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Direito Penal Criminologia (Ciência Penal) Política Criminal (Ciência Política) Analisa os fatos humanos indeseja- dos, define quais devem ser rotulados como crime ou contravenção, anunci- ando as penas. Ciência empírica que estuda o crime, o criminoso, a vítima e o comporta- mento da sociedade. Trabalha as estratégias e os meios de controle social da criminalidade. Ocupa-se do crime enquanto norma. Ocupa-se do crime enquanto fato so- cial. Ocupa-se do crime enquanto valor. ex.: define como crime lesão no ambi- ente doméstico e familiar. ex.: quais fatores contribuem para a violência doméstica e familiar ex.: estuda como diminuir a violência doméstica e familiar. Funcionalismo Teleológica ROXIN Funcionalismo Sistêmico JAKOBS Proteger bens jurídicos essenciais Assegurar o ordenamento jurídico Direito de Punir - Momentos Ameaça da pena (pretensão intimida- tória) Aplicação da pena (pretensão puniti- va) Execução da pena (pretensão execu- tória) Intimidar Punir Executar Limitações ao Direito de Punir Limitação Temporal Limitação Espacial Limitação Modal Regra: o Estado tem um período para punir (prescrição). Exceção: crimes imprescritíveis (racis- mo; ação de grupos armados contra a ordem constitucional e o Estado de- mocrático) Regra: territorialidade (aplica-se a lei brasileira nos crimes cometidos no território nacional) Exceção: extraterritorialidade Princípio da dignidade da pessoa hu- mana. Direito penal de emergência Direito penal promocional/político/demagogo Direito penal simbólico Atendendo as demandas de criminali- zação, o Estado cria normas de re- pressão ignorando garantias do cida- dão. O Estado, visando a consecução dos seus objetivos políticos, emprega leis penais desconsiderando o princípio da intervenção mínima. A lei nasce sem qualquer eficácia ju- rídica ou social Finalidade: devolver o sentimento de tranquilidade para a sociedade. Finalidade: usar o direito penal para transformação social Ex: lei dos crimes hediondos – seques- tro do Abílio Diniz (pressão da mídia). Ex: Estado criando contravenção pe- nal de mendicância (revogada) para acabar com os mendigos ao invés de melhorar políticas públicas. Ex.: proibição da marcha da maconha (direito do cidadão da liberdade de expressão); lei da palmada. VELOCIDADES DO DIREITO PENAL 1a V 2a V 3a V 4a V Pena privativa de liberdade Penas alternativas Pena privativa de liberdade Chefes de Estado violando de forma grave tratados internacionais de direitos humanos Procedimento garantista Procedimento flexibilizado Procedimento flexibilizado Ex: CPP Ex: L. 9099 Ex: L. 12850/13 (organizações criminosas) FONTES DO DIREITO PENAL Doutrina clássica Doutrina moderna Imediata: LEI Imediatas: Lei, CF, TIDH, Jurisprudência, Princípios, Atos Administrati- vos Mediatas: Costumes e PGD Mediata: Doutrina Interpretação extensiva Interpretação analógica Analogia Forma de interpretação. Existe norma para o caso concreto. Ampliação do alcance da palavra. Forma de interpretação. Existe norma para o caso concreto. Exemplos seguidos de encerramento genérico. Não é forma de interpretação, mas de integração. Não existe norma para o caso concre- to. Pressupõe lacuna. Parte-se do pressuposto de que não existe uma lei a ser aplicada ao caso concreto, motivo pelo qual é preciso socorrer-se de previsão legal empre- gada à outra situação similar. PRINCÍPIOS 1º Princípios relacionados com a MISSÃO FUNDA- MENTAL DO DIREITO PE- NAL 2º Princípios relacionados com o FATO DO AGENTE 3º Princípios relacionados com o AGENTE DO FATO 4º Princípios relacionados com a PENA 1.1- Princípio da EXCLUSIVA PROTEÇÃO DOS BENS JU- RÍDICOS 2.1- Princípio da EXTERIORI- ZAÇÃO ou MATERIALIZAÇÃO DO FATO 3.1- Princípio da RESPONSA- BILIDADE PESSOAL 4.1- Princípio da DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 1.2- Princípio da INTERVEN- ÇÃO MÍNIMA Princípio da Insignificância 2.2- Princípio da LEGALIDA- DE 3.2- Princípio da RESPONSA- BILIDADE SUBJETIVA Temos doutrina anunciando dois casos de responsabili- dade penal objetiva (auto- rizadas por lei): 1- Embriaguez voluntária 2- Rixa Qualificada 4.2- Princípio da INDIVIDUA- LIZAÇÃO DA PENA 2.3- Princípio da OFENSIVI- DADE / LESIVIDADE 3.3- Princípio da CULPABILI- DADE 4.3- Princípio da PROPORCI- ONALIDADE 3.4- Princípio da ISONOMIA 4.4- Princípio da PESSOALI- DADE 3.5- Princípio da PRESUN- ÇÃO DE INOCÊNCIA 4.5- Princípio da VEDAÇÃO DO “BIS IN IDEM” PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA (“Bagatela”) É um princípio limitador do direito penal. Causa de atipicidade material. Instrumento de interpretação restritiva do Direito Penal. STF: deve ser analisado com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA DE ACORDO COM OS TRIBUNAIS SUPERIORES (STF / STJ): - Requisitos (PROL): 1- Ausência de periculosidade social da ação 2- Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento. 3- Mínima ofensividade da conduta do agente 4- Inexpressividade da lesão jurídica causada. OBSERVAÇÕES SOBRE O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 1- STF e STJ: para aplicação do princípio da insignificância, consideram a capacidade econômica da vítima (STF - RHC 96813; STJ - Resp. 1.224.795). 2- Prevalece no STF e STJ ser incabível o princípio da insignificância para o reincidente, portador de maus antecedentes, ou o criminoso habitual (STF-HC 115707, Segunda Turma, DJe 12/08/2013; STJ - AgRg no AREsp 334272, Quinta Turma, DJe 02/09/2013). 3- Prevalece no STF e no STJ não ser possível o princípio da insignificância no furto qualificado (falta o requisito do redu- zido grau de reprovabilidade do comportamento). 4- STF e STJ não admitem o princípio da insignificância nos crimes contra a fé pública, mais precisamente moeda falsa (STF-HC 105.829). 5- STF admite o princípio da insignificância nos crimes contra a Administração Pública praticados por funcionário públi- co. STJ não admite. No entanto, STF e STJ admitem o princípio da insignificância nos crimes contra a Administração Pú- blica praticados por particulares. 6- Prevalece que STF e STJ não admitem o princípio da insignificância no porte de drogas para uso próprio. 7- STF e STJ não admitem o princípio da insignificância em nenhuma forma de tráfico. 8- STF e STJ têm decisões admitindo o princípio da insignificância nos crimes ambientais (há importante divergência so- bre o assunto). 9- STF/STJ: aplicável a ato infracional. 10- STF: inaplicável no roubo. 11- STF/STJ: aplicável aos crimes tributários. STF (até R$ 20.000,00 mil reais). STJ (até R$ 10.000,00 mil reais) OBS: Os Tribunais Superiores, na análise do princípio da insignificância nos crimes militares, acrescentam um requisito: não periclitar a ordem e a hierarquia. OBS: Há uma corrente que não admite o princípio da insignificância quando o bem jurídico tutelado é metaindividual. Ex.: previdência social, FGTS. Princípio da Bagatela Própria Princípio da Bagatela Imprópria Os fatos já nascem irrelevantes para o Direito Penal. Embora relevante a infração penal praticada, a pena, di- ante do caso concreto, é desnecessária. Princípio da desnecessidade da pena co princípio da irre- levância penal do fato. Causa de atipicidade material. Falta de interesse de punir. OBS: o fato é típico, ilícito e culpável, mas não punível Ex.: subtração de caneta “bic”. Ex.: perdão judicial no homicídio culposo. Princípio da Insignificância Princípio da Adequação Social Limitam o Direito Penal Irrelevância da lesão ao bem jurídico tutelado. Aceitação da conduta pela sociedade. Norma penal em branco Própria/em sentido estrito/Heterogênea Imprópria/em sentido amplo/Homogênea O complemento normativo não emana do legislador, mas simde fonte normativa diversa (p.ex, portaria). O complemento normativo emana do legislador. Lei penal complementada por outra lei (penal ou extrape- nal). Norma penal em branco imprópria Homovitelinea/homóloga Heterovitelinea/heteróloga Lei penal complementada por lei penal Lei penal complementada por lei extrapenal Ex.: peculato – a expressão “funcionário público” é escla- recida pelo art. 327, CP. Ex.: ocultação de impedimento para casamento – a ex- pressão impedimento está no CC. Norma penal em branco Norma penal em branco ao revés/invertida Lei penal: Preceito primário (conteúdo criminoso) – incompleto Preceito secundário (sanção penal) – completo/determi- nado Lei penal: Preceito primário (conteúdo criminoso) – completo/deter- minado Preceito secundário (sanção penal) – incompleto. ex.: genocídio. SUCESSÃO DE LEIS NO TEMPO Tempo da conduta Lei anterior (IR) Retroatividade 1 Fato atípico Fato típico Irretroatividade 2 Fato típico Aumento de pena, p.ex. Irretroatividade 3 Fato típico Supressão de figura crimi- nosa Retroatividade 4 Fato típico Diminuição de pena, p.ex. Retroatividade 5 Fato típico Migra o conteúdo criminoso para outro tipo penal Princípio da continuidade normativo-típica Abolitio criminis Continuidade normativo-típica Supressão da figura criminosa (formal e material) Supressão formal do tipo Conduta não será mais punida (o fato deixa de ser puní- vel) O fato permanece punível. A conduta criminosa apenas migra para outro tipo penal A intenção do legislador é não mais considerar o