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UNIVERSIDADE PARANAENSE – UNIPAR ESTÁGIO SIMULADO PRÁTICA DE PROCESSO DO TRABALHO PROFESSOR COORDENADOR DA PRÁTICA – SERGIO TINOCO Acadêmica Magda Susana Bertuzzo Talini – RA 07015317 Atividade nº05 AGRAVO DE INSTRUMENTO Orientador: Ademir Veiga Créditos__________________ ____________ VISTO EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DO TRABALHO DA 20ª VARA DO TRABALHO DE CASCAVEL – ESTADO DO PARANÁ Autos da RT nº 3210.73.2017.5.15.0090 Autor: PAUL SIMON Réu: ABC LTDA PAUL SIMON, já qualificado nos autos da Reclamação Trabalhista, em epígrafe, que move a reclamada A.B.C Ltda., por intermédio de seu advogado infra-assinado, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência requerer a retração da decisão que votou improcedente o seguimento da referida ação apresentada pelo autor. Diante do presente, requer o agravo de intrumetno, com fundamento no art. 897, alínea B da CLT, esperando o seu recebimento após a analise preliminar da admissibilidade, remetendo os presentes autos ao Egrégio Tibunal Regional do Trablaho da 9º Região, com as inclusas razões do recurso em anexo. Em cumprimento ao disposto no § 5º do art. 897 da CLT, anexa- se, ao presente, cópia dos seguintes documentos: a) da decisão agravada; b) da certidão de intimação da decisão recorrida; c) da procuração outorgada aos advogados da Agravante; d) da procuração outorgada à advogada do Agravado; e) da petição inicial; f) da contestação; g) da decisão originária; h) Deixa-se de juntar cópia da comprovação do depósito recursal e do recolhimento das custas tendo em vista que o mérito do recurso ordinário que se pretende destrancar é justamente acerca da impossibilidade de pagar as custas do processo e o depósito recursal. Nestes termos, Pede deferimento Cascavel, 20 de Maio de 2017 Advogado OAB/... nº …. EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 9ª REGIÃO – ESTADO DO PARANÁ Autos da RT nº 3210.73.2017.5.15.0090 Agravante: PAUL SIMON Agravado: A.B.C LTDA DAS RAZÕES DE AGRAVO DE INSTRUMENTO I - DOS FATOS E DO DIREITO O Agravante é o Reclamante no processo supra referido e, portanto, tem legitimidade para recorrer; há necessidade de melhorar a situação do recorrente e a decisão interlocutória constitui obstáculo ao fim desejado; o recurso é tempestivo (intimação, fls ); é o cabente para reformar a r. decisão recorrida (CLT, art. 897, "b") e o recorrente goza dos benefícios da assistência judiciária (fls.). Conforme autos em epígrafe, acerca da reclamação trabalhista proposta, em face da agravante, pleiteando o pagamento do aviso prévio , férias com o terço constitucional e 13º salário, não satisfeitas após a demissão, com o pedido de justiça gratuita com a pertinente reclamação firmada sob penas da Lei 7.115/83, cuja a sua situação financeira, não permita demandar em juízo, sem prejuízo próprio e de sua família, a que foi julgado improcedente pelo juízo “a quo” em 27 de abril de 2017, sendo a publicado em 05 de maio de 2017. Segundo a decisão, não merece prosperar, tendo em vista que o agravante não possui recursos financeiro, ao pagamento de custas processuais e solicitação à gratuidade da inicial e comprovada sua hipossuficiência, eis que atualmente percebe apenas 01 (um) salário mínimo. Desta forma o Juízo “a quo” não poderá decidir de tal forma , haja visto as condições financeiras do agravante. II - DO PREPARO Cumpre esclarecer que se deixa de juntar comprovante de pagamento do depósito recursal e custas processuais, além do comprovante de pagamento do depósito recursal em 50% (cinquenta por cento) do valor referente ao recurso que se pretende destrancar disposto na lei 12.275/2010, tendo em vista que o mérito discutido no Recurso Ordinário a qual foi negado prosseguimento versa justamente a respeito da impossibilidade de pagamento de tais quantias em virtude da precariedade de subsídios, senão nulos, da Agravante. NESTE PASSO, O CONHECIMENTO DO PRESENTE AGRAVO DE INSTRUMENTO É MEDIDA QUE SE IMPÕE, EM DECORRÊNCIA DA IMPOSSIBILIDADE DE CUSTEAR OS ENCARGOS DO