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Terapia Cognitivo-Comportamental aplicada no tratamento da Dependência Química Terapia Cognitivo-Comportamental Os primeiros escritos importantes e as primeiras abordagens cognitivo-comportamentais para o tratamento dos transtornos emocionais começaram a surgir nos anos 1960 e 1970 com autores como : Aaron Beck 1963, 1967 Albert Ellis 1962 Lazarus 1966, Meichenbaum 1973 Mahoney 1974 Knapp, 2004 Terapia Cognitivo-Comportamental A Terapia Cognitiva utiliza o conceito da estrutura “biopsicossocial” na determinação e compreensão dos fenômenos relativos a psicologia humana, no entanto, constitui-se como uma abordagem que focaliza o trabalho sobre os fatores cognitivos da psicopatologia. Vem demonstrando eficácia em pesquisas científicas rigorosas, além de ser uma das primeiras a reconhecer a influência do pensamento sobre o afeto, o comportamento, a biologia e o ambiente. Shinohara, 1997; shaw & Segal, 1999 Terapia Cognitivo-Comportamental Três proposições fundamentais definem as características que estão no núcleo das terapias cognitivo-comportamentais: 1. A atividade cognitiva influencia o comportamento. 2. A atividade cognitiva pode ser monitorada e alterada. 3. O comportamento desejado pode ser influenciado mediante a mudança cognitiva. Terapia Cognitivo-Comportamental Princípios: 1. Busca pelo contínuo desenvolvimento do paciente e de seus problemas com base em intervenções no seu processo cognitivo. 2. Requer uma aliança terapêutica segura: cordialidade, empatia, atenção, respeito genuíno e competência. Terapia Cognitivo-Comportamental Princípios: 3. Enfatiza a colaboraçào e participação ativa do paciente: trabalho em equipe – objetivos. 4. Visa a identificação e solução de problemas e é orientada para metas. 5. Inicialmente, enfatiza o presente: exame de problemas no aqui-e-agora. Beck, J.S, 1997 Terapia Cognitivo-Comportamental Princípios: 6. A terapia cognitiva é educativa, visa ensinar o paciente a ser o seu próprio terapeuta e enfatiza a prevenção de recaída. 7. Visa ter um tempo limitado. 8. As sessões de psicoterapia são estruturadas. Terapia Cognitivo-Comportamental Princípios: 9. Ensina os pacientes a identificar, avaliar e responder a seus pensamentos e crenças disfuncionais. 10. Utiliza uma variedade de técnicas para modificar pensamentos, estados emocionais e comportamentos. Beck, J.S, 1997 Terapia Cognitivo-Comportamental Pensamentos disfuncionais Pensamentos disfuncionais, sem base integral na realidade, influenciam de forma significativa o humor e o comportamento do indivíduo. É interessante notar que a intensidade dos sentimentos depende em grande parte da forma como a situação é avaliada. Uma análise parcial da realidade gera sentimentos desproporcionais ou inapropriados para lidar com a situação. Falcone, 2000 Fundamentos da Terapia Cognitiva Modelo Cognitivo P E C • A maneira como uma pessoa interpreta uma experiência (atribuição de significado) Pensamento • Determina como vai se sentir Emoção • Respostas Comportamental Fisiológica Comportamento e Reação Física Nível I Pensamentos Automáticos Nível II Crenças Subjacentes/Regras Nível III Crenças Nucleares Terapia Cognitivo-Comportamental Pensamentos disfuncionais Terapia Cognitivo-Comportamental Níveis de Funcionamento Cognitivo I - Pensamentos Automáticos Fluxo de pensamento que coexiste com um fluxo de pensamento mais manifesto características: privativos ou não declarados rápidos, involuntários eliciados a partir de situações corriqueiras do nosso dia-a-dia podem surgir em forma de sentenças ou de imagens é comum a presença de pensamentos automáticos distorcidos nos transtornos psicológicos sustentam os transtornos psicológicos aos quais nos defrontamos são reconhecidos e entendidos somente se voltamos a atenção para eles Terapia Cognitivo-Comportamental Níveis de Funcionamento Cognitivo II – Crenças Subjacentes Regras condicionais como afirmações do tipo: “se”; “então” que influenciam a auto-estima e a regulação emocional. Exemplos: Tenho de ser perfeito para ser aceito. Se eu não agradar aos outros o tempo todo; então eles me rejeitarão. Terapia Cognitivo-Comportamental Níveis de Funcionamento Cognitivo III – Crenças Nucleares (core beliefs): São as nossas idéias e conceitos mais enraizados e fundamentais acerca de nós mesmos, das pessoas e