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Legislação e Organização Profissional - Funenseg

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22a edição
Rio de Janeiro
2017
LEGISLAÇÃO E
ORGANIZAÇÃO
PROFISSIONAL
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele,
sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.
REALIZAÇÃO
 Escola Nacional de Seguros
SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA
 Diretoria de Ensino Técnico
ASSESSORIA TÉCNICA
 Afonso Lopes Teixeira Garcia Lamas – 2017
 Gumercindo Rocha Filho – 2016
 Aluízio José Bastos Barbosa Junior – 2015
CAPA
 Coordenadoria de Comunicação Social
DIAGRAMAÇÃO
 Info Action Editoração Eletrônica
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da FUNENSEG.
E73l Escola Nacional de Seguros. Diretoria de Ensino Técnico.
 Legislação e organização profissional/Supervisão e coordenação metodológica da 
Diretoria de Ensino Técnico; assessoria técnica de Afonso Lopes Teixeira Garcia Lamas. 
– 22. ed. – Rio de Janeiro: ENS, 2017.
 226 p.; 28 cm
 1. Seguro – Leis, decretos. 2. Corretor de seguros – Profissão – Leis, decretos. 
I. Lamas, Afonso Lopes Teixeira Garcia. II. Título.
0016-1794 CDU 368(094)(81)(072) 
A Escola Nacional de Seguros promove, desde 1971, diversas iniciativas no âmbito educacional, que contribuem para um mercado de seguros, previdência complementar, capitalização 
e resseguro cada vez mais qualificado. 
Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para 
profissionais que atuam nessa área, a Escola Nacional de Seguros 
oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e 
experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem 
sólida trajetória acadêmica.
A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho 
para o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes 
e a competitividade é cada vez maior. 
Seja bem-vindo à Escola Nacional de Seguros.
LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇÃO PROFISSIONAL4
SUMÁRIO 5
Sumário
1
2
O SISTEMA NACIONAL DE REGULAÇÃO, SUPERVISÃO E FISCALIZAÇÃO 7
DE SEGUROS PRIVADOS, DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA, 
CAPITALIZAÇÃO E CORRETAGEM
As Principais Normas Legais e Regulamentares 9
O Sistema Nacional de Regulação, Supervisão e Fiscalização de Seguros Privados, 10
de Previdência Complementar Aberta, Capitalização e Corretagem 
Competências dos Órgãos Que Compõem o Sistema Nacional de Regulação, Supervisão e 14
Fiscalização de Seguros Privados, Previdência Complementar Aberta, Capitalização e Corretagem 
Compete ao CNSP – Conselho Nacional de Seguros Privados 14
Compete à SUSEP – Superintendência de Seguros Privados 18
Compete ao CRSNSP – Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros Privados, 23
de Previdência Privada Aberta e de Capitalização 
As Operações de Seguros Privados 25
Os Seguros Obrigatórios 29
O Resseguro – Lei Complementar no 126, de 15/01/2007 30
A Atuação do IRB Brasil RE 30
Das Normas Regulamentadoras do Resseguro e da Sociedade Corretora de Resseguros 33
Fixando Conceitos 1 35
O CORRETOR DE SEGUROS 37
O Sistema Sindical e o Corretor de Seguros 39
Vantagens da Associação Sindical 43
Funções das Entidades Sindicais 43
As Entidades Sindicais Representativas dos Corretores de Seguros 44
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo – CNC 44
Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados, de Resseguros, de Capitalização, 45
de Previdência Privada e das Empresas Corretoras de Seguros e Resseguros – FENACOR 
Os Sindicatos de Corretores de Seguros nos Estados e no Distrito Federal (SINCORs) 46
A Lei que Regula a Profissão de Corretor de Seguros 48
O Papel de Intermediador do Corretor de Seguros 49
Requisitos para o Exercício Profissional e Registro na SUSEP 53
O Corretor de Seguros – Profissional Autônomo 53
As Corretoras de Seguros Pessoas Jurídicas 57
Qual a Melhor Opção? 60
Corretores de Seguros no SuperSimples 61
O que São Empresas Individuais de Responsabilidade Limitada – EIRELI 62
Habilitação Técnico-Profissional 63
Requerimento de Registro na SUSEP 63
Inexistência de Limitação Territorial para a Atuação do Corretor de Seguros 65
Os Prepostos do Corretor 65
Direitos e Deveres do Corretor 68
Deveres Básicos do Corretor 68
Direito à Comissão de Corretagem 70
LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇÃO PROFISSIONAL6
Dever de Registro das Propostas e de Demonstração à SUSEP 71
Dever de Repasse do Prêmio Recebido 72
Restrições Profissionais 74
Formas de Contratação e Aceitação das Propostas 76
As Responsabilidades do Corretor de Seguros 78
A Responsabilidade do Corretor de Seguros e o Código de Defesa do Consumidor – CDC 80
A Responsabilidade Penal e o Código Penal 83
A Responsabilidade Administrativa ou Profissional 83
A Lavagem de Dinheiro e a Responsabilidade dos Corretores de Seguros e Resseguros 88
em Face da Circular SUSEP no 445/12
Conselho de Controle de Atividades Financeiras – COAF 91
Do Cadastro 92
Das Operações Suspeitas 93
Da Comunicação das Operações Suspeitas 94
Da Comunicação Feita de Boa-Fé 94
Da Responsabilidade Administrativa 94
Das Penalidades 95
A Estrutura Sindical da FENASEG 95
A Estrutura Representativa da CNseg 95
A Autorregulação do Mercado da Corretagem (Lei Complementar no 137, de 26/08/2010) 96
O Instituto Brasileiro de Autorregulação do Mercado de Corretagem de Seguros, 
de Resseguros, de Capitalização e de Previdência Complementar Aberta – IBRACOR 97
Fixando Conceitos 2 99
TESTANDO CONHECIMENTOS 101
ESTUDOS DE CASO 111
ANEXOS 113
Anexo 1 – Lei Complementar no 126, de 15 de janeiro de 2007 115
Anexo 2 – Lei Complementar no 137, de 26 de agosto de 2010 125
Anexo 3 – Decreto-Lei no 73, de 21 de novembro de 1966 127
Anexo 4 – Lei no 4.594, de 29 de dezembro de 1964 147
Anexo 5 – Resolução CNSP no 233, de 1o de abril de 2011 153
Anexo 6 – Resolução CNSP no 243, de 6 de dezembro de 2011 159
Anexo 7 – Resolução CNSP no 249, de 15 de fevereiro de 2012 187
Anexo 8 – Resolução CNSP no 295, de 25 de outubro de 2013 191
Anexo 9 – Circular SUSEP no 428, de 15 de fevereiro de 2012 195
Anexo 10 – Circular SUSEP no 435, de 25 de maio de 2012 197
Anexo 11 – Circular SUSEP no 445, de 2 de julho de 2012 205
Anexo 12 – Circular SUSEP no 510, de 22 de janeiro de 2015 213
Anexo 13 – Outras Legislações Importantes 221
 
GABARITO 223
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 225
UNIDADE 1 7
O SISTEMA NACIONAL DE 
REGULAÇÃO, SUPERVISÃO E 
FISCALIZAÇÃO DE SEGUROS 
PRIVADOS, DE PREVIDÊNCIA 
COMPLEMENTAR ABERTA, 
CAPITALIZAÇÃO E CORRETAGEM
11
Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:
• Identificar as principais normas jurídicas sobre Seguros Privados, Previdência Complementar 
Aberta, Capitalização, Resseguros e Corretagem.
• Conhecer a composição do Sistema Nacional de Regulação, Supervisão e Fiscalização de Seguros 
Privados, de Previdência Complementar Aberta, Capitalização e Corretagem.
• Distinguir as competências do CNSP, da SUSEP e do CRSNSP.
• Entender os fundamentos das operações de seguro e resseguro no Brasil.
• Saber quais são os seguros legalmente obrigatórios no país.
• Compreender e saber distinguir as responsabilidades administrativa, civil e penal do corretor 
de seguros.
LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇÃO PROFISSIONAL8
UNIDADE 1 9
 AS PRINCIPAIS NORMAS LEGAIS 
E REGULAMENTARES
As atividades de Seguros Privados, Previdência Complementar Aberta, 
Capitalização e Resseguros, bem como a Corretagem de Seguros, são regidas 
por um conjunto de normas legais (a Constituição Federal, além de leis 
complementares e ordinárias, decretos-leis e decretos) e normas infralegais 
regulamentares (ex.: resoluções editadas pelo Conselho Nacional de Seguros 
Privados – CNSP – e circulares emanadas pela Superintendência de Seguros 
Privados – SUSEP), as quais dispõem sobre a atividade dos seguros privados. 
Essas normas legais e infralegais contemplam a inserção da atividade 
seguradorano sistema financeiro; estabelecem os procedimentos operacionais 
dos setores de Seguros Privados, Previdência Complementar Aberta, 
Capitalização e Resseguro; disciplinam os respectivos contratos e regem 
as relações entre as partes; além de regular a profissão do corretor de seguros 
e a atividade da corretagem de seguros.
Aqueles que pretendem atuar nesses setores devem conhecer as 
principais normas legais e infralegais regulamentares que se aplicam a 
tais atividades. São elas:
Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB)1 – a 
Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, estabelece em 
seu art. 21, inciso VIII, que compete à União: “Administrar as reservas 
cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, 
especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de 
seguros e de previdência privada”. No art. 22, inciso VII, dispõe que 
compete privativamente à União legislar sobre “política de crédito, 
câmbio, seguros e transferência de valores”. 
Lei no 4.594, de 29/12/1964 (com alterações posteriores)2 – regula 
a profissão de corretor de seguros.
Decreto no 56.903, de 24/09/1965 – regula a profissão de corretor 
de seguros de Vida e de Capitalização, de conformidade com o artigo 
32 da Lei no 4.594, de 29 de dezembro de 1964.
Decreto-Lei no 73, de 21/11/19663 – dispõe sobre o Sistema Nacional 
de Seguros Privados, regula as operações de seguros e resseguros e 
dá outras providências.
