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Curso de Introdução a Bíblia Paulo Cesar

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INSTITUTO DE TEOLOGIA SÃO JOÃO XXIII
DIOCESE DE ESTÂNCIA – SE – FORANIA DE ESTÂNCIA
Bíblia I – Introdução à Bíblia e História de Israel
Prof. Paulo César dos Santos
2017.1
BÍBLIA I (Introdução à Bíblia e História de Israel)
Professor Paulo César dos Santos
INSTITUTO DE TEOLOGIA SÃO JOÃO XXIII
DIOCESE DE ESTÂNCIA/SE – FORANIA DE ESTÂNCIA
Introdução à Bíblia e História de Israel 
Prof. Paulo César dos Santos
Ementa
A disciplina se divide em três blocos, a ser estudo em quatro encontros de quatro horas e meia, cada. O primeiro aborda temas de introdução geral à Bíblia: visão panorâmica dos dois Testamentos; inspiração e revelação, cânon; leitura fundamentalista da Bíblia. O segundo estuda as diferentes etapas da história do povo de Israel, desde a sua formação até o século I de nossa era. O terceiro bloco trata dos vários tipos de leitura e métodos de interpretação.
Bibliografia básica. 
BÍBLIA DE JERUSALÉM: Nova Edição, Revista e Ampliada. São Paulo: Paulus, 2013.
BRIGHT, John. História de Israel (tradução: Luiz Alexandre Solano Rossi e Eliane Cavalhere Solano Rossi. – São Paulo: Paulus, 2003 (Nova Coleção Bíblica). 7ª. edição, revista e ampliada. 
MILANI, André Luiz. Introdução ao Segundo Testamento: Eu Vim para Que Todos Tenham Vida em Abundância – São Paulo: Paulus, 2007
ROSA, Dirlei Abercio da. Projeto do Pai: Roteiro de Estudo do Antigo Testamento. – São Paulo: Paulinas, 2010. – (Coleção Jesus Mestre).
SCARDELAI, Donizete. Introdução ao Primeiro Testamento: Deus e Israel Construindo a História / Donizete Scardelai, Sylvia Villac. – São Paulo: Paulus, 2007.
Bibliografia complementar
BRIEND, J. Uma Leitura do Pentateuco. – 3. ed. – São Paulo: Paulus, 1985.
SKA, Jean Louis. Introdução à Leitura do Pentateuco: Chaves para a Interpretação dos Cinco Primeiros Livros da Bíblia. – São Paulo: Loyola, 2003.
SKA, Jean Louis. O Antigo Testamento Explicado aos Que Conhecem Pouco ou Nada a Respeito Dele. – São Paulo: Paulus, 2015. (Coleção Academia Bíblica).
CRONOGRAMA E TEMAS
Curso: Bacharelado em Teologia
Disciplina: Bíblia I (Introdução à Bíblia e História de Israel)	
Docente: Prof. Paulo César dos Santos
Discente:
Período curricular: 2017/1
PLANO DE ESTUDO
Aulas de 1 a 5 (29 de abril): Introdução geral (parte 1) 
- Composição bíblica e gêneros literários.
Aulas de 6 a 10 (13 de Maio): Introdução geral (parte 2)
- Abreviaturas bíblicas, termos bíblicos e introdução geral.
Aulas de 11 a 15 (17 de Junho): Introdução à História do povo de Deus
- Cenário internacional e História do povo de Israel.
Aulas de 16 a 20 (15 de Julho): História de Israel 
- Fase das tradições quase só orais; As Tribos; Reino Unido ou Monarquia; Reino de Israel ou do Norte; Reino de Judá ou do Sul; Exílio na Babilônia; depois do Exílio.
