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Uma massa fluida é considerada em equilíbrio, ou estática, quando estiver em repouso ou quando, movendo-se como um corpo sólido, todas as partículas possuirem a mesma velocidade em relação a um referencial inercial. Uma das principais análises de fenômenos que ocorrem com os fluidos é aquela em que a massa fluida permanece estática. Neste caso, as tensões de cisalhamento são nulas. 1. INTRODUÇÃO 2. CONCEITOS FUNDAMENTAIS 3. PRINCIPAIS PROPRIEDADES DOS FLUIDOS 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SUMÁRIO 4 Quais as diferenças fundamentais entre fluido e sólido? • Fluido é mole e deformável • Sólido é duro e muito pouco deformável Porém não foram expresso em uma linguagem científica e nem tão pouco compatível ao dia a dia da engenharia 5 Passando para uma linguagem científica: A diferença fundamental entre sólido e fluido está relacionada com a estrutura molecular, já que para o sólido as moléculas sofrem forte força de atração, isto mostra o quão próximas se encontram e é isto também que garante que o sólido tem um formato próprio. Isto já não ocorre com o fluido que apresenta as moléculas com um certo grau de liberdade de movimento, e isto garante que apresentam uma força de atração pequena e que não apresentam um formato próprio. 6 Primeira classificação dos fluidos: Líquidos – apesar de não ter um formato próprio, apresentam um volume próprio, isto implica que podem apresentar uma superfície livre. 7 Gases e vapores – além de apresentarem forças de atração desprezível, não têm formato próprio e nem volume próprio, isto implica que ocupam todo o volume a eles oferecidos. Primeira classificação dos fluidos: 8 Outro fator importante na diferenciação entre sólido e fluido: O fluido não resiste a esforços tangenciais por menores que estes sejam, o que implica que deformam continuamente. F USINA HIDRELÉTRICA DE ITAIPU Foto: Marcellino (http://www.panoramio.com/photo/ 5233360) 9 Já os sólidos, ao serem solicitados por esforços, podem resistir, deformar- se e ou até mesmo cisalhar. Outro fator importante na diferenciação entre sólido e fluido: 10 FLUIDOS 11 Será considerado como fluido aquele material que se mover prontamente sob a ação de uma força tangencial, ou de cisalhamento. Deformar-se continuamente significa ESCOAR. Teoria cinética da matéria (estados físicos fundamentais da matéria) SÓLIDOS • as moléculas oscilam em torno de posições fixas • forças de atração intensas • força tangencial não pode ultrapassar o regime elástico do material ⇒rompimento • tensão é proporcional à deformação Exemplificação da teoria cinética da matéria (http://paulosutil.blogspot.com.br/2012/02/estados-fisicos-da-materia.html) 12 Teoria cinética da matéria (estados físicos fundamentais da matéria) LÍQUIDOS • moléculas oscilam, mas não mantém posições fixas • forças de atração são menos intensas que nos sólidos • toma a forma do recipiente, porém o volume final não se altera, é sempre constante • têm uma superfície livre Exemplificação da teoria cinética da matéria (http://paulosutil.blogspot.com.br/2012/02/estados-fisicos-da-materia.html) 13 Teoria cinética da matéria (estados físicos fundamentais da matéria) GASES • moléculas oscilam e movem-se aleatoriamente; • preenche todos os espaços disponíveis, • toma a forma e o volume do recipiente, precisando de contenção para não se perder (tampa). Exemplificação da teoria cinética da matéria (http://paulosutil.blogspot.com.br/2012/02/estados-fisicos-da-materia.html) 14 Devemos estar aptos a responder: Quem é maior 8 ou 80? 