Buscar

Curso prático de Imposto de Renda 2010 - 809

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MÓDULO 8 Atividades RuraisSociedades Cooperativas ? ? 
CURSO PRÁTICO
IRPJ
43 anos2009
Índice
ASSUNTO PÁGINA
ATIVIDADES RURAIS
Tratamento Tributário
1. FORMA DE TRIBUTAÇÃO................................................................................................................................... 1
1.1. LUCRO PRESUMIDO OU ARBITRADO ................................................................................................. 1
2. CONCEITO DE ATIVIDADE RURAL.................................................................................................................... 1
2.1. RECEITA BRUTA .................................................................................................................................... 2
2.1.1. Outros Valores Computados na Receita Bruta ................................................................... 2
2.2. COMPROVAÇÃO DA RECEITA E DA DESPESA.................................................................................. 2
2.2.1. Receita da Atividade Rural.................................................................................................... 2
2.2.2. Despesa de Custeio e Investimento da Atividade Rural .................................................... 2
3. ATIVIDADES EXCLUÍDAS DO CONCEITO......................................................................................................... 2
4. RESULTADO DA ATIVIDADE RURAL ................................................................................................................ 3
4.1. RESULTADO DA VENDA DE REPRODUTORES OU MATRIZES ........................................................ 3
4.2. RESULTADO DA VENDA DO IMOBILIZADO ........................................................................................ 3
4.2.1. Alienação da Terra Nua ......................................................................................................... 3
4.3. BENS REAVALIADOS............................................................................................................................ 3
5. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL E FISCAL............................................................................................................. 3
5.1. EMPRESAS COM ATIVIDADES MISTAS............................................................................................... 3
5.2. LIVRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL ............................................................................................ 3
5.3. RTT E FCONT .......................................................................................................................................... 4
6. CLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL DO GADO............................................................................................................ 4
6.1. ATIVO CIRCULANTE .............................................................................................................................. 4
6.2. ATIVO IMOBILIZADO .............................................................................................................................. 4
6.3. VARIAÇÃO DE CRIAS NO PERÍODO DE APURAÇÃO......................................................................... 4
6.4. GADO UTILIZADO SIMULTANEAMENTE PARA RENDA E CUSTEIO ................................................ 4
7. CLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL DAS CULTURAS AGRÍCOLAS.......................................................................... 4
8. AVALIAÇÃO DE ESTOQUES .............................................................................................................................. 5
8.1. DIFERIMENTO DA RECEITA DE AVALIAÇÃO DO ESTOQUE............................................................. 5
9. DEPRECIAÇÃO ACELERADA INCENTIVADA ................................................................................................... 5
9.1. EXCLUSÃO NO LALUR .......................................................................................................................... 5
9.1.1. Controle na Parte “B” do LALUR ......................................................................................... 5
9.2. DESVIO DA UTILIZAÇÃO DO BEM........................................................................................................ 5
9.3. RETORNO AO LUCRO REAL................................................................................................................. 5
9.4. LUCRO PRESUMIDO E ARBITRADO .................................................................................................... 5
9.5. EXCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DA CSLL ................................................................................... 6
10. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS........................................................................................................ 6
10.1. PREJUÍZOS NÃO OPERACIONAIS........................................................................................................ 6
10.2. VALOR COMPENSÁVEL ........................................................................................................................ 6
11. LUCRO PRESUMIDO OU ARBITRADO .............................................................................................................. 6
12. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO..................................................................................... 7
12.1. ALÍQUOTAS............................................................................................................................................. 7
12.2. BASE DE CÁLCULO NEGATIVA............................................................................................................ 7
12.2.1. Impossibilidade de Compensação ....................................................................................... 7
13. CÁLCULO DO IRPJ.............................................................................................................................................. 7
13.1. ALÍQUOTA DO IMPOSTO ....................................................................................................................... 7
13.2. ADICIONAL DO IRPJ .............................................................................................................................. 7
14. INCENTIVOS FISCAIS.......................................................................................................................................... 8
15. ATIVIDADE RURAL EXERCIDA NO EXTERIOR................................................................................................. 8
ASSUNTO PÁGINA
16. EXEMPLO PRÁTICO ............................................................................................................................................ 8
16.1. RECEITA LÍQUIDA POR ATIVIDADE ..................................................................................................... 9
16.2. RATEIO DOS VALORES COMUNS ........................................................................................................ 9
16.3. DEPRECIAÇÃO ACELERADA INCENTIVADA ...................................................................................... 10
16.4. CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL .............................................................................................. 11
16.5. APURAÇÃO DO LUCRO REAL .............................................................................................................. 12
SOCIEDADES COOPERATIVAS
Tratamento Tributário
1. CONCEITO............................................................................................................................................................ 16
2. OBJETIVOS SOCIAIS .......................................................................................................................................... 16
3. CARACTERÍSTICAS ............................................................................................................................................16
3.1. CAPITAL SOCIAL.................................................................................................................................... 17
3.2. QUOTAS-PARTE SUBSCRITAS............................................................................................................. 17
3.2.1. Intransferibilidade das Quotas do Capital (Cessão a Terceiros)....................................... 17
3.2.2. Inadmissibilidade da Concessão de Benefícios às Quotas-parte..................................... 17
4. ATOS COOPERATIVOS....................................................................................................................................... 17
5. ATOS NÃO COOPERATIVOS LEGALMENTE PERMITIDOS............................................................................. 17
6. TRATAMENTO CONTÁBIL .................................................................................................................................. 18
6.1. MOVIMENTAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA..................................................................................... 18
6.1.1. Diferença entre Sobras Líquidas e Resultado do Exercício .............................................. 18
7. TRATAMENTO TRIBUTÁRIO – IRPJ................................................................................................................... 18
7.1. RESULTADOS NÃO TRIBUTADOS ....................................................................................................... 19
7.1.1. Apropriação da Receita pelos Associados ......................................................................... 19
7.1.2. Devolução de Sobras Líquidas aos Associados ................................................................ 19
7.2. RESULTADOS TRIBUTADOS ................................................................................................................ 19
7.3. COOPERATIVAS DE MÉDICOS ............................................................................................................. 19
7.3.1. Atos Não Cooperativos Diversos ......................................................................................... 19
7.4. COOPERATIVAS DE CONSUMO ........................................................................................................... 20
7.5. FORMA DE TRIBUTAÇÃO...................................................................................................................... 20
7.5.1. Lucro Real............................................................................................................................... 20
7.5.2. Lucro Presumido.................................................................................................................... 22
7.5.3. Lucro Arbitrado ...................................................................................................................... 23
7.5.4. Venda de Bens do Ativo Permanente .................................................................................. 23
7.5.5. Aplicações Financeiras ......................................................................................................... 23
7.6. RTT – REGIME TRIBUTÁRIO DE TRANSIÇÃO ..................................................................................... 24
7.7. ALÍQUOTAS DO IMPOSTO..................................................................................................................... 24
7.8. IR/FONTE SOBRE SERVIÇOS PRESTADOS PELA COOPERATIVA .................................................. 25
8. TRATAMENTO TRIBUTÁRIO – CSLL ................................................................................................................. 25
8.1. LUCRO REAL .......................................................................................................................................... 25
8.1.1. Indedutibilidade da CSLL ...................................................................................................... 25
8.2. LUCRO ESTIMADO, PRESUMIDO OU ARBITRADO ............................................................................ 25
8.3. ALÍQUOTA DA CSLL .............................................................................................................................. 25
8.4. BÔNUS DE 1%......................................................................................................................................... 26
8.4.1. Cálculo do Bônus................................................................................................................... 26
8.4.2. Utilização do Bônus............................................................................................................... 26
8.4.3. Bônus Excedente ................................................................................................................... 26
8.4.4. Contabilização do Bônus ...................................................................................................... 26
8.4.5. Desoneração Integral da Pessoa Jurídica ........................................................................... 26
8.5. RETENÇÃO SOBRE PAGAMENTOS POR SERVIÇOS PRESTADOS ................................................. 26
8.5.1. Dispensa de Retenção da CSLL ........................................................................................... 27
8.6. RETENÇÃO POR ÓRGÃOS PÚBLICOS FEDERAIS ............................................................................. 27
8.6.1. Dispensa de Retenção da CSLL ........................................................................................... 27
9. APLICAÇÃO PRÁTICA ........................................................................................................................................ 27
ATIVIDADES RURAIS
Tratamento Tributário
As pessoas jurídicas que se dedicam à exploração de atividade rural sujeitam-se, atualmente, àsmesmas regras de incidência do
Imposto de Renda (inclusive adicional) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido aplicáveis às demais pessoas jurídicas,
podendo, atendidas as condições e limites da legislação vigente, enquadrar-se no lucro real, presumido ou arbitrado.
1. FORMA DE TRIBUTAÇÃO
A atividade rural é beneficiada com determinados incentivos, que somente podem ser utilizados pela pessoa jurídica
quando tributada com base no lucro real.
O lucro real deverá ser apurado de conformidade com as leis comerciais e fiscais, inclusive com amanutenção do LALUR,
segregando contabilmente as receitas, os custos e as despesas referentes à atividade rural das demais atividades, a fim
de se proceder a correta determinação dos resultados da atividade rural, comvistas à utilização dos citados incentivos.
A regra geral de apuração do lucro real é trimestral. No entanto, a empresa pode optar pela apuração do lucro real anual,
sem prejuízo do recolhimento mensal do IRPJ e da CSLL calculados com base em regime de estimativa. Nesse caso, o
período de apuração encerra-se em 31 de dezembro do respectivo ano-calendário.
Sobre o assunto, ver trabalhos, com exemplos práticos, no Módulo 1 deste Curso Prático.
