, por exemplo: agredir o segurança para sequestrar o empresário ou torturar gravemente o marido para obter a senha do cofre e conseguir a subtração do dinheiro. 
Conexão objetiva consequencial: quando uma infração visa ocultar a outra (ex: ocultação do cadáver após o crime de homicídio), ou para conseguir a impunidade (ex: a testemunha do crime anterior é vítima de agressão pelo autor do crime anterior) ou a vantagem quanto ao crime anterior (ex: assaltante 1 lesiona o assaltante 2 para ficar com o proveito do furto).
No inciso III, tem-se uma conexão instrumental ou probatória, isto é, quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração, como, por exemplo, reunião no mesmo processo para apuração de responsabilidade do furto e da receptação ou de falsificação de documento e o uso desse documento falso. Mas, atenção! Não se justifica a reunião de processos, quando a prova de um delito não interfira em outro. Assim, se há dois crimes sem uma relação, cada qual será julgado em processo distinto. Por exemplo: policiais chamam uma pessoa que foi vítima de dois furtos em datas distintas para realizar reconhecimento fotográfico. Na Delegacia de Polícia, a vítima identifica o ladrão de seu carro e também o ladrão de seu relógio. A prova de um delito não influencia em nada a prova do outro delito. Outro exemplo (em alguns casos de continuidade entre delitos): empregado que em diversas oportunidades subtrai bens do patrão; o dono de uma escola de inglês que faz uma promoção e recebe adiantado dos alunos, mas depois desaparece.
2. Continência:
É importante destacar: há a pluralidade de pessoas (art. 77, I) ou um resultado que produza mais de um dano (art. 77, II). Caracterizando-se pela unidade de conduta, a reunião do processo pela continência passa a ser obrigatória, para o fim de preservar a unidade de jurisdição, de modo a impedir decisões judiciais conflitantes sobre um único e mesmo comportamento�.
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:
I – duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II – no caso deinfração cometida nas condições previstas nos arts. 70, 73 e 74 do Código Penal.
No inciso I, tem-se um caso de continência por cumulação subjetiva. 
Quando duas ou mais pessoas cometerem um mesmo delito, haverá reunião de todas no mesmo processo (A e B cometem um furto contra C). Caso alguém tenha prerrogativa de função, todos irão ser julgados no órgão respectivo (deputado federal e assessor), ressalvada a competência do júri, conforme veremos ao término da lição.
No inciso II, tem-se um caso de continência por cumulação objetiva. São os casos de concurso formal, erro de execução e resultado diverso do pretendido. A continência faz com que haja uma só ação e julgamento.
Concurso formal próprio (ex: atropela imprudentemente duas pessoas) e concurso formal impróprio (ex: incendeia uma casa querendo a morte de duas pessoas e alcançando esse resultado).
Erro na execução ou aberratio ictus (ex: o agente quer atingir a pessoa 1, porém por erro de pontaria, atinge a pessoa 2).
Resultado diverso do pretendido ou aberratio criminis (ex: o agente, querendo danificar um carro, atira uma pedra que acaba atingindo uma pessoa).
3. Regras para definição de competência nos casos de conexão e continência:
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras:
I – no concurso de competência do júri e a de outro órgão de jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri;
A competência do Tribunal do Júri é definida constitucionalmente; logo, não pode ser afastada por uma regra processual (norma infraconstitucional). Assim, o Tribunal do Júri atrai o julgamento da ação penal de crimes praticados em conexão com os de sua competência (ex: arma de fogo utilizada na execução da vítima; o crime de porte de arma de fogo será julgado com o crime de homicídio; o crime de ocultação de cadáver também será julgado com o crime de homicídio).
II – no concurso de jurisdições de mesma categoria:
Preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave.
Prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade;
Firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos.