O AUTOR 
Professor Paulo César dos Santos, nascido aos 28 de Abril de 1971, é um professor católico, pai de Paulo Gabriell e Paulo Raphael. Professor de Introdução à Bíblia e de História de Israel (Período dos Patriarcas ao Primeiro Século da Era Cristã), no Bacharelado em Teologia do Instituto de Teologia São João XXIII, da Forania de Estância, Diocese de Estância - Sergipe. Apaixonado por livros, sobretudo sobre Teologia, Filosofia, História e Direito, cursou alguns períodos de Ciências Sociais da Universidade Federal de Sergipe (turma de 1995), cursando posteriormente Direito na Universidade Tiradentes e Faculdade de Administração e Negócios de Sergipe - FANESE, ingressando finalmente na Universidade Estácio de Sá, onde é acadêmico de História. Católico, separado, pai de dois filhos, Palestrante, jornalista-colaborador filiado a Associação Sergipana de Imprensa, tendo colaborado com diversos jornais do interior sergipano. Lecionou Português e História na Rede Pública e Privada de Ensino. Foi seminarista da Congregação Notre Dame de Sion, no Paraná. Realizou cursos de extensão universitária em Filosofia (UnB), Metodologia e Didática do Ensino Superior (FGV), Antigo Testamento e Novo Testamento (PUC-Rio e Claretianos).
Contato:
 – E-mail: doctuspaulus@hotmail.com
 – WhatsApp 79 99676.4417
Introdução
Prezados alunos e prezadas alunas,
Trago a vocês a apostila do nosso curso Bíblia I, do Bacharelado em Teologia do Instituto de Teologia São João XXIII, que tratará de uma Introdução à Bíblia – antigo e novo testamento, bem como à História de Israel. 
Trata-se de um curso introdutório, realizado em quatro encontros de quatro horas cada, onde buscaremos apresentar a chave de leitura das Sagradas Escrituras à luz do Magistério da Igreja, hoje sob o fecundo cajado do Papa Francisco e, em nossa Diocese de Estância do nosso amadíssimo Bispo Dom Giovani Crippa que como pai amoroso nos acolhe a todos com paternal carinho.
Como todo curso dessa natureza, exigir-se-á do alunato 3D’s: Dedicação, Determinação e Disciplina. 
Sob às luzes do Espírito Santo de Deus, buscaremos fazer Teologia “de joelhos”, como bem nos aconselha Von Balthazar e nosso Emérito Papa Bento XVI, isso significa que ao nosso curso antecipar-se-á a Oração.
Esse é o perfil do teólogo que desejamos ser: homens e mulheres de oração, a serviço da Santa Igreja, sob inspiração do Espírito Santo de Deus e em fidelidade ao Santo Magistério, posto que “tudo quanto diz respeito à interpretação da Escritura está sujeito ao juízo último da Igreja, que tem o divino mandato e ministério de guardar e interpretar a Palavra de Deus” (Concílio Vaticano I, Constituição Dogmática De Fide Catholica, cap. 2 de revelatione: Denz. 1788 (3007) apud Dei Verbum, 12, in fine).
Neste curso, rendo minhas homenagens ao Padre Fagner de Oliveira, meu professor e amigo, que me convidou a assumir essa cátedra de Bíblia, cujo estudo me dedico desde a minha juventude. Ao nosso Bispo Dom Giovanni Crippa, nosso Magnífico Reitor cujo paternal exemplo é um incentivo insofismável à nossa pesquisa e ensino, ao Padre Geni Santos, atual Diretor Acadêmico do nosso Instituto e meu amado Professor de Antropologia Teológica a quem presto minhas homenagens. Aos Padres de Sion, especialmente meu Prior Padre Januário Bel, incentivador de meus estudos bíblicos, e aos Padres Cavanis, na pessoa de Padre Paulo Sagrillo, amigo, confessor, e Professor de Sagradas Escrituras no Seminários Antônio e Marcos Cavanis, no longínquo Paraná onde estudei. 
Peço a oração de vocês para que eu me faça digno de servir às Sagradas Letras posto que Palavra de Deus na linguagem dos homens.
Com Maria, por Jesus.
Professor Paulo César dos Santos.
1º Encontro
Aulas de 1 a 5 (29 de abril): Introdução Geral – Parte I
- Composição bíblica e Gêneros Literários.
