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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA DEPARTAMETNO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA RESUMO DE AULA MÁQUINAS DE PLANTIO Prof. Mauri Martins Teixeira Viçosa 2001� MÁQUINAS DE PLANTIO 1. INTRODUÇÃO Importância das semeadoras Tipos de máquinas de plantio - Semeadoras - distribuição de sementes - Plantadoras - distribuição de partes vegetativas, raízes, colmos, etc... - Transplantadoras - distribuição de mudas 1.1. Semeio Consiste na distribuição uniforme de sementes no solo, permitindo uma boa germinação, desenvolvimento satisfatório e boa produção. 1.2. Fatores que afetam a semeadura a) Quantidade de sementes - arroz - 115 kg/ha - milho - 50.000 pl/ha - soja - 300.000 pl/ha - trigo - 5.000.000 pl/ha ou 100 kg/ha b) Profundidade de plantio Recomendação geral: - profundidade de 5 cm - adubo - 5 cm ao lado e 5 cm abaixo da semente. c) Uniformidade no tamanho e forma da semente d) Uniformidade da distribuição das sementes e) Preparo do solo f) Tipo de solo 2. CLASSIFICAÇÃO DAS SEMEADORAS A classificação das semeadoras de acordo com a ABNT é a seguinte: a) Quanto a forma de distribuição Em linha contínua - As sementes são distribuídas em linhas, mas sem precisão na colocação das sementes. precisão - As sementes são dosadas uma a uma, e o espaço entre elas muito uniforme, não variando o número, nem a posição das sementes. Ex. milho Em grupo - Mais usado no plantio manual, quando requer mais profundidade de semeio ou quando poder germinativo é muito baixo. Ex. covas (aéreas À lanço ( (terrestres Obs. - No sistema a lanço as sementes são distribuídas ao acaso. Neste caso se faz uma pré-germinação, embebendo-as em líquido para facilitar sua distribuição. b) Quanto à forma de acionamento manuais - matraca tração animal tração mecânica - motorizadas - hidrosemeadora ( . montadas - tratorizadas ( . s. montadas ( . arrasto c) Quanto ao tamanho das sementes S. miúdas - menores que gramíneas, exceto milho S. graúdas - tamanho de sementes de leguminosas d) Quanto ao mecanismo dosador Em linha ( . vertical - disco perfurado ( . horizontal ( . inclinado - cilindro canelado - s. miúdas - correia perfurada - s. miúdas - discos alveolados - dedos prensores - pneumáticas a lanço - rotor centrífugo - canhão centrífugo - difusor 3. CONSTITUIÇÃO DAS SEMEADORAS chassi mecanismo dosador de sementes e adubo depósito de sementes e adubo sulcadores para sementes e adubo cobridores de sementes e adubo rodas compactadoras rodas de controle de profundidade rodas de sustentação marcadores de linhas mecanismo de acionamento � 3.1.Sulcadores Usados para abrir sulcos para a colocação das sementes. Os principais sulcadores utilizados são: a) Enxadas - Usadas para solos sem raízes, tocos ou restos de culturas. Ex. Milho - asas largas - 20 cm de largura e 15 cm de profundidade. Soja - Enxadas tipos cinzel. b) Facão - A exemplo das enxadas são usadas em solos limpos. São mais usadas devido a facilidade de construção. c) Discos - Geralmente formado por dois discos com diâmetros diferentes e montados de tal forma a formar um ângulo entre eles. Adaptam melhor a terrenos sujos. simples - sementes miúdas Tipos de discos duplos - sementes graúdas d) Bota sulcadora - Usadas para sementes miúdas. Possui forma de tubo metálico com um cinzel na ponta. 3.2. Marcadores de linha Usados para marcar o local onde deverá passar as rodas ou as unidades de plantio da semeadora. Discos Marcadores Dentes O comprimento da haste do marcador pode ser calculado usando a seguinte equação: onde: D - comprimento do marcador (até unidade de semeio externo), m e - espaçamento da cultura, m n - número de linhas, b - bitola, m Também poderá ser calculado a partir da fórmula: onde: D - distância do centro até o marcador, m e - espaçamento da cultura, m n - número de linhas. Ex. : B = 1.42 m e = 0.80 m n = 6 D = 2.09 m 3.3. Cobridores de sementes Tem a função de cobrir as sementes colocadas nos sulcos para posterior compactação da terra sobre as mesmas. 