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DIREITO CONSTITUCIONAL II - Paulo Oliveira-Gabriel Marques - CADERNO 3o SEMESTRE

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DIREITO CONSTITUCIONAL II 
Aluno: João Felipe Cabral Fagundes Pereira
FORMAS DE ESTADO – Ela nos traz a ideia de um Estado que tem um poder central, emanando de um único ente ou é fragmentado, dividido em mais de uma pessoa jurídica. Analisa como o poder existe e emana dentro de um território.
ESTADO UNITÁRIO – Um Estado Unitário consiste no centralismo da emanação do poder, havendo uma espécie de monismo de poder, onde o ente central iria dissipar poderes, normas, decisões para todo o território estatal. O Povo estará no Poder Legislativo, mas não haveria um sistema bicameral nem unidades federativas, por haver apenas um único ente. Exemplos de um Estado Unitário são Portugal, Uruguai e Paraguai, que se dividem apenas em regiões administrativas que não influenciam na distribuição dos poderes.
 Coincidentemente, algumas das cidades possuem um TRF, porém não afeta em nada a distribuição do poder. As cidades que compõem um Estado Unitário possuem pouco autonomia, porém tem autonomia suficiente para satisfazerem as cidades, já que o Estado Unitário geralmente é usado em territórios pouco extensos.
ESTADO FEDERADO – Adotado pelo Brasil desde 15 de novembro de 1889, o Estado Federado tem um poder que se encontra descentralizado, ou seja, temos vários pontos de poderes e locais de onde o poder poderá ser emanado, representando um maior respeito das vontades regionais daquele território. A forma de Estado Federação é algo recente. Teve origem após a independência das 13 colônias americanas em 1776, que no início, era uma confederação (união de Estados soberanos), mas, em 1787, foi aplicado o federalismo, onde os 13 Estados se tornaram um só, mantendo sua autonomia, porém representados internacionalmente como apenas um Estado soberano, havendo uma dissipação dos poderes, onde um ente maior seria responsável pela delegação externa (manutenção e segurança). 
 As unidades federativas ainda possuem grande autonomia, porém devem seguir algumas normas homogêneas em todo o território estatal.
-Federação por Desagregação: Fala-se em federação por desagregação ou centrífuga quando essa se origina de um Estado unitário, que se divide. Há, assim, a desagregação (divisão) do poder central, nas novas unidades que se formam. No entanto, parcela maior deste poder continua com o Estado central, que restringe a autonomia dos estados-membros. No Brasil, a União possui maior poder de intervir nas questões das unidades federativas, que possuem menor autonomia em relação às unidades federativas americanas, por exemplo.
-Federação por Agregação: Em contrapartida, em sede de federação por agregação ou centrípeta, o Estado se origina da união de entes antes soberanos, que renunciam à parcela da soberania, para a formação da federação. É o exemplo dos Estados Unidos, quando da independência em relação à Inglaterra: união das treze colônias. Os Estados Unidos não tem tanto poder de interferência nos seus Estados, já que as unidades federativas da federação por agregação possuem maior autonomia.
 Para que haja um federalismo forte, deve haver na Constituição determinadas normas, regras e situações que não precisam estar presentes em Estados Unitários, havendo assim o chamado “Pacto Federativo”, presente na nossa CF/88 como união indissolúvel dos Estados (secessão). Eventualmente, as unidades federativas tem autonomia para criarem normas, devendo haver métodos de controle constitucional por parte da União (que geralmente cria as normas). Caso haja a tentativa de saída de uma das unidades federativas da União, deve estar presente na constituição uma norma que assim possibilita a Intervenção Federal.
-Federalismo Dual: É o chamado federalismo de duas vias, que se divide em dois entes federativos: a União e as suas Unidades Federativas.
-Federalismo Trial: É o federalismo de três vias, onde o poder emana através de três entes, que são: a União, as unidades federativas e os municípios, havendo também o Distrito Federal, que possui funções tanto de unidade federativa quanto de município.
-Federalismo Cooperativo Ou Por Cooperação: Com o constitucionalismo social isso foi modificado. A transição do estado liberal para o estado social levou que algumas atribuições fossem atribuídas a todos os entes da federação, porque o que importa é que elas sejam executadas, porque prevê que mais de um ente possam ter as mesmas competências. Este é o chamado federalismo cooperativo. A passagem do estado liberal para o estado social vai originar o federalismo cooperativo ou por cooperação, que se caracteriza pela existência de competências particulares, individuais e pelo compartilhamento de competências, também chamadas de competências comuns, paralelas, concorrentes ou cumulativas entre os entes da federação. O STF chama esse federalismo de condomínio legislativo.
-Federalismo Assimétrico: Dentro de uma federação não há hierarquia entre os entes parciais, cada um atua no âmbito das suas competências. No federalismo assimétrico a Constituição trata de forma distinta alguns entes da federação, ela delineia um tratamento mais favorável para alguns entes da federação, com o objetivo de diminuir as desigualdades nacionais.
OBS: O Federalismo por agregação é chamado de Federalismo Centrípeto (de fora para dentro) e o Federalismo por desagregação é também chamado de Federalismo Centrífugo (de dentro para fora).
CARACTERÍSTICAS ESSÊNCIAIS DE UMA FEDERAÇÃO: 
-A Indissolubilidade Do Vinculo Federativo: Diferentemente do que ocorre numa confederação, os estados-membros não podem mais se dissociar por não possuírem mais soberania, podendo até haver intervenção federal.
