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Constitucional II & III

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RESUMO DE CONSTITUCIONAL
DATAS de evolução do constitucionalismo:
1215 Magna Carta –João Sem Terra – Movimento regional ocorrido na Inglaterra em que impôs ao rei a autenticidade de um documento para que ele pudesse cumprir sua palavra (Áudio no 28:40 Celular)
1789 Revolução Francesa – Queda da Bastilha, rompimento do antigo regime, implantação dos ideais do iluminismo – IGUALDADE, LIBERDADE E FRATERNIDADE. Repercussão externa (na Europa) de modo contundente (Áudio 32:00)
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão que não obteve repercussão jurídica nenhuma. 
1919 Fim da 1ª G.M: Tratado de Versalhes 
1948 Fim da 2ª G.M: Criação do Estado de Israel, criação da ONU. Julgamentos dos responsáveis de guerra (TRIBUNAL DE NUREMBERG), houve eclosão dos direitos fundamentais, direitos humanos, direitos fundamentais. 
CONSTITUIÇÃO: É UMA NORMA MATRIZ QUE REGE TODO O SISTEMA JURÍDICO. NORMA QUE EMITE COMANDOS, mandados e determinações para o legislador. INAUGURA, CRIA E INSTITUCIONALIZA O SISTEMA JURÍDICO, POLÍTICO E GOVERNAMENTAL DE UM PAÍS, LIMITANDO PODERES E OUTORGANDO DIREITOS E GARANTIAS. Segundo Celso de BASTOS, É UMA PARTICULAR MANEIRA DE SER O ESTADO. 
	
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA: Segundo Jorge Miranda é um metaprincípio axiológico fundamental transcendente ao poder constituinte originário. A Constituição Federal de 1988 traz como fundamentos da República Federativa do Brasil e consequentemente, do Estado Democrático de Direito, a dignidade da pessoa humana.
É o que dispõe o art. 1º, III da Constituição Federal:
“A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
III – a dignidade da pessoa humana.” 
O caput do art. 5º da CF/88 traz dois termos com sentidos diferentes: direitos e garantias. Direito é uma norma de conteúdo declaratório, portanto, são normas que declaram a existência de um interesse, de uma vantagem. Ex: direito à vida, à propriedade etc. Por outro lado, a garantia é uma norma de conteúdo assecuratório, que serve para assegurar, efetivar o direito declarado. Ex: Habeas Corpus que serve para tutelar o direito de liberdade.
Ressalte-se que garantias não podem ser confundidas com remédio constitucional, pois esse é instrumento processual que tem por objetivo assegurar o exercício de um direito. Logo, todo remédio constitucional é uma garantia, mas nem toda garantia é um remédio constitucional. 
Ainda no caput do art. 5º, percebemos que o uso da expressão inicial "Todos" é um símbolo de universalidade, uma das características dos Direitos Fundamentais e os Direitos e Garantias são fundamentais, porque são imprescindíveis a todos.
Samuel Sales Fonteles conceitua os direitos fundamentais como sendo os "direitos relativos a uma existência humana digna, reconhecidos por uma Constituição, que impõem deveres ao Estado, salvaguardando o indivíduo ou a coletividade" (19). Por implicarem, portanto, "deveres jurídicos ao Estado, os direitos fundamentais são classificados como elementos limitativos das Constituições".
De acordo com Enoque Ribeiro dos Santos, o conceito da expressão "direitos humanos" pode ser atribuído aos valores ou direitos inatos e imanentes à pessoa humana, pelo simples fato de ter ela nascido com esta qualificação jurídica. São direitos que pertencem à essência ou à natureza intrínseca da pessoa humana e que não são acidentais ou suscetíveis de aparecerem e de desapareceram em determinadas circunstâncias. São direitos eternos, inalienáveis, imprescritíveis que se agregam à natureza da pessoa humana pelo simples fato de ela existir no mundo do direito.
