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Resumão tcc 
Aula 8 
· As terapias cognitivas começaram a surgir ao final dos anos 60, em parte como resultado de um movimento de insatisfação com os modelos estritamente comportamentais (S-R), que não reconheciam a importância dos processos cognitivos mediando o comportamento.
· Dentre os autores que participaram deste movimento, Albert Bandura foi um dos mais importantes críticos do modelo operante, ao propor uma compreensão da aprendizagem sem tentativa, conhecida como “modelação”, que é freqüente entre os seres humanos e que ocorre pela observação de um modelo, sem a necessária reprodução do comportamento.
· Michael Mahoney (1946-2006) foi também um importante precursor do movimento cognitivista. Em uma publicação ele fez uma análise crítica aos modelos não mediacionais, enfatizando a importância do processamento cognitivo, o qual poderia ser inferido e sustentado cientificamente.
· Os princípios estritamente comportamentais foram também desafiados por autores russos, dentre os quais se destaca Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934), o qual verificou que crianças eram bem sucedidas na aprendizagem de regras gramaticais, independente de reforçamento.
· O surgimento das terapias cognitivas também foi decorrente de uma rejeição aos modelos psicodinâmicos e ao questionamento de sua eficácia. Em 1952, Hans J. Eysenck (1916-1997) já havia realizado um estudo onde não se encontraram evidências de que a eficácia da terapia psicanalítica fosse maior do que a remissão espontânea (melhora produzida sem nenhum tratamento específico). Rachman e Wilson afirmaram não haver indícios aceitáveis que apoiassem a eficácia do tratamento psicanalítico.
· Aaron Beck relata que os seus questionamentos à psicanálise tiveram início em 1956, quando verificou que a hipótese da raiva retrofletida não se confirmara em seu estudo com pacientes deprimidos. Embora vindo de uma tradição psicanalítica, Albert Ellis (1913-2007) também revelou insatisfações com os resultados práticos do trabalho psicanalítico
· No mesmo período em que ocorriam insatisfações com a abordagem estritamente comportamental e com o modelo psicodinâmico, começou a surgir uma crescente atenção aos aspectos cognitivos do comportamento humano, tanto na psicologia geral quanto na psicologia experimental. Vários eventos científicos aconteceram na década de 50 enfatizando a teoria do processamento da informação, passando a ser esta cada vez mais utilizada na compreensão de fenômenos clínicos, como por exemplo, na mediação cognitiva da ansiedade.
· As abordagens cognitivas partem do pressuposto de que um processo interno e oculto de cognição media o comportamento. Um mesmo evento pode ser considerado como agradável para uma pessoa, gerando um comportamento de aproximação, ou ameaçador para outra, provocando ansiedade e esquiva. Desse modo, é a interpretação do evento que gera emoções e comportamentos e não o evento em si (Knapp, 2004).
· Enquanto a terapia cognitiva de Beck (1982) e a terapia racional emotivo-comportamental de Ellis (1997) focalizam-se nas cognições para promover mudanças emocionais e comportamentais (Beck, 1997), autores de enfoque cognitivo-construtivista (por ex., Greenberg, Rice & Elliott, 1993; Guidano & Liotti, 1983; Mahoney, 1998; Neimeyer, 1997), defendem o papel das emoções como preponderantes na influência do comportamento.
· Autores construtivistas também consideram que as terapias cognitivas de Beck e de Ellis, assim como outras formas de abordagem cognitivo-comportamental, são racionalistas, uma vez que em seus pressupostos filosóficos, existe um mundo externo que pode ser percebido de forma correta ou incorreta. Assim, o enfoque construtivista está no “valor da validade” das estruturas cognitivas, e não no seu “valor de verdade”. z Caro Gabalda (1997) propõe uma classificação das terapias cognitivas em três diferentes tipos de modelos: de reestruturação cognitiva, cognitivo-comportamentais e construtivistas
· Os modelos de reestruturação cognitiva identificam-se com as primeiras terapias cognitivas representadas por Beck et al. (1982) e Ellis (1997) e foram desenvolvidos por teóricos de treinamento psicodinâmico, os quais tendiam a destacar o papel do significado, defendendo que o que uma pessoa pensa ou diz não é tão importante quanto o que esta acredita.
