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Resumo A Universalidade do Fenômeno Jurídico

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Ferraz Junior, Tércio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito: Técnica, Decisão,
Dominação. Editora Atlas S.A: São Paulo, 2008. 
1. A universalidade do fenômeno jurídico
1.1. Direito: Origem, significações e funções
O direito como contradição: O direito pode ser visto como uma contradição uma vez
que o mesmo é responsável tanto por empoderar uma ordem vigente, como para destruí-la.
Nisso, o direito é tido como ordem e desordem, obediência e revolta, tido como respaldo para
a sustentação da ordem vigente como a sustentação de uma indignação e da rebelião.
• Pois o direito serve tanto para estabelecer uma ordem social, como para romper com
ela. Conhecemos com a história que nenhuma ordem vigente dura para sempre, todas,
estão sujeitas a falhas, não são perfeitas, e não atendem a demanda de todos igualmen-
te, e é dever da sociedade da época através do uso do direito garantir que o que se en-
contra errado, seja modificado, e o que está correto, permaneça (sem levar em consi-
deração a questão do que se entende por correto e por errado, o correto é apenas o que
a elite vigente diz ser, nem tudo é o que parece, por exemplo: há 60 anos era proibido
o casamento de brancos e negros, pois a elite manipulava a população considerando
isso errado, mas, devido a busca da desobediência, da quebra da ordem, isso mudou.).
Por exemplo: 
Monarquia > República > Ditadura > democracia>…>…>…>…
O Direito não tem uma definição rígida, ele é passível de interpretações (Um homem
comum quando se encontra em processo judicial, por mais que esteja seguro de seus direitos,
uma pessoa que está ali para lhe contestar, pode lhe causar a desordem de sua tranquilidade.
Todavia, o direito, apesar disso, é um fator importante de estabilidade social, aprovação e or-
dem.): 
· Na Grécia antiga a simbologia do direito era representado pela Deusa Diké, de
olhos abertos segurando em uma mão uma espada, e na outra uma balança com
pratos em equilíbrio, os olhos abertos significava o saber puro, as coisas práticas, o
apelo a ordem, e espada na mão significa que o direito a força, para executá-lo.
· Em Roma, o símbolo do direito era mantido na figura da deusa Iustitia, de olhos
vendados, e segurando com firmeza, as a balança com os prato e o fiel no meio
com as duas mãos: os olhos fechados mostram que sua concepção de direito antes
era referida a um saber agir, um equilíbrio entre o abstrato e o concreto, além dis-
so, a mãos segurando firmemente a balança representa uma atitude firme para
exercer o direito.
· Contudo, a simbologia do direito brasileiro se fez tanto no sentido de Jus (justiça,
virtude moral) como no derectum, na retidão da balança por meio da justiça.
1.2. Busca de uma compreensão universal; concepção de língua e definição de direito.
A Teoria Essencialista: Trata-se da crença de que a língua é um instrumento que desig-
na a realidade, donde a possibilidade de os conceitos linguísticos refletirem uma presumida
essência das coisas.
Os autores jurídicos estabelecem uma visão conservadora da teoria da língua, sustentando, em
geral, no que se refere aos objetos jurídicos, à possibilidade de definição de reais, isto é a
idéia de que a definição de um termo deve refletir, por palavras, a coisa referida. O enfoque
essencialista se opõe a concepção convencionalista, em geral defendida pela chamada filoso-
fia analítica. A língua é vista como um sistema de signos, cuja relação com a realidade é esta-
belecida arbitrariamente pelos homens, dado a esse arbítrio, o que deve ser levado em conta é
o uso social ou técnico dos conceitos, que podem variar de povo para povo. 
A essência das coisas não está na própria palavra, mas, sim a “essência” é apenas, ela própria,
uma palavra que ganha sentido num contexto: depende do seu uso: podemos interpretar por
exemplo a palavra mesa dependendo do seu uso numa construção, a mesa quebrou (o objeto
de quatro pés de madeira quebrou), a mesa estava uma delícia (a refeição servida foi boa). A
descrição da realidade depende da linguagem usada, a única certeza, para os convencionalis-
tas é que os homens comunicam-se, quer queiram ou quer não.
1.3 Problema dos diferentes enfoques teóricos: zetético e dogmático
Primeiramente deve-se ter em mente que o estudo do direito se difere das demais ciên-
cias, na questão de que, nas demais ciências o objeto de estudo é sempre algo unitário, um
foco, que apesar de novos descobrimentos, e do desgaste de velhos, sempre será passível ape-
nas a um único foco, interpretação, já o direito, o objeto de estudo está sempre passível as
mais diversas interpretações. O direito como uma ciência diretiva, e as demais como ciências
informativas, estes como função de informar um fato, ex: a cadeira quebrou, e aquele como
função de direcionar o que deve-se ser feito, ex: consertar a cadeira. Por exemplo, quando um
físico define movimento, prepondera a função informativa, suas definições teóricas superam-
se á medida que o estado das coisas feridas mudam, ou por que se descobrem novos aspectos,
ou por que velhos aspectos não são mais tão relevantes, quando o jurista define posse, mescla
duas funções a de informar o que é posse, mas, também, como ela deve ser entendida e aplica-
da.