2.1 Sentido político 
Na Lição de Carl Schmitt, encontramos o sentido político que distingue Constituição de lei constitucional. Constituição, conforme pondera José de Afonso da Silva ao apresentar o pensamento de Schmitt, “só se refere à decisão política fundamental (estrutura e órgãos do Estado, direitos individuais, vida democrática etc.); as leis constitucionais seriam os demais dispositivos inseridos no texto do documento constitucional, mas não contém matéria de decisão política fundamental (art. 242, § 2º da CF/88 O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal.)”.
Pode-se afirmar, que, na visão de Schmitt, em razão de ser a Constituição produto de uma certa decisão política, ela seria, nesse sentido, a decisão política do titular do poder constituinte. É mais um conceito material de Constituição.
2.3 Sentido jurídico
Hans Kelsen é o representante desse sentido conceitual. Em sua concepção, a Constituição é puro dever-ser, norma pura, não devemos buscar seu fundamento na filosofia, na sociologia ou na política, mas na própria ciência jurídica. 
Constituição, segundo Kelsen, deve ser entendida em dois sentidos: lógico-jurídico e jurídico-positivo. No primeiro a Constituição significa norma fundamental hipotética. Fundamental devido ao fato da mesma nos dar o fundamento da constituição e hipotética por não ser posta pelo Estado sendo apenas pressuposta. No segundo é aquela feita pelo poder constituinte, constituição escrita, é a norma que fundamenta todo o ordenamento jurídico. No nosso caso seria a Constituição Federal de 1988. A norma infraconstitucional deve observar a norma superior e a Constituição, por consequência. Dessa concepção nasce a ideia de supremacia formal constitucional e controle de constitucionalidade, e de rigidez inconstitucional, ou seja, necessidade de proteger a norma que dá validade a todo o ordenamento. Para Kelsen nunca se pode entender o direito como fato social, mas sim como norma, um sistema escalonado de normas estruturadas e dispostas hierarquicamente, onde a norma fundamental fecha o ordenamento jurídico dando unidade ao direito.
2.4 Sentido Cultural
Nesse sentido engloba-se os conceitos vistos anteriormente. A Constituição é produto de um fato cultural, produzido pela sociedade e que sobre ela pode influir. Ou, como destacou J. H. Meirelles Teixeira, trata-se de “uma formação objetiva de cultura que encerra, ao mesmo tempo, elementos históricos, sociais e racionais, aí intervindo, portanto, não apenas fatores reais (natureza humana, necessidades individuais e sociais, costumes, tradições), mas também espirituais (ideias morais, políticas e religiosas, valores), ou ainda elementos puramente racionais (técnicas jurídicas, formas políticas), e finalmente elementos voluntaristas, pois não é possível negar-se o papel de vontade humana, da livre adesão, da vontade política das comunidades sociais na adoção desta ou daquela forma de convivência política e social, e de organização do Direito e do Estado”.
A partir desta concepção Meirelles Teixeira cria o conceito de Constituição Total, onde Constituição “é um conjunto de normas jurídicas fundamentais, condicionadas pela cultura total, e ao mesmo tempo condicionantes desta, emanadas da vontade existencial da unidade política, e reguladoras da existência, estrutura e fins do Estado e do modo de exercício e limites do poder político".
CLASSIFICAÇÃO DA CF (prafeder)
QUANTO À ORIGEM
Outorgadas são as Constituições impostas, de maneira unilateral, pelo agente revolucionário (grupo, ou governante), que não recebeu do povo a legitimidade para em nome dele atuar. No Brasil, as Constituições outorgadas foram as de 1824 (Império), 1937 (inspirada em modelo fascista, extremamente autoritária — Getulio Vargas), 1967 (ditadura militar), sendo que alguns chegam inclusive a mencionar como exemplo de outorga a EC n. 1/69 (apesar de tecnicamente impreciso). As Constituições outorgadas recebem, por alguns estudiosos, o “apelido” de Cartas Constitucionais.
Promulgada, também chamada de democrática, votada ou popular, é aquela Constituição fruto do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte, eleita diretamente pelo povo, para, em nome dele, atuar, nascendo, portanto, da deliberação da representação legítima popular. Os exemplos são a de 1891 (primeirada República), 1934 (inserindo a democracia social, inspirada na Constituição de Weimar), 1946 e, finalmente, a atual, de 1988. 