-Descentralização Espacial Do Poder Político: A CF descentraliza a função legislativa e a função executiva no território nacional. Ao fazer isso, é dado aos estados-membros a autonomia constitucional, porque é a Constituição que confere autonomia a cada um deles.
 Eles são autônomos, mas não são soberanos. Ser soberano é uma situação de fato e não de direito (ou tem soberania ou não tem soberania). Já a autonomia é um poder dado pela ordem jurídica, fixado através da repartição constitucional de competências, ou seja, o conteúdo de autonomia de cada um dos estados-membros é dado pela repartição de competências. Ao repartir às competências a constituição vão atribuir aos Estados-membros três tipos de autonomia:
(i) Autonomia Política (a que importa), que subdivide em:(a)Autogoverno, que é a existência de governantes próprios eleitos pelo povo daquele ente da federação. Ex.: Se estiver falando de Estado é o governador.(b) Auto legislação, que é quando cada ente terá competência para legislar sobre determinadas matérias.(c) Auto-organização, pois a CF confere a eles a capacidade de organizar a si próprio, prevendo, por exemplo, que os Estados se organizem de acordo com as Constituições Estaduais.
(ii) Autonomia administrativa: Envolve o reconhecimento para cada ente da federação de uma estrutura administrativa própria, com servidores próprios e responsáveis por executar os seus serviços públicos.
(iii) Autonomia financeira: É necessária que aos entes da federação seja reconhecida uma autonomia financeira, capacidade de ter seus próprios recursos e cobrar seus próprios tributos.
OBS: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória prevista em lei que não seja derivado de algo ilícito. Existem cinco tipos de tributos, eles são os impostos, as taxas, contribuições de melhorias e contribuições espaciais.Competência é um poder de ação que a ordem jurídica confere a determinados órgãos ou agentes públicos.
-A Constituição Tem Que Ser Rígida E Possui Cláusulas Pétreas: Só pode haver alteração da Constituição a partir do Poder Constituinte Reformador. A Constituição rígida prevê para a alteração do seu texto um processo mais formal e complexo do que o processo que ela também prevê para a formação das leis. Uma cláusula pétrea geralmente não muda, mas pode ser alterada desde que seja para melhorar.
-Controle de Constitucionalidade: Serve para fiscalizar os limites impostospelas Constituições.
-Intervenção Federal: É um mecanismo que serve para preservar a unidade da federação e o equilíbrio entre os poderes.
-Formação da vontade federal pelos demais entes da federação: Uma federação deve ter um mecanismo pelo qual os entes da federação participem da formação da vontade federal, deliberando sobre as leis aprovadas pelo Congresso Nacional (característica oriunda da doutrina).
CONFEDERAÇÃO – A confederação não é uma forma de Estado, mas sim uma união de Estados soberanos. As confederações geralmente surgem para atender uma necessidade de segurança (Confederação Americana se formou para assegurar a defesa e segurança contra as forças britânicas), porém, esse sistema se tornou algo em desuso, já que atualmente temos em vez de confederações a criação de organizações (OTAN, ONU) e blocos econômicos (União Europeia). Outro exemplo de confederação que existiu foi a Confederação Helvética.
FEDERAÇÃO BRASILEIRA – As características da organização político-administrativa do Brasil estão presentes no Artigo 18 da CF/88.
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
 Quem detém a soberania é a Federação Brasileira, onde a mesma pessoa que é chefe de Governo (chefe da União) é o chefe do Estado (chefe da federação), criando uma espécie de confusão entre União e Federação. 
UNIÃO (Artigos 20-24, CF/88)- O nosso Estado Federado é tripartido, onde no âmbito da união temos o Presidente sob o comando do Executivo (Chefe de Governo e, consequentemente de Estado), no legislativo há divisão bicameral do Congresso Nacional , e no judiciário temos o STF e STJ. A União é autoadminstratível, tem competência para legislar e também se auto-organiza, porém é o ente federativo com maior autonomia, podendo modificar a Constituição, tomar decisões judiciais e políticas-administrativas que valem para todo o Estado.
UNIDADES FEDERATIVAS (25-28, CF/88)- As Unidades Federativas tem poder de se autogovernarem, se auto-organizando de acordo com seus interesses e podem criar suas próprias leis, que estão presentes na sua Constituição Estadual, que deveriam ser promulgadas um ano após a CF/88.
-Tipos de formação dos estados membros: Os estados não podem se retirar da federação, mas os estados podem se modificar, dividir, podem criar outros estados, extinguir estados, desmembrar estados e dividi-los. Dentro da Federação, a estrutura dos estados pode ser modificada, desde que sigam exigências constitucionais do artigo 18, parágrafo 3º.
(i)Fusão, que é quando dois ou mais estados se fundem deixando de ter sua existência originária.
(ii) Subdivisão: Um estado que já existe é subdividido em dois ou mais, e o estado originário deixa de existir.
(iii)Desmembramento: Uma parte do território do estado é destacada e o estado continuar existindo, embora com um território menor. E essa parte que é destacada pode ser anexada a outro estado (anexação) como a parte desmembrada pode dar origem a um novo estado ou território (Estado novo ou território).
MUNICÍPIO (Artigos 29-31, CF/88) - Os municípios são uma parcela de poder, que se auto-organizam, autoadministram, possuem autonomia política e também criam suas próprias legislações (Leis Orgânicas, que foram legisladas 6 meses após a promulgação das Constituições Estaduais), possuindo parcela de autonomia menor, pois devem respeitar tanto a Constituição Federal quanto a Constituição Estadual da unidade federativa da qual o município faz parte.
