Buscar

Fichamento Ilhas de Historia


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

SAHLINS, Marshall. A Antropologia da História.
Embate entre duas correntes da historiografia: 
-História das elites centrada na política
-História do povo, da vida das comunidades. circunstâncias práticas das populações subjacentes.
STONE: História construída de baixo pra cima.
Passagem da consciência de elite para uma mais coletiva: polis. Onde os debates ocorriam em espaços públicos e a autoridade circulava entre diversos grupos de cidadãos. homens conscientes da sua história enquanto história humana. 62.
VERNANT: diferentes ordens culturais têm seus modelos próprios de ação, consciência de determinação histórica [...] “cada sociedade tem sua vida própria, sua trajetória própria e sociedades semelhantes são tão comparáveis na sua historicidade (ou modelo de desenvolvimento) quanto em sua estrutura”. 62.
História Heróica presença de um ser divino entre os homens, o que torna o princípio da prática histórica sinônimo de ação divina.
Em “nações heroicas”, o rei/chefe é a condição de possibilidade de existência da comunidade. Tudo acontece graças a ele. Nesse tipo de nação, o desejo do soberano sempre /quase sempre se sobressai ao desejo do coletivo. A história da região/grupo se desdobra enquanto extensão social da pessoa heroica.
Soberania = princípio cósmico de ordem.
ESTRUTURAS SOCIAIS: modelos heroicos X sistema clássico linhagem segmentar.
Linhagem segmentar: reproduz a si mesma de baixo para cima incremento natural de seus grupos e a divisão das linhas ancestrais.
Segmentação heroica: as principais divisões de linhagem acontecem no topo do sistema para baixo. Nas sociedades heroicas, a coesão de seus membros ou de seus subgrupos não se deve tanto à sua similaridade (solidariedade mecânica) ou à sua complementaridade (solidariedade orgânica), mas à sua submissão comum ao poder dominante. 70.
Nessas nações, o Estado é visto apenas como propriedade do governante, não havendo nem mesmo a noção de sociedade.
Através do “eu heroico” — e seus diversos complementos, por exemplo, o parentesco perpétuo — as principais relações da sociedade são ao mesmo tempo projetadas historicamente e incorporadas correntemente nas pessoas de autoridade. 72.
O tempo da sociedade é calculado pelas genealogias dinásticas, isto porque a história coletiva reside nas tradições reais. 
[...] as diversas ordens culturais estudadas pela antropologia têm sua historicidade própria, mesmo as ordens de parentesco [...] Os sistemas elementares de casamento igualmente reproduziram de modo indefinido as relações dos grupos que se entrecasavam. Já os sistemas complexos são definidos de forma negativa, ou seja, por regras que proíbem o casamento entre parentes próximos, introduzem a descontinuidade nas alianças dos grupos e a sua reformulação a cada geração. 77.
Antropologia e História
Os antropólogos elevam-se da estrutura abstrata para a explicação do evento concreto. Historiadores desvalorizam o evento único em favor das recorrentes estruturas subjacentes.
O texto permeado por diversos exemplos de organizações de sociedades, como dos Fiji e Maori, busca refletir sobre as diferentes formas de organização de sociedades e como a História é/pode ser feita em cada caso particular. O que mais chama a atenção é realmente a reflexão do autor sobre Sociedades Heroicas, as quais encontram em um governante o motivo de sua existência, correndo o risco de sofrer grandes consequências caso essa figura seja retirada do cerne da sociedade.
A questão da historiografia está muito marcada na obra, uma vez que, logo no início Marshall já identifica um embate entre historiadores: história vinda de cima X história vinda de baixo.
Portanto, ao longo de seu escrito ele nos lança inúmeros exemplos que contemplam as duas linhas historiográficas. E conclui o texto argumentando que acredita ser possível construir uma antropologia estrutural histórica, o que possibilitaria a descortinação de N temas à História — quais temas, no entanto, o autor não determina.
