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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO – UFMA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS, SAÚDE E TECNOLOGIA – CCSST DISCIPLINA: FÍSICA EXPERIMENTAL II DOCENTE: DRº PEDRO DE FREITAS FACANHA FILHO DISCENTE: AMANDA ANIELE REIS SILVA 05 DE DEZEMBRO DE 2021 RESSONÂNCIA EM TUBOS SONOROS ABERTOS E FECHADOS IMPERATRIZ - MA 2021 2 AMANDA ANIELLE REIS SILVA RESSONÂNCIA EM TUBOS SONOROS ABERTOS E FECHADOS Relatório apresentado a disciplina de física experimental II, do curso de Engenharia de Alimentos- UFMA ministrada pelo docente Drº Pedro de Freitas Facanha Filho. para obtenção parcial de nota. IMPERATRIZ - MA 2021 3 1. INTRODUÇÃO O som é um tipo de onda longitudinal, ondas que movem-se na mesma direção de oscilação dos corpos que estejam em seu caminho, que se propagam em um meio, o ar, caracterizando assim elas como ondas mecânicas (YOUNG, 2008). Dentre todas as ondas mecânicas na natureza, as ondas sonoras são responsáveis desde uma simples batida ou toque até uma complexa melodia com a mistura de sons em que estamos submetidos diariamente. Esta se trata de uma onda longitudinal, na qual irá se propagar em um meio, geralmente o ar, na mesma direção de suas oscilações (HALLIDAY, 2012). Quando ondas longitudinais (sonoras) se propagam em um fluido no interior de um tubo, elas são refletidas nas extremidades do mesmo modo que as ondas transversais em uma corda. A superposição das ondas que se propagam em sentidos opostos também forma uma onda estacionária. Tal como no caso de uma onda estacionária transversal em uma corda, ondas estacionárias sonoras em um tubo podem ser usadas para criar ondas sonoras no ar circundante. Esse é o princípio operacional da voz humana, bem como de muitos instrumentos musicais, inclusive os de sopro, metais e órgãos de tubos (YOUNG, 2003). Ondas estacionárias em tubos Ondas estacionárias também são formadas quando o ar flui através de tubos sonoros. Quando isso acontece, é possível produzir sons mais intensos. Existem dois tipos de tubos sonoros: tubos abertos e tubos fechados. As ondas sonoras quando se propagarem no tubo de Kundt, para uma melhor visualização, elas vão fazer com que as partículas que tiverem em contato com ela vibrem. Devido serem longitudinais, explicando porque o material que tiver em contato com ela vai vibrar no mesmo sentido da propagação da onda (YOUNG, 2008). Ondas estacionárias em tubos abertos Tubos abertos são aqueles que têm suas duas extremidades abertas. Nesses tubos só são produzidas ondas estacionárias cujos antinós (crista e vale) formam-se nas aberturas do tubo, e os nós, ao longo de seu interior (YOUNG, 2003). Podemos ver na figura abaixo que a onda estacionária longitudinal formada apresenta um ventre nas duas extremidades. O modo mais simples de vibrar corresponde a um nó no ponto central. 4 Podemos ver que a cada novo modo de vibração, surge mais um nó intermediário. A distância entre dois ventres consecutivos é igual a meio comprimento de onda, ou seja, (λ /2), temos que a frequência é dada por f = v/ λ .Na equação, v é a velocidade da onda dentro do tubo. Desta forma, podemos estabelecer que em um tubo aberto, as frequências naturais de vibração são dadas pela seguinte equação: Para N = 1 temos a frequência fundamental, para N = 2 temos o segundo harmônico, para N = 3 temos o terceiro harmônico, e assim por diante. Ondas estacionárias em tubos fechados Os tubos sonoros fechados são aqueles que apresentam uma de suas extremidades fechada. Quando uma onda estacionária é estabelecida em um tubo desse tipo, nós são formados ao longo do tubo, bem como sobre sua extremidade tampada. Já na extremidade aberta, formam-se uma crista e um vale (YOUNG, 2003). A ordem dos harmônicos nos tubos fechados é determinada por um múltiplo inteiro e ímpar (n = 1, 3, 5, 7) de um quarto do comprimento de onda (λ/4). A fórmula usada para calcular o