Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS COLÉGIO TÉCNICO ANÁLISES CLÍNICAS BIOQUIMICA CLINICA PROFA. MARIANA COSTA GASOMETRIA Cristina Santos Esther Iolanda Julia Alvarenga Nayara Rufino BELO HORIZONTE, 2014 Cristina Santos Esther Iolanda Julia Alvarenga Nayara Rufino Profa. Mariana Costa GASOMETRIA Trabalho realizado para a disciplina Bioquímica clínica, a pedido da professora Mariana Costa, professora do curso de Analises clínicas do COLTEC-UFMG; ao qual foi feita uma pesquisa a respeito da Gasometria, um exame laboratorial que consiste na medição da concentração dos gases presentes no sangue. Belo Horizonte, 2013 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 4 2. OBJETIVO DA GASOMETRIA ................................................................................ 5 3. ESCOLHA DAS AMOSTRAS E COLETA ............................................................... 6 4. TIPOS DE GASOMETRIA ......................................................................................... 8 5. CONSERVAÇÃO DA AMOSTRA ............................................................................ 9 6. VALORES DE REFERÊNCIA ................................................................................. 10 7. APLICAÇÕES DA GASOMETRIA ......................................................................... 11 8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 12 1. INTRODUÇÃO O equilíbrio ácido-básico refere-se aos mecanismos fisiológicos que mantêm a concetração dos líquidos corpóreos numa faixa compatível com a vida, pois esses íons reagem com determinadas moléculas proteícas (enzimas celulares) gerando alterações na composição de proteínas estruturais e funcionais, nas funções enzimáticas, excitabilidade das membranas, dissocição e movimento iônico e reações químicas. Para que os líquidos fiquem na faixa de referência desejada têm-se então um sistema tampão, no qual a adição de H + ou OH - não altera o pH, principalmente do sangue que é em torno de 7,4. O sistema tampão consiste na mistura de componentes ácidos e básicos que permite que o equilíbrio seja deslocado para a formação de reagentes ou produtos, conforme se faz necessário.Os principais tampões do espaço extracelular são o bicarbonato e as proteínas plasmáticas. No espaço intracelular destacam-se a hemoglobina e os fosfatos. Esse equilíbrio depende basicamente da função renal e da função respiratória. A gasometria consite em um exame invasivo fundamental e básico na Unidade Terapia Intensiva (UTI) que revela os valores de pH sanguíneo, pressão parcial de gás carbônico (PaCO2) e oxigênio (PaO2), íon bicarbonato (HCO3 - ) , saturação da oxi-hemoglobina (SaO2), excesso de base (BE) entre outros que visam avaliar o equilíbrio ácido-básico orgânico. Os ditúrbios relacionados com o equilibrio ácido-básicos estão associados ao maior risco de disfunção de órgãos e sistemas e óbitos em pacientes internados em terapia intensiva, por isso a importância tão grande desse exame em uma UTI, visto que pacientes desse setor apresentam problemas nas funções renais e/ou respiratória. 2. OBJETIVO DA GASOMETRIA Os valores gasométricos são pedidos quando apresenta-se um quadro de anormalidede na ventilação, oxigenação e estado ácido-básico, pois o objetivo da gasometria consiste em dosar os níveis de gases- O2 e CO2, o pH e equilíbrio ácido-base do sangue avaliado. Dependendo do gasômetro, pode avaliar também os níveis de eletrólitos do sangue, como sódio, potássio, cálcio iônico e cloreto. A leitura é obtida pela comparação desses parâmetros na amostra com os padrões internos do gasômetro. Podem ser pedidos outros exames ao mesmo tempo, como eletrólitos, para avaliar o equilíbrio eletrolítico, glicose, para pesquisar diabetes, e ureia e creatinina, para avaliar a função renal. Em pessoas recebendo oxigenioterapia, a gasometria é usada para monitorar a eficácia do tratamento. É importante