Decreto-Lei no 261, de 28/02/1967 – institui e regulamenta o Sistema 
Nacional de Capitalização.
Decreto no 60.459, de 13/03/1967 – regulamenta o Decreto-Lei no 73, 
de 1966.
1 Lei maior do país, a qual estabelece os direitos e garantias individuais, a estrutura política, 
legislativa e judiciária. Na escala de hierarquia das leis, é a principal lei de um país, à qual 
todas as demais devem (em tese) submissão.
2 Lei ou lei ordinária são atos normativos primários, os quais contêm normas gerais de 
natureza abstrata.
3 Decreto-Lei é um decreto com força de lei, proveniente do Poder Executivo. Na verdade, 
a competência para a elaboração de leis é do Poder Legislativo. Em algumas ocasiões muito 
específicas, é dada ao Poder Executivo essa atribuição. Antes da Constituição Federal 
de 1988, denominava-se decreto-lei. Depois da promulgação da Constituição 
Federal de 1988, o Decreto-Lei foi substituído pela Medida Provisória, a qual trouxe 
diversas inovações. Alguns Decretos-Leis permanecem em vigor por terem sido 
recepcionados pela Constituição de 1988.
LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇÃO PROFISSIONAL10
Lei no 8.078, de 11/09/1990 – cria o Código de Defesa do Consumidor.
Lei Complementar no 109, de 29/05/20014 – dispõe sobre o Regime 
de Previdência Complementar e dá outras providências.
Lei no 10.406, de 10/01/2002 (o Código Civil, de 2002) – contém 
disposições sobre a corretagem e seguros.
Lei Complementar no 126, de 15/01/2007 – dispõe sobre a política 
de resseguro, retrocessão e sua intermediação, as operações de 
cosseguro, as contratações de seguro no exterior e as operações em 
moeda estrangeira do setor securitário; altera o Decreto-Lei no 73, de 
21 de novembro de 1966, e a Lei no 8.031, de 12 de abril de 1990. 
Esse decreto-lei criou o Programa Nacional de Desestatização5.
Lei Complementar no 137, de 26/08/2010 – autoriza a participação 
da União em fundo destinado à cobertura suplementar dos riscos do 
Seguro Rural, revogando e alterando disposições do Decreto-Lei no 73, 
de 21 de novembro de 1966, instituindo, inclusive, as autorreguladoras 
da corretagem.
 O SISTEMA NACIONAL DE 
REGULAÇÃO, SUPERVISÃO E 
FISCALIZAÇÃO DE SEGUROS 
PRIVADOS, DE PREVIDÊNCIA 
COMPLEMENTAR ABERTA, 
CAPITALIZAÇÃO E CORRETAGEM 
Inicialmente, os assuntos relacionados a Seguros e Capitalização eram 
conduzidos no âmbito do Departamento Nacional de Seguros Privados e 
Capitalização – DNSPC –, vinculado ao então Ministério da Indústria e do 
Comércio, na forma do Decreto no 24.782, de 14 de julho de 1934.
Em 21/11/1966 foi editado o Decreto-Lei no 73, que, no art. 35, criou a 
Superintendência de Seguros Privados – SUSEP –, para a qual foram transferidos 
todo o acervo e a documentação do antigo DNSPC. Cabe acrescentar que, em 
1979, a SUSEP passou a ser subordinada ao Ministério da Fazenda.
Foi esse mesmo Decreto-Lei que instituiu, no artigo 8o, o Sistema Nacional de 
Seguros Privados (SNSP), o qual, originalmente, tinha a seguinte composição:
• Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP; 
• Superintendência de Seguros Privados – SUSEP; 
• Instituto de Resseguros do Brasil – IRB;
• sociedades autorizadas a operar em seguros privados; e
• corretores habilitados.
4 Lei complementar é a espécie de lei que objetiva complementar algum dispositivo da 
Constituição. Pode-se afirmar que, abaixo da Constituição Federal, é a norma de maior 
poder hierárquico.
5 “Ato ou efeito de desestatizar, fazer passar (empresa estatal) para a iniciativa privada” 
(Dicionário Caldas Aulete Digital).
Vale a pena ler 
na íntegra
Por força das alterações 
promovidas no 
Decreto-Lei no 73/66, 
pela Lei Complementar 
no 126/07, recomenda-se a 
leitura do texto integral atual 
daquele Decreto-Lei.
www.planalto.gov.br
UNIDADE 1 11
Com a promulgação, em 15/01/2007, da Lei Complementar no 126, que, 
entre outras matérias, dispôs sobre a política de resseguros e retrocessão, 
promovendo a abertura do mercado ressegurador brasileiro em definitivo, a 
redação do artigo 8o do Decreto-Lei no 73/66 foi modificada, de modo que o 
Sistema Nacional de Seguros Privados passou a ter a seguinte configuração:
• Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP;
• Superintendência de Seguros Privados – SUSEP;
• resseguradores;
• sociedades autorizadas a operar em seguros privados; e
• corretores habilitados. 
Comentário 1
Antes da entrada em vigor da Lei Complementar no 126/2007, quando 
ainda havia o monopólio estatal do resseguro no Brasil, exercido 
pelo Instituto de Resseguros do Brasil – IRB –, cuja denominação 
social atual é IRB Brasil RE, este fazia parte diretamente do Sistema 
Nacional de Seguros Privados. Com a quebra desse monopólio, 
outros resseguradores puderam passar a atuar no mercado brasileiro, 
e o próprio IRB permaneceu funcionando como ressegurador, mais 
precisamente na modalidade de ressegurador local.
Em 1988, como resultado do processo político de redemocratização, foi 
promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil (também 
denominada “Constituição Federal”), que sucedeu a Constituição de 1969, 
instituída pelo regime militar.
O artigo 192 da Constituição Federal de 1988, que trata do Sistema Financeiro 
Nacional, previa, originalmente, que a autorização e o funcionamento dos 
estabelecimentos de Seguro, Previdência e Capitalização, que compõem o 
referido sistema, seriam objeto de lei complementar. 
Assim, com a promulgação da Constituição Federal em 5 de outubro de 
1988, o Decreto-Lei no 73/66 passou a ter status de lei complementar, já que, 
desde a época da edição da referida Constituição, o referido decreto-lei era 
o único diploma legal que dispunha sobre as operações de seguros privados 
no país, tanto é que a própria Lei Complementar 126/07 efetuou alterações 
ao teor original do Decreto-Lei no 73/66, o que, indubitavelmente, comprova 
a vigência e eficácia desse diploma legal.
O artigo 192 da Constituição Federal foi objeto de sucessivas emendas 
constitucionais. A última foi a Emenda Constitucional no 40, de 29/05/2003. 
A redação atual daquele dispositivo é a seguinte:
Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a 
promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses 
da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as 
cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que 
disporão, inclusive, sobre a participaçãodo capital estrangeiro nas 
instituições que o integram.
Como até hoje não foi editada nenhuma lei complementar tratando das 
operações de seguros privados no país, o Decreto-Lei no 73, de 1966, continua 
a ser recepcionado pela Constituição Federal de 1988 com status de lei 
complementar. 
Vale a pena ler 
na íntegra
A Lei Complementar no 126/07, 
que dispõe sobre a política de 
resseguro e retrocessão e dá 
outras providências, constituindo 
um importantíssimo marco para 
o resseguro no Brasil.
www.planalto.gov.br
LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇÃO PROFISSIONAL12
Com base nisso, a competência para formular a política de seguros privados, 
para legislar sobre suas normas gerais e para fiscalizar as operações do 
mercado nacional é do Governo Federal, conforme estabelecido no artigo 7o 
do referido Decreto-Lei:
Art. 7o. Compete privativamente ao Governo Federal formular a política 
de seguros privados, legislar sobre suas normas gerais e fiscalizar as 
operações no mercado nacional (Redação dada pelo Decreto-Lei 
no 296, de 1967).
Já as sociedades de capitalização, pertencem ao Sistema Nacional de 
Capitalização, instituído pelo artigo 3o do Decreto-Lei no 261, de 27/02/1967, 
tendo os seguintes integrantes:
• Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP;
• Superintendência de Seguros Privados – SUSEP; e
• sociedades autorizadas a operar em Capitalização.
Com a promulgação da Constituição Federal em 5 de outubro de 1988, o 
Decreto-Lei no 261/67 foi recepcionado pelo texto constitucional com status de 
lei complementar, a exemplo do que ocorrera com o Decreto-Lei no 73/66.
Em 26/08/2010, foi editada a Lei Complementar no 137/2010, que modificou 
a redação dos parágrafos do artigo 3o do Decreto-Lei no 261/67, conforme 
segue: 
Art. 3o [...]
§ 1o Compete privativamente ao Conselho Nacional de Seguros Privados 
(CNSP) fixar as diretrizes e normas da política de capitalização e 
regulamentar as operações das sociedades do ramo, relativamente às 
quais exercerá atribuições idênticas às estabelecidas para as sociedades 
de seguros, nos termos dos incisos I a VI, X a XII e XVII a XIX do art. 
32 do Decreto-Lei no 73, de 21 de novembro de 1966.
§ 2o A Susep é o órgão executor da política de capitalização traçada 
pelo CNSP, cabendo-lhe fiscalizar a constituição, organização, 
funcionamento e operações das sociedades do ramo, relativamente às 
quais exercerá atribuições idênticas às estabelecidas para as sociedades 
de seguros, nos termos das alíneas “a”, “b”, “c”, “g”, “h”, “i”, “k” 
e “l” do art. 36 do Decreto-Lei no 73, de 1966. (NR)
As Entidades Abertas de Previdência Complementar, por sua vez, eram regidas 
pela Lei no 6.435, de 15/07/1977, que, nos artigos 8o e 9o, atribuía ao órgão 
normativo e executivo do Sistema Nacional de Seguros Privados (portanto, à 
SUSEP) o poder de regulamentar e fiscalizar as Entidades Abertas de Previdência 
Privada, prevendo, ainda no artigo 10, que tais entidades seriam reguladas 
não apenas pelas disposições da mencionada lei, mas também pela legislação 
aplicável às sociedades seguradoras.