3.3.1. Tipos de cobridores - chapas de aço - Sujeitos a embuchamento com restos de culturas. - discos cobridores - Embucham e danificam menos. - rodas compactadoras em “V” - São de ferro fundido e dotadas de eixos com rolamentos. - Rodas de borracha - Promovem uma maior faixa de compactação e acompanham melhor as ondulações do terreno. - correntes - usadas para a cobertura de sementes miúdas, como arroz, trigo, etc. � 3.4. Rodas compactadoras e de profundidade São rodas que permitem a regulagem da profundidade de plantio de cada unidade de semeadura e ao mesmo tempo servem para compactar o solo sobre a semente de modo a facilitar o processo de germinação das sementes. 4. REGULAGEM DAS SEMEADORAS � As semeadoras requerem um cuidado todo especial na hora de realizar a sua regulagem para evitar prejuízos futuros. Basicamente a sua regulagem consiste em: 4.1. Regulagem do trator Lastro Durante o plantio devemos evitar o uso de lastro no trator. Se houver necessidade devemos, no máximo, usar lastros frontais. Bitola A bitola a ser utilizada no trator deverá ser escolhida de acordo com o número de unidades semeadoras, não esquecendo que o trator deverá sempre trabalhar com as rodas entre as linhas da cultura. 4.2. Regulagem da semeadora De um modo geral algumas das regulagens são idênticas às recomendadas para as máquinas de preparo do solo, como centralização, nivelamento e acoplamento da semeadora. Além dessas regulagens temos que realizar com bastante cuidado as etapas: Espaçamento entre as unidades semeadoras (US) A distância entre as US são as mesmas entre as linhas da cultura. O espaçamento das US é feito deslocando-as sobre a barra porta-ferramentas da semeadoras, tendo como referência o centro da mesma. Ex. 1: Semeadora com 3 US barra porta-ferramentas com 2,85 m. Espaçamento entre linhas da cultura de 1,0 m. Ex. 2: Semeadora com 6 US barra porta-ferramentas com 3,4 m. Espaçamento entre linhas da cultura de 0,5 m. Marcadores de linha Os marcadores de linha possibilitam ao operador da máquina de plantio ter uma referência onde deverá passar as rodas motrizes do trator de maneira a manter a distância entre as linhas da cultura sempre iguais. O operador deve cuidar para regular corretamente o ângulo do disco do marcador para obter uma marca visivel no campo. O comprimento da haste é dado por: Quantidade de adubo A dosagem correta de adubo a ser distribuido pela máquina possibilita ao operador diminuir as perdas deste insumo, além de aplicar a quantidade correta recomendada para a cultura. É determinado por: onde: Q – quantidade de adubo, g/m q - dosagem de adubo, kg/ha L - distância percorrida pela máquina, m/ha A distância percorrida pela máquina “L” depende do espaçamento entre as linhas da cultura, sendo determinada por: onde: L – distância percorrida pela máquina, m/ha e - espaçamento da cultura, m Exemplo: Qual a quantidade de adubo a ser distribuido por metro de sulco durante o plantio de milho, utilizando uma semeadora de tração mecânica com uma patiangem de 4%, se deseja aplicar 400 kg de adubo da formulação 4-14-8? Espaçamento entre de linhas da cultura de 0,90 m. Distância percorrida – L Quantidade de adubo por metro Considerando a patinagem da roda motriz de 4% (semeadora de tração mecânica): Quantidade aplicada por voltaPara determinar a quantidade de adubo a ser aplicado por volta é necessário conhecer o diâmetro da roda motriz da semeadora-adubadora. A partir do diâmetro calcula-se o seu perímetro. Sabendo o perímetro pode-se calcular a quantidade de adubo aplicado por metro de sulco pela fórmula: onde: Qv - quantidade de adubo por volta da roda motriz, g/volta Q - quantidade de adubo por metro de sulco, g/m P - perímetro da roda motriz, m Considerando, a título de exemplo, que a roda motriz tenha um diâmetro igual a 