"O meu povo sofre por falta de conhecimento". (Oséas 4,6)
Os estudos teológicos, basicamente, se dividem em
Teologia Bíblica (estudo das Sagradas Escrituras: Antigo e Novo Testamento);
Teologia Sistemática (Antropologia Teológica, Eclesiologia, Marialogia, Sacramentos, Ética Cristã, Psicologia e Sexualidade Cristã etc);
Teologia Dogmática e/ou Fundamental (A tradição e autoridade da Igreja em matéria de fé à luz da Revelação: Cristologia, Trindade, Pneumatologia, etc).
Observação: Algumas tradições dizem que a Teologia Sistemática e a Dogmática forma um único ramo teológico.
Os estudos bíblicos são, portanto, a base de toda a Teologia cristã. Eis a importância do curso que ora iniciamos, porém para um melhor aproveitamento, trataremos de expressões fundamentais para a compreensão do conteúdo.
A Bíblia não é um livro convencional, mas o registro de Deus na história, falando-nos por meio de palavras humanas a todos os homens. Primeiramente ao Povo Escolhido – Israel, depois a todos os povos por intermédio da Igreja.
A palavra Bíblia tem origem na língua grega e significa “livros”, portanto, a Bíblia que a Igreja Católica lê é um conjunto de 73 livros inspirados
pelo Espírito Santo de Deus, divididos em dois tomos (partes): 
Antigo Testamento
Novo Testamento.
A Bíblia é uma obra coletiva, escrita por homens e mulheres que se sentiram inspirados por Deus e registraram a maneira como Deus tem se Revelado na História. 
Acredita-se que os primeiros livros que hoje compõem a Bíblia foram escritos por volta de 950 a. C., no Reinado do Rei Salomão, que reuniu escribas (escritores, intelectuais) que passaram a copilar as histórias que durante quase mil anos se passou de pai para filhos e que manteve viva a memória do Povo de Deus.
A Bíblia, em sendo uma obra coletiva, resulta de quatro (04) tradições que se misturaram e, de certa forma, se complementam. Estas tradições são:
Javista
Eloista
Sacerdotal
Deuteronômica. 
Cada uma dessas “tradições” refletem o ambiente social e religioso em que se desenvolveram e podem nos levar a acreditar que há na Bíblia contradições, o que não é verdade, pois a verdade bíblica, porque expressão da Palavra de Deus, não admite contradições, mas revela a pluralidade de fontes que compõe a Santa Bíblia.
Originalmente, a Bíblia foi escrita em três idiomas (línguas).
Hebraico
Aramaico 
Grego
O povo Judeu, a quem coube primeiramente o acesso à Palavra de Deus reuniram em seu “cânon” apenas os textos escritos em língua Hebraica e, eventualmente, Aramaico, desprezando todas as obras e trechos produzidos originalmente em grego.
A Igreja Católica, por sua vez, aderiu ao texto grego da Bíblia numa versão que entrou para a história como SEPTUAGINTA ou Tradução dos Setenta Sábios que posteriormente foi traduzida para o latim numa versão conhecida como VULGATA.
O “cânon” é a coleção de livros que recebe chancela de autenticidade. Do grego “Kanon”, que significa régua, medida, o “Cânon” informa quais os livros que foram adotados por determinada comunidade de fé.
O cânon judaico, por exemplo é formado por 24 livros, todos eles aceitos como inspirados também pela Igreja Católica e pelas igrejas reformadas (luteranos, calvinistas).
O Cânon Judaico é formado pela Torah ou Livros da Lei de Moisés (Gn, Lv, Nm, Ex e Dt), pelos Escritos (Neviim) e pelos Profetas (Ketuvim).
O cânon católico, por sua vez, possui 73 livros, sendo:
46 livros do Antigo Testamento;
27 livros do Novo Testamento.
Lembramos que compreendemos como Antigo Testamento os livros escritos antes do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, e Novo Testamento, os posteriores à Encarnação do Verbo de Deus.
Livros do Antigo Testamento:
Pentateuco (cinco rolos ou livros) ou Livros da Lei (Torah):
Genesis - Gn
Êxodo - Ex
 Levítico – Lv
Número – Nm
Deuteronômio – Dt
Pentateuco significa “cinco livros” ou “cinco rolos” e origina-se da língua grega.