DISTRITO FEDERAL (Artigo 33, CF/88) – É um ente federado de natureza mista, cuja intenção de neutralidade o permite ter competências tanto de município quanto de unidades federativas, se aproximando da União, onde sua legislação são as Leis Orgânicas.
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS – São faculdades ou poderes de agir dos quais se servem as entidades federadas para tratar de temas que lhe dizem respeito e orientados para a realização do bem comum. As competências podem ser legislativas (criar leis) ou materiais (ações político-administrativas).
-Predominância de Interesses: É a forma de identificar as formas concorrentes e privativas de alguns dos entes. Dentro de uma repartição de interesses, quem possui mais interesses é a União, seguida das Uniões Federativas, Municípios e Distrito Federal. A União então possui maior competência administrativa (competências privativas administrativas/materiais no Artigo 21 da CF/88) e legislativa (competências legislativas privativas no Artigo 22 da CF/88), competindo apenas à União certas competências como a declaração de guerra e a detenção da soberania. A União possui certas competências privativas em relação ao Direito Tributário, porém a competência de legislar normas tributárias é concorrente à todos os entes federativos, onde a União estabelece uma base normativa e os outros entes suplementam com normas que se adequam a da União (União - U.F - Municípios). 
-Vertical/Horizontal: Competência horizontal é quando cada ente federativo tem suas próprias competências privativas, e competência vertical é uma situação onde a União cria normas gerais, e os outros entes estabelecem normas suplementares Caso não haja competência privativa da União, as unidades federativas podem legislar a respeito de determinado assunto, contanto que respeitem a União. 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
 § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. 
TIPOS DE COMPETÊNCIAS - Quando falamos em tipos de competências, devemos analisá-las quanto à forma de atribuição, quanto à natureza, quanto a extensão, e outros mais.
QUANTO À FORMA DE ATRIBUIÇÃO
-Competências Explicitas, Enumeradas Ou Expressas: Estão expressas na Constituição (artigos 21,22,23,24).
-Competências Reservadas, Residuais Ou Remanescentes: Elas não são encontradas de forma escrita, encontram-se apenas as menções feitas a elas. São as competências reservadas aos Estados, elas não competem à união nem aos municípios. Aquilo que não compete nem a união e nem aos municípios, passa a ser de competência dos estados-membros, ou seja, as competências residuais são atribuídas aos estados-membros (artigo 25, I).
-Competências Implícitas: A princípio, essas competências não seriam desse ente, mas ele precisa desempenhá-las. Essa é a (i) implícita por instrumentalidade, quando um ente delega a outro alguma competência. Também pode ser (ii) implícita por conexão, como por exemplo, a matéria que regula sobre quem deve instituir os feriados. São competências de algum ente que é delegada a outro ente também, por algum motivo, seja por matéria conexa, como é o caso da implícita por conexão, ou para que seja desempenhada outra competência que o ente já possui, que é o caso da implícita por instrumentalidade.
QUANTO À NATUREZA
-Competências Legislativas: Capacidade de elaborar as próprias leis. Estão previstas nos artigos 22 e 24 da CF.
-Administrativas, Materiais Ou De Execução: Capacidade do ente de ter o controle-político e administrativo. Estão previstas nos artigos 21 e 23 da CF.
QUANTO À EXTENSÃO
-Competências Exclusivas: São atribuídas pela Constituição a um único ente da federação, elas sendo indelegáveis. A regra é a indelegabilidade, uma competência só pode ser delegada se houver essa previsão na Constituição. O Supremo Tribunal Federal chama essa competência de privativa indelegável. Estão previstas no artigo 21 da CF.
-Competências Privativas: São atribuídas a um único ente da federação,elas se diferenciam das exclusivas, porque podem ser delegáveis. O STF chama essa competência de privativa delegável. Toda delegação deve ser estrita e limitável. Está presente no artigo 22 da CF.
-Competências Comuns: São as competências pertencentes a mais de um ente da federação, elas girando entorno de matérias de ordem social, importando apenas que seja feito e não quem vai fazer. Estão presentes no artigo 23 da Constituição Federal. Leis complementares vão disciplinar sobre os limites de atuação de cada um desses entes nas competências comuns. Nelas, os entes atuam conjuntamente.
-Competências Concorrentes: São as competências pertencentes a mais de um ente da federação, elas girando entorno de matérias de ordem social, importando apenas que seja feito e não quem vai fazer. Estão presentes no artigo 24 da Constituição Federal. Diferenciam-se das competências comuns, porque são legislativas. Os municípios vão legislar juntamente com os Estados e a União sobre algumas matérias, embora eles não estejam presentes no artigo 24, eles possuem competências concorrentes devido à previsão do parágrafo 2º do artigo 30 da CF. 
OBS: Normais gerais são normas dotadas de alto grau de indeterminação e generalidade. São normas que, por exemplo, versam sobre princípios, podendo ser encaixadas em variadas situações já que não estabelecem uma situação fixa para ser aplicada como geralmente acontece com as normas regras.
