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Aula: Receptores sensoriais e sinapses Organização e polaridade fazem parte do potencial de membrana em repouso e esse potencial é mantido pelo equilíbrio entre os íons do meio intracelular (K+) e do meio extracelular (Na+ e Cl-). Na membrana há uma série de canais de vazamento que permitem a vazão de potássio, permitindo que o potencial elétrico permaneça em repouso; os íons que conseguem permear a membrana obedecem ao gradiente de concentração e carga elétrica dos meios e a bomba sódio-potássio também ajuda a manter a polaridade, controlando o fluxo desses íons. Para que ocorra o estímulo limiar a célula precisa ser despolarizada com a entrada de sódio através da abertura dos canais voltagem-dependente das proteínas integrais (isso faz com que a condutância – facilidade com que os íons atravessam o canal – seja maior). O portão de ativação permanece fechado enquanto o potencial está em repouso, mas quando recebe estímulo elétrico ele se abre para permitir o fluxo de íons. Os canais de Na+ se abrem rapidamente diante da despolarização e só fecham quando a célula começa a repolarizar; com a diminuição da eletronegatividade, a célula sai do potencial de repouso (-65 mW) e atinge o estímulo limiar (+30 mW), momento em que há mais íons positivos do que negativos no meio intracelular. Ao atingir o pico do potencial de ação, começa a fase de repolarização. O portão de inativação fecha o canal de Na+ e o canal de K+ é lentamente aberto, permanecendo assim por um tempo maior para que ocorra passagem dos íons de potássio para meio extracelular, que está menos concentrado. Esse tempo que o canal fica aberto favorece a hiperpolarização da membrana. Se o estimulo limiar é alcançado, os canais com comportas também são alterados. Exemplo clínico: a lidocaína age inibindo os canais de sódio voltagem-dependente e impede a geração do potencial de ação nas células sensoriais causando analgesia. Propriedades do potencial de ação: evento tudo ou nada (quando o estímulo limiar é iniciado é impossível impedi-lo de acontecer), decodificação de intensidade do estímulo (de acordo com a frequência do potencial de ação que a célula recebe, maior será o número de neurotransmissores que se comunicarão com as células neuronais, o que permitirá a decodificação da intensidade do estímulo), período refratário (uma vez que o potencial de ação foi iniciado, um segundo potencial não será disparado, independente da intensidade do estímulo. O período pode ser absoluto – é o tempo necessário para que os canais voltagem- dependente voltem ao estado de repouso – ou relativo – os canais de sódio estão parcialmente inativos e qualquer potencial de ação disparado terá uma amplitude menor que o normal). A condução é iniciada quando o fluxo de corrente local segue em direção ao terminal axônico. A despolarização da membrana faz com que os canais de Na se abram e o sódio entre na célula, iniciando uma alça de retroalimentação positiva, pois quanto mais despolarizada a célula fica, mas sódio entra. Esse evento garante que a intensidade do canal permaneça constante a medida que o potencial se propaga. A inativação ocorre quando o pico de potencial de ação é atingido, fechando os canais de Na e os canais de K são abertos para que ele saia do citoplasma. A bainha de mielina que envolve o axônio cria uma barreira isolante de alta resistência que impede o fluxo de íons para fora do citoplasma e com isso o sinal só acontece no nódulo de Ranvier. No axônio mielinizado, a condução do potencial é mais rápida porque há menos canais para serem abertos. A velocidade com que o potencial percorrerá o axônio depende do diâmetro e da mielinização ou não do axônio. Sinapse é a comunicação que há entre o neurônio e outra célula; constitui a unidade processadora dos sinais do SN e o contato funcional entre os neurônios. Para que ocorra a sinapse é necessário que haja um terminal axônico pré-sináptico e a membrana pós- sináptica de outra célula. Ela pode ser química ou elétrica, dependendo do tipo de sinal que transmitirá para a célula seguinte. A região telodendrica da célula pré-sináptica contem vesículas sinápticas carregadas com neurotransmissores (produzidos no corpo celular). Na célula pós-sináptica há uma membrana com receptores para a ligação dos neurotransmissores, a fim de que a comunicação seja efetiva. A integração de todos os contatos promove a sinapse. A sinapse elétrica acontece principalmente em neurônios e células da glia, músculos e células excitáveis que necessitam de sinais elétricos, que são transferidos diretamente de uma célula para outra através de junções comunicantes; a vantagem é que essa sinapse é rápida condução dos sinais, não sofre modulação (estímulo ou inibição) e não há mediadores químicos. A sinapse química usa neurotransmissores para conduzir a informação, o sinal elétrico é convertido em sinal químico e liberado na fenda sináptica, onde se liga ao receptor da membrana pós-sináptica e a resposta elétrica é iniciada. Os canais de cálcio voltagem-dependente presentes na membrana do terminal do axônio permanecem fechados enquanto o potencial de ação não chega até essa região. Assim que são ativados, os canais de cálcio permitem a entrada desses íons que se concentram no meio extracelular e ele se liga a proteínas regulatórias dando inicio a exocitose. Com a ajuda de proteínas, as vesículas se aproximam da membrana e se fusionam com ela para que ocorra a liberação dos neurotransmissores na fenda sináptica. O neurotransmissor pode causar excitação ou inibição na membrana pós-sináptica, dependendo do tipo de receptor no qual ele se ligará (ionotrópico ou metabotrópico). Quando os receptores se ligam com os neurotransmissores, eles podem ter efeito de despolarização (PPSE – excitatório, com a abertura dos canais de sódio) ou hiperpolarização (PPSI – inibitório, com a abertura dos canais de cloreto) devido a abertura de canais que excitarão ou inibirão a célula. Não é um neurotransmissor que é excitador ou inibidor e sim o receptor no qual ele se liga, que pode abrir ou fechar canais.
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