comprimento de onda e a frequência de uma onda estacionária formada em um tubo sonoro fechado de comprimento L é: Figura 1. Ondas estacionárias em tubos sonoros abertos 5 Podemos ver na figura abaixo que na extremidade da embocadura a onda estacionária longitudinal forma apenas um ventre e um nó na extremidade fechada. Nesse tipo de tubo, ou melhor, em todos os modos de vibração, há aumento apenas do número de nós intermediários. Vejamos na figura: De acordo com a figura vemos que a distância entre um ventre e um nó consecutivo equivale a um quarto do comprimento de onda, assim, temos (λ/4). Como a frequência de vibração é dada por f = v/λ, podemos estabelecer que: Em um tubo fechado, as frequências naturais são múltiplos ímpares da relação (v/4L), como se observa na seguinte equação: Para i = 1 temos a frequência fundamental, para i = 3 temos o terceiro harmônico, para i = 5 temos o quinto harmônico, etc. Lembramos que um tubo fechado não emite harmônico de ordem par. Figura 2. Ondas estacionárias em tubos fechados 6 Tubos de Kundt Em 1866, Kundt desenvolveu a montagem hoje conhecida como Tubo de Kundt para medir a velocidade do som nos gases. Kundt utilizou um tubo de vidro com uma pequena quantidade de pó de cortiça e um pistão (constituído por uma haste acoplada a um disco, ambos metálicos). Atritando um pedaço de couro recoberto por resina, Kundt gerou ondas sonoras na haste metálica que, em conjunto com o disco, tornou-se uma fonte sonora. O som gerado, quando em ressonância dentro do tubo, organizou o pó de cortiça em pequenos montes nas posições nodais. Para a busca desses estados de ressonância, Kundt possuía o recurso da variação do comprimento do tubo onde formaram- se os estados de ressonância do som. Esses estados são hoje conhecidos como harmônicos. O tubo de Kundt é um tubo de vidro cilíndrico com comprimento L e raio interno R, que contém ar e serragem fina de cortiça em seu interior. Fazendo um alto-falante vibrar em uma das extremidades do tubo e mantendo a outra extremidade fechada, podemos produzir ondas estacionárias. Existem determinadas frequências sonoras de vibração que se observa ressonância no tubo, vibrações são transmitidas para o pó de cortiça pelo ar que está contido dentro do tubo. A velocidade de propagação do som no interior do tubo de Kundt pode ser calculado conhecendo-se a frequência (f) de ressonância e o comprimento de onda (λ). Deste modo, a velocidade é dada por: v = λ f (HALLIDAY, 2012). Observa-se que, quando ocorrer ressonância, em certas regiões do tubo há acúmulo da cortiça (ventre) e em outras regiões não apresentam vibrações (nó). Quando essas ondas estão confinadas num espaço, num tubo de vidro por exemplo, as reflexões dessas nas extremidades fazem com que existam ondas deslocando-se em direções opostas que acabam se superpondo (YOUNG, 2003). 2. OBJETIVOS • Compreender e descrever os fenômenos de ressonância e formação de Ondas estacionárias em tubos Sonoros abertos e tubos sonoros com uma extremidade fechada; • Medir e/ou determinar os valores dos comprimentos de onda λn, das frequências Fn e dos números harmônicos n, calculados teoricamente e a partir dos valores 7 experimentais do comprimento do Tubo L e da frequência de vibração do oscilador; • Descrever e determinar os modos harmônicos de vibração calculados teoricamente e observados experimentalmente; • Determinar a velocidade do som teórica e prática em função do comprimento de onda λn, da frequência fn, do número harmônico n e de outros parâmetros, tais como, a temperatura ambiente. 