OBS: O poder público por força do princípio republicano e da impessoabilidade, não pode contratar quem ele quiser. Licitação é competência dos municípios e dos estados, estes suplementando a União. Existe uma norma geral que trata sobre as normas de licitação, mas precisam existir normas mais específicas, que são suplementadas pelo estado para as licitações estaduais e pelos municípios para as licitações municipais. As licitações são feitas por normas específicas da União. O STF entende que as modalidades de licitações são normas gerais. O estado da Bahia tem a sua lei de licitação específica e essa lei traz uma questão importante. A licitação ocorre da seguinte forma: A primeira etapa é a de habilitação e depois é o julgamento. (Isso é o que a legislação federal diz). A Bahia inverteu isso, ela primeiro começou a fazer o julgamento para depois habilitar, porque isso seria mais eficiente. A questão é que essa é a ordem do procedimento, é matéria de ordem geral ou suplementar? As modalidades de licitações são de ordem da união, mas a ordem da licitação, segundo o STF é de ordem suplementar.
INTERVENÇÃO FEDERAL – Quando o pacto federativo não está em bom funcionamento, ou as partes federativas (UFs) não estão se comportando de forma devida, cabe à União a intervenção federal em tal Unidade Federativa, ou seja, é quando a União intervém nos Estados (Não existe intervenção federal em municípios). 
É um ato de natureza política excepcional que consiste na supressão temporária da autonomia de um ente federado ligeiramente de menor amplitude, em virtude de hipóteses taxativamente previstas na CF, que visam a preservação da soberania da RFB e da autonomia dos entes federativos.
PRINCÍPIOS DA INTERVENÇÃO FEDERAL
-Princípio da Excepcionalidade: Este instituto possui uma natureza de excepcionalidade, já que não deve ser visto positivamente uma intervenção, já que é previsto na CF/88 uma harmonia entre os entes federativos. 
-Princípio da Taxatividade: É um instituto taxativo, devendo constar em um dos itens do Artigo 34 da CF/88, sendo o que chamamos de números clausos.
-Princípio da Temporalidade: Essa intervenção deve corrigir a anormalidade existente na Federação, devendo perdurar tão estritamente pelo decurso de prazo necessário para a normalização do pacto federativo.
HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO FEDERAL- As hipóteses de intervenção federal estão previstas nos incisos do Artigo 34 da Carta Magna de 88.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional; (Presidente)
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; (Presidente)
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; 
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: (Presidente)
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; (TSE, STJ, STF)
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; (PGR)
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
OBS: O Artigo 35 trata da Intervenção Estadual nos Municípios (União intervém nas UFs que intervém nos municípios).
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
 O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas, como está de acordo com o Artigo 36, Parágrafo 1º.
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IV - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.
PODER LEGISLATIVO – A separação dos Poderes existe desde a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, sendo refinada com o sistema de freios e contrapesos (limites de poderes, que ao atuarem de forma atípica,garantem a separação e isonomia dos poderes). O nosso Poder Legislativo é de uma República Federativa, possuindo assim um bicameralismo (Congresso Nacional, subdividido em Câmara dos Deputados e Senado Federal). Antes, o Poder Legislativo, na Inglaterra, tinha a função apenas de fiscalizar as atividades do Rei.
FUNÇÕES TÍPICAS – As funções típicas do Poder Legislativo são a legislação de normas gerais e abstratas (Artigo 59 da CF/88) e fiscalizar a administração pública (função oriunda do antigo Parlamento Inglês na Carta de João Sem Terra, presentes nos Artigos 70-75 da CF/88).
FUNÇÕES ATÍPICAS – As funções atípicas do Poder Legislativo é o julgamento do Presidente da República em crimes de responsabilidade (quórum de 2/3 para a condenação), organização da Polícia do Congresso, a sua Autoadministração e auto-organização (o Judiciário também tem essa função, como o Presidente do STF e o juiz da comarca administra o fórum).
BICAMERALISMO - O nosso Poder Legislativo é de uma República Federativa, possuindo assim um bicameralismo, dividido entre Câmara dos Deputados e Senado Federal. 
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.
-Câmara dos Deputados: A Câmara Dos Deputados, que são os representantes do povo, é eleita de forma proporcional aos eleitores do Estado (Mínimo de 8 e máximo de 70). Os Deputados Federais e Estaduais possuem maior rotatividade, exercendo os cargos por apenas uma legislatura (4 anos).
 Os Deputados são eleitos através do sistema de proporcionalidade (coeficiente eleitoral, onde nem sempre os mais votados ocupam as cadeiras), que baseia-se nos partidos políticos, com a lógica da representatividade das minorias, é utilizado no Brasil para os cargos de vereador, e deputado federal e estadual. O quociente eleitoral é o número de votos necessários para que um partido político ou coligação eleja um candidato, dividindo o numero total de vagas pelo número total de votos que cada partido recebeu, e depois se divide pelo quociente eleitoral para saber a quantas cadeiras o partido terá direito. A idade mínima é de 21 anos.
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.
§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
-Senado Federal: O Senado possui isonomia no número de representantes (três) por Unidade Federativa, já que os senadores representam as suas respectivas Unidades Federativas. Há um rodízio entre senadores, onde cada 4 anos elegemos 1/3 e 2/3 do Senado (2010 votamos em dois e em 2014 votamos em um senador), onde os Senadores eleitos (idade mínima de 35 anos) exercem os cargos por 8 anos (duas legislaturas), tendo direito a ilimitadas reeleições. Os senadores são eleitos com suplentes e através do sistema majoritário simples.
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
QUÓRUM - Em relação aos quóruns, o Artigo 47 prevê como as leis ordinárias são aprovadas nas duas Casas, através de maioria absoluta (257 Deputados e/ou 41 Senadores) para iniciar a votação e maioria simples entre os parlamentares presentes e que não se absteram na votação para a aprovação da lei.