ANTROPOLOGIA E HISTÓRIA - convergência
 Os historiadores para lidar com o surgimento do mundo mais plural social, com a contra cultura, minorias, ótica feminina de mundo, passaram por um processo de uma nova sensibilização da historiografia, de varias áreas: economia, sociológica, politica, demografia. Essas áreas estavam concentradas em uma visão eurocêntrica do mundo, diante disso a história se aproxima da antropologia, a qual consegue lidar com um mundo não eurocêntrico, devido suas características teórico-metodológicas, surge como um possibilidade de analise dessa possibilidade histórica que aparecia em 68 de forma mais clara, no período de 60 a 90 (o texto é dos anos 80) a antropologia se aproxima da historia com ferramentas, métodos e conceitos, possibilitando os historiadores a trabalhar de forma diferente.
A diferença entre a historia e a antropologia: SECULO XIX: a antropologia surge em meados do XIX como oposição à historia, para entender os povos exóticos que foram sendo descobertos da colonização, enquanto a história ficou responsavel pelo povo civilizado, europeus, e a antropologia pelos povos primitivos. dois saberes, cada um com um mundo. Essa separação dura até meados dos anos 60-90. METODOS: Historia era positivista, metodicas, fontes documentais e eventos, Antropologia se abria nas ciencias sociais, fontes orais, analises levando em conta a sociedade, analise e comparação entre sociedades. diferença epistemologica, os interesses eram diferentes.
BRODEL: um dos preceitos das escola dos Annales era a interdisciplinaridade, e dentro dele a historia se aproximou da demografia, sociologia, economia, geografia, e na segunda geração com o artigo do Brodel, houve a possibilidade para a aproximação com a antropologia. Reconhecimento do papel do estruturalismo, promovido pelo Lévi-Strauss, o Brodel dava o aval para a historia se aproximasse da antropologia, dentro de seus termos, sem querer perder o primado da historiografia dos annales, e por isso propõe a temporalidade, mas reconhece o papel do estruturalismo, como uma base para se renovar a historiografia, o que acontece com a terceira geração dos Annales. Junção na Escola dos Annales as temporalidades do Brodel e o estruturalismo do Lévi-Strauss, a aproximação com a antropologia, ajuda com novas perspectivas de estudos, mas nao abre mão das escolas dos Annales com as suas modalidades. Assim a antropologia beneficia a história.
Os historiadores buscam referencias não só de Lévi-Strauss, que foi uma matriz teórica conceitual dessa aproximação, com a ideia de estruturalismo, mas, também, de Marcel Mauss que escreveu sobre a morte e o dom, adequando o conceito ao trabalho do historiador, e outros antropólogos que também foram matrizes para essa linha de pesquisa histórica, não sendo só referencia bibliográficas e sim influencia conceitual para argumentos, objetos e respostas, ou seja usando as ferramentas antropológicas, sendo uma ruptura significativa na história, visto que acabam se subordinando á antropologia, e deixando de ser hegemônica como Brodel afirmava. "a história sucumbiu a antropologia", sendo uma retrospectiva antropológica. 
Antropologia trás para a história: outras temporalidades, espaço humanizado, novas formas de compreender a estrutura social, femininizar a historiografia.
outras temporalidades: Temporalidade na história: BRODEL, com a curta, media ou longa, que estão inseridas em um processo temporal. Com os estudos antropologicos essa ideia de processo é relativizada pela ideia dos retornos, com os tempos dos rituais ou tempo da tradição, o tempo cíclico. Ou seja além dessas temporalidades do Brodel, deve-se levar em considerações os retornos temporais: feriados, aniversario, ano novo. A temporalidade de Brodel se funde com a temporalidade da cultura.
espaço geográfico humanizado: com os trabalhos Brodelianos, o ser humano vai se perdendo na historiografia da longa duração, por ficar escondido diante as instituições (cristianismo) e locais (meditarrâneo), com a antropologia a história recuperao elemento humano, procurando novos espaços de humanização, e levando em conta os já vistos e não notados.
nova forma de compreender a estrutura social: capacidade ou melhor aproveitamento da dinâmica da sociedade, com a longa duração se perde o dinamismo da sociedade, por ser algo macro. Com a antropologia, nao se deixa de perder de vista os mecanismos de funcionamento e as praticas sociais, pois isso define o desenrolar da historia. 
femininizaçao da historiografia: Os historiadores buscam os homens, pois eles escrevem a documentação, estão vizíveis na sociedade. Ja com a antropologia á uma visão, um olhar ao mundo feminino, e das minorias, excluidos anteriormente da historia, crianças, prisioneiros, escravos. Necessidade da inclusão do papel das minorias que também fazem parte da história.