Livros Históricos:
Josué – Js
Juízes – Jz
Rute – Rt
Primeiro Samuel – 1 Sm
Segundo Samuel – 2 Sm
Primeiro Reis – 1 Re
Segundo Reis – 2 Re
Primeiro Crônica – 1 Cr
Segundo Crônica – 2 Cr
Esdras – Esd
Neemias – Ne
Tobias – Tb
Judite – Jd
Ester – Est
Primeiro Macabeus – 1 Mac
Segundo Macabeus – 2 Mac
Livros Poéticos ou Sapienciais:
Jó – Jó
Salmos – Sl
Provérbios – Prov
Eclesiastes – Ecle
Cântico dos Cânticos – Ct
Sabedoria – Sb
Eclesiástico – Eclo
Livros Proféticos:
Isaías – Is
Jeremias – Jr
Lamentações – Lm
Baruc – Br
Ezequiel – Ez
Daniel – Dn
Amós – Am
Oseias – Os
Miqueias – Mq
Sofonias – Sf
Naum – Na
Habacuc – Hab
Ageu – Ag
Zacarias – Zc
Malaquias - Ml
Abdias – Ab
Joel – Jl
Jonas - Jn
Vejamos que são nomeados 18 Profetas, porém os autores costumam classifica-los em Profetas Maiores e Profetas Menores. Isso se dá pelo tamanho dos livros. Os seis primeiros profetas do nosso cânon possuem obras mais robustas (Is, Jr, Lm, Br, Ez e Dn), os demais (doze profetas) possuem obras curtas.
Na Bíblia católica há 07 livros do Antigo Testamento que não existem na versão protestante.
Esses livros são:
a) Tobias
b) Judite
c) Sabedoria
d) Eclesiástico
e) Baruc
f) 1 Macabeus
g) 2 Macabeus
(Além de trechos de Ester e Daniel - Ester 10,4-16,24; Daniel 3,24-90; 13-14).
Esse fenômeno se dá porque esses sete livros (e os trechos de Ester e Daniel citados) foram escritos originalmente em língua grega. Portanto, as igrejas reformadas usam o cânon hebraico.
Livros do Novo Testamento
Evangelhos Sinóticos
Mateus
Marcos
Lucas
Evangelho de João
Atos dos Apóstolos
Cartas Paulinas
Romanos – Rm
Primeira Carta aos Coríntios – 1 Cor
Segunda Carta aos Coríntios – 2 Cor
Gálatas – Gl 
Efésios – Ef 
Filipenses – Fl 
Colossenses – Cl
Primeira Carta aos Tessalonicenses – 1 Ts
Segunda Carta aos Tessalonicenses – 2 Ts
Primeira Carta a Timóteo – 1 Tm
Segunda Carta a Timóteo – 2 Tm
Tito – Tt 
Filêmon – Fm 
Carta aos Hebreus – Hb.
Observação: atribuía-se a São Paulo a autoria dessa Carta, no entanto a exegese contemporânea acredita que se trata de um autor anônimo e que seu conteúdo é muito singular, merecendo um estudo à parte. Inclusive há autores que não a classificam como uma carta (epístola), mas como uma composição de grande teor teológico-doutrinário ou um pequeno compêndio da teologia dos primeiros cristãos.
Epístolas (Cartas) Católicas (universais, porque não dirigidas a qualquer comunidade do nascente cristianismo, mas a toda a universalidade de cristãos).
Epístola de Thiago – Tg 
Primeira Epístola de Pedro – 1 Pd
Segunda Epístola de Pedro – 2 Pd
Epístola de Judas – Jd 
Primeira Epístola de João – 1 Jo 
Segunda Epístola de João – 2 Jo
Terceira Epístola de João – 3 Jo 
Apocalipse de São João – Ap.
Curiosidade acerca do Apocalipse:
Não devemos temer os escritos apocalípticos, pois eles antes de tudo são escritos sapienciais e de grande esperança, que nos trazem promessas de bem-aventuras, que no caso da Apocalipse de São João são em número de sete, a saber: Ler e/ou Ouvir o livro (Ap. 1,3); Morrer no Senhor (Ap. 14,13); Vigiar para Não Pecar (Ap. 16,15); Ser convidado para as núpcias do Cordeiro (Ap. 19,9); Ressuscitar (Ap. 20,6); Guardar as palavras da profecia (Ap. 22,7); Ser lavado no sangue do Cordeiro (Ap. 22,14).