fato cri- minoso A intenção do legislador é manter o caráter criminoso do fato, mas com outra roupagem NPB - Complemento Não possui natureza excepcional Possui caráter excepcional/temporária Ocorre abolitio na hipótese de sua revogação A norma terá ultra-atividade Territorialidade Extraterritorialidade Intraterritorialidade Local do crime: Brasil Local do crime: estrangeiro Local do crime: Brasil Lei aplicável: brasileira Lei aplicável: brasileira Lei aplicável: estrangeiras Ex: imunidade diplomática (punido de acordo com sua lei) Crime à distância/de espaço máxi- mo Crime em trânsito Crime plurilocal O crime percorre território de 2 paí- ses soberanos. Ex: Brasil e Argentina. O crime percorre território de + de 2 países soberanos. Ex: Brasil, Argentina e Uruguai. O crime percorre 2 ou + territórios do mesmo país. Ex: MA, PI, CE Conflito internacional de jurisdição (a lei de qual país será aplicada?) Conflito internacional de jurisdição (a lei de qual país será aplicada?) Conflito internacional de jurisdição (a lei de qual país será aplicada?) Resolve-se pelo art. 6, CP – teoria da ubiquidade Resolve-se pelo art. 6, CP – teoria da ubiquidade Resolve-se pelo art. 70, CPP – teoria do resultado (lugar em que se consu- mar a infração) Art. 7, I, CP Extraterritorialidade incondicionada a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repúbli- ca; P. Defesa ou Real b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distri- to Federal, de Estado, de Território, de Município, de em- presa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; P. Defesa ou Real c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; P. Defesa ou Real d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domici- liado no Brasil. P. Justiça Universal Art. 7, II, CP Extraterritorialidade condicionada a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a re- primir; P. Justiça Universal b) praticados por brasileiro; P. Nacionalidade Ativa c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em territó- rio estrangeiro e aí não sejam julgados. P. Representa- ção Art. 7, §3°, CP Extraterritorialidade hipercondicionada Crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil. P. Nacionalidade Passiva P. Defesa ou Real se adota a corrente da nacionalida- de passiva só em caso de concidadão. Privilégio Prerrogativa Exceção da lei comum deduzida da situação de superiori- dade das pessoas que a desfrutam Conjunto de precauções que rodeiam a função Subjetivo e anterior à lei Objetiva e deriva da lei Tem essência pessoal Anexo à qualidade do órgão Poder frente a lei Conduto para que a lei se cumpre Aristocracias das ordens sociais Aristocracias das instituições governamentais Conceito Analítico Teoria Tripartite Teoria Bipartite Crime = fato típico + ilicitude + culpabilidade Crime = fato típico + ilicitude * Culpabilidade como pressuposto para aplicação da pena Crime Contravenção Pena: reclusão/detenção Pena: prisão simples/multa Ação penal pública incondicionada, ação penal pública condicionada (representação/requisição), ação penal pri- vada. Ação penal pública incondicionada. Tentativa, em regra, punível. Tentativa não é punível. Admite extraterritorialidade da lei penal Não admite extraterritorialidade. Pode ser julgado pela Justiça Estadual ou Federal. Só é julgado pela Justiça Estadual. Duração da pena não pode ser superior a 30 anos. Duração da pena não pode ser superior a 5 anos. Crime comum Crime próprio Crime de mão própria O tipo não exige qualidade ou condi- ção especial do agente. Admite coautoria e participação. O tipo exige qualidade ou condição especial do agente. Admite coautoria e participação. O tipo exige qualidade ou condição especial do agente. Só admite participação. Chamado delito de conduta infungí- vel. Ex: homicídio Ex: peculato Ex: falso testemunho (STF tem admiti- do coautoria – advogado que orienta e testemunha que mente) Crime de mera conduta Crime formal Crime material Não tem objeto material. Ex: omissão de socorro. Pode ou não ter objeto material. OBS: falso testemunho não tem obje- to material. Todos têm objeto material, pois o re- sultado deve produzir-se sobre uma pessoa ou coisa. Tipicidade penal Tipo penal Operação de ajuste fato/norma. Modelo de conduta proibida. Elementos Objetivos do Tipo Penal Descritivos (Objetivos propriamente dito) Normativos Científicos Relacionados com tempo, lugar, modo, meio de execução do crime, descrevendo seu objeto material Demandam juízo de valor Expressam-se em termos jurídicos, extrajurídicos ou em expressões cul- tuais. O conceito transcende o mero ele- mento normativo, extraindo o seu sig- nificado da ciência natural ATENÇÃO elementos percebidos pe- ATENÇÃO Não são percebidos pelos ATENÇÃO Não demanda juízo de va- los sentidos. Ex.: art. 121, CP – matar alguém. sentidos. Ex: art. 154, CP – revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, ministé- rio, ofício ou profissão, e cuja revela- ção possa produzir dano a outrem. lor. Ex: art. 24, L. 11105/05 – utilizar embrião humano em desacordo com o que dispõe o art. 5° desta lei. Elementos Subjetivos do Tipo Penal Relacionados com a finalidade específica que deve ou não animar o agente. Positivos Negativos Elementos indicando a finalidade que deve animar o agen- te. Elementos indicando a finalidade que não deve animar o agente. Ex: art. 33, §3°, L. 11343/06 – oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem. Elemento positivo: para juntos consumirem (finalidade que deve existir) Ex: art. 33, §3°, L. 11343/06 – oferecer droga, eventual- mente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacio- namento, para juntos a consumirem. Elemento negativo: sem objetivo de lucro (finalidade que não deve existir, sob pena de se transformar em tráfico de drogas). Elementos do Tipo penal Objetivos Subjetivos Descritivos NormativosCientíficos Positivos Negativos Teoria clássica Teoria neokantista Marcada por ideais positivistas Marcada pela superação do positivismo Segue o método empregado pelas ciências naturais Introdução da racionalização do método Direito = ciência do ser Direito = ciência do dever ser (imprescindível a valoriza- ção) Experimentação Valoração CONDUTA TEORIA CAUSALISTA TEORIA NEOKANTISTA O delito estrutura-se sobre movimento corporal que pro- duz modificação no mundo exterior perceptível pelos sen- tidos. Questiona se é possível apreciar toda a realidade com a ajuda do método das ciências naturais. Trabalha com métodos similares aos das ciências exatas. As ciências naturais explicam parcialmente a realidade (só os fenômenos que se repetem). Não explicam os fenômenos individuais (explicados pela ciência da cultura – Direito). Conduta = movimento Conduta = comportamento Não explica os crimes omissivos Abrange crimes omissivos. CONDUTA Teoria causalista Teoria neokantista Teoria finalista Dolo e culpa analisados na culpabili- dade Conduta é ato de vontade sem conte- údo Dolo e culpa analisados na culpabili- dade Conduta é ato de vontade sem conte- údo Dolo e culpa migram para o fato típico Conduta é ato de vontade com conte- údo Teoria funcionalista TELEOLÓGICA Teoria funcionalista SISTÊMICA Roxin Jakobs Proteção de bens jurídicos Proteção do sistema. Conduta: deve considerar a proteção de bens jurídicos Conduta: deve considerar a proteção do sistema FUNCIONALISMO MODERADO FUNCIONALISMO RADICAL Roxin Jakobs Orientações político-criminais. Acolhe valores e princípios garantistas. A pena possui finalidade preventiva (geral e especial). A pena não possui finalidade retributiva. Culpabilidade e necessidade de pena como aspectos da responsabilidade, sendo esta requisito do fato punível, ao lado da tipicidade e da antijuridicidade. Culpabilidade como limite da pena. Orientações acerca das necessidades sistêmicas. O direito é um instrumento de estabilização social. O indivíduo é um centro de imputação e responsabilidade. A violação da norma é considerada socialmente disfuncional porque questiona a violação do sistema e não porque viola o bem jurídico. A pena possui função de prevenção integradora (reafirmação da norma violada, reforçando a confiança e fidelidade ao Direito). Movimento reflexo Ação em curto-circuito Impulso completamente fisiológico, desprovido de vonta- de. Não há conduta. Movimento relâmpago, provocado pela excitação (acom- panhado de vontade). Há conduta. Ex: susto (não há conduta) Ex: excitação de torcida organizada (há conduta) Teoria clássica Teoria finalista Crime: - fato típico - ilicitude - culpabilidade (dolo/culpa) Crime: - fato típico (dolo/culpa: elementos implícitos do tipo) - ilicitude - culpabilidade Dolo Direto Dolo Eventual Vontade na conduta e no resultado Vontade na conduta, mas não vontade no resultado, em- bora assuma o risco de produzi-lo. Considera-se o crime doloso Dolo Teoria Quando o agente quis o resultado Direto Teoria da Vontade Quando o agente assumiu o risco de produzi-lo Eventual Teoria do Consentimento Teoria neokantista Fato típico Ilicitude Culpabilidade Culpa Dolo: a) consciência b) vontade c) consciência atual da ilicitude (ele- mento normativo). Teoria Finalista Fato típico Ilicitude Culpabilidade Culpa Dolo: a) consciência b) vontade Despido de elemento normativo Dolo