ressaltar que o valor de bicarbonato expresso na gasometria não é medido diretamente e sim calculado através da equação de Henderson-Hasselbach, usando os valores de pH e pressão parcial de gás carbônico (PaCO2) medidos, onde: S= Base conjugada A= Ácido conjugado 3. ESCOLHA DAS AMOSTRAS E COLETA Quando se está interessado em uma avaliação da performance pulmonar, deve ser sempre obtido sangue arterial, pois esta amostra informará a respeito da hematose e permitirá o cálculo do conteúdo de oxigênio que está sendo oferecido aos tecidos. No entanto, se o objetivo for avaliar apenas a parte metabólica, isso pode ser feito através de uma gasometria venosa. Gasometria Venosa: Realizar a coleta de sangue venoso. CONDIÇÕES: Sangue total heparinizado. Volume recomendável de 5,0 mL. Fazer 15 minutos de repouso antes da coleta- se cliente tiver feito algum tipo de esforço físico, por exemplo, ter andado muito, prolongar o repouso para 30 minutos. Deve-se tomar todo o cuidado necessário para eliminar resíduos de ar dentro do material colhido, toda e qualquer bolha deve ser removida da amostra imediatamente alem de vedar a agulha com uma rolha de borracha. No caso de transporte do material até o local de leitura, o mesmo deve ser transportado a 2-8ºC, realizando-se a leitura dentro de – no máximo – 15 minutos. Gasometria Arterial: São necessários 2,0 mL de sangue arterial em seringa heparinizada. A colheita é feita com uma agulha pequena geralmente da artéria radial do punho, da artéria femoral na virilha ou da artéria braquial no braço. Antes de realizar a colheita deve-se passar o anti-séptico. Antes da amostra ser colhida é realizada a “Prova de Allen” que visa verificar a permeabilidade do arco palmar e seu enchimento pela artéria ulnar. Para realizar a prova Allen deve-se comprimir as artérias radial e ulnar junto ao punho, orientando o paciente para abrir e fechar a mão por cerca de cinco vezes,observando a mudança de coloração para palidez. A técnica consiste em fazer a palpação e localização do pulso radial junto ao punho e próximo ao processo estilóide do rádio, fazer a anti-sepsia do local, introduzir o bisel voltado para cima, em um ângulo de 60 o a 90 o em relação á artéria radial, aprofundando a agulha até que haja fluxo de sangue na seringa e finalmente fazer compressão no local por 5 a 10 minutos, até que o sangramento estanque. Teste de Allen: teste usado para avaliar o suprimento sanguíneo da mão através da avaliação das artérias ulnar e radial. O teste avalia as mãos que teriam maior risco de sofrer isquemia com procedimentos. Obs.: A colheita de sangue arterial em geral é mais dolorosa que a de sangue venoso. A pessoa sente um desconforto moderado e há necessidade de compressão do local durante algum tempo para evitar sangramento.Algumas vezes, é colhido sangue misto de um acesso central, em situações especiais, como laboratórios de cateterismo cardíaco e serviços de transplante. Nesses casos, a interpretação dos resultados deve ser feita por um especialista. Sangue venoso não pode ser usado para avaliação do oxigênio. 4. TIPOS DE GASOMETRIA Gasometria Arterial Utilizada para avaliar a performance pulmonar. Informa a respeito da hematose e permite o cálculo do conteúdo de oxigênio oferecido aos tecidos. Sangue colhido de uma artéria. Gasometria Venosa Utilizada para avaliar a parte metabólica. O sangue venoso (pobre em O2) é colhido com cuidado para eliminar resíduos de ar dentro do material colhido, e todas as bolhas devem ser removidas da amostra imediatamente. 