Apócrifos
Opõem-se aos chamados Livros Canônicos os Livros Apócrifos, que são textos de natureza religiosa, mas que não eram lidos nas cerimônias públicas (liturgia, cultos, eucaristia) por trazer conceitos alheios às tradições judaico-cristãs ou inverdades históricas. 
Do grego “apókryphos”, que significa oculto, eram leituras particulares, romanceadas, com imprecisões teológicas evidentes, mas importantes fontes paralelas de esclarecimento para os primeiros cristãos. Por exemplo, são pelo testemunho dos livros apócrifos que sabemos que os avós maternos de Jesus se chamavam Joaquim e Ana, pois os Evangelhos canônicos não fazem qualquer referência a eles.
A Divisão da Bíblia em Capítulos e Versículos
A Bíblia tal qual a conhecemos hoje, dividida em capítulos e versículos é algo muito recente na história.
Os textos primitivos não apresentavam essa divisão, o que só veio a ocorrer por volta do século XIII.
A primeira divisão em Capítulos se deu com o Arcebispo de Cantuária Stephen Langton, que mereceu grande atenção do Papa Inocêncio III. Mas somente por volta do século XVI, o impressor e intelectual francês Robert Estienne acrescentou aos capítulos versículos, o que muito ajudou no desenvolvimento dos estudos bíblicos.
Observemos a seguinte citação bíblica:
“A caridade é a plenitude da Lei” (Rm 13, 10).
A abreviatura Rm refere-se à Carta de São Paulo aos Romanos.
O número 13 refere-se ao Capítulo.
O número 10, ao Versículo.
Observação: em nossos estudos utilizamos a BÍBLIA DE JERUSALÉM: Nova Edição, Revista e Ampliada. São Paulo: Paulus, 2013. É uma opção pessoal minha, apesar de reconhecer outras boas versões.
Vejamos:
Vírgula (,) separa capítulos de versículos.
Jz 5,5
Ler-se: Juízes, capítulo 5, versículo 5.
Ponto e Vírgula (;) separa capítulos e livros.
Gn 3;Ex 1
Ler-se: Gêneses, capítulo 3 a Êxodo, capítulo 1
Ponto (.) separa versículo
de versículo, quando não sequenciais.
Os 11, 1.9
Ler-se: Oséias, capítulo 1, versículos 1 e 9
Hífen (-) dar-se na sequência de capítulos e/ou versículos.
Jr 2 – 7
Ler-se: Jeremias, capítulo 2 a capítulo 7
Gn 4, 1-16
Ler-se: Gêneses, capítulo 4, versículos de 1 a 16
“s” e “ss” significa seguinte ou seguintes
2 Sm 22, 1 ss
Ler-se: Segundo livro de Samuel, capítulo 22, versículo 1 e seguintes
Ex 20, 1s
Ler-se: Êxodo, capítulo 20, versículo 1 e seguinte
As letras “a”, “b” e/ou “c” referem-se a fragmentos de um versículo.
Dt 30, 8-9.19b-20
Ler-se: Deuteronômio, capítulo 30, versículos 8 a 9 e versículos19 segunda parte a 20.
Exercício de Fixação
A Bíblia foi escrita em quantos e quais os idiomas?
Quais os livros compõem o Pentateuco?
A versão a qual a Igreja aderiu para a tradução latina da Bíblia (Vulgata) é chamada de ______________._________________________. 
Quais são os Profetas Maiores e por que são chamados assim?
Quantas e quais são as Epístolas Católicas?
Sob as bênçãos de Deus, até nosso próximo encontro.
2º Encontro
Aulas de 6 a 10 (13 de Maio): 
- Termos Bíblicos e Introdução Geral:
Revelação, Inspiração, Redação, Hagiógrafos.
Termos Bíblicos
Uma das grandes dificuldades quando se estuda qualquer ciência – inclusive a Teologia, é a falta de familiaridade com suas expressões mais correntes, gerando não só equívocos como contradições.
