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Apontamentos Sobre a História do Direito no Brasil

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2. Brasil Imperial
O Brasil Imperial compreende o período de sete de setembro de 1822 a 15 de novembro de 1889. Foi um momento de grandes idéias libertárias e de formação de uma identidade. Formação do povo brasileiro.
2.1 A Independência do Brasil e a Constituinte de 1823 
	Apesar de os ideais de independência terem sido muito citados e reivindicado pela população na época, sabe-se hoje que o que desencadeou o processo de independência foi a questão financeira e a sua subordinação à Portugal.
	Era discutido pelas Cortes a possibilidade de recolonização e a manutenção da sujeição á coroa portuguesa, em contra partida a opinião pública via a posição das Cortes como uma afronta à limitada liberdade que já se havia conquistado. Frente a independência, a elite brasileira esteve aliada à formação de uma monarquia, para manter os moldes coloniais de latifúndio, monocultura, exportação e escravismo.
	Foi convocada a Constituinte em três de junho de 1822, com o intuito de preparar o contexto da proclamação de independência. Para evitar possível oposição para o processo, foi excluída do direito de voto grande parte da população brasileira e estabeleceu-se uma violente e repressiva perseguição a todos que estivessem “tramando contra a ordem pública”, ficando inclusive instituída a censura à imprensa por decreto. Dessa forma ficaram abertos somente os jornais, os principais meios de propagação de idéias, que estivessem de acordo com os interesses de D. Pedro.
	Para poder continuar existindo, a Constituinte teve que se submeter á vontade do Imperador, sendo dessa forma designada por muitos como “Constituinte Consentida”. 
	 Foi preparado então o anteprojeto constitucional, em setembro de 1823, quando foi discutido pela Constituinte. Com 272 artigos, “refletia a situação política do momento, a presença de tropas portuguesas na Bahia ainda lembrava o perigo da independência ser apenas um episódio. Assim, propunha a restrição na participação de estrangeiros na vida política nacional. Esta preocupação tinha em vista fundamentalmente os portugueses.”[2: ² LAGES DE CASTRO, Flávia. História do Direito Geral e Brasil.5. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p.352.]
	O anteprojeto ainda instituía o voto censitário, fixando a renda mínima com farinha de mandioca, mercadoria de consumo corrente, como moeda, fato que fez com que a constituição fosse apelidada de “Constituinte da Mandioca”.
	Alegando estar trazendo graves perigos à nação, D. Pedro fechou a Assembleia Constituinte e nomeou uma comissão de sua confiança para a elaboração da constituição.
2.2 A Constituição Outorgada de 1824
	A Comissão designada para a elaboração da constituição de D. Pedro I era composta por seis ministros e quatro membros escolhidos pelo imperador e foi denominada Conselho de Estado. Apesar de condenações a constituição foi outorgada pelo imperador.
2.2.1 Alguns Pontos da Constituição
	Frente ao contexto histórico da época, D. Pedro I não poderia instituir uma monarquia com poder absoluto e centralizado, assim, a melhor solução seria uma Monarquia Constitucional.
	A Constituição Imperial sugeria quatro poderes; o executivo; o legislativo; e, o judiciário, como aludia Montesquieu; e, ainda, o poder moderador. A este cabia a função de harmonizar os demais poderes e era exercido exclusivamente pelo Imperador. Tal poder rompe drasticamente com o princípio de independência dos poderes e o objetivo de limitação de poder do governante.
	O texto constitucional trazia uma dependência dos poderes para com o moderador. O legislativo, e executivo e o judiciário, por indicações de cargos e por necessidade de consentimento de governante para seu pleno exercício, eram severamente submetidos ao quarto, ficando forçados a agirem de acordo com a vontade do imperador.
	O legislativo, representado pela Assembleia Geral, era vinculado a D. Pedro I por esta depender da sanção do Imperador em suas decisões, dessa forma não era considerado um poder por si só. Além disso, era formado por Câmara dos Deputados e Senado, este era vitalício e seus senadores eram escolhidos pelo Imperador por via das listas tríplices.
	O judiciário se vinculava ao governante por seus juízes serem todos indicados pelo moderador, tal dependência agia violando o que se tem como imprescindível nos dias de hoje, como a independência orçamentária, vitaliciedade, irredutibilidade de subsídios e inamovibilidade do judiciário.
	Da mesma forma, o executivo também tinha seus ministros indicados pelo Imperador, e era-lhes exigido que referendassem tudo que era proposto pelo moderador, para que pudesse ter execução.