Cesarista segundo José Afonso da Silva, aquela “...formada por plebiscito popular sobre um projeto elaborado por um Imperador (plebiscitos napoleônicos)28 ou um Ditador (plebiscito de Pinochet, no Chile). A participação popular, nesses casos, não é democrática, pois visa apenas ratificar a vontade do detentor do poder.
QUANTO À ESTABILIDADE
Rígidas são aquelas Constituições que exigem, para a sua alteração, um processo legislativo mais árduo, mais solene, mais dificultoso do que o processo de alteração das normas não constitucionais. Lembramos que, à exceção da Constituição de 1824 (considerada semirrígida), todas as Constituições brasileiras foram, inclusive a de 1988, rígidas!
A rigidez constitucional da CF/88 está prevista no art. 60, que, por exemplo, em seu § 2.º estabelece um quorum de votação de 3/5 dos membros de cada Casa, em dois turnos de votação, para aprovação das emendas constitucionais.
Flexível é aquela Constituição que não possui um processo legislativo de alteração mais dificultoso do que o processo legislativo de alteração das normas infraconstitucionais. Vale dizer, a dificuldade em alterar a constituição é a mesma encontrada para alterar uma lei que não é constitucional. 
Semiflexível ou semirrígida é aquela Constituição que é tanto rígida como flexível, ou seja, algumas matérias exigem um processo de alteração mais dificultoso do que o exigido para alteração das leis infraconstitucionais, enquanto outras não requerem tal formalidade.
Imutáveis seriam aquelas Constituições inalteráveis, verdadeiras relíquias históricas50 e que se pretendem eternas, sendo também denominadas permanentes, graníticas ou intocáveis.
QUANTO À EXTENSÃO
Sintéticas seriam aquelas enxutas, veiculadoras apenas dos princípios fundamentais e estruturais do Estado. O exemplo lembrado é a Constituição americana, que está em vigor há mais de 200 anos.
Analíticas, por outro lado, são aquelas que abordam todos os assuntos que os representantes do povo entenderem fundamentais. 
QUANTO AO CONTÉUDO
Do ponto de vista material o que importa para definirmos se uma norma tem caráter constitucional ou não será o seu conteúdo o qual deve ser de alta relevância, pouco importando a forma pela qual foi aquela norma introduzida no ordenamento jurídico. Assim, materialmente constitucional será aquela norma que defina e trate dos direitos e garantias fundamentais, de regras estruturais da sociedade, de seus alicerces fundamentais (formas de Estado, governo, seus órgãos etc.). Trata-se do que Schmitt chamou de Constituição. Ex. Organização do Estado, direitos políticos, garantias individuais, voto direto, separação de poderes etc. 
Formal No tocante ao critério formal, não mais nos interessará o conteúdo da norma, mas sim a forma como ela foi introduzida no ordenamento jurídico. Nesse sentido, as normas formalmente constitucionais serão aquelas introduzidas pelo poder soberano, por meio de um processo legislativo mais dificultoso, diferenciado e mais solene do que o processo legislativo de formação das demais normas do ordenamento. Assim, qualquer regra nela contida terá o caráter de constitucional. A brasileira de 1988 é formal!
Ex: art. 242, § 2.o, segundo o qual “o Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal”.
QUANTO À FORMA
Escrita (instrumental), o próprio nome nos ajuda a explicar, seria a Constituição formada por um conjunto de regras sistematizadas e organizadas em um único documento, estabelecendo as normas fundamentais de um Estado. Como exemplo, citamos a brasileira de 1988, a portuguesa, a espanhola etc. 
Costumeira (não escrita ou consuetudinária) seria aquela Constituição que, ao contrário da escrita, não traz as regras em um único texto solene e codificado. É formada por “textos” esparsos, reconhecidos pela sociedade como fundamentais, e baseia-se nos usos, costumes, jurisprudência, convenções. Exemplo clássico é a Constituição da Inglaterra.
QUANTO À ELABORAÇÃO 
Dogmáticas, sempre escritas, consubstanciam os dogmas estruturais e fundamentais do Estado ou, como bem observou Meirelles Teixeira, “... partem de teorias preconcebidas, de planos e sistemas prévios, de ideologias bem declaradas, de dogmas políticos... São elaboradas de um só jato, reflexivamente, racionalmente, por uma Assembleia Constituinte”. Como exemplo, destacamos a brasileira de 1988.