1.1. LUCRO PRESUMIDO OU ARBITRADO
A pessoa jurídica que exerce atividade rural poderá optar pela tributação com base no lucro presumido, desde que
não se utilize de qualquer dos incentivos aplicáveis a essa atividade, observadas as normas aplicáveis às demais
pessoas jurídicas.
A pessoa jurídica rural pagará o Imposto de Renda sobre o lucro arbitrado nas hipóteses e condições previstas
para as demais pessoas jurídicas.
Na tributação com base no lucro presumido ou arbitrado, a apuração trimestral é obrigatória, qualquer que seja a
atividade da pessoa jurídica. As regras gerais para pagamento do IRPJ e da CSLL pelas empresas tributadas pelo
lucro presumido ou arbitrado encontram-se examinadas, com exemplos práticos, nos trabalhos divulgados no
Módulo 2 deste Curso Prático.
2. CONCEITODE ATIVIDADE RURAL
A exploração da atividade rural inclui as operações provenientes do giro normal da empresa, em decorrência do exercício
das seguintes atividades:
– agricultura;
– pecuária;
– extração e exploração vegetal e animal;
– exploraçãodeatividades zootécnicas, tais comoapicultura, avicultura, cunicultura, suinocultura, sericicultura, piscicultura
e de outras culturas de pequenos animais;
– exploração de atividade florestal, ou seja, o cultivo de florestas que se destinem ao corte para comercialização,
consumo ou industrialização;
– a venda de rebanho de renda, reprodutores ou matrizes;
– transformação de produtos decorrentes da atividade rural, sem que sejam alteradas a composição e as características
do produto in natura, feita pelo próprio agricultor ou criador, com equipamentos e utensílios usualmente empregados
nas atividades rurais, utilizando exclusivamente matérias-primas produzidas na área rural explorada, tais como:
a) beneficiamento de produtos agrícolas:
• descasque de arroz e de outros produtos semelhantes;
• debulha de milho;
• conservas de frutas etc.;
b) transformação de produtos agrícolas:
• moagem de trigo e de milho;
• moagem de cana-de-açúcar para produção de açúcar mascavo, melado, rapadura;
• grãos em farinha ou farelo;
c) transformação de produtos zootécnicos:
• produção de mel acondicionado em embalagem de apresentação;
• laticínio (pasteurização e o acondicionamento do leite; transformação do leite em queijo, manteiga e requeijão);
• produção de sucos de frutas acondicionados em embalagem de apresentação;
• produção de adubos orgânicos;
IRPJ/2009 – Nº 08 1
COAD ATC
d) transformação de produtos florestais:
• produção de carvão vegetal;
• produção de lenha com árvores da propriedade rural;
• venda de pinheiros e madeira de árvores plantadas na propriedade rural;
e) produção de embriões de rebanho em geral, alevinos e girinos em propriedade rural, independentemente de sua
destinação (reprodução ou comercialização);
– atividade de captura de pescado in natura, realizada por embarcações, desde que a exploração se faça com
apetrechos semelhantes ao da pesca artesanal (arrastões de praia, rede de cerca etc.), inclusive a exploração em
regime de parceria.
A inclusão de rendimentos auferidos em outras atividades que não as examinadas neste item 2, com o objetivo de usufruir
de benefícios fiscais, constitui fraude e sujeita o infrator à multa de 150% do valor da diferença do imposto devido, sem
prejuízos de outras cominações legais.
2.1. RECEITA BRUTA
Considera-se receita bruta da atividade rural aquela decorrente das atividades mencionadas no item 2, das quais
serão excluídas as vendas canceladas, as devoluções de vendas e os descontos incondicionais concedidos.
Na receita bruta não se incluem os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou
contratante, dos quais o vendedor dos produtos seja mero depositário.
2.1.1. Outros Valores Computados na Receita Bruta
São também computados como receita bruta da atividade rural:
– os valores recebidos de órgãos públicos, tais como auxílios, subvenções, subsídios, Aquisições do
Governo Federal (AGF) e as indenizações recebidas do Programa de Garantia da Atividade
Agropecuária (Proagro);
– o valor da entrega de produtos agrícolas, pela permuta comoutros bens ou pela dação empagamento;
– as sobras líquidas da destinação para constituição do Fundo de Reserva e do Fundo de Assistência
Técnica, Educacional eSocial, quando creditadas, distribuídas ou capitalizadas à pessoa jurídica rural
cooperada.
2.2. COMPROVAÇÃO DA RECEITA E DA DESPESA
A receita da atividade rural e as despesas de custeio e os investimentos deverão estar lastreados comdocumentos
com as características a seguir.
2.2.1. Receita da Atividade Rural
A receita bruta da atividade rural, decorrente da comercialização dos produtos, deverá ser sempre
comprovada por documentos usualmente utilizados nesta atividade, tais como nota fiscal do produtor,
nota fiscal de entrada, nota promissória rural vinculada à nota fiscal do produtor e demais documentos
reconhecidos pelas fiscalizações estaduais.
Quando a receita bruta da atividade rural for decorrente da alienação de bens, utilizados na exploração da
atividade rural, a comprovação poderá ser feita por documentação hábil e idônea, onde necessariamente
constem o nome, CPF ou CNPJ e endereço do adquirente, bem como a data e o valor da operação em
moeda corrente nacional.
2.2.2. Despesa de Custeio e Investimento da Atividade Rural
A despesa de custeio, assim considerada aquela necessária à percepção dos rendimentos da atividade
rural e à manutenção da respectiva fonte produtora, relacionada com a natureza das atividades rurais
exercidas, e o investimento, que é a aplicação de recursos financeiros que visem ao desenvolvimento da
atividade rural para a expansão da produção emelhoria da produtividade, serão comprovados através de
documentos idôneos, tais como nota fiscal, fatura, duplicata, recibo, contrato de prestação de serviços,
laudo de vistoria de órgão financiador e folha de pagamento de empregados, de modo que possa ser
identificada a destinação dos recursos.
A nota fiscal simplificada e o cupom de máquina registradora, quando identificarem o destinatário das
mercadorias ou produtos, são documentos hábeis para comprovar as despesas.
3. ATIVIDADES EXCLUÍDAS DO CONCEITO
Estão excluídas do conceito de atividade rural, não sendo aplicável o tratamento ora examinado, as atividades diversas
daquelas mencionadas no item 2, dentre elas:
a) a industrialização de produtos, tais como bebidas alcoólicas em geral, óleos essenciais, arroz beneficiado em
máquinas industriais, fabricação de vinho com uvas ou frutas;
b) a comercialização de produtos rurais de terceiros e a compra e venda de rebanho com permanência em poder da
pessoa jurídica rural emprazo inferior a 52 dias, quando em regimede confinamento, ou 138 dias, nos demais casos;
c) o beneficiamento ou a industrialização de pescado in natura;
d) o ganho auferido por pessoa jurídica rural proprietária de rebanho, entregue, mediante contrato por escrito, à outra
parte contratante (simples possuidora do rebanho), para o fim específico de procriação, ainda que o rendimento seja
predeterminado em número de animais;
IRPJ/2009 – Nº 08 2
COAD ATC
e) as receitas provenientes do aluguel ou arrendamento de máquinas, equipamentos agrícolas e pastagens, e da
prestação de serviços em geral, inclusive a de transportes de produtos de terceiros;
f) as receitas decorrentes da venda de recursos minerais, extraídos de propriedade rural, tais como metal nobre, pedras
preciosas, areia, aterro, pedreiras;
g) as receitas de vendas de produtos agropecuários recebidos em doação, quando o donatário não explore atividade
rural;
h) as receitas financeiras de aplicações de recursos no período compreendido entre dois ciclos de produção;
i) os valores dos prêmios ganhos a qualquer título pelos animais que participarem em concursos, competições, feiras e
exposições;
j) os prêmios recebidos de entidades promotoras de competições hípicas pelos proprietários, criadores e profissionais do
turfe;
l) as receitas oriundas da exploração de turismo rural e de hotel fazenda.
4. RESULTADO DA ATIVIDADE RURAL
Considera-se resultado da atividade rural a diferença entre os valores das receitas auferidas e das despesas incorridas no
período de apuração, correspondentes a todas as unidades rurais exploradas pela pessoa jurídica rural.
4.1. RESULTADO DA VENDA DE REPRODUTORES OU MATRIZES
Admite-se como da atividade própria das empresas que se dedicam à criação de animais os resultados
provenientes da venda de reprodutores ou matrizes, bem como do rebanho de renda, qualquer que seja o
montante do resultado dessa operação, desde que observado o período de permanência na empresa conforme
letra “b” do item 3.
4.2. RESULTADO DA VENDA DO IMOBILIZADOIntegra o resultado da atividade rural a alienação de todos os bens utilizados exclusivamente na produção rural,
tais como tratores, implementos, equipamentos,máquinas, utilitários e benfeitorias incorporadas ao imóvel rural.
4.2.1. Alienação da Terra Nua
Na alienação de bens utilizados na produção, o valor da terra nua NÃO constitui resultado da atividade
rural. Nesse caso, o ganho ou perda deve ser apurado, de acordo com regras aplicáveis às demais
pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real.
4.3. BENS REAVALIADOS
Integra o resultado da atividade rural a realização da contrapartida da reavaliação dos bens utilizados exclusivamente
na atividade rural.
5. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL E FISCAL
A forma de escriturar é de livre escolha da empresa rural, desde que mantida em registros permanentes, com obediência
aos preceitos da legislação comercial e fiscal e àsNormasBrasileiras deContabilidade editadas peloConselho Federal de
Contabilidade, devendo observarmétodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar asmutações patrimoniais
segundo o regime de competência.