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
-PECs: As PECs para serem aprovadas, exigem quórum de 3/5 nas duas Casas em dois turnos (vide Artigo 60, CF/88).
-Leis Complementares: Leis Complementares, leis que tratam de uma matéria determinada, complementando um anseio constitucional(vide Artigo 69 da CF/88), serão aprovadas por maioria absoluta (257 votos na Câmara e 41 no Senado). As outras formas de normas jurídicas (leis delegadas, MPs, decretos e resoluções) seguem o quórum preestabelecido no Artigo 47.
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.
-Maioria simples ou relativa: Corresponde ao quórum da maioria dos presentes desde que estejam presentes a maioria dos membros de cada casa. O quórum usual, a regra geral para as deliberações no Congresso Nacional é a maioria simples ou relativa.
-Maioria absoluta: É a maioria dos membros da casa, então no caso do senado a maioria absoluta é de 41 senadores. Se aplica à aprovação de lei complementar e também para cassar parlamentares. 
-Maioria qualificada: Se aplica à aprovação de emendas (três quintos), e ao impeachment (dois terços).
OBS: A partir do Artigo 59, dentre todos os processos legislativos, apenas a Emenda Constitucional possui maior hierarquia, onde as leis complementares, ordinárias, delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções possuem a mesma hierarquia.
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.
-Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos: Os tratados sobre direitos humanos assinados pelo Brasil (Tratados de Marrakesh, Pacto de San José), são equivalentes à Emendas Constitucionais, porém não são ECs (Artigo 5º, $3º, CF/88, com base na EC 45/2004). O Presidente da República assina o tratado e compete ao Congresso Nacional a sua respectiva aprovação e incorporação ao ordenamento jurídico por meio de referendo.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
OBS: Em casos de admissibilidade do processo acusatório (Impeachment, por exemplo), o quórum é de 2/3 nas Casas do Congresso.
REUNIÕES – Os períodos de sessões legislativas ordinária (ano), previstos no Artigo 57 da CF/88 é de 02/02-17/07 (1º Período Legislativo) e de 01/08-22/12 (2º Período Legislativo), onde esses recessos são as férias dos parlamentares, que, em tese, a utilizam para prestar contas (politicamente) com o seu eleitorado. Caso o início do período ocorra num sábado, domingo ou feriado, o mesmo se iniciará na segunda-feira ou dia subsequente.
-Sessões Ordinárias: Sessões ordinária representam o dia da deliberação, se subdividindo em: 
(i) Pequeno Expediente é relacionado a questões simples e burocráticas, aviso de menor importância. Já o (ii) Grande Expediente é o aviso de grande importância, e a (iii) Ordem Do Dia é o momento onde haverão as votações em si, analisando nessa parte a quantidade dos parlamentares presentes.
-Sessão Preparatória: A sessão preparatória serve para votar as (três) Mesas Diretoras no primeiro ano da legislatura, para coordenar os trabalhos das respectivas casas, sendo eleitas no dia 1º de fevereiro (Artigo 57, 4º). Cada voto é individual, onde a Mesa Diretora é composta pelo Presidente, dois vice-presidentes e quatro secretários que servemcomo conselheiros.
-Sessão Extraordinária: A sessão legislativa extraordinária será feita em caso de urgência ou interesse público relevante, podendo ocorrer durante as férias dos parlamentares (Artigo 57, 6º).
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)   
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil subseqüente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.
 § 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.
 § 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:
I - inaugurar a sessão legislativa;
II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;
III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;
IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.
 § 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
 § 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
 § 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República;
II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
 § 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
 § 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação.
COMISSÕES – As comissões podem ser permanentes ou temporárias, tendo como exemplos a Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (permanente, cuida da pré-análise da constitucionalidade de alguns projetos) e a CPI (temporária). As comissões servem para resolver questões sensíveis e de difícil resolução, sendo compostas por parlamentares que entendem e possuem conhecimento do tema/assunto.
 As comissões se dão através da ordem de partidos, sempre havendo os partidos de maior representatividade compondo as comissões, onde a própria CF/88 acaba por formatar o Congresso, sempre tentando abarcar o máximo de partidos políticos para as comissões.
 As mesmas só podem tratar de normas relacionadas a sua função, ou seja, a Comissão de Educação só trata de normas que tenham como principal tema a educação e assim em diante. Caso uma decisão da comissão não agrade os membros da casa, pode haver um recurso, onde é necessária a participação de um décimo dos membros da Casa.
-Comissões Permanentes: São criadas para durarem por tempo indefinido. Elas existem e permanecem por sucessivas legislaturas e são instituídas em razão da matéria. As comissões temáticas, estas sendo as que se debruçam sobre matérias para melhorar os projetos de lei que envolvam os possíveis temas, e do orçamento.
-Comissões Temporárias: São aquelas criadas para fins específicos e duram o tempo necessário para a conclusão de seus trabalhos ou no prazo previamente fixado. São comissões especiais. Dentre elas existem as CPIs e existe a comissão representativa. Quando entra em recesso haverá uma comissão representativa do congresso que funcionará durante o recesso.