Históricas, constituem-se através de um lento e contínuo processo de formação, ao longo do tempo, reunindo a história e as tradições de um povo. Aproximam-se, assim, da costumeira e têm como exemplo a Constituição inglesa. 
QUANTO À DOGMÁTICA
A ortodoxa é aquela formada por uma só ideologia, por exemplo, a soviética de 1977, hoje extinta, e as diversas Constituições da China marxista.
Por sua vez, eclética seria aquela formada por ideologias conciliatórias, como a brasileira de 1988 ou a da Índia de 1949.
QUANTO À SISTEMÁTICA
Reduzidas seriam aquelas que se materializariam em um só código básico e sistemático, como as brasileiras (ver crítica a seguir).
Variadas seriam aquelas que se distribuiriam em vários textos e documentos esparsos, sendo formadas de várias leis constitucionais, destacando-se a belga de 1830 e a francesa de 1875.
HERMENÊUTICA
Interpreta-se um preceito para dele se extrair uma norma e com vista à solução de um problema prático. 
“Interpretação constitucional é concretização.” (Konrad Hesse)
Assim, devemos decifrar o verdadeiro alcance da Constituição, a fim de sabermos, por consequência, a abrangência de uma norma infraconstitucional.
O hermeneuta, dessa forma, levando em consideração a história, as ideologias, as realidades sociais, econômicas e políticas do Estado, definirá o verdadeiro significado do texto constitucional.
A interpretação deverá levar em consideração todo o sistema. Em caso de antinomia de normas, buscar -se -á a solução do aparente conflito através de uma interpretação sistemática, orientada pelos princípios constitucionais.
Reforma constitucional seria a modificação do texto constitucional, através dos mecanismos definidos pelo poder constituinte originário (emendas), alterando, suprimindo ou acrescentando artigos ao texto original.
As mutações, por seu turno, não seriam alterações “físicas”, “palpáveis”, materialmente perceptíveis, mas sim alterações no significado e sentido interpretativo de um texto constitucional. A transformação não está no texto em si, mas na interpretação daquela regra enunciada. O texto permanece inalterado.
Buscando a sua origem na doutrina alemã, Uadi Lammêgo Bulos denomina mutação constitucional “... o processo informal de mudança da Constituição, por meio do qual são atribuídos novos sentidos, conteúdos até então não ressaltados à letra da Constituição, quer através da interpretação, em suas diversas modalidades e métodos, quer por intermédio da construção, bem como dos usos e dos costumes constitucionais”.
No plano da hermenêutica constitucional, a presunção de constitucionalidade das leis e atos normativos que integram o ordenamento jurídico orienta que se conceda preferência na hipótese de múltiplos significados, ao que apresente maior conformidade com a Constituição Federal. 
1 - MÉTODO CLÁSSICO 
•Preconiza que a constituição seja interpretada pelos mesmos recursos interpretativos das outras leis, segundo fórmulas desenvolvidas por Savigny. 
	Hermenêutica de Savigny 
	INTERPRETAÇÃO LÓGICA = baseado na lógica filosófica 
	INTERPRETAÇÃO GRAMATICAL = análise literal ou semântica 
	INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA = o que levou a criação da lei 
	INTERPRETAÇÃO TELEOLÓGICA = Busca a finalidade da norma 
	INTERPRETAÇÃO DOUTRINÁRIA = Base na doutrina 
MÉTODO TÓPICO PROBLEMÁTICO” 
• Toma a Constituição como um conjunto aberto de regras e princípios, dos quais o aplicador deve escolher aquele que seja mais adequado paraa promoção de um solução justa ao caso concreto que analisa. 
• Pressuposto = problema. 
• Constituição = catálogo de múltiplos princípios aonde se busca argumento para o desate adequado da questão prática 
MÉTODO CONCRETIZADOR 
• Diferente do método tópico, o primado não é do problema, mas do texto constitucional. O intérprete já estudou a norma e a interpretou, sendo que aplica essa interpretação ao caso concreto. 