5.1. EMPRESAS COM ATIVIDADES MISTAS
A empresa que desenvolve outras atividades, além da rural, e deseja usufruir benefícios fiscais citados nos itens 9
e 10 deste Trabalho, deverá segregar, contabilmente, as receitas, os custos e as despesas referentes à atividade
rural das demais atividades. Nesse caso, a pessoa jurídica deverá distribuir proporcionalmente à percentagemque
a receita líquida de cada atividade representar em relação à receita líquida total:
a) os custos e as despesas comuns a todas as atividades;
b) os custos e as despesas não dedutíveis, comuns a todas as atividades, a seremadicionados ao lucro líquido, na
determinação do lucro real;
c) os demais valores, comuns a todas as atividades, que devam ser computados no lucro real.
Receita Líquida Inexistente
No caso de a pessoa jurídica não possuir receita líquida no ano-calendário, a referida percentagem será
determinada com base nos custos ou despesas de cada atividade explorada.
5.2. LIVRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL
A empresa rural, que explore atividades mistas, deverá demonstrar, no LALUR, separadamente, o lucro ou
prejuízo contábil e o lucro ou prejuízo fiscal dessas atividades.
Embora a atividade rural esteja sujeita, como as demais atividades, à alíquota básica de 15% e ao adicional
de 10% quando o lucro real ultrapassar o limite fixado, haverá necessidade de se apurarem dois lucros
separadamente, para fins de compensação de prejuízos fiscais, conforme analisado no item 10 deste trabalho.
IRPJ/2009 – Nº 08 3
COAD ATC
5.3. RTT E FCONT
A Lei 11.638/2007 introduziu, a partir de 1-1-2008, complementado pela Lei 11.941/2009, o processo de harmoniza-
ção ou convergência das normas contábeis brasileiras aos padrões internacionais de contabilidade. Tal processo
trouxe impactos na determinação das bases de cálculo de tributos federais.
Para neutralizar esses impactos nas bases de cálculo do IRPJ e daCSLL , foi instituído o RTT –Regime Tributário
de Transição, onde será apurado novo lucro líquido conforme os critérios contábeis vigentes em 31-12-2007.
Para os anos-calendário de 2008 e 2009 a adoção do RTT é facultativa, sendo exercida na DIPJ – Declaração de
Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica de 2009. Uma vez exercida a opção, que também é extensiva
à empresa tributada pelo lucro presumido, ela se tornará irretratável.
A partir de 2010 a adoção doRTT passa a ser obrigatória para as empresas tributadas pelo lucro real, presumido e
arbitrado.
As pessoas jurídicas sujeitas cumulativamente ao lucro real e ao RTT, para realização dos ajustes ao lucro líquido
contábil segundo os padrões vigentes em 31-12-2007, deverão manter o Controle Fiscal Contábil de Transição
(FCONT) sendo proibida a substituição deste por qualquer outro controle oumemória de cálculo. O FCONT é uma
escrituração das contas patrimoniais e de resultado, em partidas dobradas, que considera os métodos e critérios
contábeis aplicados pela legislação tributária.
Sobre o assunto recomendamosa leitura daOrientação divulgada noFascículo 28/2009 doColecionador de IR.
6. CLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL DO GADO
Os custos com a criação do rebanho devem ser classificados no Ativo, segundo a expectativa de sua realização:
6.1. ATIVO CIRCULANTE
São classificados no Ativo Circulante, em conta apropriada, os custos com os estoques de animais destinados ao
descarte, engorda, revenda, ou a ser consumidos na produção de bens para venda até o final do próximoexercício.
6.2. ATIVO IMOBILIZADO
No Imobilizado serão classificados os custos com os animais destinados à reprodução ou à produção de
derivados:
a) GADO REPRODUTOR – indicativa do rebanho bovino, suíno, equino, ovino, etc., destinado à reprodução,
inclusive por inseminação artificial;
b) GADO DE RENDA – representando bovinos, suínos, ovinos e equinos, que a empresa explora, para a
produção de bens que constituem objeto de suas atividades;
c) ANIMAIS DE TRABALHO – compreendendo equinos, bovinos, muares, asininos destinados a trabalhos
agrícolas, sela e transporte.
6.3. VARIAÇÃO DE CRIAS NO PERÍODO DE APURAÇÃO
I – CRIAS NASCIDAS
Para fins de avaliação e contabilização das crias nascidas, durante o período de apuração, a empresa rural poderá
adotar:
a) Valor Real de Custo – as crias nascidas poderão ser inventariadas por este método quando o valor do rebanho
puder ser evidenciado mediante sistema de contabilidade de custo integrado e coordenado com o restante da
escrituração. Neste caso, o custo real da cria deverá ser transferido da conta que se achar registrado para a
conta do Ativo a que se destinam; ou
b) Preço Corrente de Mercado – quando o valor do rebanho não for apurado pelo método examinado na letra “a”
anterior, serão registradas contabilmente a débito da conta do Ativo a que se destina a cria nascida, em
contrapartida da conta Superveniências Ativas, receita tributável, observado o disposto no subitem 8.1.
II – CRIAS PERECIDAS
O gado que perecer deverá ser creditado à conta do Ativo em que se achava registrado e debitado à conta
Insubsistências Ativas, pelo valor real de custo, quando a contabilidade assim o venha registrando, ou pelo preço
corrente de mercado atribuído na última avaliação.
6.4. GADO UTILIZADO SIMULTANEAMENTE PARA RENDA E CUSTEIO
O gado utilizado simultaneamente para renda e custeio deve ser classificado no Ativo Imobilizado ou no Ativo
Circulante da empresa agropecuária, segundo a sua finalidade preponderante.
7. CLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL DAS CULTURAS AGRÍCOLAS
No que se refere aos dispêndios para formação de culturas agrícolas, a classificação contábil subordina-se aos seguintes
conceitos:
a) CULTURASTEMPORÁRIAS– são aquelas sujeitas ao replantio após cada colheita, tais comoomilho, o trigo, a cebola
etc. Nesse caso, os dispêndios para a formação da cultura serão considerados, no período de sua realização,
despesas de custeio. Assim, os custos devem ser registrados em conta própria do Ativo Circulante, cujo saldo será
baixado contra a conta de custo dos produtos vendidos, no Resultado do Período, por ocasião da comercialização do
produto agrícola;
IRPJ/2009 – Nº 08 4
COAD ATC
b) CULTURAS PERMANENTES – são aquelas não sujeitas a replantio após cada colheita. Nessa hipótese, os custos
pagos ou incorridos na formação dessa cultura serão contabilizados em conta do Ativo Imobilizado, sendo permitida a
exaustão ou a depreciação em quotas compatíveis com o tempo de vida útil, expectativa de colheitas ou de sua
produtividade. Quando a cultura permanente começar a produzir, os custos pagos ou incorridos na formação de seus
frutos serão contabilizados em conta do Ativo Circulante, que será transferida para custo de produtos vendidos, no
Resultado do Período, por ocasião da venda da colheita.
8. AVALIAÇÃO DE ESTOQUES
Os estoques de produtos agrícolas, animais e extrativos podem ser avaliados pelos preçoscorrentes de mercado,
segundo as práticas usuais de avaliação utilizadas emcada tipo de atividade. A faculdade de avaliar o estoque de produtos
agrícolas, animais ou extrativos ao preço corrente de mercado aplica-se não só aos produtores, mas também aos
comerciantes e industriais que operem com tais produtos. Essa possibilidade não impede que as empresas que exerçam
atividades agropastoris ou extrativas adotem outro tipo de determinação do custo, desde que previsto em lei.
8.1. DIFERIMENTO DA RECEITA DE AVALIAÇÃO DO ESTOQUE
Segundo o artigo 16 da Instrução Normativa 257 SRF/2002, a contrapartida do aumento do Ativo, em decorrência
da atualização do valor dos estoques de produtos agrícolas, animais e extrativos destinados à venda, tanto em
virtude do registro no estoque de crias nascidas no período de apuração, como pela avaliação do estoque a preço
demercado, constitui receita operacional, que comporá a base de cálculo do Imposto sobre aRenda no período de
apuração em que ocorrer a venda dos respectivos estoques.
A receita operacional mencionada anteriormente, no período de sua formação, constituirá exclusão do lucro
líquido e deverá ser controlada na Parte “B” do LALUR.
No período de apuração em que ocorrer a venda dos estoques atualizados, a sua entrega como permuta ou dação
empagamento comoutros bens, a receita operacional controlada naParte “B” do LALURdeverá ser adicionada ao
lucro líquido para efeito de determinar o lucro real.
Omesmo tratamento fiscal de diferimento mencionado será aplicado à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido,
conforme artigo 106 da Instrução Normativa 390 SRF/2004.
9. DEPRECIAÇÃO ACELERADA INCENTIVADA
Deacordo comoartigo 6º daMedidaProvisória 2.159-70/2001 os bens doAtivo Imobilizado, exceto a terra nua, adquiridos
por pessoa jurídica que explore atividade rural, para uso nessa atividade, poderão ser depreciados integralmente no
próprio ano da aquisição.
Não terá direito ao benefício da depreciação acelerada incentivada a pessoa jurídica rural que direcionar a utilização do
bem exclusivamente para outras atividades estranhas à atividade rural própria.
9.1. EXCLUSÃO NO LALUR
A depreciação integral no mesmo ano de aquisição consiste em registro, na escrituração comercial, do encargo
calculado à taxa normal de depreciação e exclusão, na Parte “A” do LALUR, do complemento necessário para
atingir o valor integral do bem.
9.1.1. Controle na Parte “B” do LALUR
O valor da depreciação, excluído na determinação do lucro real do ano de aquisição, deverá ser
controlado na Parte “B” do LALUR, para adição, a partir do período de apuração seguinte, na medida em
que a depreciação, à taxa normal, for sendo registrada na escrita contábil.
Por ocasião da alienação do bem, existindo saldo de depreciação naParte “B” do LALUR, este deverá ser
adicionado ao lucro líquido da atividade rural para fins de apuração do lucro real.