Ocorre que, em 29/05/2001, a Lei Complementar no 109, que dispõe sobre 
o regime de Previdência Complementar, revogou, expressamente, a Lei 
no 6.435/77.
UNIDADE 1 13
No entanto, o artigo 73 da Lei Complementar no 109/2001 prevê que as 
entidades abertas serão reguladas também, no que couber, pela legislação 
aplicável às sociedades seguradoras. O artigo 74, por sua vez, estabelece que 
as funções do órgão regulador e do órgão fiscalizador serão exercidas, no 
que toca às entidades abertas, pelo Ministério da Fazenda, por intermédio 
do Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP – e da Superintendência 
de Seguros Privados – SUSEP.
Constata-se, portanto, que o Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP 
– exerce, no âmbito do Sistema Nacional de Seguros Privados, do Sistema 
Nacional de Capitalização, bem como do Regime de Previdência Privada 
Complementar (somente no que se refere às entidades abertas), as mesmas 
atribuições. Idêntica situação se verifica no tocante à Superintendência de 
Seguros Privados – SUSEP.
Por tais razões é que se pode falar na coexistência legal de dois Sistemas 
distintos, sendo um o de “Seguros Privados” e o outro o de “Capitalização”, 
conforme acima exposto.
Considerando as competências privativas do órgão regulador (CNSP) e do órgão 
supervisor e fiscalizador (SUSEP), bem como a atuação e operacionalidade 
das sociedades seguradoras e resseguradoras; sociedades de capitalização; 
sociedades de vida e previdência; entidades abertas de previdência 
complementar; corretores de seguros e de resseguros; corretores de vida, 
de capitalização e de previdência complementar aberta, pode-se dizer que 
foi estabelecido um integrado Sistema Nacional de Regulação, Supervisão e 
Fiscalização para tais setores, mercados e atividades, assim constituídos:
Órgãos Oficiais:
• Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP (regulador); e
• Superintendência de Seguros Privados – SUSEP (supervisor e fiscalizador);
Administrados, supervisionados e fiscalizados:
• resseguradores;
• sociedades autorizadas a operar em seguros privados, incluindo as de vida 
e previdência; 
• entidades abertas de Previdência Complementar;
• sociedades de capitalização; e
• corretores habilitados. 
É fundamental acrescentar que o Seguro-Saúde, embora seja também 
uma modalidade de seguro, é regido de forma específica pela Lei no 9.656, 
de 03/06/1998, e se insere no Sistema Nacional de Saúde Suplementar. 
Tal seguro é operado exclusivamente por seguradoras especializadas, na forma 
do artigo 1o da Lei no 10.185, de 12/02/2001, regulamentado pelo Conselho 
de Saúde Suplementar – CONSU –, competindo a fiscalização das respectivas 
seguradoras à Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS (conforme o 
§3o do artigo 1o da mencionada Lei).
LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇÃO PROFISSIONAL14
 COMPETÊNCIAS DOS ÓRGÃOS 
QUE COMPÕEM O SISTEMA 
NACIONAL DE REGULAÇÃO, 
SUPERVISÃO E FISCALIZAÇÃO DE 
SEGUROS PRIVADOS, PREVIDÊNCIA 
COMPLEMENTAR ABERTA, 
CAPITALIZAÇÃO E CORRETAGEM
 Compete ao CNSP – Conselho Nacional 
de Seguros Privados
O Decreto-Lei no 73/66 criou, por meio do art. 32, o Conselho Nacional de 
Seguros Privados – CNSP –, um órgão colegiado, sem personalidade jurídica, 
integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, composto, atualmente, na 
forma da Lei no 10.190, de 14/02/2001 (que deu nova redação ao art. 33 do 
Decreto-Lei no 73, de 1966), pelos seguintes membros: 
• ministro de Estado da Fazenda ou seu representante; 
• superintendente da Superintendência de Seguros Privados – SUSEP;
• 1 representante do Ministério da Justiça;
• 1 representante do Ministério da Previdência e Assistência Social; 
• 1 representante do Banco Central do Brasil; e
• 1 representante da Comissão de Valores Mobiliários – CVM.
Sua principal responsabilidade consiste na fixação das diretrizes e normas da 
política de seguros privados estabelecida pelo Governo Federal. Cabe analisar, 
a seguir, cada uma das competências atribuídas ao CNSP pelo referido 
Decreto-Lei: 
Art 32. É criado o Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP, 
ao qual compete privativamente (artigo retificado pelo Decreto-Lei 
no 296, de 1967):
I – fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados;
Comentário 2
Nesse inciso, fica claro que o CNSP, integrante da estrutura do Ministério 
da Fazenda, é o órgão responsável por fixar as diretrizes e normas da 
política de seguros privados no país. O referido Conselho, baseado 
na política econômica estabelecida pelo Ministério da Fazenda, 
delimita a política de seguros privados, e esta deve estar, portanto, 
inteiramente integrada à política econômica. É necessário compreender 
que formular ou fixar as diretrizes e normas da política de seguros 
privados é competência privativa do PoderExecutivo, bem como enviar 
proposição de normas legais ao Poder Legislativo; assim como editar 
Decretos e Medidas Provisórias. Os órgãos jurisdicionados ao Ministério 
da Fazenda, no caso, o CNSP e a SUSEP têm, a competência privativa de 
editar normas infralegais, resoluções e circulares, respectivamente.
UNIDADE 1 15
II – regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização 
dos que exercerem atividades subordinadas a este Decreto-Lei, bem 
como a aplicação das penalidades previstas;
III – estipular índices e demais condições técnicas sobre tarifas, 
investimentos e outras relações patrimoniais a serem observadas pelas 
sociedades seguradoras;
Comentário 3
Trata-se de mais uma atribuição relacionada à política econômica do 
país, objetivando evitar que as seguradoras apliquem tarifas/preços 
fora da realidade econômica ou, então, possam extrapolar o poder que 
exercerão nas operações que conceberão. O CNSP é órgão controlador 
dos respectivos índices.
IV – fixar as características gerais dos contratos de seguros;
Comentário 4
O Código Civil e o Código de Defesa do Consumidor tratam das 
normas gerais – e algumas específicas – a respeito dos contratos. 
Por exemplo, o Código Civil estabelece limites para os contratos de 
adesão, mas não fixa as respectivas cláusulas. Cabe ao CNSP delimitar 
essas características gerais, sempre respeitando as normas já expressas 
nos referidos Códigos.
V – fixar normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas 
pelas sociedades seguradoras;
Comentário 5
Ao fixar as normas gerais de contabilidade e estatística que deverão ser 
observadas pelas sociedades seguradoras, o CNSP acaba exercendo uma 
espécie de controle, no concernente à gestão das próprias sociedades, 
zelando pelos investimentos dos segurados, bem como pelo lastro de 
capital necessário para garantir possíveis e futuras indenizações, além 
da veracidade dos lançamentos para efeitos tributários.
LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇÃO PROFISSIONAL16
VI – delimitar o capital das sociedades seguradoras e dos resseguradores; 
(inciso alterado pela Lei Complementar no 126, de 2007)
Comentário 6
Outra atribuição com características de proteção, no sentido de 
garantir o cumprimento das obrigações assumidas pelas sociedades 
seguradoras. Observe-se que esse inciso teve a redação alterada pela 
Lei Complementar no 126, de 2007, a qual deu nova concepção às 
operações de resseguro.
VII – estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro;
Comentário 7
A Lei Complementar no 126, de 2007, estabeleceu uma sistemática 
específica para as operações de resseguro. O CNSP é o órgão 
responsável por estabelecer as diretrizes gerais dessas operações.
VIII – disciplinar as operações de cosseguro (inciso alterado pela Lei 
Complementar no 126, de 2007);
IX – (inciso revogado pela Lei Complementar no 126/07);
X – aplicar às sociedades seguradoras estrangeiras autorizadas a 
funcionar no País as mesmas vedações ou restrições equivalentes às que 
vigorarem nos países da matriz, em relação às sociedades seguradoras 
brasileiras ali instaladas ou que neles desejem estabelecer-se;
Comentário 8
O inciso X estabelece como atribuição do CNSP um princípio de Direito 
Internacional, denominado princípio da reciprocidade, pelo qual se 
dá ao estrangeiro o mesmo tratamento deferido ao nacional no país 
de origem daquele.
XI – prescrever os critérios de constituição das sociedades seguradoras, 
com fixação dos limites legais e técnicos das operações de seguro;
Comentário 9
As sociedades seguradoras devem ser concebidas na forma jurídica de 
sociedades anônimas, cabendo ao CNSP estabelecer os critérios pelos 
quais poderão ser efetivamente constituídas.
UNIDADE 1 17
XII – disciplinar a corretagem de seguros e a profissão de corretor;
Comentário 10
A corretagem de seguros e a profissão de corretor de seguros devem ser 
disciplinadas pelo CNSP, ao qual compete estabelecer as suas diretrizes 
e os seus requisitos. É preciso registrar que a Lei no 4.594, de 1964, 
estabelece os requisitos necessários para o exercício da profissão de 
corretor de seguros, exigindo o seu competente registro junto à SUSEP. 
A Circular SUSEP no 510, de 22 de janeiro de 2015, com alterações 
promovidas pelas Circulares SUSEP nos 514/2015, 520/2015 e 532/2016, 
dispõe sobre o registro de corretor de seguros, de capitalização e de 
previdência, pessoa física e pessoa jurídica, e sobre a atividade de 
corretagem de seguros, de capitalização e de previdência. 
XIII – (inciso revogado pela Lei Complementar no 126/07);
XIV – decidir sobre sua própria organização, elaborando o respectivo 
Regimento Interno;
Comentário 11
O próprio CNSP estabelecerá a sua organização, ditando como 
serão realizadas as suas atividades, compondo, inclusive, seu próprio 
regimento interno.
XV – regular a organização, a composição e o funcionamento de suas 
Comissões Consultivas;
Comentário 12
O CNSP está autorizado a criar e manter comissões consultivas com o 
objetivo não somente de analisar questões específicas, mas também 
de dirimir dúvidas sobre questões que lhe sejam apresentadas.