normativo Dolo natural Adotado pela Teoria Clássica/causal e pela neokantista Adotado pela teoria finalista. Integra a culpabilidade Integra o fato típico Tem três elementos: a) consciência (sabe o que faz) b) vontade (querer ou aceitar) c) consciência atual da ilicitude (sabe da ilicitude do seu comportamento – elemento normativo) Tem dois elementos: a) consciência (sabe o que faz) b) vontade (querer ou aceitar) OBS: a consciência da ilicitude é questão afeta à culpabili- dade Dolo de 1° grau Dolo de 2° grau Corresponde ao(s) resultado(s) que o agente persegue imediatamente Abrange as consequências necessárias, mesmo que não perseguidas pelo agente, porém sabidamente inevitáveis Ex: quero matar meu desafeto, passageiro de um avião, pra tanto, coloco uma bomba no avião - dolo de 1° grau: morte do desafeto - dolo de 2° grau: morte dos demais passageiros/tripulantes (consequências necessárias) Dolo de 2° grau Dolo Eventual Espécie de dolo direto Espécie de dolo indireto Resultado paralelo é certo e inevitável Resultado paralelo é incerto e eventual Ex: abater avião para matar o piloto. A morte dos demais tripulantes configura dolo de 2° grau Ex: atirar contra carro em movimento para matar moto- rista. Com relação aos demais passeiros pode haver dolo eventual, porque a morte dos demais passageiro é incer- ta. Dolo antecedente Dolo concomitante Dolo subsequente Dolo é anterior à conduta Dolo existe no momento da conduta Dolo posterior à conduta OBS: O DP está preocupado com o dolo presente no momento da conduta, não interessando, portanto, o dolo ante- cedente e o subsequente. Dolo Culpa Vontade dirigida à realização de um resultado ilícito Vontade dirigida à realização de um resultado lícito, di- verso daquele que efetivamente se produz. Culpa própria Culpa imprópria Conduta voluntária + resultado involuntário Conduta voluntária + resultado voluntário (punido a títu- lo de culpa por razões de política criminal) Voluntariedade Dolo direto Consciência Vontade Previsão Querer Dolo eventual (FODA-SE) Previsão Aceitar (assume o risco) Culpa consciente (FODEU) Previsão Não tem vontade quanto ao resultado (agente acredita poder evitar) Culpa inconsciente Sem previsão (com previsibilidade) Resultado involuntário. Erro de tipo Erro de proibição (erro sobre a ilicitude) Existe falsa percepção da realidade. O agente percebe a realidade, equivocando-se sobre a re- gra de conduta. O agente não sabe o que faz. O agente sabe o que faz, mas ignora ser proibido. Ex: fulano sai de uma festa com guarda-chuva pensando que é seu, mas logo percebe que era de outra pessoa. Ex: fulano encontra guarda-chuva perdido na rua e se apodera, pois “achado não é roubado”. Erro Inevitável/Invencível/Escusável Erro Evitável/Vencível/Inescusável Exclui o dolo. O erro essencial exclui consciência, elemento do dolo. Dolo é consciência + vontade. Exclui o dolo. O erro essencial exclui consciência, elemento do dolo. Exclui também a culpa. Quando inevitável, não há previsibilidade (elemento da culpa). Permite a punição da culpa, se previsto em lei. Sendo evitável, existe previsibilidade. ERRO SOBRE A PESSOA ERRO NA EXECUÇÃO Erro na representação da vítima pretendida Representa-se corretamente a vítima pretendida. A execução do crime é correta – não há falha operacional A execução do crime é errada- existe falha operacional A pessoa visada não corre perigo (porque foi confundida com outra) A pessoa visada corre perigo. ATENÇÃO: nos dois erros, o agente responde pelo crime considerando as qualidades da vítima virtual (teoria da equi- valência). “ABERRAIO ICTUS” POR ACIDENTE “ABERRAIO ICTUS” POR ERRO NO USO DOS MEIOS DE EXECUÇÃO Não há erro no golpe, mas desvio na execução. Existe erro no golpe. Desvio na execução em razão da inabilidade do agente no uso do instrumento. A vítima visada pode ou não estar no local. A vítima está no local. Ex: A coloca uma bomba no carro de B, para explodir quando acionado. Naquele dia quem ligou o carro foi a esposa de B. Ex: A atira para matar B, mas por inabilidade acaba atin- gindo a esposa de B. OMISSÃO PRÓPRIA OMISSÃO IMPRÓPRIA Comissivo por Omissão Dever de agir (dever genérico) Dever de agir para evitar o resultado (dever jurídico). O deverde agir decorre do tipo O dever de agir decorre de cláusula geral (e não do pró- prio tipo incriminador) Cláusula Geral: art. 13, §2°, CP O agente responde por crime omissivo Presente o dever jurídico de agir e evitar o resultado, o omitente responde por crime comissivo por omissão. Omitente = garante/garantidor Crime material Crime formal Crime de mera conduta Tipo descreve resultado naturalístico (indispensável para consumação) Tipo descreve resultado naturalístico (dispensável para consumação). Se ocorrer o resultado naturalístico é mero exaurimento. O tipo penal não descreve resultado naturalístico CRIME DE PERIGO ABSTRATO CRIME DE PERIGO CONCRETO CRIME DE PERIGO ABSTRATO DE PE- RIGOSIDADE REAL O perigo advindo da conduta é abso- lutamente presumido por lei. Basta o MP comprovar a conduta O perigo advindo da conduta deve ser comprovado. ATENÇÃO:Deve ser demonstrado o risco para a pessoa certa e determina- da O perigo advindo da conduta deve ser comprovado (se aproxima do crime de perigo concreto) Dispensa risco para pessoa certa e determinada (se aproxima do crime de perigo abstrato). ERRO DE TIPO DELITO PUTATIVO O agente não possui vontade de cometer o delito (realiza a tipicidade objetiva sem ter a vontade de realizá-la – não há tipicidade subjetiva). O agente possui vontade de cometer o delito, mas, em face do erro, pratica conduta atípica. Pode ser: Delito putativo por erro de tipo: ocorre erro sobre o elemento do tipo. O agente possui consciência e vontade de cometer o delito, mas, em face de erro acerca dos ele- mentos da figura típica, pratica uma conduta atípica. Delito putativo por erro de proibição (erro de proibi- ção invertido): o agente pratica um fato que entende ser criminoso, mas, como não existe norma de proibição (in- criminadora), pratica uma conduta atípica. Delito putativo por obra do agente provocador: delito de ensaio/delito de experiência – Súmula 145, STF: prepa- ração do flagrante pela polícia torna impossível a consu- mação do delito. “ABERRAIO ICTUS” Art. 73, CP “ABERRAIO CIMINIS” Art. 74, CP São espécies de erro na execução. O agente, apesar do erro, atinge o mesmo bem jurídico (vida), mas de pessoa diversa. O agente, em razão do erro, atinge bem jurídico diverso. O resultado pretendido (ceifar a vida) coincide com o re- sultado produzidor (ceifar a vida). O resultado produzido (ceifar a vida) é diverso do preten- dido (danificar patrimônio). Relação pessoa x pessoa Relação Coisa x pessoa Causalidade Teoria da imputação objetiva Existe causalidade objetiva quando presente o nexo físi- co (mera relação de causa e efeito) A causalidade objetiva precisa analisar: Nexo físico Nexo normativo: a) criação ou incremento de um risco proibido b) realização do risco no resultado c) resultado dentro do alcance do tipo Presente a causalidade objetiva, deve-se analisar dolo e culpa (evitando a responsabilidade penal objetiva) Presentes os nexos físicos e normativos, deve-se analisar dolo e culpa Teoria da causalidade Teoria da imputação objetiva Fulano é causa da fratura do braço de beltrano (nexo físi- co). Fulano se quer é causa do resultado (diminuiu risco já existente). Fulano agiu com dolo Fulano praticou fato típico Fulano não praticou crime, pois agiu em estado de neces- sidade de terceiro Teoria da causalidade Teoria da imputação objetiva Fulano é causa adequada da morte (o erro médico é con- causa relativamente independente superveniente que não por si só causou o resultado). Analisa se o resultado é produto exclusivo do erro médico ou combinação do erro médico e disparo. Fulano responde por homicídio doloso O médico responde por homicídio culposo Teoria da causalidade Teoria da imputação objetiva Fulano é causa adequada da morte (o acidente é concau- sa relativamente independente superveniente que não por si só causou o resultado). OBS: Rogério Greco discorda. Fulano não é causa normativa da morte. A morte de Beltrano por acidente de trânsito não se en- contra dentro do alcance do art. 121 (não é objetivo do art. 121 prevenir mortes causados por acidentes de veícu- lo que não estejam sob domínio direto/indireto do autor do disparo). Fulano responde por homicídio doloso consumado. Fulano responde por homicídio tentado. Causalidade nos crimes omissivos Próprios Impróprios Delito de mera conduta, não existindo relação de causali- dade, basta a simples inação. OBS: tem casos em que a legislação, mesmo na omissão própria, descreve resultado naturalístico – omissão provo- cando resultado (nexo de não impedimento). Delito material com resultado naturalístico. Nexo de não impedimento (liga omissão ao resultado). TIPICIDADE PENAL - Evolução Doutrina Tradicional Fato típico: Conduta Resultado Nexo causal Tipicidade penal = tipicidade formal (ajuste fato-norma) Doutrina Moderna Fato típico: Conduta Resultado Nexo causal Tipicidade penal = tipicidade formal + tipicidade material (relevância da lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado) Conclusão: o princípio da insignificância