A partir da Leitura das Sagradas Escrituras (Antigo Testamento) e nos Escritos Neotestamentários, selecionamos um pequeno glossário que nos auxiliará nos nossos estudos.
Pequeno Glossário de Termos Bíblicos e Teológicos
Adoração
Apócrifos:
Cânon: Etimologicamente, a palavra cânon, do grego κανων, kanon, que, por sua vez, tomou emprestado da palavra hebraica, קנה, kaneh, significando uma cana ou uma vara de medir, portanto, passou a significar medida ou norma. Trata-se do conjunto de escritos que foram acolhidos pelas comunidades religiosas (judaicas e cristãs) como inspiradas por Deus. Para o cristianismo católico, 73 são os livros inspirados e que são usados tanto no culto privado quanto 
Canonicidade: aquele que possui as qualidades de canônico, qual seja, antiguidade, acolhimento por parte da comunidade de fé, ortodoxia
Docetismo: heresia cristológica defensora da tese de que o corpo de Jesus Cristo era mera ilusão e que sua crucificação tinha sido meramente aparente, fazendo da cruz não uma realidade, mas uma representação.
Economia da Salvação:
Encarnação:
Heresia:
Heterodoxia:
Inspiração:
Idolatria: 
Kerigma (do grego: κήρυγμα, kérygma) é uma palavra usada no Novo Testamento com o significado de primeiro anúncio, mensagem, proclamação, pregação dos Apóstolos.
Em sendo o primeiro anúncio (Kerigma) é o próprio Jesus que, visitando uma sinagoga em um sábado, Dia Santo para os Judeus, assim se manifesta: “O Espírito do Senhor está sobre Mim, porque Me ungiu, para anunciar a Boa Nova aos pobres, para proclamar a libertação dos cativos, recobrar a vista aos cegos, pôr em liberdade os oprimidos, proclamar um ano de graça do Senhor”. (Is. 61, 1).
Monoteísmo: Há um único e verdadeiro Deus, que se revelou aos Patriarcas, pelos Profetas e, por fim, em Jesus Cristo: “Muitas vezes e de modos diversos falou Deus, outrora, aos Pais pelos profetas; agora, nestes dias que são os últimos, falou por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e pelo qual fez os séculos” (Hb 1, 1-2).
Monolatria: A monolatria, ao contrário do Monoteísmo, acredita-se na existência de mais de um deus, porém presta-se culto (adoração) a somente um. Essa foi a atitude dos Patriarcas Abraão, Isaque e Jacó (Israel).
Ortodoxia:
Parênese:
Parusia ou Parúsia: Admite-se as duas grafias e, consequentemente, pronúncias. Trata-se da segunda vinda de Cristo, desta vez definitiva. Ela é anunciada principalmente por São Paulo, em suas cartas ao Tessalonicenses. 
Pobre: Jesus faz uma clara opção preferencial (mas não exclusiva) pelos pobres, porém esse termo foi reduzido pela chamada Teologia da Libertação como sendo aquele desprovido de bens materiais, indigentes, marginalizados de alguma forma pecuniária, mas cremos que os pobres que Jesus fala sejam aqueles que a língua grega chamava de “μακάριος” (Makários), Bem-Aventurados, ou seja, todo aquele que possuía uma carência (não só financeira), mas a quem faltava algo de essencial, como a saúde, a paz, o amor, a compaixão, o respeito, em síntese, a dignidade, e em quem abundava a solidariedade, a misericórdia. 
Politeísmo: Crença em mais de um deus, geralmente deuses tribais, divindades cultuadas pelas clãs e nos cultos domésticos. Geralmente, os adeptos do Politeísmo fazem culto a mais de um deus (Polilatria = culto a vários deuses) 
Reencarnação: A reencarnação é uma tese do Espiritismo Kardecista e também de algumas religiões de origem africana ou animalistas. O Cristianismo opõe à Reencarnação a graça da Ressurreição. 
