Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Relação de Ordem Parcial • Além da relação de equivalência que acabamos de estudar, outro tipo de relação de particular importância é a relação de ordem parcial. Essa relação se diferencia da relação de equivalência pelas propriedades que deve satisfazer. • Uma relação R em um conjunto A é dita um ordenamento parcial ou uma ordem parcial se R é reflexiva, antissimétrica e transitiva. • Um conjunto A juntamente com uma ordem parcial R é dito parcialmente ordenado (poset – partially ordered set). HAC ED2013 1 Exemplos a) A relação de inclusão de conjuntos ⊆ é uma ordem parcial em qualquer coleção de conjuntos: • A ⊆ A para todo conjunto A. (é reflexiva) • Se A ⊆ B e B ⊆ A, então A = B. (é antissimétrica)• Se A ⊆ B e B ⊆ A, então A = B. (é antissimétrica) • Se A ⊆ B e B ⊆ C, então A ⊆ C. (é transitiva) HAC ED2013 2 b) A relação ≤ no conjunto R dos números reais é uma ordem parcial: • x ≤ x, ∀ x ∈ R (é reflexiva) • Se x ≤ y e y ≤ x, então x = y (é antissimétrica)• Se x ≤ y e y ≤ x, então x = y (é antissimétrica) • Se x ≤ y e y ≤ z, então x ≤ z (é transitiva) HAC ED2013 3 c) A relação a divide b é uma relação de ordem parcial no conjunto N+ de inteiros positivos. • a | a, ∀ a ∈ N+ (é reflexiva) • Se a|b e b|a, então a = b (é antissimétrica)• Se a|b e b|a, então a = b (é antissimétrica) • Se a|b e b|c, então a|c (é transitiva) HAC ED2013 4 Definição Um conjunto parcialmente ordenado é um par P = (X,R) onde X é um conjunto e R é uma relação em X que satisfaz: • R é reflexiva: ∀ x ∈ X, xRx, • R é antissimétrica: ∀ x,y ∈ X, se xRy e yRx, então x=y, • R é transitiva: ∀ x,y,z ∈ X, se xRy e yRz, então xRz.• R é transitiva: ∀ x,y,z ∈ X, se xRy e yRz, então xRz. O conjunto X é chamado conjunto fundamental de P. O termo conjunto PO é uma abreviação de conjunto parcialmente ordenado. HAC ED2013 5 Exemplo Seja P=(X,R), com X = {1, 2, 3, 4} e R = {(1,1), (1,2), (1,3), (1,4), (2,2), (3,3), (3,4), (4,4)}. Pode-se verificar que R é reflexiva, antissimétrica e transitiva, portanto P é um conjunto PO. HAC ED2013 6 Diagramas de Hasse • Os conjuntos PO podem ser representados por diagramas chamados de diagramas de Hasse. • Esses diagramas, apesar de serem bastante semelhantes aos grafos, tem um significado diferentes deles e são usados especificamente para ilustrar conjuntos parcialmente ordenados. conjuntos parcialmente ordenados. HAC ED2013 7 Diagramas de Hasse • Cada elemento do conjunto fundamental é representado por um ponto no diagrama. • Se um par (x,y) está em R, ou seja, xRy, o ponto que representa x é desenhado abaixo do ponto que representa y e esses dois pontos são unidos por um segmento de reta – que não precisa estar exatamente na unidos por um segmento de reta – que não precisa estar exatamente na vertical. • Distinção importante entre diagramas de Hasse e grafos: nos grafos a localização em que os nós do grafo são desenhados não é importante. HAC ED2013 8 • Nos diagramas de Hasse: – A posição dos nós é importante; – Não é necessário traçar uma ligação de um ponto com ele mesmo, – Não é necessário traçar uma ligação de um ponto com ele mesmo, pois está implícito que ela existe - sabemos que a relação é reflexiva; – Não é necessário ligar todos os pares de pontos que estão relacionados por R. HAC ED2013 9 Exemplo 4 X = {1, 2, 3, 4} e R = {(1,1), (1,2), (1,3), (1,4), (2,2), (3,3), (3,4), (4,4)}. HAC ED2013 10 1 2 3 4 Diagrama de Hasse do conjunto PO do exemplo. • Na figura anterior, desenhamos o ponto 1 abaixo do ponto 2 pois 1R2. • Neste mesmo exemplo, vemos que (1,4) ∈R, mas não foi “desenhada” uma reta ligando 1 e 4. • A relação entre 1 e 4 está implícita na figura, uma vez que aparecem as ligações entre (1,3) e (3,4) e a relação R é transitiva. HAC ED2013 11 Exemplos P = ({1, 2, 3, 4, 5, 6}, |) (conjunto PO com a relação divide) R = {(1,1,), (1,2), (1,3), (1,4), (1,5), (1,6), (2,2), (2,4), (2,6), (3,3), (3,6), (4,4), (5,5), (6,6)} HAC ED2013 12 1 2 3 5 4 6 • P = (2{1, 2, 3}, ⊆ ) (conjunto PO com conjunto fundamental sendo o conjunto das partes de {1,2,3} e a relação é-subconjunto-de) {1,2,3} HAC ED2013 13 ∅ {1} {2} {3} {1,2} {1,3} {2,3} Refinamento • O refinamento é uma relação entre partições de um conjunto. • A relação de refinamento é definida entre duas partições. • Sejam P e Q partições de um conjunto A. – Dizemos que P refina Q se toda parte em P é subconjunto de alguma parte em Q. – Dizemos também que P é mais fina do que Q. HAC ED2013 14 Exemplo • Seja A = {1, 2, 3, 4, 5, 6}, • P = {{1,2}, {3}, {4}, {5,6}} e • Q = {{1, 2, 3, 4}, {5, 6}}. • É possível verificar que toda parte de P é um subconjunto de uma parte em Q. em Q. • Assim, P é um refinamento de Q. HAC ED2013 15 • O refinamento é uma ordem parcial no conjunto de todas as partições de um dado conjunto. • Exemplo: refinamento em todas as partições de {1, 2, 3, 4}. • Notação: Escrevemos os elementos de cada conjunto em sequência, sem separadores 1 / 2 / 34 em vez de {{1}, {2}, {3,4}}, 1234 em vez de {1, 2, 3, 4}, 12 / 34 em vez de {{1, 2,}, {3, 4}}, 1 / 2 / 3 / 4 em vez de {{1}, {2}, {3}, {4}} e assim por diante. HAC ED2013 16 1234 123 / 4 124 / 3 134 / 2 234 / 1 12 / 34 13 / 24 14 / 23 HAC ED2013 17 12 / 3 / 4 13 / 2 / 4 14 / 2 / 3 23 / 1 / 4 24 / 1 / 3 34 / 1 / 2 1 / 2 / 3 / 4 Diagrama de Hasse da ordem parcial de refinamento em todas as partições de {1, 2, 3, 4}. Simbolos e Notações • As relações de ordem parcial são usualmente representadas por um símbolo genérico, que denota qualquer relação. • Esse símbolo é o ≤, (que já é um símbolo muito conhecido, que representa também a relação de menor ou igual). • Em P = (A, ≤), o símbolo pode estar representando uma ordem parcial genérica e é lido como “está abaixo de”. HAC ED2013 18 • Dizemos que x está abaixo de y, quando escrevemos x≤y. • De forma semelhante lemos: • o símbolo ≥ como “está acima de”, • o símbolo ≥ como “está acima de”, • o símbolo < como “está estritamente abaixo de” e • o símbolo > como “está estritamente acima de”. HAC ED2013 19 Observação • A palavra “estritamente” no termo “está estritamente abaixo de” é usada para denominar essa relação no caso em que x<y e x ≠ y (x está estritamente abaixo de y e x é diferente de y). • A expressão “está abaixo de”, denotada por x ≤ y, pode incluir o caso em que x=y. HAC ED2013 20 Elementos comparáveis e não comparáveis Seja P = (X, ≤) um conjunto PO. Sejam x, y ∈ X. • Dizemos que os elementos x e y são comparáveis se e somente se x ≤ y ou y ≤ x. • Os elementos x e y são ditos não-comparáveis se não é verdade que x ≤ y ou y ≤ x. HAC ED2013 21 Exemplo 1 2 3 4 • Os pares de elementos 2 e 4, 2 e 3 são não-comparáveis; • Os pares de elementos 1 