• Pressuposto = texto constitucional. 
• Constituição = catálogo de múltiplos princípios aonde se busca argumento para o desate adequado da questão prática. Círculo Hermenêutico. 
Princípio da unidade da Constituição
A Constituição deve ser sempre interpretada em sua globalidade como um todo e, assim, as aparentes antinomias deverão ser afastadas. Conforme anota Canotilho, o princípio da unidade obriga o intérprete a considerar a Constituição na sua globalidade e a procurar harmonizar os espaços de tensão (...) existentes entre as normas constitucionais a concretizar (ex.: princípio do Estado de Direito e princípio democrático, princípio unitário e princípio da autonomia regional e local)”.
Princípio do efeito integrador
Muitas vezes associado ao princípio da unidade, conforme anota Canotilho, “... na resolução dos problemas jurídico constitucionais deve dar-se primazia aos critérios ou pontos de vista que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política. 
Princípio da máxima efetividade
Também chamado de princípio da eficiência ou da interpretação efetiva, o princípio da máxima efetividade das normas constitucionais deve ser entendido no sentido de a norma constitucional ter a mais ampla efetividade social.
Segundo Canotilho, “é um princípio operativo em relação a todas e quaisquer normas constitucionais, e embora a sua origem esteja ligada à tese da atualidade das normas programáticas (THOMA), é hoje sobretudo invocado no âmbito dos direitos fundamentais (no caso de dúvidas deve preferir -se a interpretação que reconheça maior eficácia aos direitos fundamentais)”.
Princípio da justeza ou da conformidade (exatidão ou correção) funcional
O intérprete máximo da Constituição, no caso brasileiro o STF, ao concretizar a norma constitucional, será responsável por estabelecer a força normativa da Constituição, não podendo alterar a repartição de funções constitucionalmente estabelecidas pelo constituinte originário, como é o caso da separação de poderes, no sentido de preservação do Estado de Direito. O seu intérprete final “... não pode chegar a um resultado que subverta ou perturbe o esquema organizatório-funcional constitucionalmente estabelecido (EHMKE)”. Nos momentos de crise, acima de tudo, as relações entre o Parlamento, o Executivo e a Corte Constitucional deverão ser pautadas pela irrestrita fidelidade e adequação à Constituição.
Princípio da concordância prática ou harmonização
Partindo da ideia de unidade da Constituição, os bens jurídicos constitucionalizados deverão coexistir de forma harmônica na hipótese de eventual conflito ou concorrência entre eles, buscando, assim, evitar o sacrifício (total) de um princípio em relação a outro em choque. O fundamento da ideia de concordância decorre da inexistência de hierarquia entre os princípios. Nas palavras de Canotilho, “o campo de eleição do princípio da concordância prática tem sido até agora o dos direitos fundamentais (colisão entre direitos fundamentais ou entre direitos fundamentais e bens jurídicos constitucionalmente protegidos). 
Princípio da força normativa
Os aplicadores da Constituição, ao solucionar conflitos, devem conferir a máxima efetividade às normas constitucionais. Como anota Gilmar Mendes, “sem desprezar o significado dos fatores históricos, políticos e sociais para a força normativa da Constituição, confere Hesse peculiar realce à chamada vontade da Constituição”. A Constituição, ensina Hesse, transforma-se em força ativa se existir a disposição de orientar a própria conduta segundo a ordem nela estabelecida, se fizerem presentes, na consciência, não só a vontade de poder, mas também a vontade de Constituição)”.