 Direito Zetético vs Direito dogmático
O Direito zetético, é aquele que questiona, que pergunta, que procura abertura para
dúvida, como na anedota de Sócrates (Uma vez Sócrates vinha caminhando, quando dos guar-
das passam por ele gritando: Pega Ladrão, e Sócrates pergunta aos guardas: O que é ladrão):
“O que é ladrão?” é a zetética, o questionamento, diferente do direito dogmático, que é algo
ordenado, já pressuposto (a ideia de que ladrão é quem rouba algo).
Zetética: Sujeita a diversas interpretações
Dogmática: Já formada de uma concepção
Para ficar mais claro: Exemplo, Deus na Filosofia é algo zetético, pois questiona sua
existência, pode poder em dúvida, já na dogmática pode ser: Filosófica: Deus não existe, Teo-
lógica: Deus existe e devo adorar. 
É bem claro, que na zetética se predomina a linguagem informativa, já na dogmática,
um pouco informativa e principalmente diretiva, a zetética é mais aberta pois suas premissas
podem ser dispensáveis, isto é, podem ser substituídas, se os resultados não são bons as ques-
tões que ela propõe, podem ate ficar sem resposta até que as condições de conhecimentos se-
jam favoráveis, já a dogmática é mais fechada, pois está presa a conceitos fixados, obrigando-
se a interpretações capazes de conformar os problemas das premissas.
Conhecendo Melhor: Direito Zetético
1. Tem abertura melhor e constante para questionamentos dos objetos em todas as direções
(questões infinitas).
2. O investigador preocupa-se em ampliar as dimensões do fenômeno, estudando-o em
profundidade, sem limitar-se aos problemas relativos à decisão dos conflitos sociais, políticos
econômicos, e esse descompromisso com a solução torna a investigação infinita, liberando-a
para a especulação
Limites Zetéticos:
• Zetética Empírica: A aplicação do fato estudado ( por exemplo: A constitui-
ção), na realidade, tendo em vista as questões sociais, políticas e econômicas
• Zetética analítica: Apenas o uso da investigação lógica, teórica, sem ter a ob-
servação de como a teoria se aplicaria na prática.
• Zetética Pura: Quando a investigação está totalmente desligada de uma aplica-
ção, apenas como estudo lógico, sem a procura de solução para os conflitos 
• Zetética Aplicada: Se a busca do estudo da constituiçao, por exemplo, seja
para saber como ela atual socialmente. Os resultados das investigações podem
ser aplicadas na solução de conflitos
Zetética Empírica: > Pura ou Experiência: > Teoria
 >Aplicada > Prática
Zetética Analítica: > Pura ou Estudo: >Teoria
 >Aplicada >Prática
 Conhecendo Melhor: Direito Dogmático
1. Umadisciplina pode ser definidade como dogmática à medida que conside-
ra certas premissas, em si e por si arbitrárias (resultantes de uma decisão), como
vinculantes para o estudo, renunciando-se, assim, ao postulado da pesquisa inde-
pendente
2. O direito dogmático tratam de questões finitas
3. Principio da proibição da negação: Os juristas, em termos, de estudo estrito
do direito, procurem sempre compreendê-lo e torná-lo aplicável dentro dos marcos
da ordem vigente, essa ordem lhes parecem um dado, que eles aceitam e não ne-
gam, é ponto de partida de qualquer investigação
4. O dogmático está relacionado com o zetético, uma vez que em seu estudo
ele pode desprezar as investigações a respeito de qual é o direito efetivo de uma
comunidade, quais os fatores sociais que condicionam sua formação, qual sua efi-
cácia social, qual sua relevância como instrumento de poder e etc
5. Direito dogmático é feito de abstrações: Uma vez que não existe sociedade
sem dogmas, mas, só norma não basta, existem também regras de interpretação
dessas normas, é preciso saber dizer qual a norma e o que ela significa
6. O direito dogmático, apesar da inegabilidade do princípio dos pontos de
partidas, ele não se limita apenas a afirmar e repetir dogmas pura e simplesmente,
a dogmática apenas depende desse princípio, mas não se reduz a somente ele
7. O direito dogmático não trabalha, embora dependa dos pontos de partidas,
com certezas, mas, com incertezas. Ex: Um condomínio coloca-se a placa de proi-
bido animais, mas, essa placa vale só para animais que causam tumulto, isentando
assim peixes no aquário, e será que essa regra respeitará as pessoas que já possuí-
am animais? O princípio dogmático, ele amplia de forma controlada as incertezas
como base nas normas, não é apenas criar dúvidas, mas criá-las tendo em vista a
orientação de ação do homem na sociedade, nos quadros de ordem estabelecida.

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