· A tarefa consiste em desenvolver estratégias para examinar a racionalidade ou validade das crenças. Orientada para o problema, busca modificar as atividades defeituosas do processamento da informação características do transtorno psicológico
Os modelos cognitivo-comportamentais têm origem mais clara nas terapias comportamentais, que incluem as estratégias de solução de problemas. 
· Foram desenvolvidos por teóricos com treinamento comportamental, tais como Meichenbaum (1997), Barlow (Barlow & Cerny, 1999), Lineham (1993), entre outros, os quais conceituam o pensamento de forma mais concreta, ou seja, como um conjunto de autoenunciados encobertos que também podem ser influenciados pelas mesmas leis do condicionamento. Sua tarefa consiste em ensinar habilidades cognitivas específicas .
· Os modelos construtivistas, representados por Guidano & Liotti (1983), Mahoney (1998), e Neimeyer (1997), partem do pressuposto de que os seres humanos são participantes proativos (e não passivos de forma reativa) em suas experiências (percepção, memória e conhecimento). Assim, o conhecimento humano é: interpessoal, evolutivo e proativo; opera em níveis tácitos; a experiência humana e o desenvolvimento pessoal refletem processos individualizados, auto-organizadores, que favorecem a manutenção dos padrões experienciais
· Gabalda (1997) sugere ainda existir uma grande aproximação entre os dois primeiros modelos, uma vez que ambos compartilham de muitos aspectos comuns, tais como atribuir os transtornos emocionais a disfunções do processamento cognitivo; foco nos problemas específicos e na mudança da cognição para obtenção de mudança do afeto; intervenções de tempo limitado e de estilo educativo etc.
· As terapias de reestruturação cognitiva, cujos autores vinham da psicanálise, buscavam uma visão distinta sobre a psicopatologia e um interesse pelo método experimental. As terapias comportamentais, por sua vez, estavam evoluindo em seus modelos de comportamentos encobertos e se envolvendo pelo cognitivo, sem abandonar os requisitos mínimos experimentais.
· Entretanto, embora apontando diferenças entre os dois primeiros modelos e o terceiro, Caro Gabalda (1997) assume que não existe um muro intransponível entre eles, sendo possível uma integração. A terapia do esquema, desenvolvida por Jeffrey Young pode ser um exemplo de abordagem cognitiva integrativa, uma vez que reúne características dos três modelos.
Terapia tcc no brasil 
· As terapias cognitivas no Brasil têm suas origens no enfoque comportamental, ocorrendo concomitantemente em São Paulo, com a análise experimental do comportamento e no Rio de Janeiro, com uma prática mais clínica, denominada “condutoterapia” 
· Somente ao final da década de 80 é que o movimento cognitivo-comportamental começou a aparecer no Rio e em São Paulo, a partir do interesse em estudar o modelo cognitivo dos transtornos de ansiedade
· Em São Paulo, o primeiro sinal de integração entre os modelos cognitivo e comportamental surgiu no início dos anos 70, quando Raquel Rodrigues Kerbauy e Luiz Otávio de Seixas Queiroz começaram a enfatizar em seus cursos os eventos privados e os aspectos cognitivos como variáveis mediadoras do comportamento 
· Eles trouxeram Michael Mahoney para São Paulo, em 1973, para ministrar um curso sobre “modificação cognitiva do comportamento”. Este evento foi mencionado um ano depois, no prefácio de uma publicação de Mahoney (1974).
· Entretanto, somente ao final dos anos 80 e início dos anos 90 é que se configurou um primeiro movimento de integração dos modelos cognitivos e comportamentais.