Princípio da interpretação conforme a Constituição
Diante de normas plurissignificativas ou polissêmicas (que possuem mais de uma interpretação), deve -se preferir a exegese que mais se aproxime da Constituição e, portanto, não seja contrária ao texto constitucional, daí surgirem várias dimensões a serem consideradas, seja pela doutrina, seja pela jurisprudência, destacando –se que a interpretação conforme será implementada pelo Judiciário e, em última instância, de maneira final, pela Suprema Corte: 
prevalência da Constituição: deve -se preferir a interpretação não contrária à Constituição;
conservação de normas: percebendo o intérprete que uma lei pode ser interpretada em conformidade com a Constituição, ele deve assim aplicá-la para evitar a sua não continuidade;
exclusão da interpretação contra legem: o intérprete não pode contrariar o texto literal e o sentido da norma para obter a sua concordância com a Constituição;
espaço de interpretação: só se admite a interpretação conforme a Constituição se existir um espaço de decisão e, dentre as várias que se chegar, deverá ser aplicada aquela em conformidade com a Constituição;
rejeição ou não aplicação de normas inconstitucionais: uma vez realizada a interpretação da norma, pelos vários métodos, se o juiz chegar a um resultado contrário à Constituição, em realidade, deverá declarar a inconstitucionalidade da norma, proibindo a sua correção contra a Constituição;
intérprete não pode atuar como legislador positivo: não se aceita a interpretação conforme a Constituição quando, pelo processo de hermenêutica, se obtiver uma regra nova e distinta daquela objetivada pelo legislador. Deve-se, portanto, afastar qualquer interpretação em contradição com os objetivos pretendidos pelo legislador. 
Princípio da proporcionalidade ou razoabilidade
Ao expor a doutrina de Karl Larenz38, Coelho esclarece: o princípio da proporcionalidade ou da razoabilidade, em essência, consubstancia uma pauta de natureza axiológica que emana diretamente das ideias de justiça, equidade, bom senso, prudência, moderação, justa medida, proibição de excesso, direito justo e valores afins; e, ainda, enquanto princípio geral do direito, serve de regra de interpretação para todo o ordenamento jurídico”. Trata -se de princípio extremamente importante, especialmente na situação de colisão entre valores constitucionalizados. 
Como parâmetro, podemos destacar a necessidade de preenchimento de 3 importantes elementos:
necessidade: por alguns denominada exigibilidade, a adoção da medida que possa restringir direitos só se legitima se indispensável para o caso concreto e não se puder substituí -la por outra menos gravosa;
adequação: também chamado de pertinência ou idoneidade, quer significar que o meio escolhido deve atingir o objetivo perquirido;
proporcionalidade em sentido estrito: sendo a medida necessária e adequada, deve-se investigar se o ato praticado, em termos de realização do objetivo pretendido, supera a restrição a outros valores constitucionalizados. Podemos falar em máxima efetividade e mínima restrição.
PODER CONSTITUINTE
Pode ser conceituado como o poder de elaborar ou atualizar uma Constituição. Sua titularidade, como aponta a doutrina moderna, pertence ao povo (soberania popular). Os integrantes do povo, segundo Temer, são aqueles catalogados no art. 12 da CF/88. O poder constituinte pode ser: Originário e derivado.
- Originário: também conhecido como inaugural ou inicial, aquele que instaura uma nova ordem jurídica, rompendo, por completo, com a ordem jurídica precedente. Tem como objetivo fundamental a criação de um novo Estado. O poder constituinte originário possui as seguintes características:
a) inicial, pois instaura uma nova ordem jurídica, rompendo, por completo, com a ordem jurídica precedente;
b) autônomo, vistoque a estruturação da nova constituição será determinada, autonomamente, por quem exerce o poder constituinte originário;
c) ilimitado, no sentido de que não tem que respeitar os limites postos pelo direito anterior, nem mesmo o direito natural limitaria a atuação do poder constituinte originário;
d) incondicionado e soberano nas tomadas de decisões: porque não tem de submeter-se a qualquer forma prefixada de manifestação;
e) poder de fato e poder político, podendo, assim, ser caracterizado como uma energia ou força social, tendo natureza pré-jurídica, sendo que, por essas características, a nova ordem jurídica começa com a sua manifestação, e não antes dela; e
f)permanente, já que o poder constituinte originário não se esgota com a edição da nova Constituição.
