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FLUIDOS E O. EXPERIMENTAL – EXP. 6: ONDAS SONORAS 1 1.1. Introdução Ondas sonoras são classificadas como ondas mecânicas longitudinais. Elas viajam através de qualquer meio material com velocidade que depende das propriedades do meio. Á medida que se deslocam, as partículas do meio vibram e produzem mudanças na densidade e na pressão ao longo da direção de propagação da onda. Estas mudanças resultam em uma série de regiões de alta-pressão e baixa-pressão. Se a fonte das ondas sonoras vibra senoidalmente, as variações de pressão também são senoidais. Veja Fig. 1. Fig. 1: Representação de onda sonora senoidal se propagando da fonte (alto-falante) até um receptor (ouvido). Pontinhos representam moléculas do ar em regiões de baixa e alta densidade (ou pressão).[1]. Ondas sonoras em um tubo - Quando uma onda sonora se propaga em um tubo cheio de ar ocorre a reflexão nas extremidades do tubo. Estas reflexões ocorrem mesmo se uma extremidade esteja aberta, embora, nesse caso, a reflexão não seja tão completa. Para certos comprimentos de onda das ondas sonoras, a superposição das ondas que se propagam no tubo em sentidos opostos produz uma onda estacionária. Os comprimentos de onda para os quais isso acontece 1 Versão 01/2017. Elaborada por: Tiago Castro correspondem às frequências de ressonância do tubo. A vantagem de produzir ondas estacionárias é que, nessas condições, o ar no interior do tubo passa a oscilar com grande amplitude, movimentando periodicamente o ar ao redor e produzindo assim uma onda sonora audível com a mesma frequência que as oscilações do ar no tubo. A Fig. 2 mostra os três primeiros harmônicos produzidos em um tubo sonoro com uma das extremidades (a da direita) fechada. No desenho dessa figura, o ponto onde as linhas senoidais se cruzam representa um nó, isto é, um local onde a vibração do ar é mínima. Já os pontos onde as linhas estão afastadas ao máximo representa um antinó, ou seja, uma região no tubo onde a vibração do ar é máxima. Fig. 2: Três primeiros harmônicos produzidos em um tubo sonoro com uma das extremidades aberta e a outra extremidade fechada. Em relação aos harmônicos produzidos em um tubo com umas das extremidades fechadas, existe um antinó na extremidade abertae um nó na extremidade fechada. O modo mais simples (harmônico fundamental) é aquele no qual 𝜆 = 4𝐿. EXPERIMENTO 6: ONDAS SONORAS1 FLUIDOS E O. EXPERIMENTAL – EXP. 6: ONDAS SONORAS 2 No segundo modo mais simples, 𝜆 = 4 3 𝐿, e assim por diante. Tubo de Kundt – dispositivo desenvolvido pelo físico alemão August Kundt (1839-1894) para medir a velocidade do som em um meio material. Utiliza- se um tubo transparente, uma fonte acústica de frequência única, bem como algum tipo de pó (talco, cortiça, areia, etc.) para demarcar os nós e antinós das ondas estacionárias produzidas no tubo. 1.2. Objetivo Estudar experimentalmente a propagação de ondas sonoras em um tubo de Kundt. 1.3. Material Fig. 3 – Kit experimental composto de gerador de sinais de áudio, alto-falantes e tubo sonoro. Gerador de sinais de áudio com frequencímetro digital; Alto-falante; Tubo sonoro; Pá com hastes; Pó de cortiça; Decibelímetro; 1.4. Parte I – Ressonância em tubos sonoros fechados 1. Primeiramente, distribua uma pequena quantidade de pó de cortiça no interior do tubo sonoro. O pó deve formar um “cordão” de 2 a 3 mm de espessura (em média), portanto, não exagere na quantidade. Dê um leve giro no tubo para deslocar a fina camada de cortiça, elevando-a um pouco pela parede do tubo. 2. Feche o bocal (oposto ao do alto-falante) utilizando o êmbolo com haste. Com este procedimento, como deve ser classificado o tubo sonoro deste experimento? 3. Ligue o oscilador variável e posicione o alto- falante na frente do tubo sonoro. 4. Ligue o decibelímetro e deixe-o nas proximidades do tubo. Utilize-o para monitorar o nível sonoro do ambiente próximo ao equipamento. ATENÇÃO: a exposição contínua a níveis sonoros superiores a 80 dB pode causar danos auditivos. Além disso, uma exposição curta a intensidades próximas a 120 dB pode também ser prejudicial. PORTANTO, EVITE DEIXAR O GERADOR DE SINAIS DE AUDIO LIDAGO POR MUITO TEMPO! 