exclui a tipicidade material do fato, excluindo a tipicidade penal, por conseguinte, o próprio fato típico. FASES DA TIPICIDADE Independência (Beling): não há ligação do fato típico com a ilicitude e com a culpabilidade. Caráter indiciário (“ratio cognoscendi”) da ilicitude (Mayer): ocorrendo o fato típico há um indício de ilicitude, que poderá ser afastada se ocorrer alguma de suas excludentes. Adotada pelo CP. Essência (“ratio essendi”) da ilicitude (Mezger): todas as condutas típicas são ilícitas. Tipicidade e ilicitude não são institutos distintos. Teoria dos elementos negativos do tipo (ilicitude sem autonomia): todas as condutas típicas são ilícitas. No en- tanto, para essa teoria, as causas de exclusão da ilicitude integram a tipicidade. RELAÇÃO ENTRE TIPICIDADE E ILICITUDE TEORIA DA AUTONOMIA TEORIA DA INDICIARIEDADE Fato típico não se relaciona com ilicitude Fato típico desperta indícios de ilicitude (presunção de ili- citude). OBS: Gerando presunção de ilicitude, inverte-se o ônus da prova nas descriminantes. ESTADO DE NECESSIDADE TEORIA DIFERENCIADORA CPM arts. 39 e 45 TEORIA UNITÁRIA CP art. 24, §2° Estado de necessidade justificante Exclui a ilicitude Bem jurídico: vale + ou = (vida) Bem sacrificado: vale – ou + (patrimônio) Estado de necessidade justificante Exclui a ilicitude Bem jurídico: vale + ou = (vida) Bem sacrificado: vale – ou + (patrimônio) Estado de necessidade exculpante Exclui a culpabilidade Bem jurídico: vale - (patrimônio) #E no caso do bem protegido valer menos que o bem sa- crificado? Pode servir como diminuição de pena. Bem sacrificado: vale + (vida) Estado de necessidade Legítima defesa “perigo atual” - não tem destinatário certo “agressão injusta” - tem destinatário certo COMMODUS DISCESSUS Não é requisito da legítima defesa É requisito do estado de necessidade Ataque de animal Ataque não provocado Ataque provocado pelo dono Configura perigo atual. Estado de necessidade. Sendo possível a fuga, a pessoa atacada não deve abater o animal. Configura agressão injusta. Legítima defesa. Mesmo que possível a fuga, a pessoa atacada pode reagir. Estado de necessidade Legítima defesa Conflito entre vários bens jurídicos diante da mesma situ- ação de perigo Ameaça ou ataque a um bem jurídico Pressupõe: perigo + atual + sem destinatário certo Pressupõe: agressão humana + atual/iminente + injusta + com destinatário certo Os interesses em conflito são legítimos Conclusão: cabe estado de necessidade x estado de ne- cessidade Os interesses em conflito são ilegítimos Conclusão: não cabe legítima defesa x legítima defesa Excesso extensivo Doloso (voluntário)Sem erro Responde a título de dolo Com erro de proibição indireto (ex- cesso sem ter o agente a consciência da ilicitude) Inevitável: isenção de pena Evitável: causa de diminuição Involuntário Com erro de tipo (erro sobre a atuali- dade da agressão) Inevitável: exclui dolo e culpa Evitável: exclui dolo, mas não a culpa Excesso intensivo Doloso (voluntário) Sem erro Responde a título de dolo Com erro de proibição indireto (ex- cesso sem ter o agente a consciência da ilicitude) Inevitável: isenção de pena Evitável: causa de diminuição Involuntário Com erro de tipo (erro sobre a gravi- dade da agressão ou sobre o grau de reação) Inevitável: exclui dolo e culpa Evitável: exclui dolo, mas não a culpa OBSERVAÇÕES LD Real x LD Real Não admitida. LD Real não é uma agressão injusta. LD Real x LD Putativa Admitida. LD Putativa é uma agressão injusta. LD Real x Estado de Necessidade Real Não admitida. Estado de necessidade não é agressão injusta, mas ação para proteger bem da vida. LD Putativa x LD Real Possível. LD Putativa x LD Putativa No caso de duas pessoas, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, imaginam-se em situação de agres- são injusta. LD x Ação amparada por causa excludente de culpabi- lidade Possível, pois mesmo não havendo culpabilidade, ocorre um fato típico e ilícito (injusto penal). Estrito cumprimento de dever legal Exercício regular de direito Agentes públicos. OBS: A maioria entende que o particular também pode invocar essa descriminante. Cidadão comum. Ofendículo Defesa mecânica predisposta Visível Oculta Exercício regular de direito Legítima defesa Erro de tipo Erro de proibição Inevitável: exclui dolo e culpa Inevitável: isenta o agente de pena Evitável: pune a culpa se prevista em lei Evitável: diminui a pena CULPABILIDADE: Teoria Psicológica Fato típico Ilicitude Culpabilidade Conduta (ação/omissão) Resultado Nexo causal Tipicidade Excludentes: Estado de necessidade Legítima defesa Exercício regular de direito Estrito cumprimento de dever legal. Causa supralegal: consentimento do ofendido Dolo/culpa Imputabilidade não é elemento cons- titutivo, mas pressuposto para análise da culpabilidade. Fruto do causalismo (teoria mecanicista) – culpabilidade era puramente psicológica. CULPABILIDADE: Teoria Psicológico-normativo Fato típico Ilicitude Culpabilidade Conduta (ação/omissão) Resultado Nexo causal Tipicidade Excludentes: Estado de necessidade Legítima defesa Exercício regular de direito Estrito cumprimento de dever legal. Causa supralegal: consentimento do ofendido Elemento psicológico/volitivo: Dolo / culpa. Elemento normativo: Imputabilidade (deixa de ser mero pressuposto da culpabilidade e passa a ser elemento constitutivo). Exigibilidade de conduta diversa. Não rompe com o causalismo, mas é influenciada pelo neokantismo. TEORIA NORMATIVA PURA Fato típico Ilicitude Culpabilidade Conduta (ação/omissão): destinada a uma finalidade (dolo/culpa) Resultado Nexo causal Tipicidade Excludentes: Estado de necessidade Legítima defesa Exercício regular de direito Estrito cumprimento de dever legal. Causa supralegal: consentimento do ofendido Imputabilidade Exigibilidade de conduta diversa Potencial consciência da ilicitude Rompe com o causalismo. É a teoria da culpabilidade para o finalismo. Retira dolo/culpa da culpabilidade, alo- cando-os no fato típico. Crítica: não é possível aferir na prática o poder de agir de outro modo CULPABILIDADE Teoria psicológica Teoria psicológico-normativa Teoria normativa ou normativa pura Franz Von Liszt/Beling Mezger Welzel Dolo/culpa Dolo/culpa Imputabilidade Exigibilidade de conduta diversa Imputabilidade Exigibilidade de conduta diversa Potencial consciência da ilicitude Embriaguez não acidental Embriaguez acidental (involuntária) Voluntária (dolosa) ou culposa. Não isenta nem diminui a pena. Completa – isenta. Incompleta – diminui a pena. Embriaguez fortuita Completa Incompleta Exclui a culpabilidade O agente responde, mas com pena diminuída Coação Moral Irresistível Coação Física Irresistível Existe possibilidade de escolha (vontade viciada) Não existe direito de escolha (não há vontade) Exclui culpabilidade – inexigibilidade de conduta diversa Torna o fato atípico – exclui a conduta humana penalmente relevante Coação Moral Irresistível O fato é típico e ilícito, mas em relação ao coagido ex- clui-se a culpabilidade em virtude da ausência de exigibili- dade de conduta diversa. O coator responde pelo crime praticado pelo coagido, com a pena agravada, bem como por constrangimento ilegal ou tortura, dependendo do caso. Coação Resistível O fato é típico e ilícito e o agente (coagido) culpável. Na fi- xação da pena, deverá o juiz reconhecer uma circunstân- cia atenuante. O coator, por sua vez, responde pelo crime praticado pelo coagido, com a pena agravada. Coação Física Irresistível Não há conduta por parte do coagido em virtude de au- sência de voluntariedade. Assim, o coagido sequer prati- cou um crime. O coator responde pelo seu próprio crime. É a chamada de vis absoluta ou vis corporalis. Ausência de Consciência da ilicitude Potencial consciência da ilicitude Circunstância atenuante Erro de proibição (exclui culpabilidade) Erro de tipo Erro de proibição Erro sobre uma circunstância fática, que constitui elemen- tar do tipo. Não tem consciência que realiza os elementos objetivos do tipo. Exclui o dolo da conduta, permitindo a condenação a títu- lo de culpa, se previsto na lei a proibição da conduta cul- posa. Ex: carregar droga não sabendo que era droga. Erro sobre a proibição da conduta. Possui a consciência do fato, mas não da ilicitude deste fato. O erro de proibição inevitável exclui a potencial consciên- cia da ilicitude. EP Inevitável/Invencível/Escusável – isenta de pena (exclui culpa). EP Evitável/ Vencível/Inescusável - ↓ 1/3 a 2/3. Consumação Tentativa Subjetivamente e objetivamente é completa Subjetivamente é completa e objetivamente é incompleta Regra: Teoria objetiva (pune-se a tentativa com a pena da consumação reduzida de 1/3 a 2/3). Exceção: Teoria subjetiva (pune-se a tentativa com a mesma pena da consumação – sem redução). São os cri- mes de atentado ou empreendimento. NÃO ADMITEM TENTATIVA Crime culposo Crime preterdoloso Crime unissubsistente Contravenção penal Crime de atentado Crimes habituais Crime condicionado ao implemento de um resultado Crimes omissivos próprios Tentativa simples Tentativa qualificada Art. 14, II, CP Art. 15, CP O agente inicia a execução O agente inicia a execução O resultado não ocorre por circunstâncias alheias à von- tade do agente O resultado não ocorre