- Derivado: o poder constituinte derivado é também denominado instituído, constituído, secundário, de segundo grau, remanescente. Como o próprio nome sugere, o poder constituinte derivado é criado e instituído pelo originário. Assim, o derivado deve obedecer às regras colocadas e impostas pelo originário, sendo, nesse sentido, limitado e condicionado aos parâmetros a ele impostos. O poder constituinte derivado possui as seguintes espécies: 
a) reformador: tem a capacidade de modificar a constituição federal, por meio de um procedimento específico, estabelecido pelo originário, sem que haja uma verdadeira revolução. A manifestação do poder constituinte reformador verifica-se através das emendas constitucionais (arts. 59, I, e 60 da CF/88);
b) decorrente: É o poder dado pela CRFB aos Estados para fazer as constituições estaduais e ao DF para fazer suas leis orgânicas. Sua missão é estruturar a Constituição dos Estados-membros. Tal competência decorre da capacidade de auto-organização estabelecida pelo poder constituinte originário (art. 25 CF/88). 
Uadi Lammêgo Bulos estabelece, como limites à manifestação do poder constituinte derivado decorrente, os princípios constitucionais sensíveis, os princípios constitucionais estabelecidos (organizatórios) e os princípios constitucionais extensíveis: 
Princípios constitucionais sensíveis: Nesse sentido, os Estados-membros, ao elaborar as suas constituições e leis, deverão observar os limites fixados no art. 34, VII, “a-e”, da CF/88, sob pena de ser decretada a intervenção federal no Estado.
Princípios constitucionais estabelecidos: segundo Bulos, “... são aqueles que limitam, vedam, ou proíbem a ação indiscriminada do Poder Constituinte Decorrente. Ex: Art. 14 parágrafo 5º.
c) revisor: assim como o reformador e o decorrente, é fruto do trabalho de criação do originário, estando, portanto, a ele vinculado. É, ainda, um “poder” condicionado e limitado às regras instituídas pelo originário, sendo, assim, um poder jurídico. O art. 3.º do ADCT determinou que a revisão constitucional seria realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.
EFEITOS DA NOVA CONSTITUIÇÃO: 
RECEPÇÃO: nos casos de normas infraconstitucionais produzidas antes da nova Constituição, incompatíveis com as novas regras, não se observará qualquer situação de inconstitucionalidade, mas, apenas de revogação da lei anterior pela nova Constituição, por falta de recepção. 
REPRISTINAÇÃO: Ocorre quando uma norma é derrogada em decorrência de uma nova constituição, todavia, posteriormente a constituição é extinta e essa norma volta a vigorar. RENASCIMENTO/RESSURREIÇÃO. Como regra geral, o Brasil adotou a impossibilidade do fenômeno da repristinação, salvo se a nova ordem jurídica expressamente assim se pronunciar.
DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO: Trata-se do fenômeno pelo qual as normas da Constituição anterior, desde que compatíveis com a nova ordem, permanecem em vigor, mas com o status de lei infraconstitucional. Ou seja, as normas da Constituição anterior são recepcionadas com o status de norma infraconstitucional pela nova ordem.
EFICÁCIA DAS NORMAS: 
NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA PLENA: Normas constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade direta, imediata e integral são aquelas normas da Constituição que, no momento em que esta entra em vigor, estão aptas a produzir todos os seus efeitos, independentemente de norma integrativa infraconstitucional. 
NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA CONTIDA: As normas constitucionais de eficácia contida ou prospectiva têm aplicabilidade direta e imediata, mas possivelmente não integral. Embora tenham condições de, quando da promulgação da nova Constituição, produzir todos os seus efeitos, poderá a norma infraconstitucional reduzir a sua abrangência. Algumas provas de concursos utilizam a nomenclatura adotada por Michel Temer, qual seja, normas constitucionais de eficácia redutível ou restringível. 
NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA LIMITADA: São aquelas normas que, de imediato, no momento em que a Constituição é promulgada não têm o condão de produzir todos os seus efeitos, precisando de uma lei integrativa infraconstitucional. São, portanto, de aplicabilidade mediata e reduzida, ou, segundo alguns autores, aplicabilidade diferida. Podem ser:
•A) – Institutivas: (Art. 18, parágrafo 3º CRFB)
1º) Definidoras de princípios institutivos ou organizativos. Dizem respeito à instituição, criação, estruturação ou organização de órgãos ou entidades.
•B) – Programáticas: (Art. 205 da CRFB)
2º) Definidoras de princípios programáticos ("normas programáticas"). Estabelecem programas e diretrizes para a atuação futura dos órgãos estatais.

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