do mundo. São incondicionais: independente da situação que se apresente ao indivíduo, ele irá pensar do mesmo modo consoante com suas crenças. Se constroem e se formam desde as experiências de aprendizado mais primevas e se fortalecem ao longo da vida, moldando a percepção e a interpretação dos eventos, modelando o nosso jeito psicológico de ser. No caso de não haver ações corretivas das crenças nucleares disfuncionais, o indivíduo irá cristalizá-las como verdades absolutas imutáveis. Para alcançar mudanças duradouras na psicopatologia do indivíduo, as crenças nucleares disfuncionais devem ser modificadas; e este é o objetivo último da terapia cognitiva. . Importância do papel das crenças no desenvolvimento, manutenção e tratamento do abuso de substâncias O uso da substância (inicio ou recaída) numa certa situação envolve um processo de tomada de decisões, onde o individuo tem ou pode retomar o controle. Modelo serve para explicar o abuso de qualquer substância e para indivíduos em diferentes estágios do tratamento ou da condição de uso. TCC aplicada à Dependência Química TCC apontada como efetiva no tratamento da dependência de álcool, estimulantes e maconha (Curran e Drummond, 2006) TCC tem menor custo (Raistrick, Heather e Godfrey,2006) Resultados melhores que 12 passos (Wanigaratne e al. 2005) São necessários mais estudos para abusadores de medicações para dor e de heroína (Curran e Drummond, 2006) TCC apresenta melhores resultados em termos de completude do tratamento, resultados no follow-up e adesão ao tratamento (Amato et al. 2004) TCC aplicada à Dependência Química Evidências TCC aplicada à Dependência Química Objetivos Auxiliar o paciente a examinar a seqüência de eventos que o levam ao consumo de drogas. Explorar as crenças básicas a respeito dos valores atribuídos ao álcool e outras drogas. Treinar o paciente para avaliar e considerar as formas em que o pensamento disfuncional produz stress e angústia Auxiliar o paciente a modificar seus pensamentos, a fim de ter uma visão mais realista dos problemas e descartar os problemas derivados de pensamentos disfuncionais TCC aplicada à Dependência Química Objetivos O paciente deve ser treinado a fim de construir um sistema de controle para ser utilizado quando confrontado com seus impulsos. Desenvolver habilidades sociais para o manejo das situações de risco. As ferramentas oferecidas pela TC podem e devem ser utilizadas pelo pacienteem outras áreas de sua vida. Modelo Cognitivo de Uso continuado (adaptado de Liese e Franz, 1996) Estímulo elicitador Ativação de crenças básicas Crenças sobre drogas Pensamentos automáticos Necessidade/ Fissura Crenças Facilitadoras (permissivas) Foco em estratégias de ação Uso continuado Lapso ou recaída Conflito/ Ambivalência Modelo Cognitivo do Abuso de Substâncias (Liese e Franz, 1996) Experiências durante o desenvolvimento Desenvolvimento de esquemas e crenças Exposição à, experimentação com, Comportamentos de dependência Desenvolvimento de crenças em relação às drogas USO CONTINUADO Técnicas da Terapia Cognitivo Comportamental • História do uso de substâncias. MAPEAMENTO DAS ÁREAS DA VIDA Possibilitar ao paciente uma avaliação detalhada de como esta sua vida, seu funcionamento ao que se refere em nível de satisfação e insatisfação em todas as áreas. Pedir ao paciente que pense sobre o nível de satisfação e insatisfação em cada esfera da vida, atribuindo uma porcentagem de zero a cem. • Avaliação qualitativa Aplicar formulário e pedir ao paciente que identifique onde está a insatisfação. Nesta fase já é possível conduzir o paciente a refletir o quanto as insatisfações e possíveis desorganizações podem estar relacionadas ao uso de substâncias. • Aplicar formulários de metas Conduzir o paciente a identificar quais metas ele quer alcançar para melhorar os índices de insatisfação, bem como estimar o tempo necessário para atingir estas metas. • Formulário de ações Aplicar formulário de ações conduzindo o paciente a planejar ações que possibilitem mudanças, fazendo uma hierarquia de ações prioritárias. • Cronograma de ações Acompanhar as ações do paciente utilizando sempre atitude motivacional. Distorções Cognitivas Todos nós temos milhares de pensamentos durante o dia. Esses pensamentos são palavras, frases e imagens que passam por nossas cabeças à medida que fazemos as coisas. Muitos