por circunstâncias inerentes à vontade do agente (o agente abandona o seu intento) Norma de extensão Causa de extinção da punibilidade Tentativa simples Desistência Voluntária Art. 14, II, CP Art. 15, CP Início a execução Início a execução O resultado não ocorre por circunstâncias alheias à von- tade do agente O resultado não ocorre por circunstâncias inerentes à vontade do agente Pune o crime tentado com pena diminuída (regra) Extingue a punibilidade da tentativa, punindo o agente pelos atos já praticados O agente quer prosseguir, mas não pode O agente pode prosseguir, mas não quer Desistência Voluntária Arrependimento Eficaz Art. 15, 1a parte, CP Art. 15, 2a parte, CP Espécies de tentativa qualificada/abandonada Exige voluntariedade Exige voluntariedade + eficácia O agente abandona o dolo antes de esgotar os atos exe- cutórios O agente abandona o dolo após esgotar os atos executó- rios, impedindo a consumação O crime não se consumapor circunstâncias inerentes à vontade do agente. Extingue-se a punibilidade da tentativa, punindo-se o agente pelos atos já praticados. Incompatíveis com os crimes culposos. Fase de execução Consequência Tentativa imperfeita (inacabada) Interrompida por ato involuntário Causa de diminuição de pena Desistência voluntária Interrompida por ato voluntário Responde pelos atos anteriormente praticados Tentativa perfeita (acabada) Fase de execução não é interrompida e se esgota. A consumação não ocor- re por circunstâncias alheias à vonta- de do agente Causa de diminuição de pena Arrependimento eficaz Fase de execução não é interrompida e se esgota. A consumação não ocor- re por ato voluntário do agente Responde pelos atos praticados ante- riormente Concurso de agentes Autoria colateral ou incerta Pluralidade de agentes e de conduta Pluralidade de agentes e de conduta Relevância causal das condutas Relevância causal das condutas Liame subjetivo entre os agentes Não há liame subjetivo entre os agentes. Autoria Teoria Objetivo Formal Teoria Objetivo Material Autor: realiza o núcleo do tipo. Executa, total ou parcialmente, a conduta que realiza o tipo. Autor: contribui de forma mais efetiva para a concorrên- cia do resultado (sem necessariamente praticar o núcleo do tipo) Partícipe: concorre sem realizar o núcleo do tipo. Coautoria: conjuntamente realizam o núcleo do tipo – princípio da imputação recíproca. Partícipe: concorre de forma menos relevante Concepção majoritariamente adotada. OBS: não explica as questões que envolvem a autoria me- diata. Teoria Objetiva Teoria do Domínio do Fato Autor = executor do crime Autor não necessariamente é o executor do crime Autor mediato Partícipe Sua conduta é principal Sua conduta é acessória Detêm o domínio do fato Não detêm o domínio do fato Ambos não realizam o núcleo do tipo Autor mediato Autor intelectual Vale-se de pessoa sem consciência, vontade ou culpabili- dade para executar o crime planejado. Planeja o crime para ser executado por outros (com cons- ciência, vontade e culpabilidade). ESPÉCIES DE PRESCRIÇÃO Prescrição da Pretensão Punitiva Prescrição da Pretensão Executória Perda do direito de punir Perda do direito de executar a punição já imposta Ocorre antes do trânsito em julgado Impede qualquer efeito de eventual condenação (efeitos penais e extrapenais). Ocorre após o trânsito em julgado Impede somente a execução da pena – efeito principal (os demais efeitos permanecem – penais e extrapenais) Divide-se em 4 espécies: a) Em abstrato (PPPA) b) Retroativa (PPPR) c) Superveniente (PPPS) d) Virtual (PPPV) Prescrição Pena 20 anos >12a 16 anos >8a < 12a 12 anos >4a < 8a 8 anos >2a < 4a 4 anos ≥1a < 2a 3 anos <1a NA BUSCA DA PENA MÁXIMA EM ABSTRATO (c.c. art. 109 CP) Leva-se em consideração Não se leva em consideração Qualificadora Circunstância judiciais (art. 59, CP) Ex: no homicídio qualificado – pena máxima 30 anos. o valor de uma circunstância judicial não tem previsão le- gal. OBS: reincidência não influi no prazo de PPP (Súmula. 220 STF). Causas de aumenta e diminuição ATENÇÃO: tratando-se de aumento ou diminuição variá- vel (p.ex: 1/3 a 2/3), considerar o maior aumento e a me- nor diminuição OBS: tentativa é uma causa de diminuição de pena (1/3 a 2/3). Agravante e atenuante ATENÇÃO: a atenuante da menoridade e da senilidade reduz o prazo prescricional pela metade (art. 115, CP) Concurso de crimes (art. 119,CP) Súmula 497, STF. Quando o crime se considera praticado Quando se inicia o prazo prescricional Da data da conduta. Art. 4°, CP: teoria da atividade. Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do re- sultado. Da data da consumação. Art. 111, CP: teoria do resultado. Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: I - do dia em que o crime se consumou; PPPA PPPR/PPPS PPE Pena máxima em abstrato Pena em concreto Trânsito em julgado para a condenação Pena em concreto Trânsito em julgado para as duas partes. PPP PPE Ocorre antes do trânsito em julgado para ambas as par- tes Pressupõe condenação para ambas as partes Rescinde eventual condenação Não rescinde eventual condenação Impede qualquer efeito (penais e extrapenais) Extingue a pena, mas permanece os demais efeitos (pe- nais e extrapenais) FUNÇÕES DA PENA Prevenção Geral Especial Visa a Sociedade Visa o Delinquente Positiva/Integradora/Esta- bilizadora Negativa Positiva Negativa A pena tem como objetivo demonstrar a vigência da lei A pena atua como coação psicológica da sociedade (intimidação) Busca a ressocialização. Reintegrar o condenado no meio social. Inibir a reincidência Sistema das penas relativamente indeterminadas Sistema das penas fixas As penas são estabelecidas com mínimo e máximo. Esse sistema, adotado no Brasil, autoriza a individualiza- ção da pena. As penas são estabelecidas em patamar único. Não permite o magistrado individualizar pena. Dupla face do princípio da proporcionalidade (Lenio Streck) 1a Face 2a Face Evitar o excesso Evitar a insuficiência da intervenção do Estado (evitar proteção deficiente) Impedir a hipertrofia da punição Imperativo de tutela Garantismo negativo (Ferrajoli) Garantismo positivo (Ferrajoli) Garantia do indivíduo contra o Estado Garantia do indivíduo em ver o Estado protegendo bens jurídicos com eficiência PRINCÍPIO DA BAGATELA/INSIGNIFICÂNCIA P. Bagatela Própria P. Bagatela Própria O fato já nasce irrelevante para o direito penal. Causa de atipicidade material (exclui o desvalor da condu- ta). Ex: subtração de uma caneta “Bic”. Embora relevante o fato praticado (ex: homicídio culposo), a pena, diante do caso concreto, é desnecessá- ria. Falta de interesse de punir. Ex: perdão judicial. CF/88 Estatuto de Roma Proíbe pena de caráter perpétuo. Prevê pena de caráter perpétuo Art.70, b: Pena de prisão perpétua, se o elevado grau de ilicitude do fato e as condições pessoais do condenado o justificarem. Deve ser lembrado que o Estatuto de Roma não admite ressalvas feitas pelos países signatários. Entende a maioria, que o conflito entre a CF e o Estatuto de Roma é apenas aparente. A CF/88 quando prevê a vedação da pena de cará- ter perpétuo, está direcionando o seu comendo apenas para o legislador interno, não alcançando os legisladores es- trangeiros ou internacionais. Reclusão Detenção Prisão simples Nota Crimes mais graves Crimes menos graves Contravenções penais (art. 5° e 6° LCP) Regime inicial de cumpri- mento de pena Fechado Semiaberto Aberto Semiaberto Aberto Semiaberto Aberto Efeitos extrapenais da condenação Pode gerar incapacidade para o exercício do poder familiar (art. 92, II, CP) Não gera incapacidade para o exercício do poder famili- ar Não sofre qualquer efeito extrapenal previsto no CP (só para crimes) Interceptação telefônica como meio de prova Admite Não admite STF: admite quando conexo com crime punido com re- clusão Não admite Reincidência - Espécies Ficta/Presumida Real Para ser considerado reincidente basta a prática de novo crime, depois de sentença penal condenatória com trânsi- to em julgado, mesmo não tendo o réu cumprido a pena do crime anterior. Adotado pelo CP. Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime depois de ter cumprido pena pelo delito anterior. Reincidência Crime Contravenção “Art. 63 C.P. - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sen- tença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.” “Art. 7º LCP. - Verifica-se a reincidência quando oagente pratica uma contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estran- geiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção.” Crime-crime Crime-contravenção Contravenção-contravenção SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA DEFINITIVA NOVA INFRAÇÃO PENAL CONSEQUÊNCIA Crime (Brasil ou estrangeiro) Crime Reincidente (art. 63, CP) Crime (Brasil ou estrangeiro) Contravenção Reincidente (art. 7, LCP) Contravenção Penal (Brasil) Contravenção Reincidente (art. 7, LCP) Contravenção Penal (Brasil) Crime Maus antecedentes Contravenção Penal (estrangeiro) Contravenção Penal (Brasil) Maus antecedentes Condenação definitiva Novo crime PPL Caracteriza reincidência PRD Caracteriza reincidência Multa ??? De acordo com a maioria, multa é apta a gerar reincidên- cia Condenação definitiva Causa extintiva antes Causa extintiva antes Não gera reincidência (impede o trânsito em julgado). Ex: prescrição da pretensão punitiva. Gera reincidência. Ex: prescrição da pretensão executória. Exceções: Anistia e Abolitio Criminis (apagam os efeitos penais da condenação). Reincidência Sistema da temporariedade Antecedentes Sistema da perpetuidade Crime anterior Crime posterior Reincidência Fundamento Militar próprio Comum Não Art. 64, II, CP Militar impróprio Comum Sim Art. 64, II, CP Militar próprio Militar próprio Sim Art. 71, CPMilitar Tabela da preponderância Tradicionalmente Posição atual do STJ 1ª Atenuantes da MENORIDADE/SENILIDADE (maior de 70 anos na data da sentença) 2ª Agravante da REINCIDÊNCIA 3ª ATENUANTES/AGRAVANTES SUBJETIVAS 4ª ATENUANTES/AGRAVANTES OBJETIVAS 1ª Atenuantes da MENORIDADE/SENILIDADE (maior de 70 anos na data da sentença) 2ª Agravante da REINCIDÊNCIA/ATENUANTE DA CONFIS- SÃO ESPONTÂNEA (STJ) 3ª ATENUANTES/AGRAVANTES SUBJETIVAS 4ª ATENUANTES/AGRAVANTES OBJETIVAS Agravantes e atenuantes Causas de aumento e de Diminuição São consideradas na 2a fase do cálculo da pena. São consideradas na 3a fase do cálculo da pena. Localizadas, em regra, na Parte Geral do CP. legislação ex- travagante também pode prevê. Localizadas na Parte Geral e na Parte Especial do CP, bem como na legislação extravagante. Não há previsão legal do quantum de aumento ou dimi- nuição (fica a critério do juiz). Existe previsão legal do quantum. Agravante e atenuante devem respeitar os limites mínimo e máximo previsto em lei. As causas de aumento e de diminuição de pena podem extrapolar os limites previstos no preceito secundário. Causas de aumento Qualificadora Majora a pena intermediária Qualifica o delito, substituindo os limites mínimo e máxi- mo previstos no preceito secundário. Considerada na 3a fase da aplicação da pena. Serve como ponto de partida para a fixação da pena- base. Concurso entre causa de aumento e de diminuição Duas causa de aumento genéricas Aplicadas isoladamente Duas causa de diminuição genéricas Aplicadas cumulativamente Causas de aumento e causa de diminuição (ambas ge- néricas) Aplicadas cumulativamente: 1° aumenta 2° diminui Duas causas de aumento específicas Juiz limita-se a um só aumento, prevalecendo a que mais aumenta Duas causas de diminuição específicas Juiz limita-se a uma só diminuição, prevalecendo a que mais diminua Causas de aumento e causa de diminuição (ambas es- pecíficas) Aplicadas cumulativamente: 1° aumenta 2° diminui Causa de aumento genérica e específica Aplica, isoladamente, os dois aumentos Causa de diminuição genérica e específica Aplica, cumulativamente, as duas diminuições Pena > 8 anos O condenado a pena de reclusão, reincidente ou não, e independentemente das circunstâncias judiciais, deverá começar a cumpri-la em regime fechado. O condenado a pena de detenção, reincidente ou não, iniciará no regime semiaberto. Pena > 4 anos < 8 anos O condenado a pena de reclusão não reincidente pode- rá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto. Mas o juiz, analisando as circunstâncias judiciais, poderá fixar o regime fechado, desde haja motivação idônea. OBS: não constitui motivação idônea a mera opinião do juiz sobre a gravidade em abstrato do crime. O condenado a pena de reclusão e reincidente deverá cumpri-la em regime fechado O condenado a pena de detenção, reincidente ou não, deverá cumpri-la em regime semiaberto. Pena ≤ 4 anos O condenado a pena de reclusão ou detenção e não reincidente poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. Súmula 719, STF: poderá ser fixado regime mais severo, desde que haja motivação idônea. O condenado a pena de reclusão e reincidente cumpri- rá em regime fechado. Segundo a jurisprudência, poderá iniciar no semiaberto, dependendo das circunstâncias ju- diciais. Súmula 269, STF: é admissível a adoção do regime prisio- nal semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a 4 anos se favoráveis as circunstâncias judici- ais. O condenado a pena de detenção e reincidente cumpri- rá em regime semiaberto. Regime aberto domiciliar “regime domiciliar” Recolhimento em residência particular, em substituição à casa de albergado, ao beneficiário de regime aberto. Também quando não houver vaga na casa de albergado. Prisão domiciliar (medida cautelar) Consiste no recolhimento da pessoa “presa provisoria- mente” em sua residência, só podendo dela se ausentar com autorização judicial. Recolhimento domiciliar (medida cautelar) É uma medida cautelar diversa da prisão, consistente no recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos. PRISÃO DOMICILIAR - CPP REGIME DOMICILAR - LEP Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: I - maior de 80 (oitenta) anos; II - extremamente debilitado por motivo de doença grave; III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; IV - gestante; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo. Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular quando se tratar de: I - condenado maior de 70 (setenta) anos; II - condenado acometido de doença grave; III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; IV - condenada gestante. Restritivas de direitos e multa “Sursis” e livramento condicional Espécies de pena alternativa. Espécies de medida alternativa. Substituem a pena PPL de curta duração. Mantém a pena, mas modificam a sua execução, evitando a prisão. REGIME FECHADO Local de cumprimento: penitenciária Trabalho interno: o condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o repouso notur- no. O trabalho será em comum dentro do estabelecimen- to, na conformidade das aptidões ou ocupações anterio- res do condenado, desde que compatíveis com a execu- ção da pena. Trabalho externo: admissível em serviços ou obras reali- zadas por órgãos da AD/AI, ou entidades privadas. REGIME SEMIABERTO Local de cumprimento: colônia agrícola, industrial ou si- milar. Trabalho: trabalho em comum durante o período diurno. O trabalho externo é admissível, bem como a frequência a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução de 2° grau ou superior. STJ - é desnecessário o cumprimento mínimo da pena, de 1/6, para a concessão do benefício do trabalho externo ao condenadoa cumprir a reprimenda no regime semiaber- to, desde que satisfeitos os demais requisitos necessá- rios, de natureza subjetiva. Monitoração eletrônica e saída temporária: I - visita à família; II - frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução; III - participação em atividades que concorram para o re- torno ao convívio social. A ausência de vigilância direta não impede a utilização de equipamento de monitoração eletrônica pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução. OBS: não há previsão legal para monitoração eletrônica no regime aberto, nas PRD, no livramento condicional e na suspensão condicional da pena. REGIME ABERTO Local de cumprimento: casa de albergado. Fundamento: baseia-se na autodisciplina e senso de res- ponsabilidade. Trabalho externo: O condenado deverá, fora do estabe- lecimento e sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo reco- lhido durante o período noturno e nos dias de folga. Súmula 493, STJ: É inadmissível a fixação de pena substi- tutiva (art. 44 do CP) como condição especial ao regime aberto. Regressão: O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente aplicada. Pena de multa Mínimo 10 máximo - 360 dias multas Valor do dia-multa: não inferior a 1/30 do salário-mínimo nem superior a 5x. A multa pode ser aumentada até o TRIPLO Multa máxima que pode ser aplicada: 360 x 5 x 3 x salário-mínimo Multa mínima 10 x 1/30 Prestação pecuniária Multa Espécies de pena alternativa Destinação: a) Vítima b) Seus dependentes (não sucessores) c) Entidade com destinação social Destinação: Fundo penitenciário Consiste no pagamento de 1 a 360 salários-mínimos Pagamento de 10 a 360 dias multa 1 dia multa = 1/30 a 5 sm O valor pago pode ser abatido de eventual condenação cí- vel (se coincidentes os beneficiários) O valor não pode ser abatido de eventual condenação cí- vel Seu descumprimento fera conversão em PPL O descumprimento não gera conversão – será executada como dívida de valor SISTEMAS DO SURSIS FRANCO BELGA ANGLO-AMERICANO Probation System PROBATION OF FIRST OFFENDERS ACTF O réu é processado O réu é processado O réu é processado É reconhecido culpado É reconhecido culpado Existe condenação Suspende-se a execução da pena Suspende-se o processo evitando a imposição da pena Suspende-se o processo sem o reco- nhecimento da culpa OBS: Foi adotado pelo Brasil para dis- ciplinar o “sursis” (art. 77, CP). OBS: Não tem previsão legal no nosso país. OBS: Adotado pelo Brasil para discipli- nar a suspensão condicional do pro- cesso (art. 89, lei 9099/95). SURSIS SIMPLES SURSIS ESPECIAL Art. 77 c/c 78, §1° CP Art. 77 c/c 78, §2° CP Pena imposta: Não superior a 2 anos Período de prova: 2 a 4 anos Reparação do dano ou comprovada impossibilidade 1° ano: Prestação de serviços à comunidade Limitação de fim de semana OBS: a sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do agente (art. 79). 