Atenção! Se houver Vara Especializada, instituída em conformidade com as regras previstas em Lei de Organização Judiciária, prevalecerá o critério da especialização por matéria (ex: homicídio culposo de trânsito praticando por um agente e desacato ao agente de trânsito praticado por outro). Sendo os dois crimes de jurisdição de mesma categoria (jurisdição comum), ambos serão julgados pelo juiz da Vara de Trânsito (nos locais em que existir a Vara Especializada)�.
III – no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação.
O texto do CPP (jurisdição de maior categoria) encontra-se inteiramente superado pelas regras (constitucionais e legais) de distribuição de competência.
IV – no concurso entre jurisdição comum e especial, prevalecerá esta.
Não obstante a aplicação dessa regra possa modificar critérios de competência definidos na Lei Máxima, o fato é que se aceita pacificamente a prevalência da jurisdição especial (Justiça Eleitoral) no concurso com a Justiça Comum, e da Justiça Federal sobre a Justiça Estadual (Súmula n. 122, STJ), seja por força da conexão ou continência�.
Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo:
Por unidade de processo se deve entender a tramitação conjunta e simultânea dos processos reunidos, que devem ser sempre apensados. Por unidade de julgamento se compreende a prolação de uma única decisão, na qual se resolverão todas as questões de fato e de direito�. Dependendo do caso concreto, porém, o juiz deverá determinar a separação dos processos, por conveniência da instrução (CPP, art. 80), mantendo a unidade de juízo (isto é, do foro) e, se possível, a de julgamento�.
I – no concurso entre a jurisdição comum e a militar (castrense);
A diversidade intrínseca entre a jurisdição comum e a militar já seria suficiente para a separação obrigatória entre os processos. Não bastasse, como a CF trata da Justiça Militar, competente para o processo e julgamento dos crimes militares, logo, tratando-se de regra alusiva ao juiz natural, não pode o CPP alterar tal competência. Mas, para que não restem dúvidas, o próprio CPP cuidou de explicar a separação obrigatória entre os processos�.
II – no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores.
A separação aqui é obrigatória, pois enquanto a jurisdição penal cuida de infrações penais, os Juizados da Infância e Juventude, de atos infracionais, sem conotação criminal, como é óbvio, em face da inimputabilidade penal dos menores�.
§ 1. Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum corréu, sobrevier o caso previsto no art. 152.
A primeira hipótese de separação de processos decorre de superveniência de doença mental em um dos processados (art. 152, CPP). Se a incapacidade mental é contemporânea ao fato, não haverá a separação do processo, pois ao inimputável pode ser aplicada uma medida de segurança (sem a análise da Lei de Reforma Psiquiátrica). De acordo com Pacelli e Fischer, a cessação da unidade do processo não importará modificação da competência determinada pelas regras de conexão e de continência, devendo os autos permanecer naquele juízo (prevalecente), no aguardo de recuperação do processado�.
§ 2. A unidade de processo não importará a de julgamento, se houver corréu foragido que não possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461.
LEMBRETE: vamos seguir outra ordem, pois mais correta. Assim, devemos responder:
Algum dos crimes praticados é de competência da justiça militar? Sendo positiva a resposta, deve-se recordar da separação dos processos (art. 79, I). Logo, crime militar será julgado na Justiça Militar (Federal ou Estadual, conforme o caso) e os demais crimes comuns, julgados na Justiça Comum (Federal ou Estadual). Sendo negativa a resposta, seguimos...
Algum dos crimes praticados é eleitoral? Nesse caso, a justiça eleitoral prevalece sobre as demais (art. 78, IV), salvo no caso de pratica de crime militar, pois há cisão (art. 79, I). Sendo negativa a resposta, seguimos...
Algum dos agentes tem prerrogativa de ser julgado por tribunal? Isso conduz a aplicação do art. 78, III, pois a jurisdição de maior categoria atraia o processo, e caso não seja crime de competência do júri (ex: juiz contrata alguém para matar sua esposa – o juiz é julgado pelo TJ e o estranho pelo Tribunal do Júri). Como as duas competências são previstas na CF, prevalece a jurisdição de maior graduação. Mas uma regra constitucional (competência do júri) também deve prevalecer sobre uma regra ordinária (continência). Caso não haja foro privilegiado, seguimos...