XVI – regular a instalação e o funcionamento das Bolsas de Seguro.
Comentário 13
Embora haja previsão legal para regulação, instalação e funcionamento 
das Bolsas de Seguro, na realidade, elas não existem, e não há qualquer 
marco regulatório nesse sentido.
LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇÃO PROFISSIONAL18
XVII – fixar as condições de constituição e extinção de entidades 
autorreguladoras do mercado de corretagem, sua forma jurídica, 
seus órgãos de administração e a forma de preenchimento de cargos 
administrativos;
XVIII – regular o exercício do poder disciplinar das entidades 
autorreguladoras do mercado de corretagem sobre seus membros, 
inclusive do poder de impor penalidades e de excluir membros;
XIX – disciplinar a administração das entidades autorreguladoras do 
mercado de corretagem e a fixação de emolumentos, comissões e 
quaisquer outras despesas cobradas por tais entidades, quando for o 
caso. (NR)
Comentário 14
O CNSP editou, em abril de 2011, a Resolução no 233, que dispõe sobre 
as condições de constituição, organização, funcionamento e extinção 
de entidades autorreguladoras do mercado de corretagem de Seguros, 
Resseguros, de Capitalização e de Previdência Complementar Aberta, na 
condição de auxiliares da SUSEP, e dá outras providências. Tal resolução 
foi alterada pela Resolução CNSP no 251/2012 e regulamentada pela 
Circular SUSEP no 435/2012.
No ano de 2004, foi aprovada a Resolução CNSP no 111, a qual teve por 
objetivo adequar as competências do CNSP às determinações contidas no 
Decreto-Lei no 73, de 1966.
A citada resolução praticamente reproduziu as mesmas atribuições presentes 
no Decreto-Lei no 73, de 1966. Além disso, conforme exposto anteriormente, 
a Lei Complementar no 137, de 2010, ampliou ainda mais as competências 
do CNSP, com a instituição das entidades autorreguladoras do mercado de 
corretagem. 
 Compete à SUSEP – Superintendência 
de Seguros Privados
O artigo 36 do Decreto-Lei no 73/66 atribui à Superintendência de Seguros 
Privados – SUSEP – a missão de executar a política traçada pelo CNSP e, 
entre outras obrigações, conferiu-lhe, de forma especial, a missão de 
fiscalizar a constituição, a organização, o funcionamento e as operações 
das sociedades seguradoras.
A SUSEP é uma entidade autárquica pertencente aos quadros da administração 
federal indireta, dotada de personalidade jurídica de Direito Público. É o órgão 
responsável pela fiscalização e supervisão dos mercados de Seguros, Resseguros, 
Previdência Complementar Aberta, Capitalização e Corretagem. 
Vale a pena ler 
na íntegra
A Resolução no 233/11 
do CNSP estabelece, no 
artigo 3o, que “as entidades 
autorreguladoras terão por 
objetivozelar pela observância
às normas jurídicas, em 
especial pelos direitos dos 
consumidores, e fomentar 
a elevação de padrões 
éticos dos membros do 
mercado de corretagem, bem 
como as boas práticas de 
conduta no relacionamento 
profi ssional com segurados, 
corretores e sociedades 
seguradoras, resseguradoras, 
de capitalização e entidades 
abertas de previdência 
complementar”.
www.susep.gov.br
UNIDADE 1 19
Seus poderes estão estabelecidos no artigo 36 do Decreto-Lei no 73, de 1966, 
cujo texto é o seguinte:
Art. 36. Compete à SUSEP, na qualidade de executora da política traçada 
pelo CNSP, como órgão fiscalizador da constituição, organização, 
funcionamento e operações das sociedades seguradoras:
Comentário 15
No referido artigo está claro que as competências e atividades 
finalísticas da SUSEP devem, obrigatoriamente, seguir a política traçada 
pelo CNSP. 
Dessa forma, ela deve fiscalizar a constituição, a organização, o 
funcionamento e as operações das sociedades seguradoras com 
independência, incentivando o desenvolvimento do setor, mas nos 
limites da política estabelecida pelo CNSP.
a) processar os pedidos de autorização para constituição, organização, 
funcionamento, fusão, encampação, grupamento, transferência 
de controle acionário e reforma dos estatutos das sociedades 
seguradoras, opinar sobre os mesmos e encaminhá-los ao CNSP;
Comentário 16
As sociedades seguradoras devem submeter seus processos de constituição, 
organização, funcionamento, fusão, encampação, grupamento, 
transferência de controle acionário e reforma dos estatutos à SUSEP para 
fins de processamento, análise e cumprimento das condicionantes legais, 
bem como para fins de encaminhamento ao CNSP. 
b) baixar instruções e expedir circulares relativas à regulamentação 
das operações de seguro, de acordo com as diretrizes do CNSP;
Comentário 17
A SUSEP, por meio de circulares e instruções normativas, edita 
normas e instruções complementares com vistas ao cumprimento 
das diretrizes estabelecidas pelo CNSP. 
LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇÃO PROFISSIONAL20
c) fixar condições de apólices, planos de operações e tarifas a serem 
utilizadas obrigatoriamente pelo mercado segurador nacional;
Comentário 18
O CNSP estabelece os índices e as demais condições técnicas a respeito 
das tarifas a serem observadas pelas sociedades seguradoras no caso de 
seguros cujos prêmios são tarifados. A SUSEP, por sua vez, cumpre tais 
determinações, fixando, nos limites estabelecidos pelo referido Conselho, 
as condições das apólices e os respectivos planos de operações.
d) aprovar os limites de operações das sociedades seguradoras, de 
conformidade com o critério fixado pelo CNSP; 
Comentário 19
O CNSP deverá estabelecer os critérios para os limites de operações 
das sociedades seguradoras. Estes critérios devem ser observados pela 
SUSEP no exercício de suas atividades de controle e de fiscalização 
das referidas sociedades.
e) examinar e aprovar as condições de coberturas especiais, bem 
como fixar as taxas aplicáveis (alínea retificada pelo Decreto-Lei 
no 296/67);
Comentário 20
As seguradoras, muitas vezes, propõem coberturas especiais. Cabe à 
SUSEP examinar tais propostas, aprová-las e estabelecer as taxas que 
poderão ser exercidas por elas.
f) autorizar a movimentação e liberação dos bens e valores 
obrigatoriamente inscritos em garantia das reservas técnicas e do 
capital vinculado;
Comentário 21
As sociedades seguradoras, quando constituídas, devem obrigatoriamente 
manter reserva de bens e valores como lastro para suas operações. 
Esses bens e valores poderão, em algumas oportunidades, ser 
liberados ou movimentados. São os denominados bens garantidores 
das reservas técnicas. Cabe à SUSEP analisar as respectivas razões e 
circunstâncias dessas liberações ou movimentações, quando necessárias 
ou justificáveis, podendo ou não autorizá-las.
UNIDADE 1 21
g) fiscalizar a execução das normas gerais de contabilidade e estatística 
fixadas pelo CNSP para as sociedades seguradoras;
Comentário 22
É evidente que a contabilidade de uma empresa possui estreita relação 
com as obrigações tributárias, haja vista estabelecer um diagnóstico 
de suas operações financeiras. O CNSP fixa as normas contábeis e de 
estatísticas que deverão ser seguidas pelas sociedades seguradoras, 
cabendo à SUSEP fiscalizar o seu cumprimento.
h) fiscalizar as operações das sociedades seguradoras, inclusive o 
exato cumprimento deste Decreto-Lei, de outras leis pertinentes, 
disposições regulamentares em geral, resoluções do CNSP e aplicar 
as penalidades cabíveis;
Comentário 23
Assim, por esse texto legal, constata-se que a SUSEP é o órgão 
responsável pela fiscalização das operações securitárias, zelando pelo 
cumprimento do universo de leis que versam sobre seguros, inclusive 
as que tratam do regime repressivo. Obviamente, o poder fiscalizador 
somente se completa se aliado ao poder delegado e constituído de 
aplicar as penalidades cabíveis. Caso o operador do seguro cometa 
qualquer infração, será a SUSEP a responsável pela realização do 
respectivo procedimento administrativo sancionador, que apenará o 
infrator. As formalidades dos processos administrativos sancionadores, 
por força de determinação legal, inclusive da Constituição Federal, 
devem garantir os direitos fundamentais dos administrados (o devido 
processo legal, o contraditório e a ampla defesa).
i) proceder à liquidação das sociedades seguradoras que tiverem 
cassada a autorização para funcionar no País;
Comentário 24
A liquidação e o encerramento das atividades de uma sociedade 
seguradora, em decorrência de má gestão administrativa, implicam 
consequências danosas para a imagem do mercado. Nos regimes 
especiais, conforme previsto pelo Decreto-Lei no 73, de 1966, a 
sociedade supervisionada pela SUSEP, antes da decretação de sua 
liquidação extrajudicial, ainda passa pela direção fiscal (com um diretor 
fiscal indicado pela SUSEP) e pela intervenção. A Lei Federal no 6.024, 
de 13/03/1974, dispõe sobre a intervenção e liquidação extrajudicial 
de instituições financeiras.
LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇÃO PROFISSIONAL22
j) organizar seus serviços, elaborar e executar seu orçamento;
Comentário 25
A SUSEP está organizada e estruturada em função do contido no 
Decreto no 7.409, de 23/12/2009, e de seu regimento interno. A título 
de ilustração, o regimento interno atual está contido no anexo da 
Resolução CNSP no 338, de 09/05/2016, o qual pode ser, no curso 
do tempo, mantido, alterado ou revogado quando for editado outro 
em substituição ao atual.
k) fiscalizar as operações das entidades autorreguladoras do mercado 
de corretagem, inclusive o exato cumprimento deste Decreto-Lei, 
de outras leis pertinentes, de disposições regulamentares em geral 
e de resoluções do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), 
e aplicar as penalidades cabíveis; e 
l) celebrar convênios para a execução dos serviços de sua competência 
em qualquer parte do território nacional, observadas as normas da 
legislação em vigor.