- Thompson, Hobsbawn, Ginzburg, também trabalham com a antropologia. Os historiadores Marxistas não largam seus métodos mais agregam a antropologia também. A antropologia estava quase unanime na historiografia. -> novo olhar historiográfico, que busca novos elementos da realidade historia, nos níveis inconscientes. Tendo condições então de trabalhar não só com os níveis conscientes e racionais, trabalhando então com as mentalidades, imaginários, ideias. (como por exemplo o Ginzburg no O queijo e os vermes, com o moleiro). Essa história das mentalidades pode ser vista em várias areas, politica, economica etc, porém é mais fácil detectada na cultura.
O TEXTO:
A historiografia europeia sempre tenta definir qual a forma correta de se fazer história, para SAHLINS isso é um problema, pois parar ele cada sociedade produz uma forma própria de fazer história. Ou seja, essa imposição dos historiadores europeus não é eficaz, pois cada povo tem o seu pensamento de tempo e história, tendo assim expectativas diferentes.
ILHAS DE HISTÓRIA, pois cada ilha tem sua concepção, pratica pensamento, objetos próprios.
O sentido e papel da história diante disso é, sendo o autor, ordenada pela cultura, a partir dos significados, das coisas, que pode-se buscar na historia os seus símbolos e representações, ou seja, a partir do valor cultural dos aspectos é que pode-se buscar os elementos da história. ATRAVÉS DE VALORES CULTURAIS QUE BUSCAMOS NA HISTORIA A COMPREENSÃO DESSES ELEMENTOS. E para o autor a ordem cultural também é definida pela história, pois a cultura é um processo de formação, os valores culturais esta em constante mudança, ou seja e constantemente é avaliada pela pratica social ao longo do tempo.
Sahlins então propõe aos historiadores a estrutura da conjuntura: uma relação entre estrutura com o evento. Que enxergamos nos eventos históricos, as estruturas que marcam e possibilitam que eles existam. 
Estrutura: espaço, contexto, caráter próprio / Conjuntura: causas, características, antecedentes
Exemplo: os maoris e o mastro: estrutura: preocupação mitica, representação do mastro na cultura deles, que representava os pilares de sustentação / conjuntura: comercio dos europeus, exploração. Para eles a bandeira levantada não tinha importância, enquanto para os Ingleses era a bandeira que importava, ou seja concepções diferente, os Ingleses separam o presente, passado e futuro, enquanto para os Maoris o mastro representava um mito, a pratica do mito era vivenciado no cotidiano deles ou seja, as três temporalidades estão juntas, eles vivem o presente, passado e futuro ao mesmo tempo.
Visto esse exemplo não tem como enquadrar a historiografia europeia em tudo, não e concebido. Pois deturpa as relações com esses sujeitos, Maoris vivem do tempo do eterno retorno, esta constantemente sendo revivido, recriado, rememorado.
Esse trabalho da estrutura e conjuntura, leva a proposta de Sahlins pra repensar a temporalidade de toda a historiografia, a partir também da convergência com a antropologia, que é o sincrônico e diacrônico. sincronia: ao mesmo tempo / diacronia: dois momentos separados
A história trabalha com a diacronia, passado e presente, respondendo o presente com nossos conhecimentos do passado. A antropologia trabalha com a sincronia, pois a remissão ao passado é feito apenas como prova de um elemento do presente, como Sahlins faz no texto, a antropologia trabalha mais elementos atuais.
Para o autor, a junção desses dois elementos pode-se trabalhar melhor tanto história, quanto antropologia. Não tem a função de passado explicar o presente nem se repetir no presente, e sim deles se complementarem de forma que se conseguimos entender as estruturas de ambos os tempos com as duas analises: sincrônicas e diacrônicas.
exemplo: democracia
diacronismo: ir á republica, estado novo, ditadura militar para explicar como esta agora. (relacionar o presente)
sincronismo: nessas épocas citadas, haviam negros, mulheres e pobres no poder? (como era o papel deles na democracia?)