Não sendo de competência das Justiças Especiais, algum dos crimes é de competência da Justiça Federal? Se positiva a resposta, aplica-se o art. 78, III, prevalecendo a competência da Justiça Federal sobre a Justiça Estadual Comum. Se negativa a resposta, a competência é da Justiça Comum Estadual.
Atenção! Os incisos I e II do art. 78 só incidem no conflito de jurisdição de mesma categoria!
Algum dos crimes é competência do Tribunal do Júri? Sendo positiva a resposta, todos os crimes serão julgados pelo Conselho de Sentença. Sendo negativa a resposta, segue-se com a ordem do inciso II do art. 78 do Código de Processo Penal:
Prepondera o lugar da infração mais grave: analisa-se a pena cominada abstratamente, mínima e máxima. Se o crime A tem pena de 1 a 6 e o crime B tem pena de 2 a 4, qual é o mais grave? O que tem a pena mínima maior. Se esse critério não resolver, atentar para os regimes de cumprimento de pena, pois reclusão é pior que detenção. Ver também se não há pena de multa cumulada ou alternada.
Havendo um empate técnico: prevalece o lugar onde for praticado o maior númerode crimes.
Havendo empate técnico: prevenção.
Competência – aula 28/06/2017
Livro I – Do Processo em Geral
Título V – Da Competência
Qual o juiz competente?
Definida a jurisdição competente (Justiça Especial ou Justiça Comum), a competência em razão da matéria (Justiça Estadual, Justiça Federal, etc.) e o lugar (cidade), resta saber dentro daquela Justiça, naquela cidade, qual vai ser o juiz competente, pressupondo que há vários igualmente competentes em razão da matéria, pessoa e lugar. Quais são as regras? Primeiro, fixa-se a competência pela prevenção (CPP, art. 83). Caso nenhum juiz seja prevento, será empregado o sistema de distribuição (CPP, art. 75), uma escolha aleatória (por sorteio) entre os juízes competentes, definindo, assim, qual deles será então o competente para processo e julgamento.
O processado tem prerrogativa de foro? Competência em razão da pessoa
Em razão de prerrogativa funcional (com efeito, não é um privilégio processual) determinadas pessoas poderão ser julgadas originariamente em certos órgãos. Com isso, resta assegurada, inclusive, a independência funcional do julgador (não seria crível um juiz de primeiro grau julgando processo em que o réu é desembargador do respectivo tribunal)�. Como adverte o processualista, não é realmente um benefício ser julgado por um órgão colegiado, por exemplo, pois haveria violação do duplo grau de jurisdição. Logo, exemplifica que o deputado estadual, julgado originariamente pelo Tribunal de Justiça, somente terá direito a recurso especial (STJ) e extraordinário (STF) dessa decisão, e, em ambos, estará vetado o reexame da prova do processo (Súmula n. 7, STJ e Súmula n. 279, STF), limitando-se a discutir eventual violação de lei federal ou do texto da constituição�.
Quando alguém tem, passa a ter ou perde essa prerrogativa?
Se alguém comete um delito antes de ser investido e, após toma posse como magistrado, por exemplo, adquire a prerrogativa de função e, no exemplo, será julgado pelo Tribunal de Justiça. Contudo, em se tratando de cargo eletivo, como para deputado estadual, caso cesse o mandato antes do julgamento (leia-se, antes de decisão recorrível), cessa a prerrogativa, sendo o processo remetido do Tribunal de Justiça para o juiz de primeiro grau competente (definição da competência em razão da matéria e do lugar).
Se o delito é praticado durante o mandato eletivo ou depois de investido no cargo que está exercendo, o agente tem a prerrogativa. Logo, o Deputado Estadual e o magistrado serão processados e julgados pelo Tribunal de Justiça. Contudo, se perder o mandato ou o cargo antes da sentença (recorrível), perde a prerrogativa e será julgado pelo juiz de 1° grau.