0,70 m temos: Quantidade de adubo por área A quantidade de adubo a ser aplicado em uma determinada área pode ser calculado pela fórmula: onde: Qa - quantidade de adubo por área, kg/ha Q - quantidade de adubo por metro de sulco, g/m Neste caso, continuando o nosso exemplo temos: Quantidade de sementes d1) Semeadoras de sementes graúdas A regulagem dessas máquinas consiste basicamente em determinar o número de furos que deve possuir o disco dosador de sementes para permitir a distribuição do número necessário de sementes no sulco de plantio. Número de sementes por área O número de sementes que devem ser distribuídas em uma determinada área tem que levar em conta a qualidade das sementes e a população de plantas efetivamente na área. A qualidade das sementes é apresentada nas etiquetas das embalagens das sementes. Neste caso tem-se que considerar o ano em que as sementes foram produzidas e o seu poder germinativo, pureza e o índice de sobrevivência das sementes, que engloba o vigor e os possíveis ataques de pássaros, roedores, insetos e fungos. Deste modo determina-se o número de sementes por área utilizando a seguinte equação: onde: NS - número de sementes por área, s/ha G - poder germinativo da semente, decimal P - pureza das sementes, decimal V - índice de sobrevivência das sementes, decimal Número de sementes distribuídas nos sulcos O número de sementes distribuídas nos sulcos de plantio é função do número de sementes a ser distribuído por área e do espaçamento entre as linhas da cultura. Assim calcula-se o número de sementes a serem distribuídas por metro de sulco, como: onde: NSM – número de sementes distribuídas no sulco, s/m e - espaçamento entre linhas da cultura, m Espaçamento entre sementes O espaçamento entre as sementes dentro do sulco de plantio é determinado, calculando-se o inverso do número de sementes distribuídas no sulco. onde: ES - espaçamento entre as sementes, m É importante ressaltar que no cálculo do espaçamento entre as sementes tem-se que considerar a capacidade de enchimento do disco dosador de sementes e a patinagem que por ventura apresente a roda motriz da semeadora. Método empírico De um modo geral as semeadoras apresentam o sistema de acionamento do dispositivo dosador de sementes e adubo, conforme o esquema apresentado abaixo. FIGURA 1 - Esquema de acionamento das semeadoras de precisão O número de furos do disco dosador de sementes pode ser determinado utilizando-se uma equação que leva em conta o sistema de acionamento e transmissão de movimento da semeadora, ou seja: onde: ES - espaçamento entre sementes, cm C - número de dentes da coroa EP - número de dentes da engrenagem do pinhão PR - perímetro da roda motriz, cm P - número de dentes do pinhão ER - número de dentes da engrenagem da roda motriz NF - número de furos do disco dosador de sementes Método prático O método prático consiste em determinar a distância percorrida pela semeadora quando o disco dosador de sementes realiza 10 voltas completas. Neste caso o ensaio deve ser realizado na área onde será realizado o plantio. FIGURA 2 - Método prático de regulagem da semeadora Neste caso o número de furos do disco da semeadora será determinado por: onde: NF - número de furos do disco NS - número de sementes no sulco, s/m D - distância percorrida pela semeadora, m Centro da barra 2.85m Unidades semeadoras Centro da barra 2.85m Unidades semeadoras Coroa Pinhão Disco dosador Engrenagem pinhão Engrenagem roda motriz Roda motriz 10 VOLTAS DO DISCO _1232866099.unknown _1232866103.unknown _1232866105.unknown _1232866107.unknown _1232866110.unknown _1232866111.unknown _1232866108.unknown _1232866106.unknown _1232866104.unknown _1232866101.unknown _1232866102.unknown _1232866100.unknown _1232866095.unknown _1232866097.unknown _1232866098.unknown _1232866096.unknown _1232866093.unknown _1232866094.unknown _1232866092.unknown
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