-Comissão Parlamentar de Inquérito (Artigo 58, 3º): Compete ao Poder Legislativo, que tem a função de fiscalizar a administração pública, onde as casas, juntas ou separadamente, podem criar as comissões (requerimento de 1/3 dos membros de cada casa. No caso de CPI Mista, deve haver requerimento de 1/3 dos membros do Congresso Nacional), onde a CPI é temporária, não funcionando ad eternum. A CPI não condena ninguém, apenas realiza uma investigação de suposta irregularidade de algum membro ou órgão da administração pública e encaminha um relatório para o MP tomar as devidas providências, a não ser que haja uma infração administrativa (quebra de decoro), sofrendo assim uma responsabilização administrativa. Toda quebra de sigilo pedida para investigações na CPI deve ser fundamentada plausivelmente para ser aceita.
 O que ela faz e desenvolve é o inquérito parlamentar. Os inquéritos tanto policiais como parlamentar, são produzidos através de atividade de investigação. Não há formalmente acusação ou réu. O resultado da CPI não acarreta sanção, não é sua função punir. A CPI não pode punir ninguém. A jurisprudência entende que não é assegurado aos investigados as garantias do devido processo legal e o contraditório. A CPI não se desenvolve em um processo, mas em um procedimento, e por isso não pode punir. Mesmo assim, embora não aja consequência jurídica, há consequências políticas relevantes. A CPI traz transparência em relação ao objeto de investigação.
OBS: Na Constituição Federal diz-se que a CPI tem poder de investigação próprio de autoridade judicial. Há um equívoco nisso, o poder do juiz não é de investigação, mas de instrução, que significa produzir provas, determinar a colheita e realização de provas, prova pericial, busca e apreensão de documentos em domicílio, testemunho das partes.
OBS: No Brasil, existe uma Comissão do Mercosul, que é um órgão decisório técnico, é o responsável por apoiar o Grupo Mercado Comum no que diz respeito à política comercial do bloco Mercosul.
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.
§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições;
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros,para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.
ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS – Todos os poderes possuem um estatuto próprio que lhe é inerente, dando determinadas condições para que essas pessoas exerçam as suas funções da melhor maneira possível. Não só os parlamentares possuirão um estatuto próprio, mas também o executivo e o judiciário, sendo a prerrogativa mais discutida é a de foro. Determinadas prerrogativas e imunidades são utilizadas de forma errônea, para benefícios próprios ou exclusos de um dos parlamentares.
-Imunidade Material: É aquela em que o congressista pode se manifestar no ato das suas funções (como congressista) e as suas opiniões não serão responsabilizadas na esfera penal e cívica. 
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
-Imunidade Formal: Liberdade em termos de prisão, ou seja, o parlamentar só pode ser preso em determinadas circunstâncias, como em casos de crimes em flagrante inafiançáveis. Os autos serão remetidas pelo quórum de maioria absoluta.
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
-Prerrogativa de Foro: Até então todos os congressistas eram julgados pelo pleno (11 membros do STF), onde, atualmente só será julgado pelo pleno o Presidente da República, do Senado e da Câmara e o Vice-Presidente da República. Antes, o STF só poderia começar o processamento com autorização da casa. 
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
OBS: A imunidade e a prerrogativa de foro não se estendem mais aos corréus, que eram indivíduos, que incialmente, não tinham o direito ao foro, porém, passavam a ter, por conexão.
-Incompatibilidade e Deveres dos Congressistas: São situações, atividades e funções que não são permitidas aos parlamentares, porque que ela não se coaduna com o mandato parlamentar, havendo um favorecimento ou confusão de interesses ao parlamentar.
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
I - desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;
II - desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a";
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a";
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
OBS: O estatuto em si não é só utilizado pelo parlamentar, mas também pelos suplentes na época do mandato, onde os mesmos tem direitos a tais prerrogativas.
-Perda de Mandato e Responsabilidade dos Congressistas: As incompatibilidades, quebra de decoro parlamentar (padrão de conduta do parlamentar, cujo processamento se dá pela Comissão de Ética), ausência em um terço das sessões ordinárias (46 faltas de 138 possíveis), que perder ou tiver suspensos os direitos políticos, decreto da Justiça Eleitoral (caso Dilma Rousseff) e condenação criminal em sentença transitada em julgada são hipóteses em que tem como consequência a perda de mandato. A perda de mandato é excepcional.
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 76, de 2013)
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 6, de 1994)
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária;
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato.
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do mandato.
ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA, SENADO E CONGRESSO NACIONAL – As competências exclusivas (não necessitam de sanção do Presidente) da Câmara dos Deputados estão previstas no Artigo 51, a do Congresso nos Artigos 49 e 50, e as do Senado no Artigo 52. As matérias dos artigos 51 e 52 são chamadas de resoluções.
-As atribuições do Congresso Nacional (Artigos 49 e 50 da CF/88): São feitas em conjunto (votos igualitários), tais matérias são chamadas de decreto legislativo, não necessitando da sanção do presidente.
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar;
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias;
IV - aprovar o estadode defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
VI - mudar temporariamente sua sede;
VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;
XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes;
XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão;
XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;
XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;
XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;
XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;
XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares.
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 2, de 1994)
§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de relevância de seu Ministério.
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 2, de 1994)
-Atribuições da Câmara dos Deputados (Artigo 51 da CF/88): 
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;
III - elaborar seu regimento interno;
IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
-Atribuições do Senado Federal (Artigo 52 da CF/88):
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do banco central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno;
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;
XII - elaborar seu regimento interno;
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
PROCESSO LEGISLATIVO – Compreende uma série de atos normativos, de naturezas especiais, efêmeras e ordinárias (presentes no Artigo 59), tendo início com a iniciativa. Quem tem iniciativa para dar início a um ato normativo são os legitimadores.
