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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE CCET – CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS BACHARELADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA ONDAS E ANTENAS RIO BRANCO – AC RELATÓRIO REFERENTE À MONTAGEM DA ANTENA DISCENTE: Lucas Costa Vichinsky DOCENTE: Roger Fredy Larico Chávez INTRODUÇÃO O surgimento das antenas se deu por estudos das ondas eletromagnéticas em certos materiais. Em 1886 o alemão Heinrich Rudolf Hertz mostrou que certos materiais casam radiações magnéticas, essas radiações são responsáveis por transmissões de informações através de mecanismos de recepção e emissão, criando então o conceito de antenas. Hertz também foi responsável por diversos estudos relacionados à propagação de onda, também foi o criador da unidade de medida de frequência Hertz (Hz). Seu estudo é de suma importância para o projeto que será adotado agora. Devido ao crescimento dos meios de comunicação e a propagação da informação nos dias atuais, levar esse conhecimento à frente se torna cada vez mais necessário. Através desse relatório, será descrito como montar uma antena. Para início de conversa vamos falar sobre a antena dipolo dobrada, ela é uma antena yagi-uda que possui uma característica única que é o ganho duplo. Essa é a maior vantagem desse tipo de antena. Sua maior desvantagem é o fato do componente ser em formato elíptico, uma dificuldade na hora da confecção. MARCO TEÓRICO Antes de iniciar o conceito da elaboração do projeto físico, será descrita a teoria para sua modulação. Alguns conceitos básicos devem ser respeitados antes que comecemos a montagem da antena. Modelo de antena a ser adotado; Teoria de propagação de ondas em antenas; Atenuação do sinal. Fig.1 - Ubiquiti Mimo M5. Exemplo de receptor e emissor de sinal. Para a escolha da antena serão fornecidas três opções: Antena dipolo dobrada; Antena yagi-uda; Antena parabólica. Serão citadas as vantagens e desvantagens das três antenas. Fig. 2 – Antena de dipolo duplo. Modelo onde a parte central (em forma de elipse) é o elemento excitador. O elemento na esquerda do elipsoide é o elemento diretor. O último elemento se chama elemento refletor e está no canto direito da tela. Ela é a antena mais recomendada para a confecção por causa do seu ganho duplo. A antena em questão é muito utilizada para recepção de canais de TV aberta. O ganho que está na direção oposta à que deveria estar pode ser direcionado, através de uma modelagem do elemento refletor. Essa característica é marcante e justifica o porquê dessa antena ser popular. Exibindo seu diagrama de radiação, a antena anterior pode ser descrita dessa forma: Fig. 3 – Diagrama de radiação da antena dipolo dobrado. (Sem nenhum refletor) Até aqui nós já temos uma excelente opção para confecção. Seguindo nossas opções o próximo item é: Antena dipolo dobrada; Antena espinha de peixe; Antena parabólica. A antena espinha de peixe é uma antena popular por sua facilidade de confecção e seu ganho moderado. A antena pode seguir diversas geometrias dependendo de como deseja se adotar. Sua única desvantagem é que ela não possui o ganho duplo, que nem a dipolo dobrado. Ela é usada para recepção de sinais de TV ou internet em áreas rurais, tipicamente. Fig. 4 – Antena espinha de peixe. Abaixo será exibido seu diagrama típico de radiação: Fig. 5 – Diagrama de radiação típico da antena espinha de peixe. Seguindo a lista: Antena dipolo dobrada; Antena espinha de peixe; Antena parabólica. A antena parabólica é tipicamente usada para recepção e transmissão de dados a longa distância. Um exemplo clássico desse tipo de recepção é a TV por assinatura. A transmissão desse tipo de dado é geralmente feita por satélite. A parabólica é muito utilizada, mas possui certos problemas na hora da confecção. Seu formato de paraboloide torna difícil sua confecção sem nenhum tipo de maquinário. Por isso, a adoção dessa antena será descartada logo de cara. Fig. 6 – Antena parabólica. Um ponto extremamente interessante sobre essa antena é que o emissor é o elemento em vermelho da figura acima. A “antena” em si é só o refletor. Geralmente esse tipo de antena é feita de alumínio, porém não existe uma garantia de que o elemento estará sempre disponível na natureza, por isso é comum na confecção desse tipo de antena eles construírem ela através de aço ou outro material metálico e realizar uma pintura baseada em alumínio. Seu diagrama de radiação é: Fig. 7 – Diagrama de radiação típico da antena parabólica. O primeiro item da lista já pode ser riscado: Modelo de antena a ser adotado; Teoria de propagação de ondas em antenas; Atenuação do sinal; Entrando no tema de teoria da propagação das ondas em antenas, teremos que entrar em duas equações básicas: ∇ × 𝐁 = 𝜇0𝐉 + 𝜇0𝜀0 𝜕𝑬 𝜕𝑡 (𝐄𝐪. 