9.2. DESVIO DA UTILIZAÇÃO DO BEM
No período de apuração em que o bem já totalmente depreciado, em virtude de depreciação incentivada, for
desviado exclusivamente para outras atividades, deverá ser adicionado ao resultado líquido da atividade rural o
saldo da depreciação complementar existente na Parte “B” do LALUR. Retornando o bem a ser utilizado na
produção rural própria da pessoa jurídica, esta poderá voltar a fazer jus ao benefício da depreciação incentivada,
excluindo do resultado líquido da atividade rural no período a diferença entre o custo de aquisição do bem e a
depreciação acumulada até a época, fazendo os devidos registros na Parte “B” do LALUR.
9.3. RETORNO AO LUCRO REAL
A pessoa jurídica rural que retornar à tributação combase no lucro real deverá adicionar o encargo de depreciação
normal registrado na escrituração comercial, relativo a bens já totalmente depreciados, ao resultado líquido do
período de apuração, para determinação do lucro real da atividade rural, efetuando a baixa do respectivo valor no
saldo da depreciação incentivada controlado na Parte “B” do LALUR.
9.4. LUCRO PRESUMIDO E ARBITRADO
A pessoa jurídica rural que tiver usufruído o benefício fiscal da depreciação acelerada incentivada, vindo,
posteriormente, a ser tributada pelo lucro presumido ou arbitrado, caso aliene o bem depreciado com o incentivo
durante a permanência em um desses regimes, deverá adicionar à base de cálculo, para determinação do lucro
presumido ou arbitrado, o saldo remanescente da depreciação não realizada.
IRPJ/2009 – Nº 08 5
COAD ATC
9.5. EXCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DA CSLL
Embora a MP 2.159-70/2001 não disponha a respeito, a Receita Federal, através do artigo 52 da IN 93/97 e artigo
104 da IN 390 SRF/2004, determina que a depreciação integral aplica-se, inclusive, para efeito de determinação
da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Portanto, quando for o caso, a empresa rural
poderá excluir, do resultado contábil do período de apuração, o mesmo valor do complemento de depreciação
deduzido na determinação do lucro real, devendo proceder ao controle e à adição em períodos de apuração
posteriores. Da mesma forma, por força do disposto nos artigos 104, 105, 109 e 111 da IN 390 SRF/2004, o
tratamento tributário examinado nos subitens 9.2 a 9.4 serão também aplicáveis à CSLL.
Utilização do LALUR
Segundo a IN 390SRF/2004, a pessoa jurídica poderá utilizar o LALURou livro específico para apuração daCSLL,
para transcrever a demonstração do resultado ajustado e manter os registros de controle dos valores que devam
influenciar a determinação do resultado ajustado dos períodos subsequentes.
10. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS
Com o advento das Leis 8.981 e 9.065/95, a compensação de prejuízos fiscais, pelas empresas em geral, ficou limitada a
30%do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas na legislação do Imposto deRenda. No entanto, como a
tributação da atividade rural é regida por legislação específica, esse limite não se aplica à compensação dos prejuízos
fiscais decorrentes da atividade rural.
Empresa com Atividade Mista
Segundo a Instrução Normativa 257 SRF/2002, para efeito de compensação de prejuízos fiscais, as empresas que
exploram atividade rural juntamente com outra atividade deverão observar o exposto a seguir.
I – o prejuízo fiscal da atividade rural poderá ser compensado, sem qualquer limitação, nos seguintes casos:
a) compensação do prejuízo fiscal da atividade rural com o lucro real dessa mesma atividade, apurado em períodos
subsequentes;
b) compensação do prejuízo fiscal da atividade rural como lucro real de outras atividades apurado nomesmoperíodo.
II – a limitação de 30% do lucro real deverá ser observada na compensação:
a) de prejuízos fiscais da atividade rural com o lucro real de outra atividade, apurado em períodos subsequentes;
b) de prejuízos fiscais de outras atividades com o lucro real dessas mesmas atividades, em períodos de apuração
subsequentes.
Os prejuízos fiscais da atividade rural correspondentes aos anos-calendário de 1986 a 1990 somente poderão ser
compensados com o lucro real da atividade rural.
Mais detalhes sobre a compensação de prejuízos fiscais, ver Módulo 4 deste Curso Prático.
10.1. PREJUÍZOS NÃO OPERACIONAIS
Por força do artigo 31 da Lei 9.249/95, os prejuízos não operacionais apurados pelas pessoas jurídicas a partir de
1-1-96 somente poderão ser compensados em períodos de apuração seguintes, com lucros da mesma natureza,
observado o limite de 30% do lucro líquido ajustado.
Para fins do disposto anteriormente, consideram-se não operacionais os resultados decorrentes da alienação
de bens e direitos do antigo Ativo Permanente contido no atual Ativo Não Circulante não utilizados
exclusivamente na produção rural, incluída a terra nua, exceto as perdas decorrentes de baixa de bens ou
direitos do antigo Ativo Permanente, em virtude de terem-se tornado imprestáveis, obsoletos ou caído em
desuso, ainda que posteriormente venham a ser alienados como sucata.
Os procedimentosa serem observados na compensação de prejuízos não operacionais encontram-se examinados,
com ampla exemplificação prática, no Módulo 4 deste Curso Prático.
10.2. VALOR COMPENSÁVEL
Para os efeitos fiscais, considera-se prejuízo compensável o apurado na demonstração da base de cálculo do
imposto devido na atividade rural. Somente poderão ser compensados os prejuízos fiscais da atividade rural
apurados a partir de 31-12-86.
11. LUCRO PRESUMIDO OU ARBITRADO
Para efeito de determinação do lucro presumido ou arbitrado, as pessoas jurídicas que desenvolvem atividades rurais
devem aplicar, sobre a receita bruta apurada a cada trimestre, o percentual de 8 ou 9,6%, respectivamente. À parcela,
assim determinada, deverão ser acrescidos os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em
aplicações financeiras, as demais receitas e os resultados positivos não abrangidos na receita bruta.
Apuração do ganho de capital na alienação de imóvel rural
A partir de 1º de janeiro de 1997, por força do artigo 19 da Lei 9.393/96, para fins de apuração do ganho de capital, as
pessoas jurídicas, tributadas com base no lucro presumido ou arbitrado, deverão considerar como custo de aquisição e
valor da venda do imóvel rural o Valor da Terra Nua (VTN) constante do Documento de Informação e Apuração do ITR
(DIAT) ou o valor atribuído de ofício quando oDIAT não for entregue pelo proprietário do imóvel, nos anos de ocorrência de
sua aquisição e de sua alienação, respectivamente. Na apuração do ganho de capital correspondente a imóvel rural
IRPJ/2009 – Nº 08 6
COAD ATC
adquirido anteriormente a 1º de janeiro de 1997, será considerado custo de aquisição o valor constante da escritura
pública, devendo ser observado, com base no artigo 17 da Lei 9.249/95, que:
a) tratando-se de bens cuja aquisição tenha ocorrido até o final de 1995, o custo de aquisição poderá ser corrigido
monetariamente até 31 de dezembro desse ano, tomando-se por base o valor daUFIR vigente em1º de janeiro de 1996
(R$ 0,8287), não se lhes aplicando qualquer correção monetária a partir desta data;
b) tratando-se de bens adquiridos após 31 de dezembro de 1995, ao custo de aquisição dos bens não será atribuída
qualquer atualização monetária.
12. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO
As empresas rurais tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitrado, estão sujeitas ao pagamento da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
12.1. ALÍQUOTAS
Por força do artigo 37 da Lei 10.637/2002, relativamente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de
2003, a alíquota da CSLL será de 9%.
12.2. BASE DE CÁLCULO NEGATIVA
A Lei 8.981/95 limitou em 30% da base de cálculo positiva, apurada em períodos de apuração subsequentes, a
compensação da base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. A limitação de 30% era
observada inclusive para efeito de compensação da base de cálculo negativa da Contribuição Social apurada
pelas empresas rurais.
A partir de 13-3-2000, com a edição da Medida Provisória 1.991-15, de 10-3-2000 (Informativo 11/2000), atual
Medida Provisória 2.158-35/2001, esta limitação não mais se aplica ao resultado decorrente da exploração da
atividade rural.
Empresa com Atividade Mista
Aplica-se à compensação da base de cálculo negativa da CSLL o mesmo tratamento examinado nos incisos I e II
do item 10 anterior.
12.2.1. Impossibilidade de Compensação
De acordo comaMP2.158-35/2001, aplica-se à base de cálculo negativa daCSLL o disposto nos artigos
32 e 33 do Decreto-Lei 2.341/87. Esses dispositivos, incorporados ao RIR/99 através dos artigos 513 e
514, determinam, em relação a prejuízos fiscais, o que segue:
Mudança de Controle Societário e de Ramo de Atividade
A pessoa jurídica não poderá compensar seus próprios prejuízos fiscais se entre a data da apuração e da
compensação houver ocorrido, cumulativamente, modificação de seu controle societário e do ramo de
atividade.
Incorporação, Fusão e Cisão
A pessoa jurídica sucessora por incorporação, fusão ou cisão não poderá compensar prejuízos fiscais da
sucedida.
Quando ocorrer cisão parcial, a empresa remanescente da cisão continuará a gozar do direito de
compensar seus próprios prejuízos fiscais, se for o caso, sendo que, nessa hipótese, somente poderá
compensar a parcela de prejuízo fiscal PROPORCIONALaopatrimônio que nela houver permanecido.
13. CÁLCULO DO IRPJ
O cálculo do Imposto de Renda devido pelas empresas rurais deve ser efetuado de acordo com os critérios aplicáveis às
pessoas jurídicas em geral.
13.1. ALÍQUOTA DO IMPOSTO
A alíquota básica do IRPJ é de 15%.