3. METODOLOGIA 3.1 Materiais • Oscilador de áudio Landmeier (CIDEPE, ref. EQ. 044.11). •Sistema Acústico Schuller – Mac IV (CIDEPE, ref. EQ. 044). • Alto Falante (CIDEPE, ref. EQ. 044.02). • Pó de cortiça (CIDEPE, ref. EQ. 044.25) 3.2 Procedimentos experimentais Realizou-se o experimento em duas etapas, na primeira, o tubo permaneceu aberto até a cortiça ser espalhada por todo ambiente interno. Regulou-se a frequência no gerador de sinais de áudio e frequencímetro digital, até que se percebesse a formação de ondas estacionárias no seu interior. Os dados da quantidade de ventres e o valor da frequência formado com o experimento foram registrados. Em seguida, aumentou-se o valor da frequência com o propósito de perceber-se a formação de mais ventres, e logo depois, anotou-se os registros obtidos. Enquanto na segunda parte, o experimento consistiu-se em observar a formação de ondas estacionárias dentro de um tubo fechado. Logo pós, repetiu-se o mesmo procedimento realizado com o tubo aberto e em seguida, aumentou-se o valor da frequência, buscando a percepção de mais ventres formados, todos os valores obtidos foram registrados. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO O tubo de Kundt é um equipamento para ensaios acústicos, composto de um tubo de vidro frio que contém ar e serragem fina de cortiça em seu interior. Nele produz-se 8 ondas estacionárias de uma forma longitudinal fazendo um alto-falante vibrar em uma determinada frequência com o auxílio de um gerador de energia. O experimento proporcionou analisar ressonâncias em tubos abertos e fechados a partir de uma determinada frequência utilizada, no qual se formou ventres e nós no pó de cortiça em seu interior. Com os valores das frequências obtidas, calculou-se os valores de comprimento, frequência e velocidade do som teórica de cada onda. Dessa forma, o gerador de ondas e frequência digital mostrou qual seria a frequência ideal para formar a quantidade de ventres necessária. Com o comportamento do pó de cortiça e a frequência observada observou-se os harmônicos formandos. Tabela 1. Número de ventres e frequência no tubo aberto Número de ventres Frequência experimental (Hz) 3 583Hz 4 787Hz 5 968Hz O experimento foi repetido para o tubo fechado conforme a tabela 2: Tabela 2. Número de ventres e frequência experimental no tubo fechado Número de ventres Frequência experimental (Hz) 7 713Hz 9 911Hz Através dos valores das tabelas calculamos o valor da frequência, o comprimento e a velocidade da propagação da onda utilizando as fórmulas a seguir. • Equação de comprimento de onda para o tubo aberto: = 9 • Equação de comprimento de onda para o tubo fechado: • Equação da velocidade de propagação do som: v = λ.f Após encontrar os valores calculados da velocidade de cada frequência, calculou- se a media de cada tubo para encontrarmos a velocidade de propagação média do som. Com o resultado dos cálculos, encontramos o comprimento de onda e da velocidade de propagação do som, assim como sua velocidade média. A tabela abaixo mostra esses valores para o tubo aberto: Tabela 3. Valores da frequência experimental, número de ventres, comprimento da onda, velocidade de propagação da onda e velocidade média da onda para o tubo aberto. Número de ventres Frequência experimental (Hz) Comprimento da onda(m) Velocidade de propagação da onda (m/s) Velocidade média da onda (m/s) 3 583Hz 0,57m 332,31m/s 333,28m/s 4 787Hz 0,43m 338,41m/s 5 968Hz 0,34m 329,12m/s Para o tubo fechado, temos: Tabela 4. Valores da frequência experimental, número de ventres, comprimento da onda, velocidade de propagação da onda e velocidade média da onda para o tubo fechado. Número de ventres Frequência experimental (Hz) Comprimento da onda(m) Velocidade de propagação da onda (m/s) Velocidade média da onda (m/s) 4 713Hz 0,49m 349,37m/s 347,7m/s 9 911Hz 0,38 346,18m/s = 10 Ao observar as duas tabelas é perceptível que a velocidade média do som no tubo aberto foi maior que no tubo fechado, isso se pela pressão externa presente no tubo fechado. Sendo assim o tubo fechado foi o mais perceptível a presença de harmônicos e nós, assim apresentou mais harmônicos que o tubo aberto. Agora que já obtivemos a frequência experimental, precisa-se calcular a frequência teórica para o tubo aberto, pela equação da velocidade de propagação do som em