· A criação do AMBAN (Ambulatório de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP), em 1985, que surgiu do interesse de algunspsiquiatras em aprofundar estudos dos transtornos de ansiedade, atraiu um grupo de profissionais de orientação comportamental tais como Miréia Roso, Ligia Ito e Mariângela Gentil Savoia, interessados no tema. Esse grupo, liderado pelo psiquiatra Francisco Lotufo Neto, começou a trabalhar com transtornos de ansiedade dentro do enfoque cognitivocomportamental.
· Ao cursar o doutorado em Londres, Ligia Ito aprofundouse no tratamento cognitivo-comportamental dos transtornos de ansiedade, sob a orientação de Isaac Marks e posteriormente, em terapia cognitiva, sob orientação de Melanie Marks. Essa experiência contribuiu para os trabalhos posteriores no AMBAN, rendendo várias publicações, dentre estas a edição de um livro intitulado Terapia cognitivo-comportamental para transtornos psiquiátricos.
· A abordagem cognitivo-comportamental começou a ser difundida também em Campinas, por volta de 1985, com a fundação do Centro Psicológico do Controle do Stress, por Marilda Emmanuel Lipp , sendo considerado referência no tema, havendo formado muitos profissionais nessa área.
· No campo da psicologia da saúde, o Serviço de Psicologia do Hospital de Base da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), iniciado em 1981 com a contratação de Maria Cristina Miyazaki e posteriormente com Neide Miceli Domingues, para atuar na enfermaria de pediatria, conta agora com 40 psicólogos (docentes, contratados e aprimorandos) que desenvolvem atividades de extensão de serviços à comunidade, ensino e pesquisa em psicologia da saúde, tendo como base o enfoque cognitivo-comportamental.
· O movimento das terapias cognitivas no Brasil percorreu trajetória semelhante ao que se iniciou no mundo, a partir de insatisfações com as limitações do modelo estritamente comportamental, em São Paulo e no Rio de Janeiro. 
· As vertentes construtivista e cognitivo-comportamental parecem ter sido mais predominantes em São Paulo, enquanto no Rio de Janeiro os modelos de escolha foram os de reestruturação cognitiva e cognitivocomportamental.
Aula 9 e 10
· Todas as terapias cognitivo-comportamentais derivam do modelo cognitivo e compartilham alguns pressupostos básicos:
 1) A atividade cognitiva influencia o comportamento; 
2) A atividade cognitiva pode ser monitorada e alterada; ( questão de provas ) 
 3) Mudanças na cognição determinam mudanças no comportamento.
· É uma psicoterapia focal, baseada no modelo cognitivo que pressupõe que, em transtornos mentais, o pensamento disfuncional é um elemento importante. 
· A modificação de pensamentos disfuncionais leva à melhora sintomática dos transtornos, à modificação de crenças disfuncionais subjacentes e estabelece uma melhora mais abrangente e duradoura.
· A terapia cognitiva trabalha basicamente com identificação e reestruturação de três níveis de cognição: pensamentos automáticos, crenças intermediárias e crenças nucleares.
· Pensamentos automáticos são o nível de cognição mais superficial na terapia cognitiva. 
· São espontâneos, telegráficos, repetitivos e sem questionamento quanto a sua veracidade ou utilidade e são acompanhados de uma forte emoção negativa ante as mais variadas situações do cotidiano. 
· Podem ser facilmente identificados pelo paciente.
· Crenças intermediárias: são o segundo nível de cognição criado por Beck em seu modelo. 
· São as regras e os pressupostos criados pelo indivíduo para que ele possa conviver com as ideias absolutas, negativas e não adaptativas, que tem a seu respeito. 
· Funcionam como um mecanismo de sobrevivência que auxiliam a lidar e a se proteger da ativação extremamente dolorosa das crenças nucleares.
· Crenças nucleares são o terceiro e mais profundo nível de cognições e tem sua origem nas experiências infantis. 