Comentário 26
Esses dispositivos estão relacionados à fiscalização, pela SUSEP, 
das operações das entidades autorreguladoras e ao cumprimento 
da legislação pertinente. É importante salientar que as entidades 
autorreguladoras são entidades de Direito Privado autorizadas a 
funcionar como órgãos auxiliares da SUSEP, na forma da Resolução no 
233/11 do CNSP, que foi alterada pela Resolução CNSP no 251/2012 e 
regulamentada pela Circular SUSEP no 435/2012.
Nota
Relativamente à competência da SUSEP, convém registrar que a Lei 
Complementar no 126, de 2007, no seu art. 3o, parágrafo único, 
estabelece o seguinte:
“Art. 3o. A fiscalização das operações de cosseguro, resseguro, 
retrocessão e sua intermediação será exercida pelo órgão 
fiscalizador deseguros, conforme definido em lei, sem prejuízo 
das atribuições dos órgãos fiscalizadores das demais cedentes.
Parágrafo único. Ao órgão fiscalizador de seguros, no que se 
refere aos resseguradores, intermediários e suas respectivas 
atividades, caberão as mesmas atribuições que detém para as 
sociedades seguradoras, corretores de seguros e suas respectivas 
atividades.”
UNIDADE 1 23
 Compete ao CRSNSP – Conselho de 
Recursos do Sistema Nacional de Seguros 
Privados, de Previdência Privada Aberta e 
de Capitalização
Órgão integrante da estrutura básica do Ministério da Fazenda, o Conselho 
de Recursos do Sistema Nacional de Seguros Privados, de Previdência 
Privada Aberta e de Capitalização (CRSNSP) surgiu com o advento da Medida 
Provisória no 1.689-5, de 26 de outubro de 1998.
A referida medida provisória apresentou o CRSNSP como órgão integrante do 
Ministério da Fazenda, mas suas atribuições foram então estabelecidas pelo 
Decreto no 2.824, de 27 de outubro de 1998, alterado pelo Decreto no 8.051, 
de 11 de julho de 2013 e revogado pelo Decreto no 8.634, de 12 de janeiro 
de 2016, publicado no D.O.U de 13/01/2016.
A principal atribuição do CRSNSP consiste no julgamento, em última instância 
administrativa, dos recursos interpostos em face das decisões proferidas pela 
SUSEP, em processos administrativos sancionadores.
O fato de o CRSNSP ser a última instância recursal administrativa não significa 
que os supervisionados não possam buscar a tutela jurisdicional do Estado 
pela via judicial. O que se deve ter em mente é que, no Poder Judiciário, 
o administrado pode produzir todas as provas admitidas pela legislação 
processual (documentais, testemunhais, periciais, entre outras).
Já o processo administrativo sancionador que tramita na SUSEP comporta 
somente a produção de provas documentais ou materiais.
O CRSNSP será integrado por seis conselheiros titulares e respectivos 
suplentes, de reconhecida capacidade técnica e possuidores de conhecimentos 
especializados nas matérias de competência do Conselho, observada a seguinte 
composição: 
I – três conselheiros indicados pelo setor público, dos quais dois pelo Ministério 
da Fazenda, e um pela SUSEP; e 
II – três conselheiros indicados, em lista tríplice, pelas entidades de classe 
dos mercados de seguro, de previdência privada aberta, de capitalização, de 
resseguro e de corretagem de seguro.
Comentário 27
A composição, a organização e o funcionamento do CRSNSP serão 
fixados no Regimento Interno, o qual foi aprovado na forma do anexo 
à Portaria Ministério da Fazenda no 38, de 10 de fevereiro de 2016.
LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇÃO PROFISSIONAL24
O Presidente do Conselho terá como Presidente o representante do Ministério 
da Fazenda, designado pelo Ministro do Estado da Fazenda.
Comentário 28
Portanto, o número de representantes no CRSNSP revelou a valorização 
da participação das entidades privadas nas decisões de última instância 
na esfera administrativa.
Uma importante inovação do Decreto no 8.051/13 foi a possibilidade de Ato 
do Ministro da Fazenda criar Câmara Extraordinária, em caráter temporário, 
para reduzir a quantidade de recursos pendentes de julgamento ou acelerar 
seu julgamento no Conselho.
A Câmara Extraordinária será composta pelos Conselheiros Suplentes e 
presidida por representante do Ministério da Fazenda.
Comentário 29
É importante destacar que, junto ao CRSNSP, atuam Procuradores 
Federais, da estrutura da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional – 
PGFN –, com a atribuição de zelar pela fiel observância das leis, decretos, 
regulamentos e demais atos normativos.
UNIDADE 1 25
 AS OPERAÇÕES DE SEGUROS 
PRIVADOS
As operações de seguros privados no Brasil estão representadas pelas várias 
modalidades de seguros facultativos, assim como os obrigatórios.
É o Decreto-Lei no 73, de 1966, que estabelece as normas das operações de 
seguros privados no território nacional. Convém analisar, nesse aspecto, alguns 
de seus dispositivos:
Art. 1o. Todas as operações de seguros privados realizados no País 
ficarão subordinadas às disposições do presente Decreto-Lei.
Comentário 30
O referido decreto-lei determina que todas as operações de seguros 
privados realizadas no território nacional estão a ele subordinadas. 
Obviamente, isso não significa dizer que outras normas legais existentes, 
ou que venham a ser editadas, não se apliquem aos contratos de Seguros, 
de Previdência Complementar Aberta e de Capitalização. Tais contratos 
são regidos por outras leis, como, por exemplo, o Código Civil e o Código 
de Defesa do Consumidor.
Art. 2o. O controle do Estado se exercerá pelos órgãos instituídos neste 
Decreto-Lei, no interesse dos segurados e beneficiários dos contratos 
de seguro.
Comentário 31
Este artigo esclarece que haverá o controle estatal das operações 
securitárias por meio da delegação de poderes aos órgãos instituídos 
pelo Decreto-Lei no 73, de 1966. No caso, esses órgãos são o CNSP e 
a SUSEP. Vale lembrar que a normatização e a fiscalização do Seguro-
Saúde são feitas pelo CONSU e pela ANS.
Art. 3o. Consideram-se operações de seguros privados os seguros de coisas, 
pessoas, bens, responsabilidades, obrigações, direitos e garantias.
Comentário 32
Em outras palavras, pode haver interesse segurável relativo a coisas, 
pessoas, bens, responsabilidades, obrigações, direitos e garantias. 
Isto revela a abrangência das operações de seguros.
Vale lembrar que o atual Código Civil agrupou os seguros em duas 
modalidades, quais sejam: os Seguros de Danos e os Seguros de Pessoas.
Isto é básico
O Seguro-Saúde está 
regulamentado por lei 
especial, a Lei no 9.656/98. 
www.planalto.gov.br
LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇÃO PROFISSIONAL26
Parágrafo único. Ficam excluídos das disposições deste Decreto-Lei 
os seguros do âmbito da Previdência Social, regidos pela legislação 
especial pertinente.
Comentário 33
Esse dispositivo estabelece que os seguros relacionados à Previdência 
Social, a exemplo do Seguro de Acidentes do Trabalho, não são 
regulados pelo Decreto-Lei no 73/1966. A Previdência Social é regida 
pela Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, não sendo alvo de análise 
no presente estudo.
O artigo 4o trata do cosseguro, do resseguro e da retrocessão:
“Art 4o. Integra-se nas operações de seguros privados o sistema de 
cosseguro, resseguro e retrocessão, por forma a pulverizar os riscos e 
fortalecer as relações econômicas do mercado. 
Parágrafo único. Aplicam-se aos estabelecimentos autorizados a operar 
em resseguro e retrocessão, no que couber, as regras estabelecidas para 
as sociedades seguradoras (Incluído pela Lei no 9.932, de 1999).”
Comentário 34
O cosseguro, o resseguro e a retrocessão são operações que viabilizam 
a pulverização ou a distribuição dos riscos assumidos nas operações 
de seguros.
O inciso I do artigo 5o do Decreto-Lei no 73, de 1966, estabelece as metas a 
serem atingidas pela política de seguros privados.
Art. 5o. A política de seguros privados objetivará:
I – promover a expansão do mercado de seguros e propiciar condições 
operacionais necessárias para sua integração no processo econômico 
e social do País;
Comentário 35
A política de seguros privados concentra seus esforços no crescimento 
do mercado de seguros. Não se trata de uma expansão desenfreada, 
a qualquer custo, mas, sim, de forma harmônica com o processo 
econômico e social do país. Esta é uma das razões pelas quais as 
operações de seguros privados são controladas pelo Ministério da 
Fazenda, por intermédio do CNSP e da SUSEP, responsável pela 
formulação da política e manutenção da ordem econômica do Brasil.
Cosseguro
Ocorre quando duas 
ou mais sociedades 
seguradoras, com a anuência 
do segurado e com relação 
a determinada apólice, 
distribuem percentualmente 
o risco entre si. 
ResseguroÉ um mecanismo de repartição 
de riscos por meio do qual um 
segurador, de forma facultativa 
ou automática, cede a sua 
responsabilidade, no todo ou 
em parte, a um ressegurador. 
Assim como o segurado procura 
garantir-se contra os efeitos 
dos riscos por meio do seguro, 
também o segurador procura 
resguardar-se dos prejuízos 
tecnicamente desaconselháveis 
por meio do resseguro. 
Uma sociedade seguradora pode 
transferir os riscos que assumiu 
a um ressegurador. Este sistema 
é muito utilizado em casos de 
coberturas com valores vultosos.
Retrocessão
Consiste na operação 
de transferência de 
riscos de resseguro 
de um ressegurador 
para um retrocessionário 
(que pode ser um outro 
ressegurador ou uma 
sociedade seguradora local).
UNIDADE 1 27
II – evitar evasão de divisas, pelo equilíbrio do balanço dos resultados 
do intercâmbio, de negócios com o exterior;
Comentário 36
É fundamental para o país manter relações negociais com o exterior. 