𝟏) 𝐁 = 𝜇𝐇 ou 𝐁 = 𝜇0(𝐄 + 𝐇)(𝐄𝐪. 𝟐) O objetivo desse tópico não é demonstrar essas equações, mas entender por que elas afetam toda a teoria eletromagnética de propagação. Considerando a equação 1, ela nos mostra diretamente o motivo pelo qual a antena possui diversos elementos em paralelo, a corrente gerará uma corrente induzida denotada pelo termo diferencial da equação. Quanto maior nossa densidade de corrente, melhor será a propagação do nosso sinal, porém deve se visar logo de cara que não é importante que esse sinal seja muito potente, dependendo da aplicação o sinal deve ser fraco ou forte. Abaixo será exibido um diagrama que mostra exatamente como essa corrente induzida afeta no campo eletromagnético e seu benefício conforme o desejo do projetista: Enquanto isso a equação 2 nos descreve diretamente como proceder em relação a propagação da antena. A densidade do campo eletromagnético descrito nessa fórmula é dita como a soma de dois campos: o campo elétrico e o campo auxiliar. É claro que ele se propaga por ondas senoidais. Então o diagrama será o seguinte: Fig. 8 –Diagrama de linhas de campo elétrico que induzem uma corrente sobre os condutores em paralelo. Fig. 9 – Diagrama que exemplifica como a densidade de campo eletromagnético é propagada. Com isso são riscados dois itens da lista: Modelode antena a ser adotado; Teoria de propagação de ondas em antenas; Atenuação do sinal. Agora para a atenuação do sinal deve se verificar diversos fatores, todos eles foram estudados durante o primeiro semestre da disciplina de ondas e antenas. Entretanto, será considerado um resumo rápido sobre isso. A atenuação do sinal se dá por diversos fatores, o mais comum seria a distância entre o emissor e o receptor e a disposição dos objetos em relação à onda. Entre os tipos de modificações que possam ocorrer com o sinal estão a difração, a refração e o efeito Doppler. Todos esses efeitos citados acima são relacionados à disposição dos objetos em relação ao transmissor e receptor. É interessante pensar que por causa desses efeitos as torres de antenas possuem uma altura considerável. A importância de entender esse tópico é devida ao fato de que a posição da antena interfere no sinal que será recebido. Deve se colocar a antena em um lugar adequado e projetar para que a mesma possua níveis mínimos de atenuação. Fig. 10 – Diagrama que mostra os tipos de incidência que podem ocorrer com a onda. Note que no primeiro ocorre o que chamam de refração, a onda se divide em duas uma, onda refletida e outra onda transmitida. Na segunda figura a onda está sobre a melhor forma, sem nenhuma interferência do meio, enquanto na terceira ocorre um caso de reflexão perfeita (ou reflexão oblíqua). Para o último passo, a atenuação do sinal também pode ocorrer devido ao clima ou as condições do ambiente. Como por exemplo, em um local onde existe altas incidências de chuva, deve se projetar uma antena para suportar essa quantidade de chuva, por isso o sistema tem que pensar em todos os fatores. Isso nos ajuda a entender o porquê de algumas imagens ficarem chuviscadas quando ligamos o cabo na TV. Assim terminamos a nossa lista e podemos entrar em mais um tópico, a análise de modelos comerciais. Modelo de antena a ser adotado; Teoria de propagação de ondas em antenas; Atenuação do sinal. ANÁLISE DE MODELOS COMERCIAIS O principal modelo a ser analisado nesse tópico é a antena espinha de peixe da marca Aquário™. Como o trabalho foi feito para ser um estudo e uma maneira de aprender, deve se analisar alguns modelos comerciais com o intuito de mostrar um melhor desenvolvimento na hora da montagem. O intuito da análise é tomar um lado mais comercial e pensar o por que os produtos são tão vendidos. Começando as antenas da empresa são feitas de alumínio e possuem um ganho de 6 dBi. Não existe condição da criação de uma antena de alumínio por parte do projetista, porém será visado um ganho de 6 dBi para a implementação do projeto. Fig. 11 – Produtos Aquário™. A Aquário™ é uma empresa já experiente no mercado. Analisar seus produtos nos ajuda a ter uma visão mais comercial na hora de projetar nossa antena. OBJETIVOS Até esse ponto foram citados dois fatores cruciais para a criação da antena. A análise comercial nos disse que temos que ter um ganho aproximado a 6 dBi para nos estabelecermos no mercado. Enquanto o marco teórico nos disse que devemos direcionar o sinal para que o ganho seja realmente dobrado. Para isso utilizaremos uma antena Yagi-Uda dipolo dobrado. Até esse