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aula 6 HIMOCI

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Aula 6: A Sociedade Feudal
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Conhecer o que é Feudalismo; 
2. entender a organização institucional da Igreja; 
3. discutiremos processos culturais dos século XI e XII, neste híbrido período feudal. 
Característica do Feudalismo:
Com grande qualidade, Vamos definir Feudalismo, dando a palavra a um dos maiores medievalistas do Brasil: prof. Hilário Franco Jr.
 
As terras feudais de maneira genérica podem ser compreendido como um sistema dúbio - agrário por um lado e político pelo outro.
Em termos de terra, temos o senhor feudal, como o centro do espaço. O senhor é aquele que tem o direito sobre as terras, não necessariamente está lá o tempo todo, como um grande coronel vendo se as pessoas estão trabalhando. Mas como a autoridade central dentro daquele espaço, suas rendas são provenientes de fontes diversas, não como imaginamos só do trabalho no campo.
Brincando: a gente aprendeu assim - o senhor era o proprietário das terras que as cedia aos colonos e aos camponeses e ao recebê-las passam a ter a responsabilidade da corveia, trabalhar parte do tempo nas terras do senhor.  Olha que coisa estranha, pois assim o senhor ia ter excedente, mas venderia para quem se na sociedade não tinha dinheiro e o feudo era isolado.
O sistema tinha uma divisão de terras e a corveia, mas também tem comércio de excedentes, tem terras comuns em que seu uso é revertido em renda para o senhor.  Os feudos, fora os colonos e senhores, tinham um número de vilãos, senhores que não tem uma relação com terra, mas estão dentro do feudo.  O direitos, como direitos de ban, ou banalidades, são cedidos pelos senhores em diversos estágios.
Um senhor, jurado com um duque, tem uma propriedade de grande medida. No seu feudo existem áreas camponesas, uma pequena cidade, um moinho, territórios destinados à caça e terras de produção comum, além de um pequeno centro vinícola.  Para trabalhar em suas terras, existe um número de colonos que ocupam 20% da área do feudo, em sua maioria áreas pouco promissoras.  Além disso, para moerem seus grãos, eles precisam do moinho, mas, para utilizá-los, precisam negociar com um vilão, alguém que tem um acordo, um juramento com o senhor feudal e administra o moinho para ele.
Na cidade, são negociados os excedentes dos colonos e do senhor, além de negociarem com comerciantes a compra de barris de vinhos, vendidos por outro senhor jurado com o senhor feudal e lhe repassando parte dos lucros.  Para saída dos materiais, em especial as áreas em que foram necessárias as edificações, como estrada ou pontes, os senhores cobravam pedágio pela passagem, cobrados muitas vezes por outros senhores.
A Igreja no feudo tinha o direito de não pagar corveia ou banalidade ao senhor, mas suas trocas, tais quais como os demais eram feitas nas praças das cidades em que estavam, tabernas, prostitutas, artesãos, soldados dentre outros.
Muitos senhores eram obrigados a contratar soldados para caso de contestação de direitos, determinação de divisas e saques que poderiam vir do norte, como no Norte da França, ou do Sul, como na Península Itálica.  Uma das principais formas de enriquecimento era sem dúvida os tribunais, senhores, muitas vezes auxiliado por clérigos, julgavam brigas, roubos, paternidade e por aí vai, com muitas, muitas penas cometidas em taxas.
Politicamente, o feudalismo representava um conjunto de laços pessoais que se manifestavam por um longo processo de consolidação de ordem militar e aristocrática, em especial no norte da França. Hoje temos uma ideia de que suserania e vassalagem fazem referência a um senhor e seu dominado, mas na prática esta relação só tem sentido se entendida como uma relação entre iguais, eram os senhores garantindo um bloco de proteção em meio as batalhas vindouras e seu símbolo era o ponto máximo da igualdade com a Cerimônia do Beijo (primeiro um beijo na boca, depois mais tarde o famoso juramento de cavaleiro, com a investidura e o beijo na mão, com variações).  
“Aos sete dos idos de abril, quinta-feira, as homenagens foram rendidas ao conde; e isto foi realizado segundo as formas determinadas para emprestar fé e fidelidade na ordem seguinte. Em primeiro lugar, fizeram homenagem desta maneira: o conde perguntou ao futuro vassalo se queria tornar-se seu homem sem reservas e este respondeu: Eu o quero”; estando então suas mãos apertadas nas mãos do conde, eles se uniram por um beijo”.