· Têm uma forma absoluta, negativa, rígida e inflexível sobre o que o indivíduo pensa sobre si; são mais difíceis de ser acessadas e modificadas; resultam da interação da natureza genética do indivíduo e de sua hipersensibilidade pessoal à rejeição, ao abandono, às dificuldades inerentes de ser estar vivo e de componentes externos de seu ambiente, que podem reforçar ou atenuar fatores positivos e negativos da natureza geneticamente determinada do indivíduo.
· A conceitualização cognitiva é a habilidade clínica mais importante que o terapeuta cognitivo precisa dominar para um planejamento adequado e para a eficácia do tratamento. 
· Um entendimento adequado sobre as razões do comportamento não adaptativo do paciente é absolutamente necessário para que o tratamento não acabe sendo meramente uma aplicação de técnicas cognitivas e comportamentais, sem a estruturação que caracteriza a terapia cognitiva.
· É a conceitualização que torna possível criar o foco, com a colaboração do paciente e do terapeuta em conjunto. 
· É um elemento fundamental para qualquer tratamento psicoterápico, é o mapa que permite a compreensão de como o paciente se estruturou para sobreviver e como se protegeu de suas crenças negativas e do ambiente adverso.
Segundo Beck, alguns elementos são fundamentais para a elaboração de uma conceitualização
 1) Diagnóstico clínico do paciente; ( questão de prova )
2) Identificação de pensamentos automáticos, sentimentos e condutas frente a diferentes situações do cotidiano que mobilizem afeto e que tenham um significado importante para a pessoa; z 
3) Crenças nucleares e intermediárias; 
4) Estratégias compensatórias de conduta que o indivíduo utiliza para evitar ter acesso a suas crenças negativas; 5) Dados relevantes da história do paciente que contribuíram para formação ou fortalecimento destas.
· Este processo tem início desde o primeiro contato com o paciente: hipóteses são criadas e são verificadas a partir de situações e pensamentos repetitivos do dia a dia do indivíduo.
PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO
· A terapia cognitiva proposta por Beck é baseada na conceitualização, é uma abordagem estruturada, diretiva e colaborativa, com um forte componente educacional, orientada para o aqui e agora, de prazo limitado, indicada atualmente por sua eficácia cientificamente comprovada para tratamento de uma série de transtornos mentais, como depressão, ansiedade, transtornos de personalidade, esquizofrenia, entre outros.
· Como em qualquer abordagem psicoterápica, uma relação terapêutica sólida e empática e uma avaliação diagnóstica cuidadosa são elementos fundamentais para o sucesso do tratamento.
· A cada sessão faz-se inicialmente uma verificação do humor do paciente em relação a sessão anterior e como ele se sentiu durante a semana. 
· Isso costuma ser feito através de instrumentos autoaplicáveis, como a escala de Beck para Depressão (BDI), e Ansiedade (BAI) ou utilizando instrumentos clínicos como solicitar ao paciente que ele atribua uma nota de 0 a 10 para a intensidade da tristeza ou da ansiedade que sentiu durante a semana. 
· Uma agenda é estabelecida em cada sessão, em comum acordo entre paciente e terapeuta.
· No início da sessão, costuma ocorrer uma revisão da tarefa proposta na sessão anterior e o estabelecimento de uma hierarquia nos assuntos propostos para serem discutidos na sessão que está por ocorrer
· Discutir os elementos da agenda, estabelecer uma tarefa a a semana relacionado ao trabalhado na sessão, revisar o humor do paciente ao final e solicitar um resumo do que considera estar levando de útil para si da sessão e se, na sua opinião ocorreu ou não uma melhora de seu humor são outros itens de uma sessão típica de terapia cognitiva.
· Finalmente, ao término, solicita-se ao paciente um feedback de como ele se sentiu durante a sessão, se algum dos assuntos tratados lhe foi desconfortável ou se algo que tinha interesse de tratar não foi trabalhado.
· A estrutura original da terapia cognitiva de Beck para o tratamento depressivo unipolar tem o formato de 15 a 20 sessões semanais, por um período de seis meses, com duração de 45 a 60 minutos. 