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.
PROCESSO LEGISLATIVO DAS LEIS ORDINÁRIAS 
-Iniciativa: É o que inicia um projeto de lei. Um dos dogmas é o de que caso não haja nenhum quórum específico, (a) haverá o quórum de maioria simples (Artigo 47). (b) A casa que inicia o projeto de lei passará pela revisão e análise da outra casa (geralmente a Câmara dos Deputados que inicia o projeto de lei e, posteriormente,o Senado é a Casa que revisa). O rol de indivíduos que são legitimadores de projetos de leis ordinárias é bem extenso, porém tem que se atentar que determinados assuntos são de competências privativas de certas pessoas ou entes, como a Câmara dos Deputados (Artigo 51), Senado (Artigo 52), STF (Artigo 93) e o Presidente da República (Artigo 61, 1º), por exemplo. 
 Existem dois tipos de iniciativa legislativa: ela pode ser parlamentar e extraparlamentar. (ii)Parlamentar porque a CF confere a qualquer deputado e senador pode apresentar um projeto de lei. A (i) iniciativa extraparlamentar é quem não sendo parlamentar tem competência para apresentar projetos de lei, eles são o presidente da republica, o povo (iniciativa popular), o procurador geral da república e os tribunais superiores, incluindo o STF. Todos esses não tem iniciativas sobre as mesmas matérias, porque a iniciativa legislativa além de ser parlamentar e extraparlamentar ela pode ser concorrente ou exclusiva (exclusiva reservada ou privativa - não tem distinção aqui). Se uma matéria é de inciativa reservada ao Presidente da República, só ele pode apresentar o projeto de lei, se, por exemplo, um parlamentar apresentar esse projeto é caracterizado um vício, chamado de vicio de iniciativa, sendo formal, porque diz respeito a um processo.
-Iniciativa Exclusiva do Presidente da República (Artigo 61,§1º)
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI;  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
OBS: O próprio presidente da república faz a formatação do projeto e entrega aos congressistas, exteriorizando a sua iniciativa de um processo legislativa ordinário, havendo possibilidade de modificação por parte do Presidente.
 A iniciativa popular é um instrumento democrático que permite ao povo elaborar projetos de lei, de acordo com o Artigo 61, 2º.
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
 O projeto não possui prazo específico para tramitação, porém, o Artigo 64,1º prevê que o Presidente pode solicitar com urgência a apreciação de um projeto elaborado pelo mesmo.
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados.
§ 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa.
§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação.
-Iniciativa do PGR (Artigo 128, §5º): O Procurador geral da república tem como iniciativa legislativa concorrente com o presidente o que está previsto no artigo 128, parágrafo 5º. A essa matéria se aplica o princípio da simetria. Logo, as matérias que na CF estão reservadas ao Presidente da Republica, devem estar reservadas na legislação estadual ao Prefeito e ao Governador do Estado, por força da aplicação do princípio da simetria.
Art. 128: § 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros:
I - as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
 c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;
e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
-Inciativa exclusiva dos Ministros do Supremo (Artigo 93, 96, II)) e dos Tribunais Superiores (Artigo 96, II) 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento, atendidas as seguintes normas:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento;
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente,retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigüidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto no art. 40; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VIIIA a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva população; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente sem caráter decisório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 96: II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;	
-Tramitação e Deliberação do Projeto de Lei Ordinária: A Tramitação do projeto começa, inicialmente, por uma das casas e, caso aprovada em uma delas, o projeto irá ser apreciado na outra casa. Caso o projeto seja emendado, o mesmo voltará à Casa iniciadora (Artigo 65). Consequentemente, em regra, a casa revisora é o Senado, com exceção quando se iniciar o projeto de lei no Senado, ai a casa revisora será a Câmara.
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.
 O processo legislativo começa com a apresentação do projeto de lei, e continua com a tramitação na casa iniciadora (geralmente a Câmara), sendo que essa tramitação não tem prazo para sua conclusão nem para o seu encerramento. Na casa iniciadora o projeto de lei vai passar pelas comissões, que vão estudar o projeto, emitir pareceres e propor alterações a esse projeto. Uma das comissões mais importantes das duas casas é a Comissão de Constituição, Justiça e Redação na Câmara e, no Senado Federal, o nome é Comissão de Constituição, Justiça e cidadania. Elas são responsáveis pelo controle político preventivo de constitucionalidade e por avaliar a compatibilidade dos projetos de lei com a ordem constitucional.
 As outras comissões são as temáticas, ou seja, o projeto de lei passará pelas comissões que envolverem seus temas. Tais comissões vão realizar o estudo, a análise e a propositura de alterações do projeto de lei. Isso pode acontecer na casa iniciadora e/ou na casa revisora.
-Votação do Projeto de Lei Ordinário: Quando for votada, será votado o projeto de lei e as emendas. Um projeto de lei pode receber diversas emendas, que podem ser:. 
(i) Aditivas, pois acrescentam uma matéria originariamente não existente naquele projeto de lei;
(ii) Modificativas, já que modificam o conteúdo do projeto de lei substancialmente;
(iii) Supressivas, que suprimem determinada matéria do projeto de lei. Ela equivale a uma aprovação parcial do projeto de lei;
(iv) De redação, melhorando o texto e enunciam a prescrição, corrigem alguma regra do vernáculo e modificam algumas expressões, visando tornar o texto mais claro e mais objetivo;
(v) Substitutivas, que é uma emenda global. É outra proposta àquele projeto de lei, que leva o nome de quem o fez. Deveria ser um novo texto para aquela matéria que é objeto de projeto de lei. Altera, em tese, o projeto de lei.