Em segundo lugar, aquele que havia feito homenagem hipotecou sua fé no porta-voz do conde, nestes termos: “Eu prometo em minha fé ser fiel ao conde Guilherme e de lhe guardar contra todos inteiramente minha homenagem, de boa fé e sem engano”; em terceiro lugar, ele jurou isso sobre as relíquias dos santos. Em seguida, com o bastão que tinha à mão, o conde lhe deu a investidura, a ele e a todos que vinham lhe fazer homenagem, de lhe prometer fidelidade e também de lhe prestar juramento. (BRUGES, Galbert de. Histoire du meurtre de Charles le bom conte de Flandre. In: PINSKY, J. Modo de produção feudal. São Paulo: Global, 1982, p.64.)
Vamos à explicação do professor Leandro Duarte Rust em seu excelente livro, Colunas de São Pedro.
O modelo que estamos encontrando versam sobre as dificuldades que a Igreja Ocidental vive e sua reconstituição. Dentro de uma política fragmentária e da grande dificuldade de sua organização, a instituição vale-se das características próprias do seu discurso, afirmando o quão especial era o seu papel em um mundo em que a tendência seria a fragilidade.
Bonifácio VIII, em 1296, explicita as bases do que estão sendo discutidas neste momento, da construção pretendida - e nunca alcançada, não vamos esquecer da diferença de discurso e prática - ele afirma que o cristianismo sustenta as duas espadas, a espiritual e a temporal:
 " Ambas estão em poder da igreja, a espada espiritual e material. Contudo, a última deve ser usada para a Igreja e a primeira por esta; a primeira pelo sacerdote, a última por reis e capitães, mas segundo a vontade e mediante a permissão do sacerdote. Uma espada, por conseguinte, deve estar sob a outra e a autoridade temporal sujeita à espiritual. (...) Se, por, o poder terreno desviar-se, será julgado pelo espiritual. (...) Contudo, caso este incorra em erro, só poderá ser julgado por Deus, não pelo homem. (...) Pos tal autoridade, conquanto concedida a um homem e por este exercida, não é humana, mas, pelo contrário, divina. (...) Além disso, declaramos, afirmamos, definimos e pronunciamos que é totalmente necessária à salvação de toda a criatura humana sua sujeição ao pontífice romano."
Vamos pensar sobre as três ordens medievais: os oratores, bellatores e laboratores.  
Será que a sociedade era perfeitamente dividida?  Estamentária como nossas professoras no primário costumavam falar. 
      Será que clérigos só oravam, senhores lutavam e as pessoas mais pobres trabalhavam. Vamos mostrar que não.
Sobre a reconquista ibérica, havia uma série de poemas que contavam os feitos de El Cid.  Um dos poemas mostra um clérigo chamado D. Jerônimo, clérigo francês, que teria uma noite sonhado que o próprio Deus lhe deu uma função: matar mouros. Então, ele abandonou o conforto de sua paróquia e buscou o bando liderado por El Cid. Lá chegando, pediu o direito de lutar com seus homens.  O líder do bando teria se recusado, afirmando que já tinha muitos homens e que não interessava a ele um novo guerreiro, mas, no entanto, um padre para rezar na alvorada seria muito bem-vindo.  A contraproposta do clérigo é que ele rezaria e levaria os homens de El Cid ao êxtase, mas queria em troca o direito de ser o primeiro a entrar no campo de batalha. Não acreditando na fé de seus homens, El Cid aceitou.
Na manhã seguinte, uma oração como jamais vista insuflou aos homens a estarem preparados para guerra como nunca e, no momento em que iam para o campo, o clérigo apareceu inteiramente paramentado diante de El Cid e afirmou, eu cumpri minha promessa, agora cumpra a sua.  E recebeu o direito de ser o primeiro a entrar nocampo de batalha, matou mouros e assim seguiu durante longo tempo.  Não parece com nada com a função daquele que só deve orar.
Na verdade, temos outros exemplos. Bento, o autor das principais regras monásticas utilizadas durante a Idade Média, prega o Ora et Labora, orar e trabalhar era a rotina do monge.
Será que bellatores eram tão específicos, grupos que tinham a função da honra do cavaleiro? Devemos ter cuidado na idealização. O cavaleiro muitas vezes era alguém com nascimento, mas sem terras, que reunia em torno de si pequenos bandos em busca de se tornarem senhores ou entrarem no séquito de algum palácio.  Uma comédia italiana fantástica ao revelar esta questão é sem dúvida o "Incrível Exército de Brancaleone“.
Assim como a divisão que se refere aos laboratores, não podemos ficar imaginando que falamos de toda a massa populacional que os clérigos estavam estudando um modelo que se referia a servos, escravos remanescentes ou o que o valham. Estes ficam fora do esquema social, a referência era sim a um grupo que passou desapercebido durante anos, quando ficamos viciados em estudar cavaleiros e padres. De fato temos os produtores, comerciantes, senhores do sal,  casas de fundição, vilãos enriquecidos, artesãos e a partir do século XI crescem os pedreiros, mistura de arquitetos e engenheiros medievais que participam de forma ativa do processo chamado de encastelamento.