desses pensamentos são corretos, porém, muitos estão distorcidos. Por isto eles são chamados de erros cognitivos ou distorções cognitivas. Registro de Pensamentos Disfuncionais RPD. • Pensamentos automáticos disfuncionais geralmente são negativos; • Avaliar a validade e/ou utilidade de pensamentos automáticos e adaptativamente responderem a eles em geral produz uma mudança positiva de afeto. • São pensamentos rápidos e involuntários que passam pela cabeça do indivíduo, particularmente relacionados a uma determinada experiência/situação. • Em geral, estão associados a emoções e imagens. • Assumem a forma verbal de uma frase abreviada (telegráfica), que o indivíduo diz para si mesmo. • Parecem plausíveis ou razoáveis e, em geral, são consistentes com o sistema de crenças do indivíduo. Questionário Socrático Padrões de Crenças Crenças… São incondicionais: independente da situação que se apresente, a pessoa irá pensar do mesmo modo consoante com suas crenças. Se constroem e se formam desde as experiências de aprendizado da infância e se fortalecem ao longo da vida, moldando a percepção e a interpretação dos eventos, modelando o nosso jeito psicológico de ser. No caso de não haver ações para modificar as crenças disfuncionais, a pessoa irá cristalizá-las como verdades absolutas imutáveis. • Desamor Sobre ser indesejável incapaz de ser gostado. • Desvalor Sobre ser incapaz incompetente inadequado. • Desamparo Sobre ser sozinho sem apoio. Questionário de esquemas • O questionário de esquemas tem como objetivo mapear reconhecer e identificar com maior amplitude padrões de crenças construídas ao longo da vida e de nossas experiências. Monitoramento de DAI’s • As decisões aparentemente irrelevantes (DAÍ’s) são armadilhas mentais que podem acusar problemas na manutenção da mudança. Elas foram primeiramente descritas por Marlatt e Gordon, mas são muito conhecidas na área das adições como setups. • As DAÍ’s são uma serie de decisões do dia-a-dia (por exemplo, onde almoçar, qual caminho pegar para ir para casa, se vai ou não visitar um amigo), que leva o paciente a uma situação fora de controle. Os indivíduos não estão conscientes ou estão apenas parcialmente conscientes deste processo e, em geral, se dão conta dele apenas na retrospectiva, depois que aconteceram. Balança Decisória O paciente dependente que chega ao tratamento esta bastante ambivalente, isto é, por um lado gosta de consumir a droga, mas por outro já percebe que esta lhe faz mal e traz prejuízos a sua vida. A intensidade com que esta ambivalência se apresenta ou para que lado o paciente tende a estar mais – do consumir ou parar -dependerá do estagio do processo de mudanças em que se encontra. Lidando com a Ansiedade A.C.A.L.M.E.S.E Balanço das situações protetoras e provocadoras do uso Há situações e fatores que nos protegem de agir de determinado jeito, por outro lado, há situações que provocam comportamentos por vezes indesejados. Balanço do envolvimento afetivo com drogas e o álcool Mapeamento dos Horários de Risco Algumas pessoas estabelecem ao longo do tempo alguns horários em que costumam beber ou usar drogas, segundo as convivências ou facilidades. Enquanto alguns, só bebem no final do expediente, no barzinho com os amigos, outros têm o hábito de fumar um “baseado” somente quando “saem pra noite”. São os horários de Risco. Cartões de estratégias para enfrentamento das situações de risco • Grupo 1 – Lidar com Emoções Negativas. • Grupo 2 – Lidar com Situações Difíceis. • Grupo 3 – Lidar com Diversão e Prazer. • Grupo 4 – Lidar com Problemas Físicos ou Psicológicos. • Grupo 5 – Lidar com o Hábito de Usar Drogas e ou Álcool. • Grupo 6 – Lidar com o Tratamento. Agenda Diária A pessoa que está seu estilo de vida precisa administrar o seu tempo de maneira adequada. Bem organizada, uma agenda diária pode ajudar a pessoa a não retornar para hábitos antigos que podem levá-la em direção à recaída. A recaída pode começar muito antes do uso inicial da substância psicoativa. Ela pode começar quando a pessoa “esquece” seu plano de tratamento e volta aos padrões antigos de hábitos e comportamentos. Referências Bibliográficas Referências Bibliográficas Obrigada ! Claudia.psico@live.com Claudia@grupoviva.net www.facebook.com/claudiaOliveira (15) 98125-1691 (15) 99810-4774
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