um fluido, sendo assim utilizamos a velocidade do som, λn, fn, e da temperatura ambiente: v = √ B ρ v = 331,45m s x √ T 273,15 v = 350,327m/s A velocidade de propagação será a mesma para ambos os tubos, com descrito nas tabelas abaixo: Tabela 5. Valores da frequência teórica e da velocidade do som a partir da temperatura para o tubo aberto. Número de ventres Frequência teórica do tubo aberto Velocidade de propagação do som a partir da temperatura 3 614,60Hz 350,327m/s 4 814,70Hz 5 1030,35Hz Tabela 6. Valores da frequência teórica e da velocidade do som a partir da temperatura para o tubo fechado. Número de ventres Frequência teórica do tubo aberto Velocidade de propagação do som a partir da temperatura 4 714,05Hz 350,327m/s 9 921,01Hz 11 Com os valores adquiridos através dos cálculos das frequências experimental e teórica para o tubo sonoro aberto e fechado, comparou-se as frequências e gerou-se gráficos para demonstrar os valores, afim de se obter uma melhor compreensão através da visualização de suas possíveis diferenças. Dessa forma, foram feitos os gráficos 1 e 2 que apresentam os valores teóricos correspondente aos descritos na literatura mostrando o valor do número de harmônicos formados em relação a sua frequência. GRÁFICO 1 - TUBO ABERTO: 614,6 818,7 1030,3 583 787 968 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1 2 3 TUBO ABERTO Frequencia teorica Frequencia experimental 12 GRÁFICO 2 - TUBO FECHADO: 5. CONCLUSÃO O objetivo do experimento era, além do entendimento sobre o comportamento de ondas estacionárias em um tubo sonoro fechado e aberto, o cálculo da velocidade 𝑣 de propagação do som, em função do comprimento de onda 𝜆 (e frequência 𝑓) e em função da temperatura ambiente 𝜃 no dia de realização do experimento. Em virtude do experimento proposto, a partir da teoria da ressonância em tubos sonoros abertos e fechados – Tubo de Kundt constatou-se na prática, que quanto maior o comprimento de um ventre maior será sua velocidade em um tubo com extremidade aberta e/ou fechado, pôde notar-se que a diferença mais nítida na ressonância em tubos sonoros abertos e fechados no Tubo de Kundt é o que é formado na extremidade do tubo uma vez que em tubos abertos é formado meio ventre e em tubos fechados é formado um nó. Com a experimentação e devidas análises, foi possível constatar que os dois valores encontrados para velocidade do tubo fechado 𝑣 (350,24 m/s e 347,7 m/s), e para o tubo aberto 𝑣 (350,24 m/s e 333,28 m/s) são extremamente 714 921 713 911 300 400 500 600 700 800 900 1 2 TUBO FECHADO frequencia teorica frequencia experimental 13 próximos,caracterizando resultados satisfatórios.Nota-se que os comprimentos L dos harmônicos são iguais, levando a conclusão de que o comprimento de onda 𝜆, quando produzido por uma frequência conhecida e não alterada, não varia. Observou- se que, em tubos abertos o número de harmônicos são menores que em tubo fechado, assim como a velocidade do som, porém para que se forme os harmônicos em tubo fechado é necessário uma frequência maior. REFERÊNCIAS YOUNG, H. D; FREEDMAN, R. A., “Física II Termodinâmica e Ondas”. 12ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 140- 157 p. 2008. HALLYDAY, D.; RESNICK,R.; WALKER, J. Fundamentos da física, vol. 2: gravitação, ondas e termodinâmica. Rio de Janeiro: LTC, 2012 SÓ FÍSICA. Tubos Sonoros. Disponível em: <https://www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulatoria/Acustica/tubos2.php>. Acesso em: 02 de dezembro. de 2021. YOUNG, H.D. FREEDMAN, R.A. Física II: termodinâmica e ondas; tradução e revisão técnica: Adir Moysés Luiz; colaboradores: T. R. Sandin, A. Lewis Ford. – 10ª ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2003. KUNDT, A. Acoustic Experiments. The London, Edinburgh, and Dublin Philosophical Magazine and journal of Science. Vol. 35 no. 4. UK:Taylor Francis. pp. 41–48. Retrieved 2009-06-25;
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