1° ano (restrições menos drásticas): Proibição de frequentar determinados lugares Proibição de ausentar-se da comarca Comparecimento mensal em juízo Requisitos: Condenado não reincidente em crime doloso Circunstâncias judiciais favoráveis (suficiência da medida) Não indicada ou cabível PRD (“sursis é subsidiário”) SURSIS ETÁRIO SURSIS HUMANITÁRIO Art. 77 §2° (1a parte) CP Art. 77 §2° (2a parte) CP Pena imposta: Não superior a 4 anos Período de prova: 4 a 6 anos Condenado maior de 70 anos (não importa sua saúde) Razões de saúde (não importa a idade) – doença cujo tra- tamento fica comprometido no sistema prisional. 1° ano: - Art. 78, §1°,CP: se não repara o dano (Prestação de servi- ços à comunidade; Limitação de fim de semana) - Art. 78, §2°,CP: se repara o dano (Proibição de frequen- tar determinados lugares; Proibição de ausentar-se da co- marca; Comparecimento mensal em juízo) 1° ano: - Art. 78, §1°,CP: se não repara o dano (Prestação de servi- ços à comunidade; Limitação de fim de semana) - Art. 78, §2°,CP: se repara o dano (Proibição de frequen- tar determinados lugares; Proibição de ausentar-se da co- marca; Comparecimento mensal em juízo) Requisitos: Condenado não reincidente em crime doloso Circunstâncias judiciais favoráveis Não indicada ou cabível PRD (“sursis é subsidiário”) Período de Prova Condenação Consequência Crime doloso + PPL/PRD Revogação obrigatória (art. 81, I, CP) Crime doloso + multa Lei: Revogação obrigatória Rogério Greco: não revoga Crime culposo + PPL/PRD Revogação facultativa (art. 81, §1°, CP) Crime culposo + multa Não revoga Contravenção penal + PPL/PRD Revogação facultativa (art. 81, §1°, CP) Contravenção penal + multa Não revoga NÃO CONFUNDIR REVOGAÇÃO COM CASSAÇÃO DO SURSIS. Revogação obrigatória Revogação facultativa Cassação Art. 81, I, II, III, CP Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz. § 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter- se à limitação de fim de semana (art. 48) Art. 81, §1°, CP Art. 81, § 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por cri- me culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restriti- va de direitos. 1. Não comparecimento do beneficiá- rio na audiência que marca o início do benefício (audiência admonitória). 2. Provimento de recurso contra a concessão do benefício 3. Condenado recursa as condições Pressupõe início do período de prova Impede o início do período de prova SURSIS (SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA) PPP não superior a 2 anos (pena concretamente aplicada). Não reincidente em crime doloso. Culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstân- cias autorizem a concessão do benefício. Quando não cabível substituição por PRD. Condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício. A suspensão não se estende às PRD e à multa. Revogação obrigatória: Condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso (se for processado por outro crime, prorroga-se o benefício até o julgamento definitivo); Frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; Descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código (no primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar servi- ços à comunidade ou se submeter à limitação de fim de semana). Revogação facultativa: Condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a PPL ou PRD. Sursis etário: Condenado maior de 70 anos. PPL não superior a 4 anos. Suspensão por 4 a 6 anos. LIVRAMENTO CONDICIONAL É uma forma de antecipação da liberdade do condenado antes do término do cumprimento da pena. Denomina-se período de prova o tempo em que o condenado fica liberado (restante da pena). Durante esse período, o condenado deverá observar certas condições. No sursis o condenado não inicia o cumprimento da pena, ao passo queno livramento condicional o condenado co- meça a cumprir a pena e poderá obter a sua liberdade no curso da execução. REQUISITOS OBJETIVOS - A PPL fixada na sentença deve ser igual ou superior a 2 anos. As penas que correspondem a infrações diversas de- vem se somar para efeito do livramento. - Cumprimento de mais de 1/3 da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons anteceden- tes. - Cumprimento de mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso. - Cumprimento de mais de 2/3 da pena nos casso de condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilíci - to de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. - Reparação do dano causado pela infração, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo. OBS: A lei não trata do não reincidente portador de maus antecedentes. 1C) Deve cumprir 1/3 da pena, pois o cum- primento de 1/2 é aplicável somente aos reincidentes em crime doloso; 2C) deve cumprir ½ da pena. STJ - O paciente primário com maus antecedentes não pode ser equiparado a reincidente, em seu prejuízo – deve cumprir 1/3. STF – decide em sentido contrário. REQUISITOS SUBJETIVOS - Bom comportamento carcerário (comportamento satisfatório durante a execução da pena; bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto). OBS: A falta grave não interrompe o prazo para obtenção do LC (Súmula 441, STJ). - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do LC ficará subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir. Trata- se de perícia médico-psiquiátrica. OBS: O exame criminológico não é mais obrigatório, portanto, não mais se justifica a obrigatoriedade da perícia para concessão do LC (STJ). CONDIÇÕES OBRIGATÓRIAS Obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho. Comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação. Não mudar do território da comarca do Juízo da Execução, sem prévia autorização deste. CONDIÇÕES FACULTATIVAS Não mudar de residência sem comunicação ao juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção. Recolher-se à habitação em hora fixa. Não frequentar determinados lugares. OBS: O juiz poderá fixar outras condições que não aquelas elencadas no art. 132, §2°, LEP. REVOGAÇÃOOBRIGATÓRIA - Se o liberado bem a ser condenado a PPL, em sentença irrecorrível, por crime cometido durante a vigência do período de prova Efeitos: não poderá ser novamente concedido em relação à mesma pena. Nada impede o LC em relação à nova pena imposta; não se computará como tempo de cumprimento da pena o período de prova (tempo em que esteve solto o condenado); não será permitida, para a concessão de novo livramento, a soma do tempo das 2 penas. - Se o liberado bem a ser condenado a PPL, em sentença irrecorrível, por crime anterior ao período de prova, observado o disposto no art. 84, CP. Efeitos: poderá ser novamente concedido em relação à mesma pena; computar-se-á como tempo de cumprimento da pena o período de prova; será permitida, para a concessão de novo livramento, a soma do tempo das 2 penas. REVOGAÇÃO FACULTATIVA - Se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença. Efeitos: não poderá ser novamente concedido em relação à mesma pena; não se computará como tempo de cumpri- mento da pena o período de prova. - Se o liberado for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade. PRORROGAÇÃO Se o liberado for condenado em sentença irrecorrível por crime praticado durante o período de prova, o LC será re- vogado. No entanto, a simples prática do crime não é causa de revogação, mas o juiz poderá decretar a prisão do li - berado e suspender o curso do livramento. Ocorrerá a prorrogação do LC enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o libe- rado, por crime cometido na vigência do LC. Após o período de prova não perduram as condições fixadas. EXTINÇÃO DA PENA Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de liberdade. O Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público ou mediante representação do Conselho Peni- tenciário, julgará extinta a pena privativa de liberdade, se expirar o prazo do livramento sem revogação. A sentença é declaratória. O marco da extinção é o termino do período de prova. STF - O cometimento de novo delito durante o período de prova do livramento condicional autoriza a suspensão cau- telar do citado benefício, consoante se extrai do art. 145 da LEP, porquanto, a teor do 86 do Código Penal, apenas a sua revogação definitiva exige condenação com trânsito em julgado. STF – Se o LC foi suspenso em razão da prática de novo crime durante o período de prova, a decisão de extinção da pena só poderá ser proferida após o trânsito em julgado da sentença referente ao crime superveniente. CONCURSO DE CRIMES – SISTEMA DA APLICAÇÃO DA PENA Sistema do cúmulo material: Sistema do cúmulo jurídico: Absorção: Exasperação: Responsabilidade única e da pena pro- gressiva única: cada delito correspon- de a uma pena, que será somada com as demais. É adotado pelo CP nos arts. 69 (concurso material), 70, caput, 2a parte (concurso formal im- próprio/imperfeito) e na aplicação das pe- nas de multa. não há cumulação de panas. Aplica-se uma única pena, mas com severidade suficiente para atender a gravi- dade dos crimes prati- cados. a pena a ser aplicada deve ser a do delito mais grave. a pena a ser aplicada deve ser a do delito mais grave, mas au- mentada em certa quantidade. Adotado pelo CP nos arts. 70, caput, 1a parte (con- curso formal próprio/perfeito) e 71 (crime continuado). não há cumulação de penas, mas deve-se aumentar a responsa- bilidade do agente à medida que aumenta o número de infra- ções. CONCURSO DE CRIMES CONCURSO MATERIAL (REAL) DE CRIMES CONCURSO FORMAL (IDEAL) DE CRIMES REQUISITOS: 1. Pluralidade de condutas 2. Pluralidade de crimes. REQUISITOS: 1. Unidade de conduta (uma só conduta que, no entanto, pode ser dividida em vários atos). 