Se pratica o delito após cessado o exercício efetivo do mandato eletivo ou do cargo, o réu não tem nenhuma prerrogativa (Súmula n. 451 do STF).
Atenção! A Súmula n. 394 do STF foi revogada pelo próprio STF por ser inconstitucional. Mas o legislador promulgou a Lei n. 10.628/2012, ressuscitando o conteúdo do verbete (CPP, art. 84, §§ 1° e 2°). Mas, anos depois, o STF declarou a inconstitucionalidade dos preceitos (ADIN n. 2797). Para Aury Lopes Júnior, “a decisão do STF norteia a ideia de que vigora o princípio da atualidade do exercício da função, ou seja, só tem a prerrogativa enquanto estiver exercendo a função”�.
Em resumo!
Crime cometido antes da posse: adquire a prerrogativa quando assumir o cargo.
Crime durante o exercício do cargo: o agente tem a prerrogativa.
Em qualquer caso, cessado o exercício do cargo, termina a prerrogativa e o processo será remetido para a Justiça competente, no primeiro grau de jurisdição (ex: aposentadoria).
Não existe qualquer prerrogativa em relação à improbidade administrativa (art. 184, § 2°), que será sempre julgada em primeiro grau de jurisdição.
Atenção! Os arts. 86 e 87 do CPP estão revogados implicitamente, pois os casos de prerrogativa de foro estão agora previstos na Constituição Federal�.
Algumas prerrogativas importantes:
STF – julga qualquer das pessoas do art. 102, I, ‘b’ e ‘c’ da Constituição, quando cometer um crime comum, eleitoral ou militar.
Presidente e Vice da República, Senadores, Deputados Federais, Ministros (saúde, educação, etc.), Procurador-Geral da República.
Ministros de estado (os titulares dos Ministérios, o Chefe do Gabinete Civil, Chefe do Gabinete Militar), Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, membros dos Tribunais Superiores, do Tribunal de Contas da União e diplomatas.
STJ – julga qualquer das pessoas do art. 105, I, ‘a’ da Constituição, quando cometer um crime comum, eleitoral ou militar.
Governadores de estados e do Distrito Federal, desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, membros dos Tribunais de Conta Estadual e do Distrito Federal, membros dos Tribunais Regionais, membros dos Conselhos ou Tribunais de Conta dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais.
TJs – julga qualquer das pessoas do art. 96, III da Constituição (mesmo quando cometam um crime de competência da Justiça Federal – Atenção! A prerrogativa de foro prevalece sobre a regra geral de competência da Justiça Federal), contudo há ressalva no caso de prática de crimes eleitorais por tais pessoas quando serão julgados pelos TREs. 
TRFs – julga qualquer das pessoas do art. 108, I, ‘a’ da Constituição, contudo há ressalva no caso de prática de crimes eleitorais por tais pessoas quando serão julgados pelos TREs. 
Deputado estadual: tem a prerrogativa de ser julgado pelo mais alto tribunal do estado ao qual está vinculado. Assim: I) praticando crime de competência da Justiça Comum Estadual, será julgado pelo Tribunal de Justiça; II) praticando crime de competência da Justiça Comum Federal, será julgado pelo TRF; III) sendo crime eleitoral, pelo TRE.
Prefeitos: Súmula n. 702 do STF – São julgados no TJ apenas para crimes de competência da Justiça Comum Estadual; sendo crime federal, julgado no TRF; sendo crime eleitoral, julgado no TRE. Vide, ainda: Súmulas n. 208 e 209 do STJ.
Vereadores: não possuem prerrogativa de foro.
A prerrogativa de foro pode ser estendida ao corréu sem essa prerrogativa (nos casos de concurso de agentes – deputado estadual e seu assessor cometem peculato, ambos serão julgados perante o Tribunal de Justiça – haverá continência – Súmula n. 704 do STF).