5. CONSERVAÇÃO DA AMOSTRA Realizar o exame dentro de quinze minutos e analisar. Se não for possível, refrigerar a amostra, estável até uma hora após a colheita. Manter sempre a hermeticidade da agulha. Conservação da amostra para envio Enviar imediatamente após a coleta na própria seringa em gelo, vedar a agulha com rolha de borracha. Não deixar bolhas de ar na seringa durante a coleta. Colher sempre sangue da artéria radial, a não ser que o medico solicite uma coleta diferenciada (no caso de gasometria arterial). Observações O sangue venoso não pode ser usado para avaliação dos níveis de O2. A gasometria arterial não pode ser feita em um braço utilizado para diálise e em local com infecção ou processo inflamatório. A contra-indicação maior do exame é a presença de doença arterial periférica grave. 6. VALORES DE REFERENCIA Arterial Venosa pH 7, 35 – 7,45 7, 35 – 7,45 PaCO2 35 - 45 40 - 60 PaO2 80 - 100 40 - 60 HCO3 22 - 26 22 - 26 BE -2 +2 -2 +2 SatO2 95 - 100% 55 – 60% Resultados anormais da gasometria podem indicar que: 1-O paciente não está recebendo oxigênio suficiente 2-Não está eliminando dióxido de carbono em quantidade adequada 3-Há um problema na função renal 4-Há um problema metabólico Resultados normais da PO2 indicam que a pessoa está recebendo oxigênio suficiente. Os resultados dos outros componentes da gasometria são inter-relacionados e devem ser considerados em conjunto. Certas combinações de resultados fornecem uma indicação da causa da acidose ou da alcalose: pH Bicarbonato PCO2 Estado Causas comuns <7.4 baixo baixa acidose metabólica Insuficiência renal, choque, cetoacidose diabética >7.4 alto alta alcalose metabólica Vômitos crônicos, hipocalemia <7.4 alto alta acidose respiratória Doenças pulmonares, como pneumonia, DPOC >7.4 baixo baixa alcalose respiratória Hiperventilação, dor, ansiedade 7. APLICAÇÕES DA GASOMETRIA Com a gasometria é possível diagnosticar os quadros clínicos de acidemia, que consiste no aumento da acidez do sangue e alcalemia que é o aumento do pH sanguíneo, para medições de pH. Para quadros de aumento de pCO2 têm-se asfixia, doenças pulmononares crônicas e casos de hipoventilação, e para quadros de diminuição de pCO2 ataques de ansiedade, altas altitudes e hiperventilação voluntária. Para casos de aumento da concetração de HCO3 - tem-se o quadro de acalose metabólica e diminuida acidose metabólica. Quando há baixas nas concetrações de O2 têm-se o quadro de hipoxemia se isso ocorre somente arterial e hipóxia se há baixa disponibilidade para determinado órgão. Usada para diagnóstico e para monitoração do tratamento, em paralelo a outros exames bioquímicos, de problemas respiratórios, metabólicos, doenças renais e doenças pulmonares. Pode ser usada também para Diabetes Mellitus, Priampismo, Traumatismos cranianos e do pescoço, para pós-operatórios de cirurgias cardiovasculares e encefálicas e para monitoração do paciente em anestesia prolongada. Em recém-nascidos, a gasometria do sangue do cordão umbilical pode revelar problemas respiratórios e orientar seu tratamento. 8. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA Minha vida: saúde, alimentação e bem-estar. Gasometria arterial; exame avalia função dos pulmões. Disponível em: <http://www.minhavida.com.br/saude/tudo- sobre/17281-gasometria-arterial-exame-avalia-funcao-dos-pulmoes>. Acesso em: 31 Mai. 2014. Portal educação. Gasometria Arterial e Coleta de Amostra para Gasometria Arterial. Disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/23285/gasometria-arterial-e- coleta-de-amostra-para-gasometria-arterial#ixzz33KDjWUHW>. Acesso em: 30 Mai. 2014 Rhodes A, Cusack RJ. Arterial blood gás analysis and lactate. Current Opinion in Critical Care. 2000;6: 227-231. SCALAN G; WILKINS RL; STOLLER, JK. Fundamentos da Terapia Respiratória de Egan. 7.ed. São Paulo: Manole, 2000. 3. Sirker AA, Rhodes A, Grounds RM et al. Acid-base physiology: the “traditional” and the “modern”approaches. Anaesthesia. 2002;57:348-56. Distúrbios do equilíbrio ácido básico e gasometria arterial uma revisão crítica. Igor Larchet Mota. Disponível em <http://www.efdeesportes.com/efd141/quilibrio- acido-basico . Acesso em: 03 de jun de 2014. Gasometria arterial. Disponível em: <http://www.biomedicinapadrao.com.br>. Acesso em 6 de jun de 2014.
Compartilhar