15 Para a resposta anterior ... Deve-se pensar em definir a grandeza qualitativamente e quantitativamente. Qualitativamente – a grandeza será definida pela equação dimensional, sendo esta constituída pela base MLT ou FLT, e onde o expoente indica o grau de dependência entre a grandeza derivada e a grandeza fundamental (MLT ou FLT) 16 A definição quantitativa depende do sistema de unidade considerado Por exemplo, se considerarmos o Sistema Internacional (SI) para a mecânica dos fluidos, tem-se como grandezas fundamentais: M – massa – kg (quilograma) L – comprimento – m (metro) T – tempo – s (segundo) 17 As demais grandezas são denominadas de grandezas derivadas: F – força – N (newton) – [F] = (M*L) / T2 V – velocidade – m/s – [v] = L/T dv/dy – gradiente de velocidade – hz ou 1/s T 1 T L LT dy dv 1- -1 18 Um outro sistema bastante utilizado até hoje é o MK*S (ST) Nele as grandezas fundamentais adotadas para o estudo de mecânica dos fluidos são: F – força – kgf – (1 kgf = 9,81 N) L – comprimento – m – metro T – tempo – s (segundo) Grandeza derivada no ST: M – massa – utm (1 utm = 9,81 kg) 19 Lei de Newton da Viscosidade Newton, na experiência das duas placas, observou que após um intervalo de tempo elementar (dt) a velocidade da placa superior era constante, isto implica que a resultante na mesma é zero, portanto isto significa que o fluido em contato com a placa superior origina uma força de mesma direção, mesma intensidade, porém sentido contrário a força responsável pelo movimento. Esta força é denominada de força de resistência viscosa - F 20 Princípio de aderência observado na experiência das duas placas: As partículas fluidas em contato com uma superfície sólida têm a velocidade da superfície que encontram em contato F v v = constante V=0 21 Gradiente de velocidade: y v v = constante V=0 representa o estudo da variação da velocidade no meio fluido em relação a direção mais rápida desta variação dy dv dy dv 22 Condição de não escorregamento (aderência) “Um fluido em contato direto com uma superfície sólida não porosa (impermeável) adere nesta superfície devido aos efeitos viscosos.” - 23 Condição de não escorregamento (aderência) primeira camada do fluido → molha a superfície, adere, tem velocidade nula segunda camada do fluido → é freada pela primeira camada, mas apresenta velocidade v1 terceira camada do fluido → é freada pela segunda camada, mas apresenta velocidade v2, porém v2>v1 quarta camada do fluido → é freada pela terceira camada, mas apresenta velocidade v3, porém v3>v2 24 Condição de não escorregamento (aderência) Enfim, estabelece-se um perfil de velocidades ⇒ camada limite (região do escoamento adjacente à superfície sólida, na qual os efeitos viscosos são significativos) 25 Determinação da intensidade da força de resistência viscosa contatoAF Onde é a tensão de cisalhamento que será determinada pela lei de Newton da viscosidade. 26 Enunciado da lei de Newton da Viscosidade dy dv “A tensão de cisalhamento é diretamente proporcional ao gradiente de velocidade.” 27 Constante de proporcionalidade da Lei de Newton da Viscosidade A constante de proporcionalidade da lei de Newton da viscosidade é a viscosidade dinâmica, ou simplesmente viscosidade - dy dv 28 A variação da viscosidade é muito mais sensível à temperatura: • Nos líquidos a viscosidade é diretamente proporcional à força de atração entre as moléculas, portanto a viscosidade diminui com o aumento da temperatura. • Nos gases a viscosidadeé diretamente proporcional a energia cinética das moléculas, portanto a viscosidade aumenta com o aumento da temperatura. 