· Nos últimos dois meses, as sessões ocorrem de 15 em 15 dias, com mais algumas sessões semanais de “reforço” por dois ou três mesesainda, quando ocorre o término do tratamento.
· A terapia cognitiva é constituída de uma série de componentes e técnicas: 
· Psicoeducação 
· Identificação, avaliação e modificação de pensamentos automáticos e crenças 
· Identificação das distorções cognitivas 
· Controle de atividades e agendas
· Utilização de cartões de autoajuda. 
· Treinamento de habilidades, especialmente da habilidade de solução de problemas.
· Realização de tarefas cognitivas e comportamentais entre sessões. 
· Exposição hierárquica
· Ensaio cognitivo 
· Dramatização 
· Exame de vantagens e desvantagens 
· Aprendizado de manejo de tempo 
· Revisão de videoteipes das sessões
O tratamento irá envolver: 
· Avaliação, identificação de problemas, delimitação de um foco. 
· Conceitualização, elaborada de forma colaborativa com o paciente. 
· Intervenções para diminuir a frequência e a intensidade de pensamentos automáticos negativos e ruminações. 
· Identificação, questionamento e revisão de pensamentos automáticos negativos. 
· Identificação e questionamento de regras e suposições visando buscar e testar alternativas para reduzir a vulnerabilidade do indivíduo. 
· Prevenção de recaída.
O objetivo final da terapia visa ensinar o paciente a ser capaz de reconstruir sua cognição, avaliar o que sustenta ou não suas crenças nucleares negativas e o quanto elas são verdadeiras ou não – possibilitando a construção de crenças nucleares intermediárias alternativas – e colocar suas regras em um continuum, não mais polarizadas em positivo e negativo.
Aula 11 
· Passamos a falar então de conceitualização, um instrumento básico na terapia cognitiva para a compreensão de como o indivíduo se organizou para poder interagir com suas crenças nucleares negativas disfuncionais.
· No modelo de reestruturação de Beck, os dados coletados são organizados em um quadro, como pode ser visto na figura abaixo.
· Seguindo com a paciente, seu quadro de conceitualização pode ser preenchido a partir de três situações que relata de seu cotidiano consideradas problemáticas devido à forte carga de afeto e aos pensamentos negativos que provocaram. 
· A elaboração de uma hipótese de conceitualização pode ocorrer na primeira sessão com o paciente.
· A elaboração da conceitualização é um processo contínuo, vivo e sujeito a modificações, à medida que novos dados são revelados e hipóteses podem ser confirmadas ou rejeitadas durante o processo do tratamento. 
· É um instrumento clínico imprescindível, um guia, seja qual for o diagnóstico psiquiátrico do paciente.
· O exercício final da terapia cognitiva é, através de treinamentos, capacitar o paciente para que ele possa aprender a fazer reestruturações cognitivas e conseguir estabelecer estratégias que perpetuem essa habilidade de forma duradora. Mas como isso é possível?
· O registro de pensamento disfuncional é um dos instrumentos da terapia cognitiva que torna possível ao paciente aprender e reconhecer a conexão entre pensamento, afeto e conduta, verificar evidências prós e contras a veracidade ou a utilidade de pensamentos automáticos e crenças nucleares negativas, possibilitando ao final do tratamento que o paciente seja capaz de reestruturar seu pensamento e criar pensamentos e crenças alternativas.
Aula 12 
DEPRESSÃO – MODELO PSIQUIÁTRICO
· A psiquiatria biológica considera o humor depressivo e a perda de interesse e prazer característicos da depressão, como resultado de anormalidades funcionais em neurotransmissores cerebrais; conseqüentemente, o tratamento de escolha são os medicamentos antidepressivos, que regulam os níveis desses neurotransmissores
· O modelo cognitivo da depressão ressalta as mudanças que ocorrem no pensamento da pessoa deprimida. 
· A formulação cognitiva da depressão, sem negar a evidente importância dos fatores biológicos, entende os sintomas depressivos como resultado das distorções cognitivas de conteúdo negativo. 