Art. 85. Nos processos por crimes contra a honra, em que forem querelantes as pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Justiça, àquele ou a estes caberá o julgamento, quando oposta e admitida a exceção da verdade.
Os crimes contra a honra estão previstos nos arts. 130 a 140 do Código Penal, porém apenas a calúnia (CP, art. 138, § 3) e a difamação (CP, art. 139, parágrafo único) admitem a exceção da verdade (procedimento incidental para comprovação da veracidade da informação).
Vejamos o exemplo proposto por Aury Lopes Júnior�: o empresário Manoel, dono de um supermercado de pequena cidade do interior, divulga amplamente em seu estabelecimento que recebeu um cheque sem fundos do juiz da comarca. Sentindo-se ofendido pela falsa imputação de um delito (CP, art. 171, VI), o togado ajuíza uma queixa (Súmula n. 714, STF) em face do empresário, acusando-lhe da prática de calúnia (CP, art. 138). Recebida a queixa, no prazo legal o empresário Manoel faz a exceção de verdade, propondo-se a demonstrar a veracidade do alegado e, assim, afastar a incidência da calúnia.
Nesse momento, haverá uma inversão interessante no processo, pois o querelado (Manoel) passará para o polo ativo na exceção da verdade, e o querelante (juiz) passa a ser então o imputado do crime de fraude no pagamento por meio de cheque. Logo, o juiz do processo (da calúnia) não poderá julgar a exceção da verdade, pois, em última análise, estaria julgando outro juiz de primeiro grau. Logo, diante da exceção da verdade, a prerrogativa de função do querelante(vítima na calúnia = magistrado) exige que essa exceção seja encaminhada para o Tribunal de Justiça do Estado (órgão competente para julgamento originário dos juízes de direito) que a julgará. Na exceção, quem passa a ser julgado é o juiz e nesse julgamento pode ocorrer: a) que a exceção de verdade seja rejeitada e, assim, o empresário será julgado pelo juiz de direito da comarca para apurar sua responsabilidade pela calúnia; b) a exceção é acolhida e, assim, caberá ao Procurador de Justiça ofertar a denúncia da fraude em pagamento por meio de cheque sem fundo, cabendo o julgamento ao Tribunal de Justiça.
QUESTÕES DE REVISÃO
Analise as assertivas e assinale a alternativa CORRETA:
Pode um civil ser julgado pela Justiça Militar Federal.
Descarta-se a possibilidade de um civil ser julgado na Justiça Militar Estadual.
A Justiça Militar, espécie de Justiça Especial, prevalece, inclusive, perante a Justiça Eleitoral. 
Apenas a assertiva I está correta.
Apenas a assertiva II está correta.
Apenas a assertiva III está correta.
As assertivas I e II estão corretas.
Todas as assertivas estão corretas.
Analise os contextos abaixo e assinale a alternativa CORRETA:
Compete à Justiça ... julgar crime decorrente de acidente de trânsito, envolvendo viatura da Polícia Militar estadual e sendo vítima do infortúnio um civil. 
Compete à Justiça ... julgar delito de abuso de autoridade, somente previsto na Lei n. 4.898/1965, cometido por militar em situação de atividade. 
Compete à Justiça ... julgar crime doloso contra a vida, cometido por militar contra militar. 
Comum Estadual, Comum Estadual e Militar Estadual.
Militar Estadual, Militar Estadual e Militar Estadual.
Militar Estadual, Comum Estadual e Militar Estadual.
Comum Estadual, Militar Estadual e Militar Estadual.
Militar Estadual, Militar Estadual e Comum Estadual.
Analise o caso e assinale a assertiva CORRETA.
No plenário do júri, o corpo de jurados afastou a natureza dolosa do delito de homicídio cometido por militar, em situação de atividade e havendo interesse militar, contra civil. Qual procedimento deverá ser seguido para definição do órgão competente para julgamento do crime de homicídio culposo tipificado tanto no Código Penal quanto no Código Penal Militar?