29 Segunda classificação dos fluidos: •Fluidos newtonianos – são aqueles que obedecem a Lei de Newton da viscosidade; •Fluidos não newtonianos – são aqueles que não obedecem a Lei de Newton da viscosidade. Observação: só estudaremos os fluidos newtonianos 30 FLUIDOS 31 y V y V NEWTONIANO: = coeficiente de viscosidade dinâmica é independente do estado do escoamento TENSÃO TANGENCIAL = tensão tangencial ao longo do plano AB, ou seja, à profundidade y = coeficiente de viscosidade dinâmica do fluido y V = velocidade de deformação angular para o escoamento uniforme y V [ ] = F L-2 [ ] = M L-1 T-2 Perfil vertical de velocidades 32 PROPRIEDADES DOS FLUIDOS MASSA ESPECÍFICA V m Dimensionalmente: [ ] = M L-3 = F.L-1.T2 = F.L-4.T2 L3 m = massa do fluido V = volume correspondente varia com p e T (pequenas variações ~ 5%) Sistema Internacional = kg / m3 Sistema CGS = g / cm3 ST = kgf . m-4 . S2 Obs.: se a massa é x kg no SI, seu peso W será x kgf no ST 34 oo DENSIDADE RELATIVA PROPRIEDADES DOS FLUIDOS LÍQUIDOS: água à 4 0C, o = 1.000 kg/m 3 (SI) o = 102 kgf.m -4.s2 (ST) = massa específica do fluido em estudo o= massa específica do fluido tomado como referência GASES: ar atmosférico à 0 0C, o= 1,29 kg/m 3 (SI) o= 0,132 kgf.m -4.s2 (ST) 34 35 o DENSIDADE RELATIVA PROPRIEDADES DOS FLUIDOS = massa específica do fluido em estudo o= massa específica do fluido tomado como referência águadaespecíficamassa substânciadaespecíficamassa águadaespecíficopeso substânciadaespecíficopeso águadevolumeigualdepeso substânciadapeso 35 36 gg V m V W PESO ESPECÍFIC0 PROPRIEDADES DOS FLUIDOS Dimensionalmente: [ ] = F L-3 Sistema Internacional = N / m3 Sistema CGS = dines / cm3 ST = kgf / m3 = peso específico; W = peso do fluido; V = volume 36 37 W V1 Vs VOLUME ESPECÍFIC0 PROPRIEDADES DOS FLUIDOS Dimensionalmente: [ Vs ] = F-1 L3 Sistema Internacional = m3 / N Sistema CGS = cm3 / dines ST = m3 / kgf = peso específico; W = peso do fluido; V = volume 37 PROPRIEDADES DOS FLUIDOS S yF F S senF S F p y SE A FORÇA (F) FOR PERPENDICULAR À SUPERFÍCIE (S) : S F p PRESSÃO: quociente da intensidade da força normal à superfície pela área SI: [ p ] = F L-2 ST: [ p ] = M L-1 T-2 38 PROPRIEDADES DOS FLUIDOS VISCOSIDADE DINÂMICA y F U [ ] = M L-1 T-1 VISCOSIDADE CINEMÁTICA [ n ] = L2 T-1 n VISCOSIDADE: É a resistência que o fluido oferece à deformação, devido à interação intermolecular. > resistência ⇒ < fluidez, > viscosidade. 39 dp d dpv dvol ou 11 0 tD VolD 0u0 tD D p FLUIDOS INCOMPRESSÍVEIS COMPRESSIBILIDADE 40 FLUIDO INCOMPRESSÍVEL é aquele no qual o VOLUME DAS PARTÍCULAS não varia ao longo do escoamento A compressibilidade de uma substância é a medida da variação relativa de volume decorrente de aplicação de pressão. Para um dado volume V, um aumento de pressão dp acarreta uma diminuição de volume, dv,. FLUIDOS INCOMPRESSÍVEIS 0 x z y wvu wu;vu vw;uw wv;uv 41 Fisicamente, a partícula fluida de volume Volp comporta-se como um balão de borracha (bexiga), de densidade igual à do fluido, extremamente flexível, repleto de água, com um volume Volp que se desloca no meio do escoamento. A partícula fluida incompressível, no período de tempo considerado, sofrerá inúmeras transformações, mas seu volume permanecerá sempre constante. Pressão de vapor – pvap Valor da pressão na qual o fluido passa da fase líquida para a fase gasosa. Pode aparecer em várias unidades, sendo Pascal (Pa = N / m²) a mais usada por ser do SI. 42 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BASTOS, F.A.A. (1983). Problemas de mecânica dos fluidos. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Dois S.A., 483 p. BIRD, R.B.; Steward, W.E.; Lightfoot, E.M. (1960). Transport phenomena. New York, Johs Willey & Sons, Inc, 847 p. SCHIOZER, D. (1996). Mecânica dos fluidos. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 629p. 2ª ed. SHAMES, I. H. 1962 Mecânica dos Fluidos. Edgar Blücher Ltda. STREETER, V. L. 1974 Mecânica dos Fluidos. McGraw-Hill do Brasil, Ltda. VIANNA, M.R. (1993). Mecânica dos fluidos para engenheiros civis. Belo Horizonte: Instituto de Engenharia Aplicada Editora. 43
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