13.2. ADICIONAL DO IRPJ
As pessoas jurídicas estão sujeitas ao adicional de 10% sobre a parcela do lucro que ultrapassar o limite de
R$ 20.000,00 para cada mês abrangido no período de apuração.
Apuração trimestral
As empresas tributadas com base no lucro presumido ou arbitrado, bem como aquelas tributadas pelo lucro real,
que se enquadrarem na apuração trimestral, estarão sujeitas ao adicional quando o lucro apurado no trimestre
exceder o limite de R$ 60.000,00 ou o valor correspondente ao resultado da multiplicação de R$ 20.000,00 pelo
número de meses que compuserem o período de apuração.
IRPJ/2009 – Nº 08 7
COAD ATC
Apuração anual
Asempresas enquadradas no regimede estimativa, que pagaremo Imposto deRendamensalmente, combase na
receita bruta e acréscimos, estarão sujeitas ao adicional quando a base de cálculo do imposto ultrapassar o limite
de R$ 20.000,00.
A pessoa jurídica deverá pagar o adicional do IRPJ, quando o lucro real apurado no encerramento do
ano-calendário ultrapassar o limite deR$ 240.000,00. No caso de período de apuração inferior a dozemeses, bem
como de apuração procedida em balanços/balancetes intermediários, para fins de suspensão/redução do
pagamento mensal do imposto, o limite será o valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número de
meses a que corresponder o respectivo período de apuração.
Empresas com Atividades Mistas
O adicional de 10% incidirá sobre a parcela do lucro real (atividades em geral e atividade rural) que exceder a
R$ 20.000,00 multiplicado pelo número de meses do período de apuração.
14. INCENTIVOS FISCAIS
A pessoa jurídica que explora a atividade rural não faz jus a qualquer redução do imposto a título de incentivo fiscal,
relativamente à parcela do IRPJ calculado sobre o lucro real dessa atividade.
15. ATIVIDADE RURAL EXERCIDA NO EXTERIOR
Os resultados da atividade rural exercida no exterior por pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil estão sujeitos à
incidência do Imposto sobre a Renda na forma prevista para as demais pessoas jurídicas, observado o disposto na
legislação pertinente, sendo vedada a compensação do prejuízo fiscal da atividade rural apurado no exterior com o lucro
real obtido no Brasil, seja este oriundo da atividade rural ou não.
16. EXEMPLO PRÁTICO
Empresa agropecuária, que tem como atividade secundária a industrialização de bebidas alcoólicas, levanta os seguintes
dados no ano-calendário de 2009:
ATIVIDADE RURAL
– Receita Bruta da Venda de Produtos R$ 6.386.244,48
– ICMS R$ 1.149.524,00
– PIS R$ 105.373,04
– COFINS R$ 485.354,58
– Receita Líquida R$ 4.645.992,86
– Custos R$ 1.852.412,14
– Despesas Operacionais R$ 2.158.424,96
ATIVIDADE NÃO INCENTIVADA
– Receita Bruta da Venda de Produtos R$ 2.991.712,82
– ICMS R$ 538.508,31
– PIS R$ 49.363,26
– COFINS R$ 227.370,18
– Receita Líquida R$ 2.176.471,07
– Custos R$ 1.166.826,61
– Despesas Operacionais R$ 742.299,76
RECEITAS E DESPESAS COMUNS
– Doações Indedutíveis R$ 23.162,03
– Dividendos de Part. Societárias Avaliadas pelo Custo de Aquisição R$ 108.714,96
– Perda na Avaliação de Investimento Avaliado pelo MEP R$ 11.082,61
– Variações Monetárias Passivas R$ 6.098,37
– Despesas Financeiras R$ 12.302,27
– Variações Monetárias Ativas R$ 6.558,78
– Receitas Financeiras R$ 28.638,14
– Despesascom Brindes R$ 22.722,29
– Depreciação de Veículo não Utilizado na Produção/Comercialização R$ 6.450,17
BENS ADQUIRIDOS EM 2009
– Equipamentos (aquisição em 15-4-2009) R$ 65.159,37
– Imóvel Rural (aquisição em 20-3-2009):
Valor da Terra Nua R$ 434.355,86
Edificações R$ 366.789,38
CSLL ESTIMADA DO ANO DE 2009 R$ 101.662,06
IRPJ ESTIMADO DO ANO DE 2009 R$ 156.319,10
IRPJ/2009 – Nº 08 8
COAD ATC
16.1. RECEITA LÍQUIDA POR ATIVIDADE
A empresa determina antecipadamente os percentuais que a receita líquida de cada atividade representa em
relação à receita líquida total, utilizando as seguintes fórmulas:
RP =
RLR x 100
e
RLS x 100
RLT RLT
RP = Percentual que cada receita líquida representa em relação à receita líquida total da empresa
RLR = Receita Líquida da Atividade Rural
RLS = Receita Líquida da Atividade Não Incentivada
RLT = Receita Líquida Total da Empresa
Assim, temos:
Receita da Atividade Rural:
R$ 4.645.992,86 x 100
= 68,10%
R$ 6.822.463,93
Receita da Atividade Não Incentivada:
R$ 2.176.471,07 x 100
= 31,90%
R$ 6.822.463,93
16.2. RATEIO DOS VALORES COMUNS
Com base nos percentuais determinados no subitem anterior, a empresa procede, então, ao rateio dos valores
contabilizados englobadamente durante o ano-calendário, comuns às atividades incentivada e não incentivada.
ESPÉCIE
TOTAL
(100%)
R$
ATIVIDADE RURAL
(68,10%)
R$
ATIVIDADE NÃO
INCENTIVADA
(31,90%)
R$
Doações indedutíveis 23.162,03 15.773,34 7.388,69
Dividendos recebidos 108.714,96 74.034,89 34.680,07
Perda em investimento avaliado pelo MEP 11.082,61 7.547,26 3.535,35
Variações monetárias passivas 6.098,37 4.152,99 1.945,38
Despesas financeiras 12.302,27 8.377,85 3.924,42
Variações monetárias ativas 6.558,78 4.466,53 2.092,25
Receitas financeiras 28.638,14 19.502,57 9.135,57
Despesas com brindes 22.722,29 15.473,88 7.248,41
Depreciação de veículo não dedutível 6.450,17 4.392,57 2.057,60
ATIVIDADE RURAL
Demonstração do Lucro Líquido ANTES da CSLL e do IRPJ
Receita bruta
ICMS
Contribuições incidentes s/vendas
Receita líquida
Custos dos produtos vendidos
Lucro bruto
Variações monetárias ativas
Receitas financeiras
Dividendos recebidos
Despesas operacionais
Despesas financeiras
Variações monetárias passivas
Perda na avaliação de investimento pelo MEP
Lucro operacional
Lucro líquido ANTES da CSLL e do IRPJ
R$
6.386.244,48
(1.149.524,00)
(590.727,62)
4.645.992,86
(1.852.412,14)
2.793.580,72
4.466,53
19.502,57
74.034,89
(2.158,424,96)
(8.377,85)
(4.152,99)
(7.547,26)
713.081,65
713.081,65
IRPJ/2009 – Nº 08 9
COAD ATC
ATIVIDADE NÃO INCENTIVADA
Demonstração do Lucro Líquido ANTES da CSLL e do IRPJ
Receita bruta
ICMS
Contribuições incidentes s/vendas
Receita líquida
Custos dos produtos vendidos
Lucro bruto
Variações monetárias ativas
Receitas financeiras
Dividendos recebidos
Despesas operacionais
Despesas financeiras
Variações monetárias passivas
Perda na avaliação de investimento pelo MEP
Lucro operacional
Lucro líquido ANTES da CSLL e do IRPJ
R$
2.991.712,82
(538.508,31)
(276.733,44)
2.176.471,07
(1.166.826,61)
1.009.644,46
2.092,25
9.135,57
34.680,07
(742.299,76)
(3.924,42)
(1.945,38)
(3.535,35)
303.847,44
303.847,44
16.3. DEPRECIAÇÃO ACELERADA INCENTIVADA
Durante o ano-calendário, a empresa rural adquiriu bens do Ativo Imobilizado destinados à produção, podendo
beneficiar-se do incentivo da depreciação acelerada para efeito de determinação das bases de cálculo do IRPJ e
da CSLL, conforme examinado no item 9 deste trabalho.
Assim, temos:
I – AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS EM 15-4-2009:
Valor de Aquisição do Bem = R$ 65.159,37
Depreciação Anual
10% de R$ 65.159,37 = R$ 6.515,94
Depreciação Registrada na Contabilidade
R$ 6.515,94 x 9 = R$ 4.886,96
12
Depreciação Acelerada
R$ 65.159,37 – R$ 4.886,96 = R$ 60.272,41
II – AQUISIÇÃO DE IMÓVEL RURAL EM 20-3-2009:
Como o valor da terra nua não deve ser considerado no cálculo da depreciação, o incentivo de depreciação
acelerada somente abrangerá o valor das edificações, como segue:
Valor de Aquisição do Bem = R$ 366.789,38
Depreciação Anual
4% de R$ 366.789,38 = R$ 14.671,58
Depreciação Registrada na Contabilidade
14.671,58 x 10 = R$ 12.226,32
12
Depreciação Acelerada
R$ 366.789,38 – R$ 12.226,32 = R$ 354.563,06
IRPJ/2009 – Nº 08 10
COAD ATC
16.4. CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
A empresa calcula o valor da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido em função do resultado de cada
atividade.