Segundo a Doutrina da Reencarnação, quando o ser humano morre e não encontrou a “luz”, a purificação de seus pecados retorna (reencarna) em outro corpo para que mais uma vez tente purificar-se de seus pecados, o que se daria por mérito próprio, não necessitando da ação redentora de Nosso Senhor Jesus Cristo.
As religiões animalistas acreditam, inclusive, que pessoas reencarnem em animais.
Ressurreição: 
Revelação:
Teologia da Libertação: Movimento teológico iniciado pelo Teólogo peruano Gustavo Gutierrez e que usa como metodologia teológico-pastoral as premissas do materialismo histórico marxista. 
Veneração: 
3º Encontro
Aulas de 11 a 15 (17 de Junho): 
– Introdução à História do Povo de Deus
– Cenário Internacional e História do Povo de Israel. 
Uma das grandes dificuldades do estudioso da História de Israel é que os limites entre sua História Política, Social, Econômica, Demográfica, Cultural e Religiosa não existem. Toda a história da terra e do homem estão sob o patrocínio de Deus, desde Abraão, passando pela experiência do cativeiro (egípcio, babilônico) suas lutas pela libertação (seja com Moisés, os Profetas, os Macabeus...) e se prolonga pelos séculos, sendo que não invadiremos essa seara, nos contentando ao primeiro século, com Israel sob o controle do Império Romano, e o advento da grande novidade, a Boa Nova que é Cristo Senhor. 
Nos guiaremos pelo livro de BRIGHT (2003), porém com as intervenções que julgarmos necessárias para maiores esclarecimentos e dentro dos parâmetros propostos pelo nosso curso.
Nesta unidade (terceiro encontro) focaremos quatro pontos essenciais à compreensão da História de Israel Bíblica:
1. Israel pré-monárquico:
- Israel pré-estatal (pré-monárquico).
- Passagem do sistema Tribal à Monarquia.
- Crise nas origens da Monarquia.
2. monarquias: Israel e Judá.
- Introdução à história das monarquias de Israel e de Judá.
- Medidas de organização estatal.
- Personalidades envolvidas no impulso e na corrosão dos estados.
- Surgimento e o ressurgimento de potências mundiais.
- Elação dos estados entre si e com os governos estrangeiros.
- Extinção dos estados.
3. De Nabucodonosor a Alexandre
- Histórias da história do cativeiro dos judeus na babilônia.
- A hegemonia persa e o retorno dos judeus a Jerusalém.
- Judá ou Judéia na era helenística.
- A dinastia dos asmoneus.
4. Antigo testamento como fonte para o estudo da história de Israel
- Papel da historiografia na reconstituição da história de israel.
- Vida das comunidades judaicas refletidas no antigo testamento.
- Antigo testamento como testemunho religioso e cultural da sociedade judaica.
- Antigo testamento como base para ordenação e constituição da identidade judaica.
A Pré-História de Israel.
Distribuição dos povos pré-Bíblicos (imagem da Internet).
O conceito de Pré-história de Israel aqui concebido difere evidentemente do que a historiografia tradicional assim chama. Enquanto
essa chama de pré-história o período anterior ao surgimento da escrita (por volta de 4000 a. C.), usaremos essa expressão para o período compreendido entre a Criação (Gn 1-50). Teremos o Êxodo como marco inicial da História de Israel.
Os hagiógrafos não possuíam qualquer interesse em escrever uma história sistematizada, com datas, nomes de pessoas e lugares exatos ou próximos da exatidão, posto que a Bíblia, apesar de ser a principal fonte desta história, seu interesse é narra a trajetória de fé daquele que viria a ser o Povo Eleito. Porém, muito do que hoje sabemos por meio das Sagradas Escrituras tem sido amparado e enriquecido modernamente pela arqueologia, antropologia, história (entendida na moderna concepção da palavra enquanto ciência social e humana) e sociologia.