2.3 O Código Criminal de 1830
	Depois da proclamação da independência era indispensável a criação de códigos que regulassem a vida social, principalmente um civil e um criminal. Em 1830, depois de passar por uma Comissão Bicameral, o projeto foi levado à Câmara de Deputados e foi aprovado, entrando em vigor no inicio do ano seguinte.
2.3.1 Alguns Pontos do Código Criminal
	Apesar de muitos serem contra e ter gerado muita discussão, foi instaurada a pena de morte no Brasil, com do Código Criminal de 1830. No que fazia referencia a ela, o texto legal dizia que somente seria aplicada se não houvesse a possibilidade de substituição.
	Penas mais brandas também eram previstas, como a de Galés, prisão com trabalho, prisão simples, banimento, a de degredo, a de desterro, e em sua maioria interrompiam os direitos políticos dos condenados. Além disso, o código negava a penas que eram consideradas cruéis, como a tortura.
	Em relação a princípios, apesar das falhas, o Código Criminal de 1830 trazia o ideal de justiça muito bem estruturado, assim como inovava com o Principio da Legalidade. Para proteger o direito à justiça, às penas para os juízes eram muito severas, tanto para subornos, quanto para cumprimento de prazos.
	Punições severas também eram aplicadas para crimes sexuais, sendo mais rígidas ainda para estupros de consideradas “mulheres de família”.
2.4 A Escravidão e a Lei: Condições e Abolição
	Os escravos eram colocados no mesmo patamar de mercadoria, portanto estavam sujeitos a inúmeras relações, como a alienação. Estavam destinados a esta condição até a morte, devendo servir seus senhores em qualquer circunstância. Todos os capturados na África e seus respectivos descendentes se tornavam escravos.
	Inicialmente, as leis para os escravos só se faziam presente no sentido de reger sua posição social e os negócios que envolviam o comércio destes. Casamentos, por exemplo, não eram bem aceitos para os senhores, e somente perto da abolição a Igreja interveio concedendo o direito de casamento em eles e com a população livre.
	Leis de cunho organizacional também existiam, com disposições muito especificas. O escravo que matasse seu senhor, por exemplo, era condenado à morte. No entanto, punições de morte não eram muito bem aceitas entre os senhores, pois representavam prejuízo, diminuição de suas mercadorias: os escravos.
2.4.1 As Leis Abolicionistas
	Baseadas nos ideais Iluministas e na pressão exercida por países capitalistas que tinham a escravidão indo contra seus interesses econômicos, as primeiras leis abolicionistas foram surgindo aos poucos e gradualmente. Caminhava-se lentamente em direção à abolição.
2.4.1.1 A Lei Eusébio de Queiroz
	Pressionado pela Inglaterra, em 1850, a Câmara dos Deputados aprovou a Lei Eusébio de Queiroz. Ela dita que todas as embarcações brasileiras encontradas em qualquer parte e as estrangeiras encontradas nos portos, enseadas, ancoradouros ou mares territoriais do Brasil, com escravos ou já os tendo desembarcados estariam cometendo um crime.
	A lei foi facilmente aceita, devido ao fato de praticamente todos os senhores já possuírem um número considerável de escravos e, portanto, não precisarem se utilizar do tráfico negreiro para a obtenção de mais.
2.4.1.2 A Lei do Ventre Livre
	Após a lei anterior, surgiu um grande surto industrial e de desenvolvimento econômico no Brasil. Além dessa modernização, houve também mudançasideológicas. Amadureceu-se a idéia de abolição. Com a abstenção em ações do Estado frente ao movimento abolicionista, este crescia num ritmo significativo.
	Em face da pressão estrangeira, acentuada depois das guerras de Secessão nos Estados Unidos e do Paraguai, e interna, foi posto em pauta o projeto de lei que previa liberdade aos filhos das escravas: a Lei do Ventre Livre.
	O texto legal determinava que todos os filhos das escravas seriam livres, porém só após os oito anos de idade, antes disso, ficariam sob tutelo do senhor. Depois de oito anos completos, eram entregues ao governo que indenizava os senhores. Ou então, o senhor poderia ficar com o “liberto” até que o mesmo completasse vinte e um anos e depois disso ele seria obrigado a trabalhar por seu sustento.
2.4.1.3 A Lei dos Sexagenários
	O abolicionismo estava em seu auge e em todos os lugares poderia se encontrar debates acalorados a respeito do tema. Frente a muitas manifestações, o Ministério Dantas apresentou um projeto que pretendia libertar os escravos idosos.
	A lei, aprovada, não tinha grandes efeitos, visto que libertava a quase inexistente parte da população escrava que conseguia, sob suas tristes condições, atingir seis décadas de vida. 