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O RESULTADO DA ATIVIDADE RURAL
a) Base de Cálculo:
Lucro Líquido R$ 713.081,65
Ajuste:
– Dividendos de part. societárias avaliadas pelo custo de aquisição (–) R$ 74.034,89
– Depreciação acelerada incentivada de equipamento (–) R$ 60.272,41
– Depreciação acelerada incentivada de imóvel (–) R$ 354.563,06
– Doações indedutíveis (+) R$ 15.773,34
– Perda na avaliação de investimento pelo MEP (+) R$ 7.547,26
– Despesas com brindes (+) R$ 15.473,88
– Depreciação não dedutível de veículo (+) R$ 4.392,57
– Lucro Líquido Ajustado R$ 267.398,34
b) Valor da Contribuição
9% de R$ 267.398,34 = R$ 24.065,85
c) Lucro Líquido Após a CSLL:
R$ 713.081,65 – R$ 24.065,85 = R$ 689.015,80
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O RESULTADO DA ATIVIDADE NÃO INCENTIVADA
a) Base de Cálculo:
Lucro Líquido R$ 303.847,44
Ajustes:
Dividendos de Part. Societárias Avaliadas pelo Custo de aquisição (–) R$ 34.680,07
– Doações indedutíveis (+) R$ 7.388,69
– Perdas na avaliação de investimento pelo MEP (+) R$ 3.535,35
– Despesas com brindes (+) R$ 7.248,41
– Depreciação não dedutível de veículo (+) R$ 2.057,60
– Lucro Líquido Ajustado R$ 289.397,42
b) Valor da Contribuição
9% de R$ 289.397,42 = R$ 26.045,77
c) Lucro Líquido Após a CSLL:
R$ 303.847,44 – R$ 26.045,77 = R$ 277.801,67
CONSTITUIÇÃO DA PROVISÃO PARA A CSLL
O registro contábil da Provisão para a CSLL é feito da seguinte forma:
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL S/LUCRO LÍQUIDO (Conta de Resultado)
a PROVISÃO PARA A CSLL (Passivo Circulante)
Valor provisionado ref. ano-calendário de 2009
Sobre o resultado da atividade rural 24.065,85
Sobre o resultado da atividade não incentivada 26.045,77 50.111,62
_____________________ / / _____________________
Pela compensação da CSLL recolhida sob a forma de estimativa:
PROVISÃO PARA A CSLL (Passivo Circulante)
a CSLL ESTIMADA (Ativo Circulante)
Valor que se transfere para fins de compensação 50.111,62
_____________________ / / _____________________
Nessa hipótese, a empresa agropecuária apurou um saldo a compensar da CSLL de R$ 51.550,44 (R$ 101.662,06 –
R$ 50.111,62).
IRPJ/2009 – Nº 08 11
COAD ATC
16.5. APURAÇÃO DO LUCRO REAL
Como a empresa exerce outra atividade, além da rural, deve transcrever, no Livro de Apuração do Lucro Real
(LALUR), separadamente, o lucro líquido e o lucro real relativos a cada atividade.
Tomando por base os dados demonstrados nos subitens anteriores, o LALUR é preenchido do seguinte modo:
DEMONSTRAÇÃO DO LUCRO REAL DA ATIVIDADE RURAL
REGISTRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL
PARTE A – REGISTRO DOS AJUSTES DO LUCRO LÍQUIDO
DATA HISTÓRICO ADIÇÕES EXCLUSÕES
Atividade Rural
31-12-2009 Doações Indedutíveis
Valor registrado à fl. 31 do Diário nº 18 15.773,34
31-12-2009 Dividendos Recebidos
Valor registrado à fl.71 do Diário nº 18 74.034,89
31-12-2009 Perda na Avaliação de Investimento pelo MEP
Valor apurado na avaliação de investimento em coligada
conforme registro à fl. 163 do Diário nº 18 7.547,26
31-12-2009 Despesas com Brindes
Despesas pagas conforme registro à fl. 123 do Diário nº 18 15.473,88
31-12-2009 Depreciação de Veículos
Valor do encargo indedutível por se tratar de bem não utilizado
na produção/comercialização 4.392,57
31-12-2009 Depreciação Acelerada Incentivada deEquipamento Rural
Valor de aquisição 65.159,37
Encargo contabilizado em 31-12-2009 (4.886,96) 60.272,41
31-12-2009 Depreciação Acelerada de Edificação Rural
Valor de aquisição 366.789,38
Encargo contabilizado em 31-12-2009 (12.226,32) 354.563,06
31-12-2009 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
Valor da despesa contabilizado em 31-12-2009 24.065,85
Total das Adições e Exclusões 67.252,90 488.870,36
31-12-2009 Demonstração do Lucro Real da Atividade Rural
1. Lucro Líquido após a CSLL 689.015,80
2. Mais: Adições
2.1. Doações Indedutíveis 15.773,34
2.2. Perda na Avaliação de Investimento pelo MEP 7.547,26
2.3. Despesas com Brindes 15.473,88
2.4. Depreciação de Veículos 4.392,57
2.5. CSLL 24.065,85 (+) 67.252,90
3. Menos: Exclusões
3.1. Dividendos Recebidos 74.034,89
3.2. Depreciação Acelerada Incentivada 414.835,47 (–) 488.870,36
3.3. Lucro Real 267.398,34
Reconhecemos a exatidão desta Demonstração
Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 2009
a) Diretor, Gerente ou Titular b) Contabilista
CRC-RJ nº
IRPJ/2009 – Nº 08 12
COAD ATC
DEMONSTRAÇÃO DO LUCRO REAL DA ATIVIDADE NÃO INCENTIVADA
REGISTRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL
PARTE A – REGISTRO DOS AJUSTES DO LUCRO LÍQUIDO
DATA HISTÓRICO ADIÇÕES EXCLUSÕES
Atividade não Incentivada
31-12-2009 Doações Indedutíveis
Valor registrado à fl. 31 do Diário nº 18 7.388,69
31-12-2009 Dividendos Recebidos
Valor registrado à fl. 71 do Diário nº 18 34.680,07
31-12-2009 Perda na Avaliação de Investimento pelo MEP
Valor apurado na avaliação de investimento em coligada
conforme registro à fl. 163 do Diário nº 18 3.535,35
31-12-2009 Despesas com Brindes
Despesas pagas conforme registro à fl. 123 do Diário nº 18 7.248,41
31-12-2009 Depreciação de Veículos
Valor do encargo indedutível por se tratar de bem não
utilizado na produção/comercialização 2.057,60
31-12-2009 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
Valor da despesa contabilizado em 31-12-2009 26.045,77
Total das Adições e Exclusões 46.275,82 34.680,07
31-12-2009 Demonstração do Lucro Real da Atividade Não Incentivada
1. Lucro Líquido após a CSLL 277.801,67
2. Mais: Adições
2.1. Doações 7.388,69
2.2. Perda na Avaliação de Investimento pelo MEP 3.535,35
2.3. Despesas com Brindes 7.248,41
2.4. Depreciação de Veículo 2.057,60
2.5. CSLL 26.045,77 (+) 46.275,82
3. Menos: Exclusões
3.1. Dividendos Recebidos (–) 34.680,07
3.3. Lucro Real 289.397,42
Reconhecemos a exatidão desta Demonstração
Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 2009
a) Diretor, Gerente ou Titular b) Contabilista
CRC-RJ nº
IRPJ/2009 – Nº 08 13
COAD ATC
CONTROLE NO LALUR
Os valores excluídos na determinação do lucro real são controlados na Parte “B” do LALUR, como segue:
REGISTRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL
PARTE B – CONTROLE DE VALORES QUE CONSTITUIRÃO AJUSTE DO LUCRO LÍQUIDO DE PERÍODOS FUTUROS
CONTA: Depreciação Acelerada Incentivada – Equipamento para a Atividade Rural – Ano-Calendário 2009
DATA DO
LANÇAMENTO
(1)
HISTÓRICO
(2)
PARA EFEITO DE CORREÇÃO
MONETÁRIA CONTROLE DOS VALORES
MÊS DE
REFERÊNCIA
(3)
VALOR A
CORRIGIR
(4)
COEF.
(5)
DÉBITO
(6)
CRÉDITO
(7)
SALDO
R$
(8)
D/C
(9)
31-12-2009 Depreciação Acelerada Incentivada
Valor do Equipamento adquirido
em 15-4-2009 (R$ 65.159,37)
deduzido do encargo de depreciação
contabilizado em 31-12-2009
(R$ 4.886,96), a ser adicionado
em períodos de apuração posteriores 60.272,41 60.272,41 D
REGISTRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL
PARTE B – CONTROLE DE VALORES QUE CONSTITUIRÃO AJUSTE DO LUCRO LÍQUIDO DE PERÍODOS FUTUROS
CONTA: Depreciação Acelerada Incentivada – Edificações Rurais – Ano-Calendário de 2009
DATA DO
LANÇAMENTO
(1)
HISTÓRICO
(2)
PARA EFEITO DE CORREÇÃO MONETÁRIA CONTROLE DOSVALORES
MÊS
DE REF.
(3)
VALOR A
CORRIGIR
(4)
COEF.