A inexistência de mecanismos de controle para essas operações poderá 
gerar desequilíbrio entre a entrada e a saída de divisas de um país para 
outro. Se não possuirmos uma política de seguros bem estabelecida, 
com regras bem fundamentadas, a grande demanda pelo seguro 
poderia acarretar a procura por sociedades seguradoras estrangeiras 
e, cada vez mais, a interferência delas em nosso mercado. Assim, o 
respectivo inciso deixa patente ser a nossa política de seguros privados 
centrada no equilíbrio desse intercâmbio, objetivando evitar a saída 
descontrolada de divisas nacionais.
III – firmar o princípio da reciprocidade em operações de seguro, 
condicionando à autorização para o funcionamento de empresas e 
firmas estrangeiras a igualdade de condições no país de origem (Redação 
dada pelo Decreto-Lei no 296, de 1967);
Comentário 37
O princípio da reciprocidade é do Direito Internacional, pelo qual se 
aplica ao estrangeiro tratamento semelhante ao dado ao nacional em 
terras estrangeiras. Desta forma, objetiva-se, dentro do possível, conferir 
a uma sociedade seguradora estrangeira o mesmo tratamento dado a 
uma seguradora nacional no país de origem da primeira pelo governo 
local. 
IV – promover o aperfeiçoamento das sociedades seguradoras;
Comentário 38
Ao determinar que seja promovido o aperfeiçoamento das sociedades 
seguradoras, a lei objetiva, assim, o desenvolvimento do setor com 
as melhores práticas de mercado e modernidade no emprego da 
tecnologia na operacionalidade de seus controles internos.
LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇÃO PROFISSIONAL28
V – preservar a liquidez e a solvência das sociedades seguradoras;
Comentário 39
Um dos objetivos do controle exercido pela lei, principalmente 
a de proteção ao consumidor, é a preservação da liquidez e solvência 
do mercado supervisionado pela SUSEP, ou seja, estabelecer regras 
que promovam maior segurança no concernente à capacidade 
econômico-financeira das empresas de poderem cumprir efetivamente 
suas obrigações. Seguindo as determinações legais e a adoção 
de padrões internacionais recomendados pela IAIS [International 
Association of Insurance Supervisors] (entidade internacional que 
congrega supervisores de seguros de vários países), com foco na 
solvência, novas regras de capital e controles internos, a SUSEP 
vem adotando, na sua estrutura fiscalizatória, progressivamente, a 
supervisão contínua nas empresas por ela controladas.
VI – coordenar a política de seguros com a política de investimentos do 
Governo Federal, observados os critérios estabelecidos para as políticas 
monetária, creditícia e fiscal.
Comentário 40
Quando o presidente da República é empossado, escolhe e nomeia 
seus ministros de Estado, que passam a exercer cargos de confiança, 
demissíveis ad nutum, ou seja, podem ser demitidos, a qualquer tempo, 
por iniciativa e vontade de quem os nomeou. Cada ministro de Estado 
exerce sua função somando suas competências ao plano de governo 
estabelecido pelo chefe do Executivo, ou seja, pelo presidente da 
República. O Ministério da Fazenda e o Banco Central do Brasil – BACEN 
–, observadas as suas competências legais, formulam as diretrizes da 
política monetária, creditícia e fiscal. O objetivo desse inciso, portanto, 
é estabelecer conexões harmônicas entre essas estratégias e as de 
formulação de política securitária.
Conclui-se, assim, que o objetivo essencial da norma legal foi o de promover 
a expansão do mercado de seguros de forma ordenada, sempre procurando 
preservar os interesses dos segurados e buscar o equilíbrio no relacionamento 
deles com as sociedades supervisionadas, além do necessário e importante 
acompanhamento das operações de Seguros e Resseguros, Capitalização e 
Previdência Complementar Aberta.
Vale dizer que todos os recursos financeiros que constituem os bens 
garantidores das reservas técnicas das sociedades supervisionadas estão 
vinculados à SUSEP. Embora esse modelo de vinculação tenha sido combatido e 
considerado conservador por outros países, ele se mostrou plenamente eficaz 
diante da recente crise financeira mundial (2008/2010), pois o setor de seguros 
brasileiro, englobando Resseguros, Capitalização e Previdência Complementar 
Aberta, não só atravessou ileso tal período de crise, como ainda registrou o 
crescimento da atividade e o desenvolvimento de excelentes oportunidades 
de negócio. Isso demonstrou, efetivamente, a consistência do modelo do 
processo regulatório de seguros adotado no país.
UNIDADE 1 29
 OS SEGUROS OBRIGATÓRIOS
Os seguros obrigatórios são aqueles determinados por lei e que especificam 
quais situações devem, compulsoriamente, ser cobertas. 
Os seguros legalmente obrigatórios constam do artigo 20 do Decreto-Lei 
no 73, de 1966. 
Art. 20. Sem prejuízo do disposto em leis especiais, são obrigatórios 
os seguros de: (Regulamento)
a) danos pessoais a passageiros de aeronaves comerciais;
b) responsabilidade civil do proprietário de aeronaves e do transportador 
aéreo; 
c) responsabilidade civil do construtor de imóveis em zonas urbanas 
por danos a pessoas ou coisas;
d) bens dados em garantia de empréstimos ou financiamentos de 
instituições financeiras públicas;
e) garantia do cumprimento das obrigações do incorporador e 
construtor de imóveis;
f) garantia do pagamento a cargo de mutuário da construção civil, 
inclusive obrigação imobiliária;
g) edifícios divididos em unidades autônomas;
h) incêndio e transporte de bens pertencentes a pessoas jurídicas, 
situados no País ou nele transportados;
i) ............ (revogado pela Lei Complementar no 126, de 2007);
j) crédito à exportação, quando julgado conveniente pelo CNSP, 
ouvido o Conselho Nacional do Comércio Exterior (CONCEX);
l) danos pessoais causados por veículos automotores de vias terrestres 
e por embarcações, ou por sua carga, a pessoas transportadas 
ou não; 
m) responsabilidade civil dos transportadores terrestres, marítimos, 
fluviais e lacustres, por danos à carga transportada. 
Parágrafo único. Não se aplica à União a obrigatoriedade estatuída 
na alínea “h” deste artigo. 
A título de exemplo, os veículos automotores que trafegam pelas vias públicas 
impõem riscos à sociedade. Em razão desse risco em potencial, é necessário o 
pagamento do seguro obrigatório, o Seguro DPVAT, cujo objetivo principal é 
auxiliar a vítima de acidentes de trânsito em seus gastos médicos e hospitalares, 
além de proporcionar o pagamento de indenização aos beneficiários em caso 
de morte do acidentado.
É necessário salientar, também, que o pagamento do seguro obrigatório não 
afasta o direito da vítima, ou de seus sucessores e/ou dependentes econômicos, 
de exigir em juízo indenização específica para reparação dos danos sofridos 
em decorrência do evento. Assim, por exemplo, uma vítima de acidente de 
trânsito poderá receber o valor correspondenteao seguro obrigatório (DPVAT) 
e, também, propor ação de reparação de dano em face do causador do 
acidente, visando receber pensionamento temporário ou vitalício (conforme o 
caso), além de indenização por danos materiais, morais e estéticos (se houver 
dano dessa natureza), entre outras verbas.
LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇÃO PROFISSIONAL30
 O RESSEGURO – 
LEI COMPLEMENTAR No 126, 
DE 15/01/2007 
 A Atuação do IRB Brasil RE
Antes do advento da Lei Complementar no 126, de 15 de janeiro de 2007, as 
operações de resseguro constituíam monopólio do Instituto de Resseguros 
do Brasil – IRB.
O IRB, na condição de empresa mista com controle estatal, foi criado pelo 
Decreto-Lei no 1.186/1939, a partir de uma iniciativa do então presidente 
Getúlio Vargas, numa época marcada pelo nacionalismo, em que a proteção da 
indústria local era tida como uma das mais importantes funções do Governo. 
Era, então, denominado Instituto de Resseguros do Brasil – IRB.
O mercado de seguros começava a melhor se desenvolver no país, formado, 
principalmente, por seguradoras estrangeiras. As brasileiras não tinham 
capacidade de assumir grandes riscos, e, nesse cenário, o Governo decidiu criar 
um ressegurador nacional único, sob a forma de empresa de capital misto, com 
metade das ações detidas pelo Estado e o restante por um pool de seguradoras, 
sem direito a voto. A tudo isto se somou a obrigatoriedade da realização do 
resseguro por meio desse ressegurador, nascendo aí o aspecto monopolístico 
que, durante muitos anos, viria a marcar essa atividade no país.
Com essa medida, pretendeu-se fortalecer o desenvolvimento do mercado 
segurador nacional e aumentar a capacidade seguradora das sociedades 
do país, retendo maior volume de negócios na economia brasileira, ao mesmo 
tempo em que captaria mais poupança interna.
Em 1966, com a edição do Decreto-Lei no 73 /66, que criou o Sistema Nacional 
de Seguros Privados, atribuiu-se ao IRB uma série de competências regulatórias 
e fiscalizatórias, posteriormente regulamentadas pelo Decreto no 60.459/67.
Com o passar do tempo, no entanto, o modelo monopolista e 
centralizador que regia a atividade do IRB, começou a dar demonstrações 
de esgotamento, deixando de atender plenamente às novas exigências 
do mercado. 
Foi então que a Emenda Constitucional no 13, de 21/08/1986, alterou o 
art. 192, inciso II, da Constituição Federal, extinguindo a expressão “órgão oficial 
ressegurador”. Este foi o primeiro passo para a quebra do monopólio.
UNIDADE 1 31
Em 17/06/1997, a Medida Provisória no 1.578/97 convertida na Lei no 9.482, de 
13 de agosto de 1997, transformou o IRB em sociedade por ações, passando 
a denominar-se IRB-Brasil Resseguros S.A. Essa MP viria a ser convertida na 
Lei no 9.482/97. 
No dia 20/12/1999, foi aprovada a Lei no 9.932/99, que transferiu as atribuições 
regulamentares e fiscalizatórias até então exercidas pelo IRB-Brasil Re para a 
Superintendência de Seguros Privados – SUSEP.