e 4, 1 e 2, 1 e 3, 3 e 4, são comparáveis. HAC ED2013 22 1 Cadeia e Anti-cadeia Seja P = (X, ≤) um conjunto PO e seja C ⊆ X. Dizemos que C é uma cadeia de P se os elementos de todos os pares em C são comparáveis. Dizemos que C é uma anticadeia de P se, para todos os pares de elementos distintos em C, os elementos são não-comparáveis. HAC ED2013 23 Exemplo 1 2 3 4 • Os conjuntos {1,2} e {1,3,4} são algumas das cadeias de P. • Os conjuntos {2,3} e {2,4} são exemplos de anticadeias de P. HAC ED2013 24 1 Altura e Largura • Seja P = (X, ≤) um conjunto PO. • A altura de P é o tamanho máximo de uma cadeia de P. • A largura de P é o tamanho máximo de uma anticadeia de P.• A largura de P é o tamanho máximo de uma anticadeiade P. HAC ED2013 25 Exemplo 1 2 3 4 5 HAC ED2013 26 1 Maior cadeia: {1, 3, 5} Altura de P = 3 Maior anti-cadeia = {2, 3, 4} Largura de P = 3 Máximo e Mínimo • Seja P = (X, ≤) um conjunto PO. • Dizemos que x ∈ X é máximo se, para todo a ∈ X, temos a≤ x. • Dizemos que x ∈ X é mínimo se, para todo b ∈ X, temos x≤b. Em outras palavras, • x é máximo se todos os outros elementos do conjunto PO estão abaixo de x. • x é mínimo se todos os outros elementos do conjunto PO estão acima de x. HAC ED2013 27 Exemplo • Vamos considerar o conjunto PO que consiste dos divisores positivos de 36, ordenados por divisibilidade. • Nesse conjunto PO, o elemento 1 é mínimo porque está abaixo de todos os outros elementos do conjunto PO. • O elementos 36 é máximo porque está acima de todos os outros elementos. elementos. HAC ED2013 28 1 2 3 4 6 9 12 18 36 • Consideremos agora o conjunto PO dos inteiros de 1 a 6 ordenados por divisibilidade. • Nesse conjunto o elemento 1 é mínimo, mas não há elemento máximo. 4 6 HAC ED2013 29 1 2 3 5 4 6 Elemento minimal e maximal • Seja P = (X, ≤) um conjunto parcialmente ordenado. • Dizemos que um elemento x ∈ X é maximal se não existe qualquer b ∈ X com x < b. • O elemento x é chamado minimal se não existe qualquer a ∈ X com a < x. • Em outras palavras, x é maximal se não existe qualquer elemento estritamente acima de x, e minimal se não existe qualquer elemento estritamente abaixo dele. HAC ED2013 30 • Consideremos novamente o conjunto PO dos inteiros de 1 a 6 ordenados por divisibilidade. • Nesse conjunto os elementos 4, 5 e 6 são maximais e o elemento 1 é minimal (além de mínimo)minimal (além de mínimo) HAC ED2013 31 1 2 3 5 4 6 Ordens Lineares • Os conjuntos parcialmente ordenados tem uma subclasse, formada pelas ordens lineares, ou ordens totais. A característica das ordens totais é a não existência de elementos não-comparáveis. • Seja P = (X, ≤) um conjunto parcialmente ordenado. Dizemos que P é uma ordem total ou linear quando P não contém elementos não-comparáveis. HAC ED2013 32 Exemplos • O conjunto (Z, ≤) é uma ordem total. • O conjunto parcialmente ordenado formado pelo conjunto Q = {1, 3, 9, 27, 81}, dos divisores de 81, ordenados por divisibilidade, é uma ordem total.divisibilidade, é uma ordem total. • O conjunto parcialmente ordenado formado pelo conjunto X = {1, 2, 3, 4, 5}, e a relação “menor ou igual” é uma ordem total. HAC ED2013 33 • As ordens totais satisfazem a regra da tricotomia: para todos os x e y no conjunto PO, exatamente uma das seguintes possibilidades é verdadeira: • x < y,• x < y, • x = y ou • x > y. HAC ED2013 34
Compartilhar