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6 educação permanente formação continuada

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6-educação permanente FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES: ALGUNS APONTAMENTOS
Os primeiros docentes brasileiros receberiam uma formação baseada nos clássicos antigos, voltada a padrões da sociedade europeia cristã que privilegiavam a retórica como marca na formação de representantes da Companhia de Jesus. O tema ganhou destaque no séc. 20. Na última década a preocupação com a formação de professores aumentou por causa de pressões do mundo do trabalho e fraco desempenho escolar das pessoas. 1980 inicia rompimento com o pensamento tecnicista e é caracterizada pelo início da abertura política e pela participação massiva de movimentos sociais e sindicais. Em 1990 década da educação no Brasil. Os Referenciais para a Formação de Professores, elaborados em 2002, indicam a necessidade de um novo perfil de professor, comprometido e que tenha a possibilidade de “elevar a qualidade da educação”. O artigo 67 estipula que os sistemas de ensino deverão promover a valorização dos profissionais da educação e em seu inciso II refere-se ao aperfeiçoamento profissional continuado como uma obrigação dos poderes públicos, inclusive propondo o licenciamento periódico remunerado para esse fim. Para melhorar a qualidade da educação é essencial “melhorar o recrutamento, a formação, o estatuto social e as condições de trabalho dos professores”, de modo que os professores possam “responder ao que deles se espera”. A formação permanente é uma modalidade que difere de ações pontuais, pois estas não são suficientes para promover transformações efetivas no pensar e no agir do professor. A reflexão surge a partir da curiosidade sobre a prática docente. Essa curiosidade inicialmente é ingênua, transforma-se em crítica, na medida em que vai fazendo o movimento de reflexão sobre a ação. O importante é que o refletir sobre a ação, neste caso, seja um instrumento dinamizador entre teoria e prática, pois não basta apenas pensar e refletir, é preciso que essa reflexão leve o profissional a uma ação transformadora (FREIRE, 1996). A dialogicidade freireana tem por objeto o respeito ao princípio do ato educativo humano, em que os homens se educam no coletivo. Neste caso, para Paulo Freire não existe aquele que somente ensina e aquele que só aprende. Da formação permanente, como a realizada no município de Chapecó (SC), no período entre 1997 e 2004, durante o movimento de reorientação curricular, é a que oferece maiores oportunidades para a transformação do pensar e do agir docente, culminando numa significativa mudança na prática dos docentes. Debates, as leituras e as reflexões vão tornar o professor mais seguro da sua função e, consequentemente, melhorar seu desempenho como sujeito que ensina e que aprende. Os problemas e as dificuldades do cotidiano, tais como trabalhar de forma diferenciada daquela tradicional, enfrentar um trabalho interdisciplinar, apropriar-se de novas teorias e lidar com o cotidiano escolar são desafios enfrentados. A formação continuada baseada em cursos de atualização, palestras, oficinas, minicursos, entre outros, não é suficiente quando se deseja alterar significativamente a prática pedagógica, assim como o pensar e o agir docente de forma consistente e consciente.

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