No dia 29/05/2003, foi aprovada a Emenda Constitucional no 40, que permitiu 
a regulamentação do art. 192 da Constituição Federal.
Em 16/01/2007, foi publicada no DOU a Lei Complementar no 126/2007, que 
dispõe sobre a política de resseguro, retrocessão e sua intermediação, pondo 
fim ao monopólio até então detido pelo IRB. 
Mesmo assim, por cautela, no sentido de salvaguardar a estabilidade do 
mercado naquele momento, e prepará-lo para um novo cenário que se 
impunha por determinação legal, manteve-se, ainda, reserva de mercado 
ligada ao IRB, que foi estabelecida no art. 11 da citada lei.
Finalmente, no dia 17/04/2008, com o advento da Resolução no 168/07 do 
CNSP, verificou-se a abertura formal do mercado de resseguros no Brasil a 
novos resseguradores. 
O IRB Brasil RE é o maior ressegurador da América Latina. Em 01/10/2013, 
o IRB foi transformado em empresa privada, deixando, assim, de ser uma 
sociedade de economia mista.
Por força das mudanças imprimidas pela Lei Complementar no 126/07, o 
IRB Brasil RE foi autorizado a continuar exercendo suas atividades de resseguro 
e de retrocessão na qualidade de ressegurador local, conforme se extrai do 
artigo 22 da mencionada lei:
Art. 22. O IRB-Brasil Resseguros S.A. fica autorizado a continuar exercendo 
suas atividades de resseguro e de retrocessão, sem qualquer solução 
de continuidade, independentemente de requerimento e autorização 
governamental, qualificando-se como ressegurador local.
O mercado de resseguros, na concepção atual, tende a permitir uma 
participação maior das seguradoras, culminando numa sadia concorrência e, 
consequentemente, na redução dos custos desses serviços e emprego de novas 
tecnologias. Os reflexos nas demais operações de seguros, com o decorrer do 
tempo, deverão se mostrar ainda evidentes.
LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇÃO PROFISSIONAL32
Nessa linha, a Lei Complementar no 126/07, no seu artigo 4o, apresenta as 
qualificações dos resseguradores, apresentando as condições para o exercício 
da atividade de ressegurador eventual (parágrafo primeiro) e de ressegurador 
local (parágrafo segundo), conforme se depreende da leitura a seguir: 
Art. 4o. ....................
I – ressegurador local: ressegurador sediado no País constituído sob a 
forma de sociedade anônima, tendo por objeto exclusivo a realização 
de operações de resseguro e retrocessão;
II – ressegurador admitido: ressegurador sediado no exterior, com 
escritório de representação no País, que, atendendo às exigências 
previstas nesta Lei Complementar e nas normas aplicáveis à atividade 
de resseguro e retrocessão, tenha sido cadastrado como tal no 
órgão fiscalizador de seguros para realizar operações de resseguro e 
retrocessão; e
III – ressegurador eventual: empresa resseguradora estrangeira sediada 
no exterior sem escritório de representação no País que, atendendo às 
exigências previstas nesta Lei Complementar e nas normas aplicáveis à 
atividade de resseguro e retrocessão, tenha sido cadastrada como tal 
no órgão fiscalizador de seguros para realizar operações de resseguro 
e retrocessão.
§ 1o É vedado o cadastro a que se refere o inciso III do caput deste 
artigo de empresas estrangeiras sediadas em paraísos fiscais, assim 
considerados países ou dependências que não tributam a renda ou que 
a tributam a uma alíquota inferior a 20% (vinte por cento) ou, ainda, 
cuja legislação interna oponha sigilo relativo à composição societária 
de pessoas jurídicas ou à sua titularidade (Renumerado do parágrafo 
único pela Lei complementar no 137, de 2010).
§ 2o Equipara-se ao ressegurador local, para fins de contratação de 
operações de resseguro e de retrocessão, o fundo que tenha por 
único objetivo a cobertura suplementar dos riscos do seguro rural 
nas modalidades agrícola, pecuária, aquícola e florestal, observadas 
as disposições de lei própria (Incluído pela Lei complementar no 137, 
de 2010).
Comentário 41
Essa categorização adotada pela lei complementar serve não somente 
para melhor organizar as operações de resseguro e congêneres, como 
também – e principalmente – para adotar uma política de maior controle 
sobre as empresas estrangeiras que porventura atuem em território 
nacional, cuidando, sobretudo, de impedir a participação daquelas 
sociedades que sejam sediadas em paraísos fiscais (vide transcrição, 
a seguir, do art. 4o, III, § 1o, da Lei Complementar no 126, de 2007), 
sobre as quais não se permitam, de forma transparente, as devidas 
operações tributárias.
UNIDADE 1 33
 Das Normas Regulamentadoras do 
Resseguro e da Sociedade Corretora 
de Resseguros
O artigo 12 da Lei Complementar no 126/2007 atribuiu ao CNSP a competência 
para regulamentar as operações de resseguro, retrocessão, de corretagem 
de resseguro e, ainda, a atuação dos escritórios de representação dos 
resseguradores admitidos:
Art. 12. O órgão regulador de seguros estabeleceráas diretrizes para as 
operações de resseguro, de retrocessão e de corretagem de resseguro 
e para a atuação dos escritórios de representação dos resseguradores 
admitidos, observadas as disposições desta Lei Complementar.
Parágrafo único. O órgão regulador de seguros poderá estabelecer:
I – cláusulas obrigatórias de instrumentos contratuais relativos às 
operações de resseguro e retrocessão;
II – prazos para formalização contratual;
III – restrições quanto à realização de determinadas operações de 
cessão de risco;
IV – requisitos para limites, acompanhamento e monitoramento de 
operações intragrupo; e
V – requisitos adicionais aos mencionados nos incisos I a IV deste 
parágrafo.
Fazendo uso dessa competência, o CNSP editou uma série de resoluções 
visando regulamentar a referida Lei Complementar. Algumas dessas 
Resoluções foram objeto de normatização pela SUSEP. Todos esses atos 
normativos podem ser consultados no site da SUSEP (www.susep.gov.br). 
No que se refere à corretagem de resseguros, a Lei Complementar no 126, de 
2007, artigo 8o, § 2o, estabeleceu o seguinte:
Art. 8o. A contratação de resseguro e retrocessão no País ou no exterior 
será feita mediante negociação direta entre a cedente e o ressegurador 
ou por meio de intermediário legalmente autorizado.
.........
§ 2o. O intermediário de que trata o caput deste artigo é a corretora 
autorizada de resseguros, pessoa jurídica, que disponha de contrato 
de seguro de responsabilidade civil profissional, na forma definida pelo 
órgão regulador de seguros, e que tenha como responsável técnico o
corretor de seguros especializado e devidamente habilitado.
A fim de regulamentar esse dispositivo, o CNSP editou a Resolução no 173, de 
17/12/2007 (alterada posteriormente pela Resolução no 248, de 08/12/2011, 
e pela Resolução no 330, de 09/12/2015), que dispõe sobre a atividade de 
corretagem de resseguros, dando outras providências.
LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇÃO PROFISSIONAL34
FIXANDO CONCEITOS 1 35
Anotações:
Fixando Conceitos 1
[1] MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA
(a) A profissão do corretor de seguros está regulamentada expressamente 
no Código Civil brasileiro, cuja edição ocorreu no início do século XX.
(b) A atividade securitária, além de estar inserida na Constituição da 
República Federativa do Brasil, promulgada em 05/10/88, também foi 
totalmente regulamentada pelo próprio texto constitucional.
(c) Com a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil, 
em 1988, todas as normas legais anteriormente editadas, relativas aos 
contratos de seguros privados, perderam a eficácia.
(d) A Lei no 4.594, de 1964 (com alterações posteriores), regula a profissão 
de corretor de seguros.
(e) A FENACOR, no seu âmbito, representa os securitários, empregados 
de sociedades corretoras de seguros.
[2] MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA
(a) O Decreto-Lei no 73, de 1966, criou o Sistema Nacional de Seguros 
Privados.
(b) As sociedades de capitalização já operam resseguro independentemente 
da Emenda Constitucional no 13, de 1996.
(c) O Estado, como poder central (União Federal e suas autarquias), não 
exerce qualquer tipo de fiscalização no mercado segurador, que tem 
natureza nitidamente privada.
(d) O contrato de seguro não representa, no seu conjunto, uma das 
maneiras de fomentar a economia nacional.
(e) A atividade securitária não faz parte do sistema financeiro brasileiro.
MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA
[3] De acordo com a legislação vigente, o órgão que integra o Sistema Nacional 
de Seguros Privados, responsável pela fiscalização da atividade do corretor 
de seguros, é o(a):
(a) FENACOR.
(b) FUNENSEG.
(c) CNC.
(d) SUSEP.
(e) FENASEG.
[4] O Decreto-Lei no 73, de 1966, que instituiu o Sistema Nacional de Seguros 
Privados, definindo seus objetivos, considera, também, como integrados nas 
operações de seguros privados:
(a) Os sistemas de cosseguro, resseguro e retrocessão.
(b) Somente os Seguros de Danos.
(c) Somente os Seguros de Pessoas.
(d) Somente os Seguros de Responsabilidade.
(e) Somente os Seguros de Bens.
LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇÃO PROFISSIONAL36
Anotações:
Fixando Conceitos 1
[5] De acordo com a legislação vigente, o órgão integrante do Sistema Nacional 
de Seguros Privados responsável pela autorização da movimentação e liberação 
dos bens e valores obrigatoriamente inscritos em garantia das reservas técnicas 
e do capital vinculado é o(a):
(a) Ministério da Fazenda.
(b) FENASEG.
(c) SUSEP.
(d) CVM.
(e) CRSNSP.
[6] O órgão regulador que estabelece as diretrizes gerais das operações de 
resseguro é o(a):
(a) FENACOR.
(b) IRB.
(c) SUSEP.
(d) FENASEG.
(e) CNSP.
[7] A legislação vigente define algumas restrições profissionais ao corretor de 
seguros, entre as quais podemos citar a de ser:
(a) Advogado.
