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Crônica - Pós modernidade

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Pós modernidade – Preciso correr, preciso chegar
Lembro dos meus tempos de criança, de brincar na rua após a escola, de comer lanche só final de semana “Muito hambúrguer faz mal dizia mamãe” Neste tempo falar com alguém a distância, só com orelhão pois quem tinha telefone particular era a alta classe.
Lembro de minhas amizades sendo construídas pouco a pouco, em bate-papo depois da aula, um sorvete na praça depois ia na casa dela e ela ia na minha. Lembro da minha família se reunindo no domingo para comer, rir, reclamar e principalmente conversar. O amor era construído, solidificado, como quem constrói uma casa em solo firme.
O futuro é certo e o meu presente era o reflexo desse futuro definido. As doenças do século era o câncer e a AIDS, oh meu Deus, a morte era inevitável.
Hoje me pergunto em qual momento eu dormi, o porquê de tudo que era real para mim ter mudado tão de repente. Será que estou em outro planeta? Ou será que os valores agora mudaram?
Nesta nova geração, brincar na rua nem passa pela cabeça, o que importa são jogos sentados em seu sofá, o que os pais dão para sus pequenos filhos são tablets e celulares, ao invés de bonecas e dos carrinhos. Fast food é nova sensação, quanto mais rápido melhor. Em casa pode faltar a fruta ou os legumes, só não pode faltar a comida congelada.
Apesar dos 2.000 amigos no facebook, ao meu lado da pra contar no dedo. Tomar sorvete na praça está em extinção, quando saio com os amigos, é mais importante mostrar onde está, agora a maioria são virtuais. Até meu futuro marido posso conhecer pela rede social.
Convivência com a família tem sido cada vez mais raro, cada um no seu mundo com sua tecnologia. Posso estar cercada de gente mas é mais importante falar com quem está a quilômetros de distância do que realmente está na minha frente. A doença do agora é transtorno de ansiedade e depressão.
Este novo mundo, eu descobri o nome, os sociólogos chamam de pós-modernidade ou sociedade líquida que até se encaixa melhor. O futuro é incerto, a muitas escolhas. Essa tão querida liberdade não tem precedentes, levando há uma ansiedade sem precedentes. Eu preciso do que é rápido, instantâneo. Para que lutar por casamentos duradouros se posso ter outros a todo momento?
O amor° oh o amor, este tem se tornado quase uma utopia. Eu preciso correr, eu preciso chegar, não peça por esperar, mas chegar aonde? Mas chegar lá porquê? Quem sou eu? Para onde eu vou? O que quero? Estou em asa, cadê meus amigos para tomar um café? Oh não estão tão longe, estou tão sozinha, estou perdendo é tempo, preciso de algo para me ocupar.
De uma coisa é certa e não posso me esquecer, o tempo pode até correr mas o segredo do tempo não está nas horas que passam, está nos momentos que ficam porque são eles que vão mudar a minha história.

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