 É possível que um projeto de lei seja aprovado logo pelas comissões temáticas, dispensando a aprovação do plenário, de acordo com o artigo 58, §2º, I. Para que seja aprovado pelo plenário da casa iniciadora o projeto de lei pode ser aprovado por maioria (essa sendo a simples/Artigo 47) ou ser rejeitado. 
 Se ele for rejeitado ele pode ser reapresentado na mesma sessão legislativa, pois a CF condiciona a reapresentação de um projeto de lei reapresentado na mesma sessão legislativa desde que ele seja subscrito pela maioria absoluta dos membros da casa, de acordo com o Artigo 67. Isso só ocorre nos projetos de leis ordinárias.
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casasdo Congresso Nacional.
 Se rejeitado vai ser arquivado, ou pode ser apresentado na sessão do outro ano. Se aprovado, ele vai para a casa revisora. Chegando lá, ocorrerá exatamente aquilo que ocorreu na casa iniciadora. Na casa revisora o projeto de lei ordinária vai passar por todas as comissões e vai receber todas as emendas que forem pertinentes. Depois que passar por isso tudo, ele vai a plenário ou será aprovado diretamente por uma comissão. O plenário pode reprovar ou aprovar. 
 Se reprovado, o PL passa pelo mesmo processo anteriormente descrito, e, se aprovado, há duas hipóteses: (a) PL aprovado tal como veio da casa iniciadora (acaba a fase de deliberação parlamentar indo para a fase de deliberação presidencial executiva); ou (b) PLaprovado com emendas da casa revisora (o projeto de lei volta para a casa iniciadora para ela se limitar a apreciar as emendas apresentadas pela revisora). Aprovado o projeto de lei, com ou sem emendas, fecha-se a fase de deliberação parlamentar e inicia-se a fase de deliberação presidencial ou executiva.
OBS: Se a casa iniciadora não aprovar as emendas da casa revisora, vai prevalecer o projeto que saiu da casa iniciadora. Porém a emenda só volta a casa iniciadora se for aditiva ou modificativa. Se for supressiva vai direto para a aprovação do Presidente da República. 
-Deliberação Presidencial ou Executiva: O Presidente da República pode sancionar ou vetar o projeto de lei. (i) Sanção é quando o chefe do Poder Executivo, sanciona (aprova) um projeto de lei que já foi previamente aprovado pela câmara dos deputados e senadores. A sanção não é exigida para os casos dos artigos 49,51 e 52, como está previsto no caput do Artigo 48. 
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
 Há também a possibilidade de (ii) veto (Artigo 66) caso o Presidente possua algum motivo válido para a não promulgação da lei, tendo o prazo de 48 horas após o veto para expressar seus motivos, possuindo 15 dias para realizar o veto, que será apreciado em sessão conjunta (maioria absoluta para o fim do veto). Caso após 15 dias o Presidente não se pronuncie, haverá a sanção tácita.	
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.
§ 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.
§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará sanção.
§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 76, de 2013)
§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da República.
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.
§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda.
-Fase Complementar: Ela abrange dois atos: A promulgação e a publicação. Em regra, quem promulga é quem publica, e se o presidente sanciona, ele vai sancionar o projeto de lei, promulgar e publicar a lei. (i) Promulgação é o ato pelo qual o presidente da republica certifica, atesta, reconhece que uma lei foi produzida conforme o devido processo legislativo e a partir daí se inicia a presunção de constitucionalidade da lei, que só pode ser afastada pelo poder judiciário, a partir das vias de controle de constitucionalidade. Porém pode haver sanção tácita ou derrubada do veto. Nesses casos a CF prevê que o presidente terá 48 horas para promulgar a lei, se ele não fizer caberá ao presidente do Senado fazer isso, e, se este também não fizer, o vice-presidente do senado o fará. (ii) A publicação é encaminhar a lei à imprensa oficial e esta a torna pública. A partir deste ato, a lei entra em vigor, podendo haver ou não o vacatio legis.
PROCESSO LEGISLATIVO DAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS (Artigo 60, CF/88)
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
LEIS COMPLEMENTARES - Dentre as espécies legislativas, abaixo da emenda, a Lei Complementar é mais importante, porque ela complementa a disciplina constitucional de determinados temas e matérias que sejam relevantes. Existem questões importantes que a CF deseja dar maior estabilidade, atribuindo essa disciplina a lei complementar que, por ter o quórum de maioria absoluta, produz maior estabilidade do que se fosse atribuída às leis ordinárias. Quando uma matéria deve ser analisada pela lei complementar a CF prevê expressamente.
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.
Lei Complementar x Lei Ordinária: As diferenças entre a lei complementar e a lei ordinária são duas: Uma decorre do aspecto material e a outra do aspecto formal. (i) O aspecto formal é o quórum e o (ii) aspecto material é que a lei complementar tem uma reserva material, ou seja, as matérias de lei complementar são expressamente reservadas e destacadas pela CF.
 Uma lei ordinária não pode tratar de matéria de lei complementar, pois se isso ocorrer haverá uma violação da Constituição. Todavia, uma lei complementar pode tratar de matéria de lei ordinária.

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