	Porém, os senhores não admitiam perder escravos sem a possibilidade de indenização por parte do Estado, devido ao fato de terem, por muitos anos, investido capital em mão-de-obra escrava. O que acentuou as disputas e manifestações das elites, aumentando a pressão interna.
2.4.1.4 A Lei Áurea
	Com o abolicionismo crescente, os escravos uniram-se aos que apoiavam esse ideal e instauraram o caos, abandonando fazendas. A única saída era a abolição, depois de, inclusive, terem tentado inserir o exército nas perseguições aos fugitivos.
	Em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel, estando regente frente à ausência de D. Pedro II, promulgou a lei que, singelamente, aboliu a escravidão em nosso país.
3 Brasil República
	“O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem saber o que significava. Muitos acreditavam estar vendo uma parada.“ A proclamação da república foi um dos momentos mais importantes da história do nosso país, a partir daí consolidaram-se as instituições republicanas e instaurou-se uma república oligárquica.[3: Aristides Lobo]
3.1 A Proclamação da República e a Constituição de 1891
	A proclamação deu-se por fatores como a insatisfação de parte da elite com o governo monárquico que ansiava por maior apoio do Estado para questões específicas que para a monarquia era impossível a interferência.
	Nossa república nasceu de um golpe militar, dessa forma, o Chefe do Governo Provisório foi o militar Marechal Deodoro da Fonseca. Como não se tinha nenhum órgão legislativo em funcionamento com o fechamento da Câmara e a Constituição de 1824 não estava mais em vigência, instalou-se uma ditadura militar. 
	Esta “Ditadura Provisória” aplicou medidas rígidas de censura e criou a Comissão Militar de Sindicâncias e Julgamentos, um tribunal de exceção que poderia inclusive decretar a pena de morte.
	Em 1890 foram convocadas as eleições para a Assembleia Constituinte. Como de costume apenas pequena parcela da população tinha o direito de voto, e, com o grande poder dos latifundiários, a Assembleia eleita estava intensamente ligada ao interesse dos grandes fazendeiros.
	A partir de janeiro de 1890, foi nomeada pelo Governo Provisório uma Comissão de juristas, que ficou conhecida como Comissão dos Cinco, que ficou responsável pela elaboração de propostas para o texto constitucional. Boa parte do texto formado posteriormente através dos projetos pertencia ao de Rui Barbosa.
3.1.1 Alguns Pontos da Constituição de 1891 	 
3.1.1.1 A República Federativa dos Estados Unidos do Brasil
	Diferentemente da constituição anterior, que se seguia aos moldes franceses, a de 1891 teve grande influência da Constituição Norte-americana. O novo texto constitucional tratava do Brasil, como uma república representativa e federativa, por que o povo, teoricamente, exercia o poder, os governantes seriam eleitos para representar os interesses do povo e os estados possuiriam autonomia, respectivamente.
3.1.1.2 O Poder Executivo
	A estruturação do poder executivo dar-se-ia da seguinte forma: o Presidente da República executando a autoridade máxima do executivo, com o Vice-Presidente sendo apenas um substituto para quando ele não pudesse atuar.
	Já no legislativo o Vice-Presidente seria o Presidente do Senado e teria atribuições exclusivas com o voto de qualidade. 
3.1.1.3 O Poder Judiciário
	Em relação ao poder judiciário, iniciou-se a tradição dualista, onde foi atribuída autonomia judiciária aos estados, criando o Judiciário Federal e os Judiciários Estaduais. 
	A Justiça Federal era representada pelo Supremo Tribunal Federal, o qual tinha jurisdição ordinária e de recurso, assim como a de revisão. Além disso, o STF era considerado como um guardião da Constituição, onde lhe cabia a função de proteger o que ali era exposto.
	Outro ponto interessante a respeito do judiciário é a consagração da utilização de jurisprudências, tanto em âmbito federal, quanto estadual, indicando explicitamente a necessidade de uso das mesmas para o melhor funcionamento do conceito de justiça.
3.1.1.4 O Poder Legislativo
	O legislativo era formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Seus membros tinham imunidade parlamentar ampla, sendo que processos contra deputados e senadores passariam pela aprovação prévia da casa a que este pertencesse.
	A este poder ainda era atribuído legislar sobre direito civil, criminal, comercial, processual e da Justiça Federal.
3.1.1.5 O Sistema Eleitoral
	Os eleitores eram voluntários, não se tinha mais fixada a renda mínima necessária para o voto, era preciso não ser analfabeto, porém, saber somente a grafia do próprio nome já era considerado o suficiente. A idade mínima para o alistamento eleitoral era vinte e um anos e não poderiam ainda se alistar mendigos, nem religiosos de ordem religiosa, nem praça de pré.