A História possui a divisão clássica, quadripartida, utilizada tanto na França quanto aqui no Brasil - História Antiga, da antiguidade clássica à queda do Império romano; História da Idade Média, da queda do Império romano à conquista de Constantinopla pelos turcos; a História Moderna, da tomada de Constantinopla até a Revolução Francesa; a História Contemporânea, nossos tempos. No nosso estudo sobre a História de Israel não se aplicará tal divisão, que possui função pedagógica, até porque o período que estudaremos e que nos interessa particularmente estaria, segundo essa divisão quadripartida eurocêntrica, inserida tão somente no período de Antiguidade Clássica, pois vai de cerca de 1250 antes de Cristo (a.C.), quando se dá a Libertação do Povo Hebreu do Egito, até cerca do Ano 70 de nossa era (d.C. = depois de Cristo), quando temos a Grande Diáspora com a destruição do Segundo Templo (o primeiro fora construído pelo Rei Salomão – apesar de ser um projeto do seu pai Davi, que ordenara sua construção por volta de 1015 a.C., e destruído por volta de 586 a.C. por Nabucodonosor II, da Babilônia). 
É imprescindível que saibamos que o calendário judaico é distinto do calendário que usamos no Ocidente, ou seja, o Gregoriano que fora promulgado pelo Papa Gregório XIII (1502–1585) a 24 de Fevereiro do ano 1582 pela bula Inter Gravissimas, em substituição do calendário Juliano implantado pelo imperador romano Júlio César (100–44 a.C.) em 46 a.C.. Já os gregos não possuíam calendário (calendas gregas). Em função disso, os exegetas cristãos têm grande dificuldade em adequar as datas do nosso calendário às do calendário judaico, por exemplo, o ano de 2017 para nós, cristãos ocidentais, é o ano de 5778 (aproximadamente, pois nosso Ano Novo não coincide, necessariamente, com o Judaico).
A história do povo hebreu começou na região da Caldeia (Iraque) cerca de 4000 anos antes de Cristo (a.C.). Havia também outras civilizações, como Egito, Síria e Canaã (Palestina). Já havia um código de leis, o Código do rei Hamurabi, por volta do ano 1800 a. C.. Ali vivia o patriarca do povo hebreu, Abrão, depois Abraão (Gn 17, 1 ss).
A prima facie, é imprescindível que compreendamos a singularidade da história de Israel, partindo sempre da sua religião neste processo. BRIGHT (2003; 18) nos adverte que devemos “levar em conta a fé de Israel como uma força socialmente determinadora em sua identidade história”. E prossegue:
“O que é que fez de Israel, Israel? O que o fez diferente de seus vizinhos?... Não foi a língua, nem o habitat, não foi só a experiência histórica, nem a cultura material – mas a fé. Israel foi um povo que se tornou um povo precisamente por causa de sua fé. A história de Israel, por isso, não é a história de uma Liga de Doze Clãs nem de uma nação; é a história de uma fé e do seu povo”
Não podemos também olvidar que a Eleição, a Aliança, o Êxodo e o Sinai são acontecimentos que definem a identidade de Israel.
Abraão foi o primeiro dos patriarcas de Israel, nascido em Ur, chefe de um clã arameu, na Caldeia, que emigrou para Canaã. 
Diferentemente do que pode parecer, a história de Israel não se inicia com a criação de Adão e de sua esposa Eva, narrado com tanta eloquência no Livro do Gênesis nem com os patriarcas Abraão, Isaac e Jacó (Israel), mas somente no século XIII a. C., quando os hebreus deixam a escravidão do Egito, liderados por Moisés que, sob inspiração de Deus, apresenta ao povo o Decálogo (as Taboas da Lei), e posteriormente com a reunião das diversas tribos (clãs) dos filhos de Israel. “A história de Israel é a história de um povo que começou a existir em determinada época como uma liga de tribos unidas em aliança com Iahweh. Posteriormente, esta liga de tribos passou a existir como uma nação, em seguida com duas nações e finalmente como uma comunidade religiosa” (BRIGHT 2003; 9).
Marco singular dessa transição para um conjunto de clãs – ainda que histórico parentesco
Neste diapasão, podemos afirmar uma segunda hipótese, qual seja, que a História de Israel se inicia efetivamente com a reunião das tribos, lideradas por Davi, prosseguindo com Salomão e que, com Roboão, filho e sucessor de Salomão, se divide em dois reinos, Israel (capital Samaria) e Judá, cuja capital era Jerusalém.

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