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Aula 5 ORIENTAL

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Aula 5: O Islamismo e as Dinastias Omíadas e Abássidas
	
		Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Compreender o significado da expressão Rashidum; 
2. conhecer as principais realizações dos chamados califas perfeitos; 
3. analisar os principais momentos da expansão Islâmica; 
4. caracterizar as inovações empreendidas pela dinastia Omíada; 
5. reconhecer as questões relacionadas à dinastia Abássida.
A MORTE DE MAOMÉ E O FUTURO DO ISLÃO
Vimos na aula passada que a morte de Maomé foi um grande obstáculo para a manutenção da unidade da Península Arábica através do Islamismo. Entenderemos agora as razões dessa afirmação.
Maomé, ao começar sua pregação, enfrentou diversos obstáculos, não necessariamente religiosos. Questões políticas e econômicas emergiram. Com disciplina, sapiência e, por vezes, o uso da força, conseguiu “apaziguar” relativamente a situação. No entanto, muitos de seus aliados se aproximaram do Islão, mais por interesse do que por uma real conversão.
O Profeta tinha consciência de que a batalha do Islamismo não estava ganha e defendia essa premissa junto aos seus seguidores. Segundo Karen Armstrong:
“O desafio de concretizar a Palavra de Deus na história humana jamais teria fim: sempre haveria novos perigos e problemas por resolver. Algumas vezes os muçulmanos teriam de lutar; outras, poderiam viver em paz. [...] Até hoje os muçulmanos levam essa vocação muito à sério.”
ARMSTRONG, K. Uma biografia do Poeta. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 282.
Ainda assim, a insegurança se manifestou quando a confirmação do óbito de Maomé foi realizada. Em vida, ele não deixara explícito quem o substituiria como guia do povo muçulmano. 
Para muitos, isso gerou questionamentos tais como:
O Islamismo deveria sobreviver a Maomé?
OS RASHIDUM (CALIFAS ORTODOXOS)
Alguns indivíduos abraçaram a causa do Islamismo de forma intensa, desde o início das explanações do Profeta. Esses homens eram Abu Bakr, Umar, Uthman e Ali que estavam unidos a Maomé por laços de casamento e por afinidade espiritual.  Eles compreenderam a essência de sua mensagem e se tornaram homens de confiança.
Conforme dito anteriormente, o nome de quem o substituiria não foi revelado por Maomé. Logo, em um primeiro momento, houve uma certa polêmica. Esses fiéis de primeira leva foram imediatamente mencionados, sem que houvesse consenso em torno de um indivíduo.  
Abu Bakr, sogro de Maomé a partir de seu matrimônio com Aisha, tomou a palavra logo após a morte do genro e recebeu o apoio de grande parte da comunidade. 
Outro grupo pretendia que o substituto do Profeta fosse alguém com maior proximidade sanguínea, ou seja, Ali, seu genro, casado com a única filha que lhe restara do primeiro matrimônio, com Kadhija. 
A proposta desse grupo pautava-se no fato de Fátima ter dois filhos, o que asseguraria a continuidade da linhagem do Profeta. (Em sociedades patriarcais, a linhagem deve ter sequência a partir de um descendente do sexo masculino e, preferencialmente, fruto da primeira união do indivíduo).
A postura de Abu Bakr diante da morte do Profeta, impressionou a comunidade (umma). Ele mostrou-se seguro, capaz de assumir a liderança e acabou sendo escolhido pelo grupo. A partir dele, os líderes muçulmanos não eram apenas chefes religiosos. O comando político e militar foi cada vez mais enfatizado. O posto passou a receber um nome específico – CALIFA.
O governo de Abu Bahr durou apenas dois anos, sendo substituído por Umar, Uthman e, por fim, Ali. Esses indivíduos passaram para a história do Islamismo com o título de Rashidum. “(...) os califas corretamente guiados por terem governado segundo os princípios de Maomé.”
ARMSTRONG, K. Uma biografia do Poeta. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 289.
Ao longo de seu breve comando, Abu Bahr enfrentou a dissensão (divergência) de várias tribos beduínas que, como vimos anteriormente, haviam se aliado a Maomé por conveniência. Contou com o auxílio de um experiente general, Khalid Ibn Al-Walid, que submeteu os insurretos e consolidou o domínio sobre as áreas de Omã e Iemen.
Seu sucessor, Umar (634-644), prossegue a política expansionista do Islão. Seus generais ocupam regiões do atual Iraque, Síria, Israel (Jerusalém), Antioquia (Turquia), Irã (Kum, Kazvin) e Egito.