(b) Contador.
(c) Comerciante.
(d) Dentista.
(e) Empregado de seguradora.
[8] O controle do Estado será exercido pelos órgãos instituídos pelo Decreto-Lei 
no 73, de 1966, sendo eles o CNSP e a SUSEP, no interesse dos(as):
(a) Sociedades seguradoras e resseguradoras.
(b) Segurados e beneficiários dos contratos de seguros.
(c) Entidades de classe: FENASEG e FENACOR.
(d) Sociedades corretoras, seguradoras e resseguradoras.
(e) Corretores de seguros e securitários.
UNIDADE 2 37
O CORRETOR 
DE SEGUROS22
Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:
• Saber como funciona o sistema sindical no qual se insere o corretor de seguros e as principais entidades 
que representam seus interesses.
• Conhecer a lei federal que regula a profissão de corretor de seguros e disciplina a atividade de corretagem 
de seguros.
• Aprender quais são os requisitos para o exercício da atividade de corretagem de seguros e como se procede 
à habilitação técnico-profissional.
• Compreender os direitos e deveres do corretor de seguros.
• Identificar as sanções administrativas aplicáveis aos corretores de seguros, bem como aos seus prepostos 
e às sociedades corretoras de resseguros.
• Entender quais são as operações suspeitas de caracterização do crime de lavagem de dinheiro que devem 
ser comunicadas ao COAF.
LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇÃO PROFISSIONAL38
UNIDADE 2 39
 O SISTEMA SINDICAL E O 
CORRETOR DE SEGUROS
A Constituição Federal de 1988 preservou o Sistema Confederativo da 
Representação Sindical (art. 8o, inciso IV) e o princípio da unicidade sindical 
(art. 8o, inciso II), com a permissão legal de criação de entidades, cujas formas 
estão estabelecidas na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT –, e que são 
três: sindicatos, federações e confederações.
Os sindicatos são associações de base, ou de primeiro grau, cabendo-lhes, 
pela sua proximidade com os trabalhadores, dentro de sua base territorial, 
que pode ser municipal ou estadual, o papel mais atuante.
As federações e as confederações são consideradas entidades sindicais em 
grau superior. De acordo com a CLT, um grupo de sindicatos (mínimo de cinco) 
pode criar uma federação, assim como um grupo de federações (mínimo de 
três) pode constituir uma confederação.
As pirâmides sindicais, formadas por categorias econômicas, têm as bases 
constituídas pelos sindicatos; nas faixas intermediárias, estão as federações 
e, nos ápices, as confederações.
Assim, as pirâmides sindicais, por categoria econômica, estão sob a forma de 
uma escala, tendo suporte nos sindicatos, acima dos quais se construíram as 
federações e, sobre estas, por sua vez, as confederações.
As federações, que podem ser de âmbito estadual ou federal, situam-se no 
“segundo degrau”. Já as confederações se encontram no “terceiro degrau” 
da organização sindical, sendo sua esfera de atuação nacional.
É necessário compreender que os sindicatos são filiados às respectivas 
federações, e estas, por sua vez, às correspondentes confederações, tudo em 
consonância com o Quadro Anexoao art. 577 da CLT, que foi recepcionado 
pela Constituição Federal de 1988.
Não há qualquer subordinação hierárquica entre sindicatos, federações 
e confederações. Tais entidades possuem autonomias administrativas, 
financeiras e políticas.
Em razão da sua representatividade, na forma dos estatutos sociais das 
entidades sindicais, os sindicatos se obrigam a respeitar as decisões de 
suas assembleias gerais ordinárias ou extraordinárias, constituídas pela 
presença e participação de seus associados, de acordo com o quórum em 
cada uma delas estabelecido.
Os sindicatos são representados nas suas respectivas federações, assim como 
estas são representadas nas suas correspondentes confederações, por meio 
de seus delegados, eleitos junto com a diretoria e o conselho fiscal para 
exercerem mandato específico.
As unidades internas dos sindicatos são a assembleia geral, a diretoria e o 
conselho fiscal. As federações e confederações têm como unidades internas o 
conselho de representantes (formado por delegados representantes), a diretoria 
e o conselho fiscal. Nas federações, atuam os delegados representantes dos 
sindicatos filiados e, nas confederações, atuam os delegados representantes 
das federações filiadas.
Curiosidade
O sindicalismo nasceu nas chamadas 
“corporações de ofício”, na Europa 
medieval (precisamente, a partir do século 
XII), as quais consistiam em associações 
destinadas a regulamentar o processo 
produtivo artesanal nas grandes cidades. 
Instituições similares se constituíram 
na Inglaterra na época da Revolução 
Industrial (século XVIII): os trabalhadores 
industriais doentes e desempregados 
dr reuniam nas chamadas “sociedades 
de socorro mútuo”. A legalidade dos 
sindicatos e das associações somente 
veio a ser reconhecida, no Reino Unido, 
em 1871 e, na França, em 1884. 
Já nos Estados Unidos, o sindicalismo 
surgiu em torno de 1827, sendo que apenas 
em 1886 foi constituída a Federação 
Americana do Trabalho (AFL), que 
defendia o sindicalismo de resultados e 
não se vinculava a correntes doutrinárias 
e políticas.
No Brasil, as primeiras organizações de 
natureza sindical foram constituídas por 
imigrantes europeus que, ao chegarem 
ao país, se depararam com uma sociedade 
escravocrata e a mais absoluta ausência 
de direitos trabalhistas. Em 1930, o 
Governo Federal criou o Ministério do 
Trabalho e, em 1931, regulamentou, por 
meio de decreto, a sindicalização das 
classes patronais e operárias. 
LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇÃO PROFISSIONAL40
Por força da filiação sindical, os sindicatos se obrigam a respeitar e acatar 
as deliberações dos conselhos de representantes das federações, e estas, 
da mesma forma, em relação às confederações.
A FENACOR, ainda que possua atuação em âmbito nacional, não tem 
legitimidade para propor ação direta de inconstitucionalidade de leis, caso 
pretenda fazê-lo. O inciso IX do art. 103 da Constituição Federal reserva essa 
competência somente para as confederações. Portanto, uma das vantagens 
dessa filiação é a CNC poder propor ação direta de inconstitucionalidade de 
leis, quando houver interesse das entidades representativas dos corretores e 
deles próprios. 
No que se relaciona à organização sindical, a Constituição Federal prevê, no 
artigo 8o, que:
Art. 8o. É livre a associação profissional ou sindical, observado o 
seguinte:
Comentário 42
A Constituição Federal de 1988, seguindo os princípios democráticos 
fortalecidos pela nova ordem constitucional, estabeleceu a liberdade de 
as categorias econômicas se organizarem em associações ou sindicatos. 
Convém esclarecer que, antes da promulgação da atual Constituição 
Federal, os sindicatos, para se organizarem e funcionarem, dependiam 
de autorização do Estado (Ministério do Trabalho), mediante expedição 
de carta sindical. Até então, os sindicatos eram fiscalizados pelo Estado, 
inclusive a aplicação de recursos arrecadados do antigo imposto 
sindical (atual contribuição sindical).
I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de 
sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder 
Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
Comentário 43
A Constituição Federal deixa claro que nenhuma lei poderá exigir 
autorização do Estado para fundação de sindicato. Portanto, os 
sindicatos, assim como as associações profissionais, são livres e 
possuem autonomia administrativa, política e patrimonial. O registro no 
órgão competente da constituição de sindicato, enquanto não houver 
disposição regulamentando o assunto, é feito junto ao Ministério do 
Trabalho e Emprego – MTE –, apenas para o controle da vedação 
prevista no inciso II desse artigo, conforme definido pelo STF.
UNIDADE 2 41
II – é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em 
qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, 
na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou 
empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um 
município;
Comentário 44
Nesse inciso, está evidenciado o princípio da unicidade sindical, ou 
seja, a lei não permite a criação de mais de uma organização sindical, 
em qualquer grau (sindicato, federação ou confederação), na mesma 
base territorial, ou seja, no mesmo município.
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais 
da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;
Comentário 45
Embora não interfira na organização sindical, a Constituição Federal 
estabeleceu que cabe ao sindicato a defesa dos direitos e interesses 
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais 
ou administrativas.
Como se observa, a organização de determinada categoria econômica 
em sindicato traz vantagens para os filiados ou associados, pois 
possibilita legalmente esse tipo de representação processual, tanto na 
via judicial quanto na administrativa.
IV – a assembleia geral fixará a contribuição, que, em se tratando 
de categoria profissional, será descontada em folha para custeio 
do sistema confederativo da representação sindical respectiva, 
independentemente da contribuição prevista em lei;
Comentário 46
Trata-se da chamada contribuição confederativa. A parte final do 
texto do inciso IV do artigo 8o da Constituição Federal, que expressa: 
“... independentemente da contribuição prevista em lei.”, refere-se à 
contribuição sindical prevista na CLT.
LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇÃO PROFISSIONAL42
V – ninguém será obrigado a filiar-se ou manter-se filiado a sindicato;
Comentário 47
A Constituição Federal dispõe que ninguém é obrigado a filiar-se ou a 
manter-se filiado a sindicato, mas torna compulsório o pagamento da 
contribuição sindical, por se tratar de tributo.
VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas 
de trabalho;
Comentário 48
Ninguém é obrigado a filiar-se ou manter-se filiado ao sindicato. 
Entretanto, o sindicato tem papel fundamental como representante 
da parte interessada, além de ser integrante nas negociações de 
acordos ou convenções anuais de trabalho. Os sindicatos de corretores, 
obrigatoriamente, são partes nos acordos ou convenções de trabalho 
com os sindicatos dos securitários, inclusive nos dissídios coletivos 
ajuizados junto às seções de dissídios coletivos dos Tribunais Regionais 
do Trabalho das respectivas bases territoriais. 
VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas 
organizações sindicais;
VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do 
registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical 
e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, 
salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
Comentário 49
Trata-se de uma garantia aos candidatos a cargos sindicais contra 
dispensa

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