O crescimento das praças fortificadas e dos castelos da Idade Média se intensifica a partir do século XI e se torna fator de disputa, quem possui o mais imponente castelo, fora a defesa, pois o corpo de especialistas em busca de batalhas, vendendo seu trabalho de espaços em espaços era algo que não podemos esquecer.
Na próxima aula, visitaremos aspectos mais institucionais questões de investiduras, concílios, papado, mas agora vamos dialogar sobre seu papel na sociedade de maneira mais próxima, pensando mais em cultura.
O diálogo da Igreja com o mundo não é diferente de qualquer outra prática.  Existe um aspecto transcendental, que se reflete no pessoal, no entanto sua organização é sim muito humana, dentro do mundo em que nós vivemos.  Por que hoje pastores e padres ganham salários, pois é cobrado que eles se dediquem à Igreja e sem esse apoio financeiro eles não poderiam viver em uma sociedade de características como a nossa. Na Idade Média, a paróquia era o espaço de atuação, o abade e o bispo não administram só os preceitos espirituais, mas o dinheiro sob sua tutela, a relação com a população, a conversão.
Aliás a conversão é algo fantástico, imagina-se que todos devem ser cristãos católicos, mas se fosse assim porque pregar a necessidade de se converter, de seguir os preceitos, mais do que uma estrutura incontestável, a Igreja e seus clérigos tem seu poder a partir do momento em que é reconhecida, mas é certo que boa parte da sociedade tem um diálogo complexo.
CALENDÁRIO JULIANO E GREGORIANO
As origens do calendário juliano remontam ao antigo Egito. Foi estabelecido em Roma por Júlio César no ano 46 a.C. (708 da fundação de Roma). Adotou-se um ano solar de 365 dias, dividido em 12 meses de 29, 30 ou 31 dias. 
A diferença do calendário egípcio está no fato de se introduzirem os anos bissextos de 366 dias a cada quatro anos, de forma que o ano médio era de 365,25 dias. O esquema dos meses foi reformulado posteriormente para que o mês de agosto, assim nomeado em honra ao imperador Augusto, tivesse o mesmo número de dias que o mês de julho, cujo nome é uma homenagem a Júlio César.
Como o ano trópico é de 365, 2422 dias, com o passar dos anos se registra um adiantamento na data do equinócio da primavera.
Caso fosse mantido o calendário juliano, haveria um adiantamento de seis meses no início das estações, num período de 20.200 anos. Para evitar o problema, o Concílio de Trento, reunido em 1563, recomendou ao papa a correção do inconveniente que alteraria a data da Páscoa, em virtude dos ciclos de concordância das lunações com o ano solar.
Finalmente, em 1582, o papa Gregório XIII, aconselhado por astrônomos, em particular por Luigi Lílio, obteve o acordo dos principais soberanos católicos e, através da Bula Inter Gravíssimas, de 24 de fevereiro, decretou a reforma do calendário que passou, em sua homenagem, a chamar-se gregoriano, e é o mais perfeito utilizado até hoje.
Mesmo assim, apresenta algumas deficiências. Uma delas é a diferença com o ano trópico que aliás não é importante para efeitos práticos. Mais relevante é a diferença na duração dos meses (28, 29, 30 ou 31 dias) e o fato de que a semana, que é utilizada quase universalmente como unidade de tempo de trabalho, não esteja integrada nos meses, de tal forma que o número de dias trabalhados durante um mês pode variar entre 24 e 27.
Além disso, nos países cristãos, a data em que se comemora a Páscoa é determinada por critério lunissolar que pode acarretar variação de dias e consequentemente alterar atividades educacionais, comerciais, de turismo etc. Outro inconveniente é o de não existir um ano zero, o que obriga uma operação matemática estranha, para calcular a diferença em anos de um fato ocorrido antes do nascimento de Cristo, em comparação com outro, ocorrido na era cristã. Existem várias propostas para solucionar essas questões, nenhuma delas ainda adotada.
Apesar de representar um avanço, o calendário gregoriano demorou para ser aceito, principalmente em países não católicos, por motivos sobretudo político-religiosos. Nas nações protestantes da Alemanha, foi adotado no decorrer dos séculos XVII (em poucos casos, antes de 1700) e XVIII (Prússia, 1775); na Dinamarca (incluindo então a Noruega), em 1700; na Suécia (com inclusão da Finlândia), em 1753. Nos cantões protestantes da Suíça, no princípio do século XVIII.