· O conteúdo negativo do pensamento por si só pode não causar depressão, mas é um aspecto fundamental na manutenção do transtorno
· O modelo cognitivo da depressão propõe que os sintomas cognitivos, motivacionais e vegetativos da depressão podem ser causados e mantidos por distorções nos três níveis de cognição: pensamentos automáticos, crenças subjacentes e crenças nucleares (esquemas). 
· Beck (1967) postulou a denominada tríade cognitiva da depressão, em que o indivíduo deprimido está em sofrimento pela visão negativa de si próprio, do seu ambiente e do futuro.
· Os pacientes deprimidos percebem-se como inferiores, inadequados, indesejados e incapazes (“Nada que eu faço dá certo”). 
· Percebem também o ambiente em que estão inseridos como hostil, com obstáculos intransponíveis (“As pessoas me tratam mal”); a visão do futuro passa a ser influenciada pelas cognições negativas, pois o paciente considera ter recursos insuficientes para modificar o futuro (“Não adianta eu fazer nada, nunca irei sair disso”); com o conseqüente desenvolvimento da desesperança.
· Na espiral depressogênica, o viés de interpretação negativa dos eventos gera um humor depressivo congruente com a distorção; este humor, por sua vez, aciona ainda mais percepções negativamente distorcidas, que geram mais humor deprimido; os pensamentos se tornam cada vez mais negativos, e o humor, mais depressivo.
· Os pensamentos automáticos são as cognições no nível mais superficial da consciência e refletem a temática cognitiva específica do transtorno depressivo (“Não adianta eu me esforçar, nunca faço nada certo”). Por estarem mais acessíveis à consciência, os pensamentos automáticos geralmente são as primeiras cognições a serem identificadas e trabalhadas no tratamento.
· O conteúdo do pensamento do paciente é distorcido pela perpetuação de diversas distorções cognitivas, entre elas a catastrofização, a polarização, a emocionalização e a minimização/maximização.
· Em um nível intermediário de cognições encontramos as crenças subjacentes, que são constituídas de pressupostos e regras que governam a relação do indivíduo com o mundo. Pressupostos são afirmações do tipo “se..., então”. Por exemplo, um indivíduo com uma crença nuclear acerca de ser inferior e de não ser amado apresentará pressupostos subjacentes relacionados com essa temática (“Se os outros não gostarem de mim, então serei infeliz”).
· As regras subjacentes, geralmente afirmações do tipo “devo” e “tenho que”, são mandamentos rígidos e inflexíveis, que determinam a forma do relacionamento interpessoal dos indivíduos (Necessito da aprovação dos outros para ficar bem, e devo fazer de tudo para agradar os outros”).
· Além dos aspectos biológicos que tornam o indivíduo mais suscetível à depressão, a teoria cognitiva propõe que algumas pessoas têm predisposição para a depressão por causa de um conjunto particulares específico de idéias e conceitos acerca de si e do mundo desenvolvidos precocemente, chamadas crenças nucleares. 
· Tais crenças são o resultado de um processo contínuo de aprendizado, moldado pelas experiências existenciais do indivíduo e desenvolvido pela identificação com outras pessoas importantes em sua vida, bem como pela percepção das atitudes dessas pessoas em relação a si
· Uma vez que uma crença nuclear específica é formada, ela pode influenciar a formação de conceitos subseqüentes e, se ela persiste, é incorporada em uma estrutura cognitiva duradoura, denominada esquema. 
· O esquema, constituído de crenças nucleares, é definido por Beck e colaboradores (1979) como uma estrutura cognitiva usada para filtrar, codificar e avaliar os estímulos que interagem com o indivíduo. Essas estruturas nucleares podem estar relacionadas a diversas temáticas, como, por exemplo, aprovação, amor, autonomia, conquistas, perfeccionismo e assim por diante.
· Todos temos nossos esquemas, que são reforçados ao longo da vida pelo processo de associar importância àquelas experiências que os validam e desqualificar as experiências que os invalidam. 