RECURSO. III. RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA As normas positivadas embora sejam essenciais para a garantia dos direitos fundamentais, são os princípios que condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico em sua aplicação e integração, ou mesmo para a elaboração de novas normas. Os princípios gerais de direito são os alicerces do ordenamento jurídico, formando o sistema, independentemente de estarem positivados em norma legal. O princípio da inafastabilidade da jurisdição, também conhecido como direito de ação, ou princípio do livre acesso ao judiciário, garante a todo aquele que se sentir lesado ou ameaçado em seus direitos o acesso aos órgãos judiciais, não podendo tal acesso ser vetado. A Constituição da República faz menção a tal princípio, em seu artigo 5°, XXXV, senão vejamos, in verbis: XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; Em síntese, tal princípio tem como pressuposto o direito, por ele assegurado, à tutela jurisdicional adequada, devendo ser desconsiderada qualquer decisão que impeça o Judiciário de tutelar de forma efetiva os direitos lesados ou ameaçados que a ele são levados em busca de proteção. O recurso, que tem origem etimológica na expressão re cursus, que quer significar “curso para trás", tem por justificativa a possibilidade de cometimento de erro pelo juiz, error in judicando ou vício de ilegalidade na decisão, incluindo má-fé do prolator do decisum, o que configura error in procedendo. Dessa maneira, o recurso é ferramenta imprescindível à aplicação da justiça, servindo como reexame de matérias, muitas vezes, julgadas de forma equivocada, sendo por meio desta ferramenta que as jurisprudências se fundam e se reciclam constantemente. Ao se exigir pressuposto de admissibilidade de recurso, independente de sua natureza, já está se criando um obstáculo ao duplo grau de jurisdição, seja por meio de taxa ou por meio de garantia. Na Justiça do trabalho, no tocante ao Recurso Ordinário, necessário o preenchimento de requisito objetivo para a sua admissão, sendo o pagamento das custas processuais juntamente com o depósito recursal. Ao se analisar a tabela que dispõe dos valores a ser pagos pela interposição de Recurso Ordinário, será possível a constatação de que até a data de 11/05/2016 a quantia despendida ao pagamento do depósito recursal corresponde a R$ 4.479,81 (quatro mil quatrocentos e sententa e nove reais e oitenta e um centavos). Salienta-se que a Agravante não dispõe de meios sequer para o pagamento das custas processuais, no importe de R$ 150,00, quem dirá do valor referente ao depósito recursal. Ora, Excelências, a Agravante também não dispõe de meios para o pagamento das custas processuais, assim, demonstra-se o impedimento à instância superior por meio da imposição de tais valores quando a parte não possui de meios para tanto. DOS PEDIDOS Exposto as razões, solicita-se o provimento do Agravo de Instrumento conforme art. 897 § 5º, I da CLT., para declarar a tempestividade e dar seguimento, esperando que sejam providos. Requer por fim, a juntada de todos os docuemntos, em anexo, confome descre o § 5º do art. 897 da CLT. Nestes termos, Pede deferimento Cascavel, 20 de Maio de 2017 Advogado OAB/... nº …. RESPOSTAS DAS QUESTÕES 1) Neste caso, Fulano terá direitode ser reintegrado, conforme entendimento da doutrina e jurisprudência. No entanto, importante destacar que a Lei nº 9.029/1995, é a que proíbe a exigência de atestatos de gravidez e esterililazação, e outras práticas discriminatórias, para efeitos adminissionais ou de permanência de relação jurídica de trabalho. Segundo a lei, é proíbida a adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de aces- so à relação de emprego ou sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor esta- do civil, situação familiar ou idade. O desfazimento da relação contratual em razão do cometimento de ato discriminatório, previsto na Lei nº9.029/1995, além do direito do empregado à reparação do dano moral sofrido, faculta-lhe ainda optar entre: • a readmissão (a doutrina e jurisprudência entede que é reintegração) com ressar- cimento integral de todo o período de afastamento, mediante pagamento das re- munerções devidas corrigidas monetáriamente, acrescidas de juros legais; • a percepção, em dobro, da remuneração do período de afastamento, corrigida mo- neitariamente e acrescida dos juros legais. 