(5)
DÉBITO
(6)
CRÉDITO
(7)
SALDO
R$
(8)
D/C
(9)
31-12-2009 Depreciação Acelerada Incentivada
Valor do Imóvel (exceto terra nua)
em 20-3-2009 (R$ 366.789,38)
deduzido do encargo de depreciação
contabilizado em 31-12-2009
(R$ 12.226,32), a ser adicionado
em períodos de apuração posteriores 354.563,06 354.563,06 D
CÁLCULO DO IMPOSTO
IMPOSTO SOBRE O LUCRO REAL DA ATIVIDADE RURAL
15% de R$ 267.398,34 R$ 40.109,75
IMPOSTO SOBRE O LUCRO REAL DA ATIVIDADE NÃO INCENTIVADA
15% de R$ 289.397,42 R$ 43.409,61
ADICIONAL DO IMPOSTO
10% de R$ 316.795,76 (R$ 267.398,34 + R$ 289.397,42 – R$ 240.000,00) R$ 31.679,58
TOTAL R$ 115.198,94
CONSTITUIÇÃO DA PROVISÃO
O registro contábil da Provisão é feito da seguinte forma:
RESULTADO DO PERÍODO
a PROVISÃO PARA IMPOSTO DE RENDA (Passivo
Circulante)
Valor provisionado referente IRPJ do ano-calendário
de 2009:
S/lucro real da atividade rural 40.109,75
S/lucro real da atividade não incentivada 43.409,61
Adicional do imposto 31.679,58 115.198,94
_____________________ / / ____________________
IRPJ/2009 – Nº 08 14
COAD ATC
Pela compensação do imposto estimado:
PROVISÃO PARA IMPOSTO DE RENDA (Passivo Circulante)
a IRPJ ESTIMADO (Ativo Circulante)
Valor que se transfere para fins de compensação 115.198,94
___________________ / / ____________________
Da mesma forma que na apuração da CSLL, a empresa apurou saldo a compensar do IRPJ no valor de R$ 41.120,16
(R$ 156.319,10 – R$ 115.198,94).
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL:
– Lei 8.023, de 12-4-90 (Informativo 11/90);
– Lei 8.383, de 30-12-91 (Informativo 53/91);
– Lei 8.541, de 23-12-92 (Informativo 52/92);
– Lei 8.981, de 20-1-95 (Informativo 04/95);
– Lei 9.065, de 20-6-95 (Informativo 25/95);
– Lei 9.249, de 26-12-95 (Informativo 52/95);
– Lei 9.250, de 26-12-95 (Informativo 52/95);
– Lei 9.393, de 19-12-96 (Informativo 51/96);
– Lei 9.430, de 27-12-96 (Informativo 53/96);
– Lei 10.637, de 30-12-2002 (Informativo 53/2002);
– Lei 11.638, de 28-12-2007 (Fascículo 01/2008);
– Lei 11.941, de 28-5-2009 (Fascículo 22/2009);
– Medida Provisória 2.158-35, de 24-8-2001 (Informativo 35/2001);
– Medida Provisória 2.159-70, de 24-8-2001 (Informativo 35/2001);
– Decreto 3.000, de 26-3-99 – Regulamento do Imposto de Renda – artigos 58, 59, 61, 62, 246, 297, 314, 406, 458, 510, 512 a
514, 516, 519, 532, 541 e 542 (Portal COAD);
– Resolução 909 CFC, de 8-8-2001 (Informativo 39/2001);
– Instrução Normativa 11 SRF, de 21-2-96 (Informativo 08/96);
– Instrução Normativa 83 SRF, de 11-10-2001 (Informativo 42/2001);
– Instrução Normativa 93 SRF, de 24-12-97 (Informativo 53/97);
– Instrução Normativa 257 SRF, de 11-12-2002 (Informativo 51/2002);
– Instrução Normativa 390 SRF, de 30-1-2004 (Informativo 05/2004);
– Instrução Normativa 945 RFB, de 29-5-2009 – Instruções para Preenchimento da DIPJ/2009 (Fascículo 23/2009);
– Parecer Normativo 5 CST, de 14-2-86 (DO-U de 17-2-86);
– Parecer Normativo 7 CST, de 17-3-82 (Informativo 11/82);
– Parecer Normativo 57 CST, de 30-7-76 (Informativo 41/76);
– Parecer Normativo 511 CST, de 3-12-70 (DO-U de 21-12-70);
– Perguntas & Respostas – IRPJ – RFB/2009 – Capítulo XII – Questões 001 a 036.
IRPJ/2009 – Nº 08 15
COAD ATC
SOCIEDADES COOPERATIVAS
Tratamento Tributário
A Lei 5.764/71, que define a Política Nacional de Cooperativismo, dispõe que as sociedades cooperativas, constituídas na forma
da legislação específica, não sofrerão incidência do Imposto deRenda sobre os resultados de suas atividades econômicas, desde
que estas sejam exploradas em proveito comum de seus associados e sem objetivo de lucro.
Desde 1º de janeiro de 2005, de acordo com o artigo 39 da Lei 10.865/2004, as sociedades cooperativas que obedecerem ao
disposto na legislação específica, relativamente aos atos cooperativos, ficarão isentas da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL).
1. CONCEITO
As cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de naturezacivil, não sujeitas a
falência, constituídas para prestar serviços aos associados.
Celebram contrato de sociedade cooperativa as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou
serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro.
2. OBJETIVOS SOCIAIS
As sociedades cooperativas poderão, com o fim de viabilizar a atividade de seus associados, adotar qualquer objeto,
respeitadas as limitações legais no sentido de não exercerem atividades ilícitas ou proibidas em lei.
Os objetivos sociais mais utilizados em sociedades cooperativas são:
a) cooperativas agropecuárias;
b) cooperativas de trabalho;
c) cooperativas de transporte;
d) cooperativas de crédito;
e) cooperativas habitacionais;
f) cooperativas de saúde.
3. CARACTERÍSTICAS
As sociedades cooperativas identificam-se de acordo com o objeto ou pela natureza das atividades desenvolvidas por
elas, ou por seus associados. É um tipo de sociedade que se distingue dos demais pelas seguintes características:
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
(Lei 5.764/71 – artigo 4º)
NOVO CÓDIGO CIVIL
(Lei 10.406/2002 – artigo 1.094)
I) adesão voluntária, com número ilimitado de associados, salvo
impossibilidade técnica de prestação de serviços;
a) concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a
administração da sociedade, sem limitação de número máximo;
II) variabilidade do capital social, representado por quotas-parte; b) variabilidade, OU DISPENSA do capital social;
III) limitação do número de quotas-parte do Capital Social para
cada associado, facultado, porém, o estabelecimento de critérios
de proporcionalidade, se assim for mais adequado para o cumpri-
mento dos objetivos sociais;
c) limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada
sócio poderá tomar;
IV) incessibilidade das quotas-parte do capital a terceiros, estra-
nhos à sociedade;
d) intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à
sociedade, AINDA QUE POR HERANÇA;
V) singularidade de voto, podendo as cooperativas centrais, fede-
rações e confederações de cooperativas, com exceção das que
exerçam atividade de crédito, optar pelo critério da proporcionali-
dade;
e) direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou
não capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua partici-
pação;
VI) quorum para o funcionamento e deliberação da assembleia
geral baseado no número de associados e não no capital;
f) quorum, para a assembleia geral funcionar e deliberar, fundado
no número de sócios presentes à reunião, e não no capital social
representado;
VII) retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às
operações realizadas pelo associado, salvo deliberação em con-
trário da assembleia geral;
g) distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das ope-
rações efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuí-
do juro fixo ao capital realizado;
VIII) indivisibilidade dos Fundos de Reserva e de Assistência Téc-
nica, Educacional e Social;
h) indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que
em caso de dissolução da sociedade.
IX) neutralidade política e indiscriminação religiosa, racial e social; —
X) prestação de assistência aos associados e, quando previsto nos
estatutos, aos empregados da cooperativa; —
XI) área de admissão de associados limitada às possibilidades de
reunião, controle, operações e prestação de serviços. —
IRPJ/2009 – Nº 08 16
COAD ATC
3.1. CAPITAL SOCIAL
A Lei 5.764/71, em seu artigo 24, dispõe que o capital social será subdividido em quotas-parte, podendo a
subscrição ser proporcional ao movimento de cada sócio.
Para a formação do capital social é possível estipular que o pagamento das quotas-parte seja realizado mediante
prestações periódicas, independentemente de chamada, em moeda corrente nacional ou bens.
A legislação específica prevê que a integralização das quotas-parte e o aumento do capital social poderão ser
feitos com bens avaliados previamente e após homologação em assembleia geral ou mediante retenção de
determinada porcentagem do valor do movimento financeiro de cada sócio.
O atual CódigoCivil prevê a dispensa da sociedade cooperativa formar o capital social inicial comquotas-parte dos
sócios, ou seja, o início da atividade econômica da sociedade poderá ocorrer sem que lhe seja oferecido qualquer
recurso inicial.
3.2. QUOTAS-PARTE SUBSCRITAS
A integralização da quota-parte do capital social, seja em dinheiro, seja em bens de qualquer espécie, representa
que o sócio transfere bens de seu patrimônio particular para o patrimônio, completamente autônomo, da
sociedade cooperativa. Passa apenas a ser titular da quota-parte que integralizou, cujo direito patrimonial é
representado pelo crédito, em perceber uma parcela da sobra líquida durante a existência social, e em participar
na partilha da massa resídua, depois de liquidada a sociedade cooperativa.
3.2.1. Intransferibilidade das Quotas do Capital (Cessão a Terceiros)
Conforme o item 3, IV, deste trabalho, a Lei específica estabelece que as quotas-parte do capital social
são intransferíveis a terceiros, estranhos à sociedade cooperativa.
Oatual CódigoCivil acrescenta que as quotas-parte são intransferíveis, AINDAQUEPORHERANÇA.
Observe-se que a vedação não se aplica se o herdeiro também for associado, visto que a operação de
transferência entre associados é permitida, na forma do artigo 26 da Lei 5.764, de 1971.
3.2.2. Inadmissibilidade da Concessão de Benefícios às Quotas-parte
É vedado às cooperativas distribuírem qualquer espécie de benefício às quotas-parte do capital ou
estabelecer outras vantagens ou privilégios, financeiros ou não, em favor de quaisquer associados ou
terceiros.
Excetuam-se da vedação os juros pagos até omáximo de 12% ao ano atribuídos ao capital integralizado,
observando-se que a cooperativa somente pode pagar os referidos juros quando tiverem sido apuradas
sobras.
A inobservância desse tratamento importará tributação integral dos resultados, na forma prevista no
Regulamento do Imposto de Renda.