· A diferença é que, nos distúrbios emocionais, os esquemas são extremamente distorcidos,disfuncionais, rígidos e generalizados. 
· Nos indivíduos predispostos a desenvolver depressão, crenças como “sou um fracasso”, “não tenho valor” ou “não sou amado” são predominantes. 
· Uma vez que as crenças nucleares negativas são consideradas um fator crítico de vulnerabilidade cognitiva para a patogênese da depressão, é objetivo da TC tornar conscientes e corrigir tais crenças, no sentido de torná-las mais adaptadas 
· Os esquemas variam quanto à flexibilidade ou rigidez, permeabilidade ou impermeabilidade, abstração ou concretude e, fundamentalmente, quanto às suas valências afetivas. 
· Esquemas que são rígidos e impermeáveis podem ser particularmente difíceis de modificar. Muitas vezes, o que é possível é a redução da valência desses esquemas negativos.
· Os esquemas, as crenças subjacentes e os pensamentos automáticos do indivíduo moldam de forma constante a automática as percepções e interpretações dos eventos. 
· Esses três níveis de cognição determinam o “jeito de ser” do indivíduo no mundo, indicando formas de lidar com suas experiências de vida. 
· Embora muitos eventos de vida possam trazer sofrimento psíquico, eles podem não produzir depressão, a não ser que o indivíduo tenha uma sensibilidade cognitiva específica àqueles eventos, o que se dá quando a predisposição específica está incrustada em uma crença subjacente ou em um esquema. 
· Quando tais situações existenciais são encontradas, as pessoas com predisposição à depressão começam a ter uma visão negativa de cada aspecto de suas vidas. 
· À medida que a depressão se agrava, seu pensar tornase progressivamente saturado com temáticas depressivas típicas, até que gradualmente os pacientes perdem a habilidade de enxergar seus pensamentos negativos objetivamente. 
· Com o quadro clínico da depressão, esses esquemas disfuncionais são salientados e reforçados; mesmo com a resolução do quadro clínico, tais esquemas mal adaptativos permanecem latentes se não forem adequadamente trabalhados.
· A falta de motivação que acompanha os indivíduos deprimidos resulta em diminuição da atividade, tendo várias conseqüências. 
· O tempo desocupado aumenta as ruminações depressogênicas; o indivíduo deprimido passa a se autocriticar pela redução da produtividade e diminui também as suas atividades prazerosas. Além disso, a mudança no comportamento ou na expressão de afeto de um indivíduo deprimido pode influenciar suas relações interpessoais, perpetuando, dessa forma, a depressão.
TÉCNICAS COGNITIVAS E COMPORTAMENTAIS
● Resolução de problemas
O terapeuta indaga inicialmente sobre tais problemas na primeira sessão criando uma “lista de problemas” ou traduzindo cada problema em metas positivas.
Alguns pacientes são deficientes em habilidades de resolução de problemas. Eles frequentemente se beneficiam de uma instrução direta em resolução de problemas em que aprendem a especificar um problema, projetar soluções, selecionar uma solução, implementá-la e avaliar sua efetividade. Muitos pacientes, no entanto, já possuem boas habilidades de resolução de problemas. Eles precisam de ajuda para testar sua crenças disfuncionais que impedem essa resolução.
●Tomada de decisões
O terapeuta pede ao paciente para catalogar as vantagens e as desvantagens de cada opção e, então, o ajuda a criar um sistema para pesar cada item e extrair uma conclusão sobre que opção parece ser melhor.
●Experimentos Comportamentais
Os experimentos comportamentais testam diretamente a validade dos pensamentos ou das suposições do paciente e são uma importante técnica avaliativa.
Pensamento automático: Experimento comportamental:
“Eu não sei o que dizer para ele.” A paciente dramatiza a si mesma enquanto o
 terapeuta interpreta a outra parte.
Muitas tarefas de casa também envolvem experimentos comportamentais que o terapeuta cuidadosamente ajuda a montar, da seguinte forma:
- O paciente expressa uma previsão negativa; o terapeuta propõe que o paciente a teste durante a semana.