5. Ajuste a frequência na faixa 1 para um valor entre 280 e 320 Hz, regulando a intensidade do sinal. Varie lentamente a frequência do alto-falante entre esses valores e observe o interior do tubo (principalmente quando o som se tornar mais intenso). O que você observa? 6. Anote na Tab. 1 o valor da frequência em que você observou a ocorrência de um máximo na amplitude da onda estacionária obtida. Uma vez encontrado o máximo, mantenha a frequência fixa. FLUIDOS E O. EXPERIMENTAL – EXP. 6: ONDAS SONORAS 3 7. Desligue a chave auxiliar e, com o auxílio da pá, arrume o pó de forma uniforme. 8. Ligue e desligue a chave auxiliar e observe o padrão formado pelo pó de cortiça dentro do tubo. Fotografe e desenhe o padrão formado em todo o tubo. 9. Localize os nós e os ventres resultantes da onda estacionária que se propagou pelo tubo. 10. Faça um desenho do tubo e trace a envoltória da onda resultante no interior do tubo fechado. 11. Estime o valor do comprimento de onda 𝜆 gerado. Anote também o valor de 𝜆 4 . 12. Relacione o comprimento do tubo 𝐿 com o número de 𝜆 4 . encontrado, de acordo com a expressão: 𝐿 = 𝑛 𝜆 4 . Qual o valor de 𝑛 ? Qual o harmônico observado nesta ressonância do tubo? Lembre-se que 𝑛 deve ser um número inteiro. 13. Proceda de forma semelhante usando o intervalo de frequência 480-520 Hz, encontrando a frequência que gera uma ressonância no tubo com maior intensidade. 14. Desenhe o padrão produzido no pó de cortiça na situação de ressonância. Estime o valor do comprimento de onda 𝜆 e calcule 𝜆 4 . 15. Utilize a expressão 𝐿 = 𝑛 𝜆 4 para obter a ordem do harmônico observado. 16. Repita os procedimentos anteriores para frequências em torno de 700 Hz. Não se esqueça de fotografar e desenhar o padrão observado. Qual a frequência de ressonância? Qual o harmônico observado? Encontre 𝑛. 17. Encontre o próximo harmônico repetindo o procedimento anterior para frequências entre 900 Hz e 1100 Hz. Anote todos os resultados na Tab. 1. 18. Combinando as expressões 𝐿 = 𝑛 𝜆 4 e 𝑣 = 𝜆𝑓 , relacione o comprimento do tubo sonoro fechado 𝐿 com as frequências 𝑓 dos harmônicos possíveis de serem obtidos neste tubo fechado (sons possíveis de entrarem em ressonância com a coluna de ar no seu interior). 19. Com base em seus resultados experimentais, comente sobre a validade das seguintes afirmações: “Um tubo sonoro fechado apresenta, necessariamente, um ventre de velocidade vibratória na extremidade aberta e um nó na extremidade fechada.” “Um tubo sonoro fechado possui uma frequência fundamental (1º harmônico) e pode ter apenas os harmônicos ímpares do comprimento do tubo”. 22. Verifique a validade da expressão geral para a ressonância em tubos fechados: 𝐿 = (2𝑛 + 1) 𝜆 4 com 𝑛 sendo um número inteiro. 1.5. Parte II – Determinação da velocidadede propagação do som. 23. Faça um gráfico de 𝑓 em função de 1 𝜆 para cada uma das frequências de ressonância e os respectivos comprimentos de onda para os quais este fenômeno ocorre. Ou seja, utilize os dados da Tab. 1. 24. Faça um ajuste linear dos dados e obtenha os valores dos coeficientes angular e linear. 25. Qual o valor da velocidade do som no interior do tubo de Kundt? 26. Compare o valor obtido para a velocidade de propagação do som no tubo com o valor esperado FLUIDOS E O. EXPERIMENTAL – EXP. 6: ONDAS SONORAS 4 para a velocidade de propagação do som no ar. Os valores estão próximos? 1.6. Referências: 1. MIDIA COLLEGE. How sound waves works. Disponível em: < http://www.mediacollege.com/audio/01/sound- waves.html >. Acesso em 17 de julho de 2016. 2. L.A.M. Ramos, Livro de atividades experimentais, CIDEPE, 2015. 3. Resnick, R.; Halliday, D.; Walker, J. Fundamentos de física: gravitação, ondas e termodinâmica. 8 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009. Vol 2. FLUIDOS E O. EXPERIMENTAL – EXP. 6: ONDAS SONORAS 5 f (Hz) λ/4 (m) λ (m) n Tab. 1: Dados experimentais.
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