	Às eleições municipais era assegurada pela Constituição grande autonomia, podendo cada município deliberar como seria suas eleições. Portanto, houve uma considerável diferença de processos eletivos nos municípios, possibilitando inúmeras maneiras de se chegar ao poder.
	Em 1892, foi elaborada uma nova lei que aumentou as fraudes e as manipulações dos eleitores. Para aumentar o controle que se tinha sobre as eleições, os membros dos governos municipais indicavam uma comissão de cinco eleitores que iriam realizar o alistamento. O que antes era a nível nacional, agora passava a ser controlado mais de perto, abrindo espaço para as fraudes.
	As fraudes eram muito facilitadas. Ao mesmo tempo em que a lei de 1892 propiciava ações de manipulação dos eleitores, outras práticas agiam da mesma maneira. O voto não era secreto, por isso, eleitores eram muito induzidos. O candidato não precisava estar vinculado a um partido político e nem mesmo estar cadastrado. Além disso, as cédulas não eram oficiais, o que proporcionava incontáveis fraudes.
3.2 O Código Penal de 1890
	A partir de 1888, por decorrência da abolição da escravatura, uma comissão já começava a estudar a reforma do Código Criminal de 1830. Após a proclamação da república foi redigido e entrou em vigor o Código Penal de 1890. Porém, o código teve apenas cerca de 
três meses para ser elaborado e foi duramente criticado no que se refere a suas disposições.
	Depois dele, várias leis surgiram para cobrir suas falhas e inúmeras foram as tentativas nos anos seguintes para a formulação de um novo código.
3.2.1 Alguns Pontos do Código Penal de 1890
	O texto legal do código trazia os importantes Princípios da Legalidade, que até hoje é aplicado, e da Territorialidade, afirmando que a lei penal seria aplicada para todos os que em território nacional praticassem fatos previstos neste código.
	As penas sugeridas no código eram muito semelhantes e variavam entre “prisão celular”, onde era imposto o trabalho;“banimento”, onde o condenado tinha seus direitos de cidadão suspensos; “reclusão”, que deveria ser cumprida em fortalezas, praças de guerra ou estabelecimento militares; “prisão com trabalho obrigatório”; “interdicção”, onde havia a proibição de algumas ações específicas; “suspensão e perda de emprego público”, destinada a agente públicos que agissem e descordo com suas funções; e, a multa.
	Para menores de vinte e um anos havia uma pena exclusiva, que consistia em prisão disciplinar. No entanto, a pena aplicada não poderia ser “infamante”, sendo proibida no Brasil.
	O código também previa benefícios importantes para o condenado. Assim como a Progressão da Pena, era possibilitado pelo Código Penal de 1890 o livramento, por bom comportamento do réu.
	Outra disposição interessante do Código era o artigo número 166, que indicava “prisão celular” e privação dos direitos políticos por dois anos para os que comprassem votos nas eleições e/ou manipulassem os eleitores. Frente ao contexto em que esse artigo foi inserido, com o Coronelismo e os Votos de Cabresto, tornou-se ridicularizado pela população que o considerava, e de fato era, inaplicável.
3.3 O Código Civil de 1916
	Assim como havia era preciso um novo, e adaptado à sociedade atual, código penal, viu-se a necessidade de criar-se um código civil que atendesse aos novos problemas da população.
	Com o surgimento de novas camadas e a inserção dos negros na sociedade depois da abolição da escravatura, era importante que o novo Código Civil abrangesse a maior parte possível da população.
	Na formulação do Código participaram: Teixeira de Freitas, que redigiu o “Esboço do Código Civil”, mas logo depois se afastou por não pensar de acordo com o governo; Nabuco de Araújo, que teve quase nula participação, falecendo seis anos depois de ter começado a trabalhar no Código; e, por fim, Clóvis Beviláqua, que encerrou o projeto.
	Este último, contratado no governo de Campos Sales, entrou em conflitos ideológicos com outro grande nome do direito brasileiro: Rui Barbosa. Tais dificuldades de consentimentos entre eles geraram uma grande demora para a aprovação e conclusão do código.
	Depois de ser facilmente aprovado pela Câmara dos Deputados, o projeto emperrou no Senado e ficou vários anos aguardando resultados, sendo aprovado somente em 1915, com todas as emendas de Rui Barbosa.
	Em 1º de janeiro de 1916, com o atraso de quase um século após a independência, o Brasil tinha a vigência de um novo Código Civil, que atendeu às necessidades da época.
Referências
LAGES DE CASTRO, Flávia. História do Direito Geral e Brasil.5. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007.