● Monitoração de atividade e agendamento
Um cartão de atividades com os dias da semana colocados na horizontal, no topo, e com cada hora colocada na vertical do lado esquerdo que pode ser usada de várias formas, incluindo a monitoração das atividades do paciente, a medição e análise de satisfação (prazer) e de competência (domínio), a monitoração e medição de humores negativos, o agendamento das atividades prazerosas ou das tarefas árduas e a verificação das previsões.
A mesma tabela de atividades pode ser usada para agendar as atividades. O paciente planeja e escreve atividades para a próxima semana, como atividades prazerosas (especialmente para os pacientes deprimidos), tarefas que devem ser feitas, socialização, tarefa terapêutica de casa, exercícios ou atividades anteriormente evitadas.
● Distração e refocalização
É usualmente melhor para o paciente avaliar seus pensamentos automáticos no ato e modificar assim o seu pensamento. O terapeuta ensaia a estratégia com o paciente, tentando saber como ele refocalizou a sua atenção no passado e como ele acredita que poderá fazer isso no futuro. Uma alternativa é responder a esses pensamentos.
A melhor solução para a disforia não é meramente esquecer pensamentos que passam pela sua cabeça através de refocalização ou de distração. Os pacientes precisam de uma variedade de ferramentas para reduzir sua disforia, particularmente quando a reestruturação cognitiva e inefetiva. 
● Relaxamento
O objetivo é reduzir a ansiedade ou conduzir a possíveis pensamentos ansiosos que podem ser avaliados.
● Cartões de enfrentamento
Escrever um pensamento automático chave ou uma crença, de um lado com sua resposta adaptativa, do outro projetando estratégias comportamentais para usar em situações problemáticas especificas e compor auto-instruções para motivar o paciente.
● A exposição graduada
Em geral o terapeuta sugere começar com uma atividade que esta associada a uma ansiedade baixa ou moderada e sugere a prática desse passo a cada dia ou ate mesmo várias vezes em um dia ate que a ansiedade do paciente tenha-se reduzido significativamente. 
● Role-play (dramatizacao)
Identificação de pensamentos automáticos para o desenvolvimento de uma resposta racional e para a modificação de crenças intermediárias e centrais. A dramatização também e útil para aprender e praticar algumas habilidades sociais. O terapeuta e cliente então passam a praticar alguns role-plays para praticar a assertividade, já que esta habilidade e uma de suas metas em terapia.
Antes de ensinar algumas habilidades sociais a um paciente, o terapeuta avalia o nível de habilidade que o paciente já tem. Muitos pacientes sabem precisamente o que fazer e dizer, mas tem dificuldade em usar esse conhecimento devido a suposições disfuncionais.
Um meio de avaliar as habilidades e fazer o paciente supor um resultado positivo: “Se você soubesse com certeza que o professor-assistente ficaria contente em conversar com você, o que você diria?”
● Gráfico em forma de torta
Um gráfico em forma de torta pode ser usado de muitos modos, por exemplo para ajudar o paciente a estabelecer metas ou para determinar responsabilidade relativa sobre um determinado resultado.
● Comparações funcionais do self e diários de autodeclaracao positiva
O terapeuta ajuda a cliente a ver que são disfuncionais a sua atenção negativa (seletiva) e as suas comparações. Ele, então, a ensina a fazer comparações mais funcionais (consigo mesma em seu pior momento) e a manter um diário de auto declarações positivas.
O paciente pode também ter pensamentos automáticos nos quais ele se compara no presente ao que ele gostaria de ser. Novamente, o terapeuta focaliza sua atenção sobre o quanto o paciente progrediu desde seu pior momento em vez de quão longe ele esta do seu melhor momento ou o quanto ele ainda tem que ir.
Diários de autodeclaração positiva são simplesmente listas diárias de coisas
positivasque o paciente esta fazendo ou itens pelos quais ele mereceria crédito.

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