4. ATOS COOPERATIVOS
Nos termos do artigo 79 da Lei 5.764, denominam-se atos cooperativos aqueles praticados entre a cooperativa e seus
associados, entre estes e aquela e pelas cooperativas entre si quando associados, para consecução dos objetivos sociais.
O ato cooperativo não implica operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria.
Podem ser citados como exemplos de atos cooperativos, dentre outros, os seguintes:
a) a entrega de produtos dos associados à cooperativa, para comercialização, bem como o repasse efetuado pela
cooperativa a eles, decorrentes dessa comercialização, nas cooperativas de produção agropecuárias;
b) o fornecimento de bens e mercadorias a associados, desde que vinculadas à atividade econômica do associado e que
sejam objeto da cooperativa nas cooperativas de produção agropecuárias;
c) as operações de beneficiamento, armazenamento e industrialização de produto do associado nas cooperativas de
produção agropecuárias;
d) atos de cessão ou usos de casas, nas cooperativas de habitação;
e) fornecimento de créditos aos associados das cooperativas de crédito.
5. ATOS NÃO COOPERATIVOS LEGALMENTE PERMITIDOS
São permitidos, embora não cooperativos, os atos relacionados a seguir, por servirem ao propósito de pleno preenchimento
dos objetivos sociais:
a) a comercialização ou industrialização, pelas cooperativas agropecuárias ou de pesca, de produtos adquiridos de não
associados, agricultores, pecuaristas ou pescadores, para completar lotes destinados ao cumprimento de contratos ou
para suprir capacidade ociosa de suas instalações industriais;
b) o fornecimento de bens ou serviços a não associados, para atender aos objetivos sociais;
c) a participação em sociedades não cooperativas, públicas ou privadas, para atendimento de objetivos acessórios ou
complementares.IRPJ/2009 – Nº 08 17
COAD ATC
6. TRATAMENTO CONTÁBIL
OConselho Federal de Contabilidade (CFC), através da Resolução 920/2002, aprovou aNormaBrasileira de Contabilidade
(NBC) T 10.8, que estabelece os critérios e procedimentos específicos de avaliação, de registro das variações
patrimoniais e de estrutura das demonstrações contábeis, e as informações mínimas a serem incluídas em notas
explicativas para as entidades cooperativas, exceto às que operam Plano Privado de Assistência à Saúde, conforme
definido em Lei.
De acordo com a NBC T 10.8, a escrituração contábil nas sociedades cooperativas é obrigatória, aplicando-se a essas
entidades os Princípios Fundamentais de Contabilidade, as Normas Brasileiras de Contabilidade, especialmente a NBCT
2 e a NBC T 4, com as alterações tratadas nos itens 10.8.5.1, 10.8.6.1 e 10.8.7.1 da NBC T 10.8, bem como todas as suas
Interpretações e os Comunicados Técnicos editados pelo Conselho Federal de Contabilidade.
6.1. MOVIMENTAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA
A movimentação econômico-financeira decorrente do ato cooperativo, na forma disposta no estatuto social, é
definida contabilmente como ingressos e dispêndios (conforme definido em lei).
As receitas e os ganhos do período, computados independentemente de seu recebimento, na forma do item
3.3.2.1, “a”, da NBC T 3.3, bem como as demais rendas e rendimentos, ficam denominados de ingressos.
Os custos dos produtos oumercadorias fornecidos (vendidos) e dos serviços prestados, as despesas, os encargos
e as perdas, pagos ou incorridos, correspondentes aos ganhos e receitas referidos anteriormente, conforme item
3.3.2.1, “b”, da NBC T 3.3, ficam denominados dispêndios.
A movimentação econômico-financeira originada do ato não cooperativo é definida como receitas, custos e
despesas.
O resultado líquido decorrente do ato não cooperativo, quando positivo, deve ser destinado para a Reserva de
Assistência Técnica, Educacional e Social, não podendo ser objeto de rateio entre os associados. Quando
negativo, deve ser levado à Reserva Legal e, se insuficiente sua cobertura, será rateado entre os associados.
As perdas apuradas no exercício não cobertas pela Reserva Legal serão rateadas entre os associados, conforme
disposições estatutárias e legais, e registradas individualmente em contas do Ativo, após deliberação da
assembleia geral.
Enquanto não houver deliberação da assembleia geral pela reposição das perdas apuradas, estas devem ser
debitadas no Patrimônio Líquido na conta de Perdas não Cobertas pelos Cooperados.
Os dispêndios de Assistência Técnica Educacional e Social serão registradas em contas de resultados e poderão
ser absorvidas pela Reserva de Assistência Técnica, Educacional e Social em cada período de apuração.
Os ajustes de exercícios anteriores devem ser apresentados como conta destacada no Patrimônio Líquido, que
será submetida à deliberação da assembleia geral.
As provisões e as contingências serão registradas em conta de resultado e, em contrapartida, no Passivo.
As provisões constituídas por Entidades Cooperativas específicas, destinadas a garantir ativos ou riscos de
operações, deverão ser registradas em conta de Passivo.
As Reservas de Incentivos Fiscais e Reavaliação são consideradas indivisíveis.
6.1.1. Diferença entre Sobras Líquidas e Resultado do Exercício
Conforme esclarece a questão 19, capítulo XVII, do Perguntas e Respostas da RFB, na linguagem
cooperativa, o termo “sobras líquidas” designa o próprio lucro líquido, ou lucro apurado em balanço, que
deve ser distribuído sob a rubrica de retorno ou como bonificação aos associados, não em razão das
quotas-parte de capital, mas em consequência das operações ou negócios por eles realizados na
cooperativa.
Na linguagemcomercial, o resultado do exercício é o lucro, o provento ou o ganhoobtido emumnegócio.
É, assim, o que proveio das operações mercantis ou das atividades comerciais.
Por resultado, em sentido propriamente contábil, entende-se a conclusão a que se chegou na verificação
de uma conta ou no levantamento de um balanço (lucro ou prejuízo). Em relação às contas, refere-se ao
saldo da Demonstração do Resultado do Exercício, que tanto pode ser credor como devedor.
Quando se fala dos balanços, alude-se à apuração dos lucros ou prejuízos em determinado período.
E, dessa forma, o resultado, ou o que se apurou, tanto pode ser favorável, quando há lucro, como
desfavorável, quando se verifica prejuízo.
Assim, o fato de a lei do cooperativismo denominar a mais valia de “sobra”, não tem o intuito de excluí-la
do conceito de lucro, mas permitir um disciplinamento específico da destinação desses resultados
(sobras), cujo parâmetro é o volume de operações de cada associado, enquanto o lucro deve guardar
relação com a contribuição do capital.
7. TRATAMENTO TRIBUTÁRIO – IRPJ
Os resultados positivos obtidos pelas sociedades cooperativas gozam ou não da não incidência do Imposto de Renda
(IRPJ), conforme decorram, respectivamente, de operações com associados ou não associados.
IRPJ/2009 – Nº 08 18
COAD ATC
7.1. RESULTADOS NÃO TRIBUTADOS
São beneficiados com a não incidência do IRPJ os resultados positivos decorrentes de atos cooperativos, ou seja,
de operações não qualificadas como atos de mercancia, tais como as mencionadas no item 4 deste trabalho.
Decisão 144 SRRF – 10ª RF
RECICLAGEM DE LIXO – Tanto na oferta dos serviços de coleta, prestados pelos associados, quanto na venda
dos resíduos provenientes do lixo por eles reciclado, lixo esse que teria passado a ser propriedade dos associados
quando da coleta, a cooperativa age como prestadora de serviços aos associados, ofertando o serviço deles e
depois vendendo seus produtos, e atende, sob este aspecto, as condições para a não incidência de IRPJ sobre o
resultado dessas atividades.
7.1.1. Apropriação da Receita pelos Associados
As relações econômicas entre a cooperativa e seus associados não podem ser entendidas como
operações de compra e venda, uma vez que as instalações da cooperativa são consideradas como
extensão do estabelecimento cooperado.
Portanto, a entrega da produção do associado à sua cooperativa não significa mais do que outorga de
poderes, devendo o cômputo como receita operacional, para efeito do Imposto de Renda, basear-se na
emissão da nota fiscal de saída do produto da cooperativa. Assim, as empresas excepcionalmente
associadas a cooperativas devem apropriar as receitas por ocasião do faturamento das vendas no
mercado pela cooperativa, singular ou central, encarregada da venda em comum. A desobediência ao
regime de competência, analisado neste subitem, configura inexatidão contábil capaz de caracterizar
infração fiscal.
7.1.2. Devolução de Sobras Líquidas aos Associados
As importâncias devolvidas pelas cooperativas aos seus associados como retorno ou sobra não são
consideradas rendimentos e sim ressarcimento de capital. Portanto, essas quantias não são tributáveis
na pessoa física do associado beneficiário da restituição.
No entanto, as sobras líquidas decorrentes da comercialização de produtos agropecuários, apuradas na
demonstração de resultado do exercício e distribuídas pelas sociedades cooperativas de produção aos
associados produtores rurais, integram a receita bruta da atividade.
7.2. RESULTADOS TRIBUTADOS
O artigo 111 da Lei 5.764/71 estabelece que serão considerados como renda tributável os resultados positivos
obtidos pelas cooperativas nas operações de que tratam os artigos 85, 86 e 88 daquela Lei.
Portanto, as sociedades cooperativas que obedeceremao disposto na legislação específica pagarão o Imposto de
Renda somente sobre os resultados positivos de atos não cooperativos legalmente permitidos, citados no item5.
7.3. COOPERATIVAS DE MÉDICOS
As cooperativas de médicos estão fora do alcance da incidência do Imposto de Renda no que se refere a serviços
que prestem diretamente aos associados na organização e administração dos interesses comuns ligados à
atividade profissional.

Continue navegando