O processo permanece para julgamento pelo juiz presidente do Tribunal do Júri. 
O processo deverá ser redistribuído para a Justiça Militar Estadual para competente julgamento.
Não deve haver prorrogação de competência, pois a competência do Tribunal do Júri é absoluta, pois definida pela Constituição Federal.
Apenas a assertiva I está correta.
Apenas a assertiva II está correta.
Apenas a assertiva III está correta.
As assertivas I e III estão corretas.
Todas as assertivas estão incorretas.
Analise as assertivas e assinale a alternativa CORRETA.
A competência da Justiça Federal não se presume. Porque precisa ser prevista na Constituição.
O fato de a prisão e/ou inquérito terem sido realizados pela Polícia Federal basta, por si só, para legitimar a competência da Justiça Federal.
Se o inquérito foi elaborado pela Polícia Civil Estadual, mesmo demonstrada a internacionalidade do tráfico de drogas, competirá a Justiça Comum Estadual processar e julgar o feito. Federal. Súmula 522 do STF
Apenas a assertiva I está incorreta.
Apenas a assertiva II está incorreta.
Apenas a assertiva III está incorreta.
As assertivas II e III estão incorretas.
Todas as assertivas estão incorretas.
Analise o caso e responda de forma fundamentada:
Um policial rodoviário federal, durante patrulhamento ostensivo, foi alvejado com um tiro de revólver deferido pelo condutor infrator de um veículo, sofrendo lesões corporais de natureza gravíssima, que ocasionaram deformidade permanente. Com referência à situação hipotética, a quem competirá julgar o condutor do veículo?
Analise o caso e responda de forma fundamentada:
Paulo intermediava a compra e venda de grandes quantidades de droga, que eram trazidas de Corumbá (Mato Grosso) e disseminadas em São Paulo (SP). Parte da droga era remetida para a Europa. Certa vez, Paulo foi surpreendido no aeroporto, quando tentava despachar seis quilos de cocaína pura à Espanha, escondida no meio de pacotes de café. Em razão disso, foi preso em flagrante. Paulo será julgado perante à Justiça Federal ou Estadual? 
Alisson, residente no Município de Naviraí–MS, cometeu crime de roubo no município de Dourados-MS. A vítima levou a notícia do crime ao delegado do primeiro município, onde foi instaurado o inquérito policial e, posteriormente, oferecida a denúncia. O processo transcorreu regularmente, tendo Alisson constituído advogado para apresentação de defesa. Condenado a cinco anos de reclusão e multa, Alisson apresentou recurso, alegando a incompetência do juízo, uma vez que o foro para o julgamento deveria ser o do local da infração, e não o do domicílio do réu, por ser tratar de crime de ação penal pública e ser conhecido o local da infração. O tribunal, contudo, não deu provimento ao recurso, sob o fundamento de que tal circunstância deveria ter sido questionada antes da sentença. Nesse caso, foi correta a decisão proferida pelo Tribunal? Justifique fundamentadamente.
Com base nos casos práticos assinale a alternativa correta:
‘A’ desfere um tiro em ‘B’ com a finalidade de matá-lo, possuindo ‘B’ a mesma intenção no revide, descabendo para ambos a alegação de legítima defesa. Nesse caso, a decisão merece ser proferida num único processo a vista da ocorrência de:
Conexão intersubjetiva por simultaneidade;
Conexão intersubjetiva por concurso;
Conexão intersubjetiva por reciprocidade (CPP, art. 76, I, parte final).
Conexão objetiva;
Continência.
Pedro, domiciliado em Ferdinópolis, num curto espaço de tempo, furtou, mediante arrombamento, três lojas situadas em São Bernardo do Campo e Diadema (comarcas vizinhas), separadas por quarteirões. As duas primeiras lojas situam-se na primeira cidade, ao passo que a terceira, em Diadema. Quanto a ação criminosa, tem-se por objeto que ultrapassou a esfera de competência de mais de um juízo. Assinale qual seria o competente:
O de São Bernardo do Campo, local do primeiro crime.