ponto estão sendo cogitadas várias geometrias dos diretores. Fig. 12 – Antena Yagi-Uda dipolo dobrado. O projeto visa a atingir 4 (Rede Amazônica/Globo) até o canal 19 (Rede União), assim os cálculos devem ser feitos no intuito de alcançar essas faixas de frequências. Fig. 13 – Canais abertos Rio Branco, AC. A principal motivação para o desenvolvimento do projeto se deve ao fato do projeto ser importante para o aprendizado do aluno. Principalmente para o amadurecimento como engenheiro. Um engenheiro eletricista deve ser capaz de projetar inúmeros projetos sem nenhuma dificuldade, um deles apesar de aparentemente simples é uma antena. A qualificação para o exercício como engenheiro de telecomunicações, depende muito de qual a proposta será feita e seu entendimento sobre o assunto. Projetar uma antena é um passo inicial para o crescimento profissional do indivíduo. CÁLCULOS Tendo o marco teórico, os objetivos e a um estudo dos modelos comerciais podemos passar para os cálculos necessários para o projeto da antena. Como o projetista em questão não possui acesso aos dados por alguma fonte mais confiável, ele irá usar os dados da Wikipédia. Com isso tudo em mente, podemos calcular alguns parâmetros que nos ajudarão a montar nossa antena, eles são: Frequência central; Lambda; Comprimento do excitador; Comprimento do refletor; Comprimento do diretor; Distância entre os elementos. Fig. 13 - Gráfico mostrando o conceito de frequência central. Iniciamos nosso tópico pela frequência central, ela é calculada pela média da menor frequência com a maior frequência. Na prática ela determina exatamente onde está o centro da nossa varredura de frequências. Seu cálculo é dado pela seguinte equação: 𝐅𝐂 = 𝐹𝑀Á𝑋 + 𝐹𝑀Í𝑁 2 (𝐄𝐪. 𝟑) Nós já definimos no tópico anterior qual seria o intervalo de frequências, portanto para um valor numérico: 𝐅𝐂 = 485.143 MHz [I] Até aqui nosso primeiro ponto já foi dado. A frequência central é importantíssima para os cálculos dos próximos parâmetros. Frequência central; Lambda; Comprimento do excitador; Comprimento do refletor; Comprimento do diretor; Distância entre os elementos. O lambda será nossa variável relacionada à distância. Sua característica mais marcante é que ela pretende padronizar o comprimento dos componentes da antena, todos eles em função da mesma. O lambda nesse caso também é associado ao comprimento de onda. Ele será nosso parâmetro inicial para as definições do projeto e será calculado através da equação: 𝛌 = 𝐶 𝐹𝐶 (𝐄𝐪. 𝟒) Onde C é a velocidade da luz. Determinando nosso cálculo em números: 𝛌 = 0.6 m Fig. 14 – Comprimento de onda de forma explícita, mas no nosso caso para a densidade de fluxo magnético. (B) Até esse ponto algumas variáveis estão explícitas. Assim podemos riscar mais um item da lista: Frequência central; Lambda; Comprimento do excitador; Comprimento do refletor; Comprimento do diretor; Distância entre os elementos. Para as seguintes grandezas: comprimento do diretor, comprimento do excitador e comprimento do refletor, serão utilizadas as seguintes equações: 𝐃𝐞𝐱𝐜 = 𝜆 2 (𝐄𝐪. 𝟓) 𝐃𝐝𝐢𝐫 = 80/90 𝜆 100 (𝐄𝐪. 𝟔) 𝐃𝐫𝐞𝐟 = 𝐷𝑒𝑥𝑐 ( 10 100 + 1) (𝐄𝐪. 𝟕) O comprimento do diretor pode ser definido como sendo 80% ou 90% menor que o comprimento do excitador. Caso desejarmos implementar dois diretores os cálculos ficarão assim: 𝐃𝐞𝐱𝐜 = 0.3 m𝐃𝐝𝐢𝐫 (𝐧) = (0.24, 0.27) m (𝐧 = 1, 2) 𝐃𝐫𝐞𝐟 = 0.33 m Com isso temos todas as grandezas necessárias para a elaboração da antena. Frequência central; Lambda; Comprimento do excitador; Comprimento do refletor; Comprimento do diretor; Distância entre os elementos. TIPOS DE REFLETORES Devido ao nosso sinal possuir ser da característica da Fig.3, a maneira mais eficiente de se direcionar esse sinal seria utilizando um método 3. Um dos metodos mais ortodoxos de refletir uma onda. Essa configuração se resume em diversos refletores em paralelo a um ângulo de noventa graus com outros refletores em paralelo. Esse método concede à antena um nome peculiar. Quando ela possui esse tipo de reflexão é típicamente chamada de boca de jacaré. O método mais simples de refletir uma onda. Esse método se resume em um ou mais refletores em paralelo com o diretor. A eficiência razoável desse método e a praticidade de aplicação torna ele o mais aplicado. É notável que nem sempre em todos os casos esse tipo de configuração é a mais recomendada, mas com certeza é a mais simples. B Esse método se resume em uma semi curva em ambos os lados da antena, com o intuito de refletir o sinal dela para trás. Essa semi curva também pode ser substituida por um conjunto de duas retas, apesar de se perder a eficiência.
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