2. Pluralidade de crimes. ESPÉCIES: 1. Homogêneo (pluralidade de crimes da mesma espécie) 2. Heterogêneo (pluralidade de crimes de espécies dife- rentes) ESPÉCIES: a) Concurso formal homogêneo: os crimes decorrentes da conduta única são da mesma espécie. b) Concurso formal heterogêneo: os crimes são de es- pécies distintas. c) Concurso formal próprio / perfeito / normal: o agen- te, apesar de provocar dois ou mais resultados, não tem intenção independente em relação a cada crime (não há desígnios autônomos). Pode ocorre nas seguintes situações: - Crimes culposos – agente não quis nem assumiu o risco de cometer nenhum crime, mas os praticou por culpa. - Crimes dolosos e crime(s) culposo(s): o agente quis ou assumiu o risco de praticar apenas um único crime, mas, além deste, praticou outro(s) crime(s) por culpa. - Crimes dolosos sem desígnios autônomos: o agente quis praticar apenas um único crime, mas na realidade, prati- cou mais de um delito no mesmo contexto fático, tendo em vista a diversidade das vítimas. d) Concurso formal impróprio / imperfeito / anormal: o agente age com desígnios autônomos em relação a cada crime. STJ – a expressão desígnios autônomos refere-se a qual- quer forma de dolo, seja ele direto ou eventual. REGRAS DE FIXAÇÃO DA PENA: Sistema do cúmulo ma- terial O juiz primeiro individualiza as penas de cada um dos crimes (critério trifásico – art. 68 CP), somando todas ao final. REGRAS DE FIXAÇÃO DA PENA NO CONCURSO FORMAL PRÓPRIO/PERFEITO (não há desígnios autônomos)O juiz aplica a pena mais grave dentre as cominadas para os vários crimes cometidos pelo agente. Em seguida, ma- jora essa pena de um “quantum” anunciado em lei (SISTE- MA DA EXASPERAÇÃO) O juiz aplica uma só pena, se idênticas, ou a maior, quan- do não idênticas, aumentada de 1/6 até 1/2 (sistema da exasperação). Quanto mais resultados ilícitos, maior é o aumento, quanto menos resultados ilícitos, menor é o au- mento. STJ – o critério de aumento varia de acordo com a quanti- dade de crimes. OBS: As penas de multa no caso de concurso formal apli- cam-se cumulativamente – CP não adotou o sistema da exasperação. REGRAS DE FIXAÇÃO DA PENA NO CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO O agente atua com desígnios autônomos. Aplica-se o SISTEMA DO CÚMULO MATERIAL: O juiz indi- vidualiza e soma as penas dos vários crimes praticados pelo agente. CUIDADO: No concurso formal próprio, o sistema da exasperação não pode resultar em pena maior do que aquela resultante do sistema do cúmulo material. Se ficar maior, o juiz deve abandonar o sistema da exasperação e preferir o cúmulo material (cúmulo material benéfico). CRIME CONTINUADO CRIME CONTINUADO GENÉRICO/COMUM (art. 71 “caput” CP) CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO (art. 71, p. único CP) REQUISITOS: 1- Pluralidade de condutas 2- Pluralidade de crimes da mesma espécie: crimes previstos no mesmo tipo penal, protegendo igual bem ju- rídico (STF). 3- Elo de continuidade (similitude das circunstâncias ob- REQUISITOS: 1- Pluralidade de condutas 2- Pluralidade de crimes da mesma espécie 3- Elo de continuidade 4- Crimes dolosos 5- Contra vítimas diferentes jetivas) a) Mesmas condições de TEMPO: entre as várias infra- ções deve-se obedecer espaço temporal de 30 dias (juris- prudência). OBS: Crimes contra a ordem tributária não se observa esse espaço temporal. b) Mesmas condições de LUGAR: os vários crimes tem que ser praticados na mesma comarca ou comarca vizi- nha (jurisprudência). c) Mesma maneira de EXECUÇÃO (mesmo modus ope- randi) d) Outras CIRCUNSTÂNCIAS SEMELHANTES 6- Cometidos com violência ou grave ameaça TEORIAS Teoria Puramente Objetiva: o crime continuado é verifi- cado apenas da análise de elementos objetivos, como tempo, lugar, maneira de execução e outros semelhantes. Teoria Objetivo-subjetiva: para configurar o crime conti- nuado deverão estar reunidos os elementos objetivos, como tempo, lugar, maneira de execução, bem como o elemento subjetivo (unidade de desígnios). OBS: Apesar da adoção pelo CP da teoria objetiva, a jurisprudência entende inadmissível reconhecimento de crime continuado sem que se verifique no agente o }animo de praticar as condutas sucessivas em conti- nuação. REGRAS DE FIXAÇÃO DA PENA PARA O CRIME CONTI- NUADO GENÉRICO: Aplica-se o sistema da exasperação (aumento de 1/6 a ½ – na 3a fase) REGRAS DE FIXAÇÃO DA PENA PARA O CRIME CONTI- NUADO ESPECÍFICO - Aplica-se o sistema da exasperação (aumento de 1/6 a 3x) CUIDADO: O art. 71, §único, manda observar o cúmulo material benéfico. PENA MEDIDA DE SEGURANÇA Espécies de sanção penal É polifuncional (preventiva, retributiva, reeducativa) Tem finalidade essencialmente preventiva (não se pode negar seu caráter aflitivo, ainda que em menor grau) Volta-se ao passado (fato concreto cometido pelo agente) Volta-se ao futuro (fato abstrato que o agente poderá cometer) Trabalha com a culpabilidade do agente Trabalha com a periculosidade do agente MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA DETENTIVA MEDIDA DE SEGURANÇA RESTRITIVA - Internação. - Para crimes punidos com reclusão. - Tratamento ambulatorial. - Para crimes punidos com detenção, quando a interna- ção não é necessária. INIMPUTÁVEL SEMI-IMPUTÁVEL Art. 26, caput, CP Art. 26, §único, CP Doença mental Pertubação mental Periculosidade presumida Periculosidade comprovada (real) Absolvição imprópria: absolvição + medida de segurança Condenação: o juiz, na imposição da sanção penal esco- lhe (sistema vicariante/unitário): a) Pena diminuída ou b) Substituição da pena por medida de segurança SUPERVENIÊNCIA DE DOENÇA MENTAL DATA DO FATO EXECUÇÃO Imputável Pena Inimputável Medida de segurança Semi-imputável Pena ou medida de segurança Imputável Inimputável? 108 LEP 183 LEP Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental será internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psi- quiátrico. Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministé- rio Público, da Defensoria Pública ou da autoridade admi- nistrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança. Anomalia passageira Anomalia duradoura Medida de segurança imposta é reversível Medida de segurança imposta é irreversível O tempo da internação é computado como cumprimento de pena O tempo da internação não é computado como pena (a pena é substituída por medida de segurança) Deve observar a pena imposta (o tempo de internação não ultrapassa a pena imposta na sentença) Qual o tempo máximo de internação? EFEITOS EXTRAPENAIS DA CONDENAÇÃO - GENÉRICO I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do le- sado ou de terceiro de boa-fé (confisco): a) dos instrumentos do crime (instrumenta sceleris), des- de que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; b) do produto do crime (producta sceleris) ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso. EFEITOS EXTRAPENAIS DA CONDENAÇÃO - ESPECÍFICO I – PERDA DO CARGO/FUNÇÃO PÚ- BLICA II – INCAPACIDADE EXERCÍCIO PO- DER FAMILIAR/TUTELA/CURATELA III – INABILITAÇÃO PARA DIRIGIR VEÍCULO a) Crimes com abuso de poder PPL ≥ 1 ano OBS: se a PPL for substituída por pe- nas alternativas, não existe este efei- to. Crime doloso Punido com reclusão Contra filho, tutelado ou curatelado Veículo utilizado como meio para a prática de crime doloso. Ex: homicídio doloso em racha b) Crimes comuns PPL > 4 anos OBS: pena igual a 4 anos não permite este efeito. Requisitos cumulativos REABILITAÇÃO ART. 93 CP: “A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre seu processo e condenação. Parágrafo único. A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação, previstos no artigo 92 desse Códi- go, vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo” CONCEITO E CABIMENTO Medida jurídica (de política criminal) que garante ao condenado o sigilo sobre o seu processo e condenação, poden- do também suspender determinados efeitos extrapenais específicos ordenados na sentença (art. 93 do CP). Notam-se, em suma, duas finalidades da medida: a) Assegurar o sigilo da condenação b) Suspender condicionalmente efeitos específicos da condenação previstos no art. 92 CP. SIGILO DAS CONDENAÇÕES: De acordo com o art. 202 da Lei de Execução Penal, cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida, ates- tados ou certidões fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer notícia ou referência à condenação, salvo para instruir processo pela prática de nova infração penal ou outros casos expressos em lei. O instituto da reabilitação presta-se para suspender os efeitos extrapenais específicos (perda do cargo/função públi- ca; incapacidade para o poder familiar, tutela ou curatela; inabilitação para dirigir). A reabilitação impede a reincidência de crime futuro? A medida da reabilitação não rescinde a condenação, logo, permanecem todos os seus efeitos (penais e extrapenais).
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