Na Inglaterra e suas colônias, entre as quais os futuros Estados Unidos, em 1752. Nos países ortodoxos balcânicos, depois de 1914 (Bulgária, 1916, Romênia e Iugoslávia, 1919; Grécia, 1924). Na União Soviética, em 1918. Na Turquia, em 1927. No Egito, já havia sido adotado para efeitos civis desde 1873, mesma data em que foi aceito no Japão. Na China foi aceito em 1912, para vigorar simultaneamente com o calendário tradicional chinês, até 1928. No Brasil, então colônia de Portugal, que na época estava sob domínio da Espanha, o calendário gregoriano entrou em uso em 1582.
ANO 1000
Sendo assim o ano 1000 teve pouco impacto, pois a maioria não sabia em que ano estava, nem clérigos. Isso é sério! Temos documentos que pedem que o padre vá à Igreja pelo menos no domingo. Não é a população não, o padre.
Uma das maiores tensões era determinar as datas em conjunto para que todos comemorassem juntos, tentassem criar uma unidade que poderia aparecer em pequenos espaços.  Alguns mosteiros registraram suicídios, fizeram novenas, mas não muito diferente do que foi feito em diversos outros anos.  O discurso eclesiástico é apocalíptico, a pregação dá a certeza que o fim do mundo se aproximava e, por isso, é necessário se comportar, converter-se.
A Igreja em muitos momentos da Idade Média, discursa sobre o perigo do riso, que o riso poderia deformar o homem, levá-lo ao pecado. E os argumentos eram muitos, como Jesus não riu, ou Deus espera do homem a contemplação.  
Aí vem o problema: vocês acreditam que isto é uma tendência, que os clérigos não riam, portavam-se de maneira singular. Claro que não. Este é o aconselhamento, a forma da Igreja se relacionar com o cotidiano, falar com o que é mais próximo do cotidiano.  É negado o riso da festa profana, o riso alto, o que não tem relação com a Igreja.  É permitido o riso contido, o riso que seria divino.  
Qual o sentido disso, realmente achar que alguém seria salvo ou não por rir?  Não, o sentido é participar da vida cotidiana, fortalecer o diálogo com a população mais simples.  E principalmente garantir que os clérigos tivessem uma leitura, uma identificação diferente na sociedade.
OS FANTASMAS
Será que as almas penadas são uma invenção cristã?  Não raro, é uma adaptação a uma velha questão, o diálogoentre vivos e mortos presentes em uma sociedade.  Reparem quantas formas e manifestações fantasmagóricas nós conhecemos na TV com referências a culturas diversas. Algumas pessoas também acreditavam nessas manifestações como, por exemplo, minha avó jura que o saci vinha de nome e dava trança na crina do cavalo.  
Lembremos que estou em uma sociedade que não conhece a luz elétrica que tem noites de invernos muito longas e a batalhas deixam a morte muito próxima ao homem. Nesses casos, a Igreja pregava que era liderança do diabo para essas questões.
Ele abandona feições belas hebraicas, perde seu tom de anjo e vai ganhar formas gregas, com pés de bode, chifres, aquele que leva as almas.  Temos um diálogo entre as tradições folclóricas europeias e a organização da Igreja dando liderança a estas manifestações ao diabo.
O SEXO
Da mesma forma, precisamos entender porque a Igreja fala e cuida tanto do sexo, é a forma de dialogar com um dos elementos mais fortes presentes na sociedade.  Algo que, para garantir a própria continuidade da espécie, todos fazem. O sexo, por exemplo, torna-se o pecado capital, o pecado de Adão e Eva, o que é uma alteração de sentido, pois o pecado original é relacionado ao conhecimento, não ao sexo. A Igreja cria formas de controlar o sexo, o excesso, o prazer.
Sinaliza a necessidade de seus clérigos serem castos para garantir sua especialidade diante do mundo.  Controla a relação de seus fiéis proibindo o sexo durante quarenta dias de Quaresma.
São formas de pregação, formas de fazer seu discurso repercutir, ganhar reconhecimento na sociedade, repensando lógicas que até então seriam indiscutíveis, inquestionáveis. E por que se repetia tanto essas recomendações?  Talvez porque boa parte da população não as seguia.
EUROPA OCIDENTAL SÉCULO XI: REVISANDO
Vários governos autônomos: Sacro-Império; Franco, com a dinastia dos Capetos; Estados Italianos, administração do papado; Bretanha; Castela e Navarra ao norte da Espanha; Dinamarqueses na Normandia.
Religião: Católica Romana.
Economia: Rural e pilhagens.
Língua: Escrita o latim, falada os dialetos locais que em cada governo deste existiam vários.
Cultura: Episcopal (lembrando que quando falamos de Episcopado, falo de alto Clero, logo de nobres, dialogando com os diversos espaços sociais).
Direito: Ora exercido por monarcas, ora por senhores, depende da região.
Disputas militares constantes.
Práticas feudais ainda que muito diferentes espalhadas pelo campo.
Uma Igreja tentando criar práticas institucionais se fortalecer.

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