2) A referida alteração contratual é legitima, tendo em vista que o valor da gratificação de função não foi percebido por mais de dez anos no cargo. Esse é o entendimento confor- me a súmula 372 do TST que fala: GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. SUPRESSÃO OU REDUÇÃO. LIMITES (conversão das Orientações Jurisprudenciais nos 45 e 303 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não pode- rá retirar-lhe a gratificação tendo em vista o princípio da estabilidade finan- ceira. (ex-OJ nº 45 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996) II - Mantido o empregado no exercício da função comissionada, não pode o empregador reduzir o valor da gratificação. (ex-OJ nº 303 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003) 3) O Agravo de Instrumento está previsto no artigo 897 da CLT. A Lei no 12.275, de 29 de junho de 2010, alterou a redação do inciso Ido § 5º do art. 897 da CLT e acrescentou o § 7º ao artigo 899, também da CLT. Agravo de instrumento no processo do trabalho é o recurso cabível contra as decisões que denegarem a interposição de recursos (art. 897, alínea b da CLT). De acordo com o novo dispositivo, o agravo deverá ser instruído, obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação, das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado, da petição inicial, da contestação, da decisão originária, do depósito recursal referente ao recurso que se pretende destrancar, da comprovação do recolhimento das custas e do depósito recursal a que se refere o § 7º do art. 899 da CLT. E, estabelece o § 7º do art. 899 da CLT: “No ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar." Referido depósito possui natureza jurídica de garantia do juízo. Em se tratando de agravo de instrumento não se aplica o disposto na Súmula 245 do TST, que estabelece: “O depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo alusivo ao recurso. A interposição antecipada deste não prejudica a dilação legal.” Isto porque o § 7º do art. 899 da CLT dispõe que o depósito será efetuado “no ato da interposição”, razão pela qual não se pode falar em comprovação depois da interposição do recurso. No que tange ao agravo de instrumento interposto em decorrência de denegação de seguimento a Recurso Extraordinário para o STF, não há que se falar em depósito recursal, pois para tal recurso aplica-se o disposto no CPC (arts. 544 e 545) e não a CLT. Cumpre destacar que, a despeito do disposto no inciso Ido § 5º do art. 897 da CLT, a orientação jurisprudencial 217 da SDI-I do TST dispensa a comprovação, no agravo de instrumento, do recolhimento das custas e do depósito recursal quando não faz parte da controvérsia sua validade. Sobre o recolhimento do depósito recursal e das custas, o TST já pacificou entendimento no sentido de que diferença, ainda que ínfima, é causa de deserção, conforme orientação jurisprudencial no. 140 da SDI-I do TST: ”DEPÓSITO RECURSAL E CUSTAS – DIFERENÇA ÍNFIMA – DESERÇÃO – OCORRÊNCIA. Ocorre deserção do recurso pelo recolhimento insuficiente das custas e do depósito recursal, ainda que a diferença em relação ao quantum devido seja ínfima, referente a centavos.” As pessoas jurídicas de direito público e o Ministério Público não são obrigados a efetuar depósito recursal. (art. 1º, IV do Dec-lei no. 779/69 e item X da IN 3/93). As empresas públicas e as sociedades de economia mista deverão efetuar o recolhimento, salvo a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, a teor do artigo 12 do Dec. 509/69.1 1 Informações extraídas do artigo “Alguns apontamentos sobre o agravo de instrumento no Processo do Trabalho” site: https://carlosaugustoab.jusbrasil.com.br/artigos/114763967/alguns-apontamentos-sobre- o-agravo-de-instrumento-no-processo-do-trabalho. Acesso em 29/05/2017.
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