O de Diadema, por trata-se de crime continuado e a última infração veio ali a ser praticada.
O de São Bernardo do Campo, tendo em vista que ali foi cometido um maior número de infrações penais (CPP, art. 78, II, b – vide, também, art. 71).
Define-se a competência por prevenção.
Independentemente da cidade, o foro competente é o do domicílio de Pedro.
Jacó veio a ser julgado por tentativa de homicídio, mas o Corpo de Jurados desclassificou o crime para lesões corporais, negando a intenção homicida, e considerou as lesões corporais como leves. Em tal hipótese:
Os próprios jurados devem julgar o réu por lesões corporais leves;
A competência é do Juiz Presidente do Júri, cumprindo-lhe, porém, aguardar a representação do ofendido (CPP, art. 81, caput; e art. 88 da Lei n. 9.099/1995);
A competência é do Juiz Presidente do Júri, cumprindo-lhe, porém, aguardar a queixa do ofendido.
O Juiz Presidente do Júri remeterá os autos ao Juizado Especial Criminal (CPP, art. 81, parágrafo único, apenas se é o juiz quem absolve ou desclassifica, mas na questão falava do Corpo de Jurados);
Pode o Juiz Presidente julgar, desde logo, o delito de lesões corporais leves.
Concomitantemente, diversas pessoas saquearam um estabelecimento comercial, sem se conhecerem umas as outras. Trata-se de:
Continência de ações, em razão do concurso de pessoas;
Conexão intersubjetiva por reciprocidade;
Conexão intersubjetiva por simultaneidade; (CPP, art. 76, I, 1ª parte – também chamada ocasional).
Conexão objetiva;
Conexão intersubjetiva por determinação.
Tenente da Polícia Militar em serviço e usando arma da corporação resolve matar um civil, desafeto seu,com um tiro de escopeta. Acertada de raspão, a vítima fica apenas ferida, porém um transeunte que passava pelo local é atingido na cabeça pelo desvio do mesmo projétil, vindo a falecer. No que tange a competência para o processo e julgamento do oficial miliciano, é correto afirmar:
É competente a Justiça Militar Estadual de primeira instância, pois os crimes são de natureza propriamente militar.
Caberá a Justiça Militar Estadual de primeira instância processar e julgar o tenente apenas pelo crime militar de tentativa de homicídio, cabendo aos familiares da vitima acidental o direito de ingressarem com uma ação cível de reparação de dano material e moral contra o Estado.
O Tribunal do Júri deve julgá-lo não só pela tentativa de homicídio como também pelo homicídio culposo, pois que houve aberratio ictus com resultado duplo caracterizando hipótese de competência pela continência por cumulação objetiva (CPP, art. 78, I).
Apenas o julgamento do homicídio tentado precede ao Júri, enquanto que o culposo será julgado pelo juízo comum monocrático, uma vez que somente os crimes dolosos são de competência do Tribunal popular.
Analise as assertivas e assinale a alternativa CORRETA:
Ocorre conexão intersubjetiva por simultaneidade quando vários agentes cometem crimes, uns contra os outros. Por reciprocidade.
Em caso de crimes continuados ou permanentes, cuja execução se prolonga no tempo, podendo atingir o território de mais de uma jurisdição, a competência será da Justiça Federal.
Compete a Justiça Federal o julgamento de contravenção penal praticada em detrimento de bens, serviços ou interesses da União ou de suas entidades. Estadual
Apenas a assertiva I está incorreta.
Apenas a assertiva II está incorreta.
Apenas a assertiva III está incorreta.
As assertivas II e III estão incorretas.
Todas as assertivas estão incorretas.