Segundo o factualista Mario Curtis Giordani:
“Da Arábia, o Islã estendeu-se por todos os países adjacentes e só se deteve diante dos obstáculos naturais: montanhas de Tauro, do Irã Oriental, da Abissínia, deserto de Cirenaica.”  
(GIORDANI, Mario Curtis. História do mundo árabe medieval. Petrópolis: Editora Vozes, 1995,p.64)
Para gerenciar esse território crescente, Umar instituíra o posto de wali (governador com poder político e militar) e de amil, um encarregado das questões financeiras. Além, claro, de estabelecer bases militares e a criação do calendário muçulmano, iniciado na Hijra, ano de 622.
Uthman, o terceiro califa ortodoxo, pertencia a um tradicional clã de Meca, os Omíadas. Ao assumir, prossegue a prática belicista de seu antecessor. No entanto, ele realiza um feito de grande ousadia nessa área; avança em direção ao Mar Mediterrâneo.  
O inusitado de sua ação foi o fato de conseguir romper com a hegemonia bizantina na região. A partir desse momento, a história do Islã se liga irremediavelmente à história do mundo cristão.
Esse fato, como veremos nas próximas aulas, vai gerar muitas batalhas ao longo dos séculos.
Apesar de seu ímpeto, Uthman esteve longe de ser um consenso: certas decisões suas suscitaram grande insatisfação interna. 
Dentre elas podemos citar: sua prática nepotista de distribuição de funções importantes na organização territorial e ainda, o crescente desperdício e corrupção na gestão do dinheiro coletivo.
Somando-se a isso, sua permissividade em relação às conversões do gentio conquistado causava desconforto aos verdadeiros fiéis. Eles desconfiavam, com razão, da veracidade dessa mudança.
O arrefecimento das críticas e denúncias contra Uthman levou um grupo de soldados a invadir sua casa e assassiná-lo. No mesmo dia, o genro de Maomé, Ali, foi declarado califa. Como ele fora um dos opositores declarados de Uthman, muitos indivíduos começaram a considerá-lo mentor de sua morte.
Um dos mais ativos inimigos de Ali era Moawiya, governador da província da Síria. Ele clamava pela punição dos assassinos do primo Uthman, incitando a população a lutar contra o califa. Ali, em contrapartida, decidiu retirá-lo do cargo.  
Essa intransigência gerou uma batalha descrita de forma interessante pelo já citado factualista Mario Curtis Giordani:
“A luta desenrolava-se favorável a Ali, quando Amr, partidário de Moawiya, ordenou que se pendurassem folhas do Corão nas pontas das lanças exigindo assim um julgamento de Alá. Essa atitude de Amr impressionou os partidários de Ali que o forçaram à interrupção da batalha […] Quando o exército de Ali se retirava, um bom número de seus partidários […] arrependeram-se e pretenderam obrigar o califa a retomar a luta. Diante da recusa de Ali, esses descontentes se separaram […] Formaram um grupo conhecido como Kharidjitas, o primeiro cisma muçulmano.
GIORDANI, Mario Curtis. História do mundo árabe medieval. 
Petrópolis: Editora Vozes, 1995, p.68.
Ali acabou morto em 661 por um jovem Kharidjitas. Sua morte brutal levou um grupo de indivíduos a cultuá-lo formando uma nova cisão do Islamismo. Esses homens se denominavam Shiah-Ali, ou seja, o partido de Ali. 
De acordo com os xiitas (aportuguesamento da expressão), os seguidores do Islamismo deveriam ser guiados por descendentes de Maomé, os únicos com a sabedoria necessária. Não foi o que ocorreu após a morte de Ali que acarretou em grande conturbação interna.
Você já deve ter ouvido falar sobre a divergência entre xiitas e sunitas no mundo muçulmano. Além de defenderem que os líderes do Islã devem ter parentesco com Maomé, os xiitas também afirmam que o alcorão deve ser interpretado de forma mais rígida. Representam uma minoria, enquanto os sunitas somam pelo menos80% da população muçulmana.
A DINASTIA OMÍADA
Após a morte de Ali, tem início a dinastia Omíada (661-750). O primeiro califa dessa dinastia é exatamente o primo de Uthman, que rivalizara com o Ali desde o início de seu governo, ou seja, Moawija.
Dentre as atitudes tomadas pelos Omíadas, é importante destacar a mudança da capital de Medina para Damasco, na Síria. Muitos historiadores entendem que essa atitude, em conjunto com outras, representaria a adoção de um Estado laico, ou seja, busca pelo distanciamento do centro administrativo do centro religioso.
Realizaram uma significativa centralização político-administrativa, colocando o califa em uma posição incontestável, embora existisse um conselho (Shura) para assessorá-lo. A sucessão hereditária é estabelecida. A justificativa utilizada foi a de evitar os conflitos oriundos da incerteza de quem substituiria o califa após a sua morte.