� Coutinho, Jacinto de Miranda. Introdução aos princípios gerais do Direito Processual Penal Brasileiro, 1998, p. 7. 
� Tucci, Teoria do Direito Processual Penal, p. 46 e ss.
� Lopes Júnior, Direito Processual Penal, p. 253.
� Coutinho, Introdução aos Princípios Gerais do Direito Processual Penal Brasileiro, p. 8.
� Lopes Júnior, Direito Processual Penal, p. 255.
� Lopes Júnior, Direito Processual Penal, p. 256.
� Coutinho, Introdução aos Princípios Gerais do Direito Processual Penal Brasileiro, p. 15.
� Lopes Júnior, Direito Processual Penal, p. 287-288.
� Lopes Júnior, Direito Processual Penal, p. 253.
� Lopes Júnior, Direito Processual Penal, p. 259.
� Lopes Júnior, Direito Processual Penal, p. 259.
� Duclerc, Curso Básico de Direito Processual Penal, p. 12.
� De Bem, Leonardo Schmitt; Cunha, Mariana Garcia. Direito Penal Eleitoral. 2ª ed. Florianópolis, 2011.
� Lopes Júnior, Direito Processual Penal, p. 274-275.
� Lopes Júnior, Direito Processual Penal, p. 284.
� Lopes Júnior, Direito Processual Penal, p. 284.
� Pacelli, Eugenio; Fischer, Douglas. Comentários ao Código de Processo Penal, p. 161.
� Cebrian, Alexandre; Gonçalves, Victor. Direito Processual Penal Esquematizado, p. 151.
� Cebrian, Alexandre; Gonçalves, Victor. Direito Processual Penal Esquematizado, p. 159.
� Pacelli, Eugenio; Fischer, Douglas. Comentários ao Código de Processo Penal, p. 160.
� Lopes Júnior, Direito Processual Penal, p. 304.
� Lopes Júnior, Direito Processual Penal, p. 305.
� Cebrian, Alexandre; Gonçalves, Victor. Direito Processual Penal Esquematizado, p. 174.
� Pacelli, Eugenio; Fischer, Douglas. Comentários ao Código de Processo Penal, p. 176.
� Lopes Júnior, Direito Processual Penal, p. 305.
� Pacelli, Eugenio; Fischer, Douglas. Comentários ao Código de Processo Penal, p. 176.
� Lopes Júnior, Direito Processual Penal, p. 305.
� Cebrian, Alexandre; Gonçalves, Victor. Direito Processual Penal Esquematizado, p. 175.
� Pacelli, Eugenio; Fischer, Douglas. Comentários ao Código de Processo Penal, p. 176.
� Pacelli, Eugenio; Fischer, Douglas. Comentários ao Código de Processo Penal, p. 177.
� Pacelli, Eugenio; Fischer, Douglas. Comentários ao Código de Processo Penal, p. 181.
� Pacelli, Eugenio; Fischer, Douglas. Comentários ao Código de Processo Penal, p. 180.
� Pacelli, Eugenio; Fischer, Douglas. Comentários ao Código de Processo Penal, p. 181.
� Pacelli, Eugenio; Fischer, Douglas. Comentários ao Código de Processo Penal, p. 183.
� Pacelli, Eugenio; Fischer, Douglas. Comentários ao Código de Processo Penal, p. 182.
� Pacelli, Eugenio; Fischer, Douglas. Comentários ao Código de Processo Penal, p. 184.
� Pacelli, Eugenio; Fischer, Douglas. Comentários ao Código de Processo Penal, p. 184.
� Pacelli, Eugenio; Fischer, Douglas. Comentários ao Código de Processo Penal, p. 184-185.
� Lopes Júnior, Direito Processual Penal, p. 291.
� Lopes Júnior, Direito Processual Penal, p. 292.
� Lopes Júnior, Direito Processual Penal, p. 294.
� Lopes Júnior, Direito Processual Penal, p. 296.
� Lopes Júnior, Direito Processual Penal, p. 302.

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