A expansão territorial prossegue com os Omíadas. Ocorrem em três direções: Constantinopla, ameaçando áreas do Império Bizantino; África do norte e Península Ibérica e Ásia Central.
Ao longo dessa dinastia, os xiitas e kharidjitas, grupos que possuíam seguidores sobretudo no Iraque, ameaçaram com frequência a estabilidade interna. No governo de Moawija, o primeiro califa Omíada, houve um grande levante xiita. Hassan, filho de Ali, era considerado o legítimo sucessor do pai pelos xiitas do Iraque. Sob pressão, declinou do posto e acabou envenenado. Esse fato alimentou a oposição ao califa Omíada.
Anos mais tarde, Yazid, filho de Moawija, ascende ao posto de liderança do Império Islâmico. Dessa vez, o segundo filho de Ali, Hussein, manifesta a recusa em reconhecê-lo e avança em direção ao Iraque. Na batalha de Karbala (Kerbela), Hussein é derrotado e morto, sendo a seguir, degolado.
Assista ao vídeo sobre uma festividade típica dos xiitas e, a seguir, responda no campo abaixo qual é a relação com a história do islamismo xiita. Depois, clique no botão Conferir.
A flagelação relembra o martírio de Hussein, neto de Maomé, após a batalha de Karbala. É um fato marcante na História dos xiitas que lutavam, nessa época, pela liderança dos muçulmanos.
Abd Al-Malik (685-705) foi um dos califas mais conhecidos dessa dinastia.
Em seu governo foram realizadas obras magníficas como a Mesquita da Cúpula da Rocha de Jerusalém.
Segundo a tradição, ela foi erguida sobre a rocha onde Abraão teria levado seu filho Isaac para o sacrifício ordenado por Deus. Em termos políticos, sua localização representava o poder dos muçulmanos sobre os “povos do livro” (expressão usada para designar os católicos e judeus). Os Omíadas promoveram também o avanço das ciências através da tradução de tratados médicos gregos. A língua árabe é tornada a oficial do califado e a moeda é unificada.   
Nos anos seguintes, a dinastia foi enfraquecendo por seguidas dissensões. Em 750, um grupo liderado por descendentes do tio de Maomé, Abbas, destituíram o califa e inauguraram uma nova dinastia, a Abássida, que lidera o mundo muçulmano até 1258.
A DINASTIA ABÁSSIDA
Abu-al-Abbas-al-Saffa foi o primeiro califa da dinastia Abássida. Seu domínio concentrou-se no Oriente, pois os governantes da Península Ibérica não reconhecem sua autoridade e rompem a unidade islâmica. 
Em virtude de sua ostensiva perseguição e assassinato dos remanescentes do clã Omíada, Abd el-Rahman foge para Andaluzia, sul da Espanha. Lá, se intitula Emir e estabelece o Emirado de Córdoba.  
No Oriente, os Abássidas escolhem Bagdá como sede de seu califado. Apesar de longeva, a dinastia foi perdendo o poder de fato com o passar dos séculos. 
Vários sultões acabaram exercendo um poder local significativo. Podemos citar como exemplo os Fatímidas do Egito e os Ayyubidas da Síria.
Sua administração copiou características bizantinas e persas. Eles instituíram o cargo de vizir, uma espécie de primeiro ministro. A burocratização foi ampliada e o comércio, bastante estimulado, especialmente com as áreas mais orientais.
Em termos políticos, eles substituíram a premissa de um governo laico inaugurada pelos Omíadas pelo retorno da ideia de que os califas eram enviados de Alá, homens especiais. Houve uma grande perseguição aos não sunitas.
Como vimos há pouco, um elemento do clã Omíada migra para Córdoba e funda um Emirado. Recebe apoio da população local convertida ao Islão e dos habitantes da região cristã basca.  
O antigo governante da Andaluzia, Ibn-el-Arabi, destituído pelo Omíada, busca apoio no cristão Carlos Magno, rei franco, para retomar o poder. Seu intento é mal sucedido e o Emirado se consolida. Séculos mais tarde, as tentativas cristãs contra os muçulmanos serão retomadas e conhecidas como Reconquista.
Mas, isso é um assunto para as próximas aulas. Nos veremos em breve!
As novas forças do Oriente; 
características gerais desses grupos; 
a relação desses grupos com o Império Bizantino e o Islã. 
 
 
Nessa aula você:
Compreendeu que o Islamismo enfrentou muitos problemas relacionados à sucessão de Maomé; 
aprendeu que a formação das dinastias no Islã deu maior efetividade ao processo expansionista; 
analisou as realizações das duas primeiras dinastias do mundo Islâmico.

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