Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
14/10/2016 1 Concepções Éticas O que é ser feliz? • A busca pela felicidade é uma constante na humanidade. • Desde os tempos mais antigos as sociedade criaram diferentes concepções do que é “ser feliz” e das formas de atingi-lo. O que é ser feliz ? Em que consiste o bem? Qual o fundamento da ação moral? De onde vêm as normas morais? Elas podem ser mudadas? Quem pode alterar as normas morais? • A ética, como parte essencial da filosofia, reflete criticamente sobre a experiência moral, discutindo suas noções, princípios e conduta. 14/10/2016 2 Princípios morais e Grécia antiga • A reflexão ética ocidental teve inicio na Grécia antiga, cerca de 3 séculos antes de Cristo. • Neste período os filósofos procuravam o fundamento moral segundo a compreensão da realidade distanciada dos mitos. • Neste ponto temos as perspectivas de Sofistas, Socráticos, hedonistas, estóicos, etc... Origem dos princípios morais Sofistas (mestres da sabedoria, Protágoras) • Acreditavam que os princípios morais resultavam das convenções sociais. • Fundadores de escolas pagas da Grécia antiga. Platão (428-347 a.C) • Primeira tentativa de entender o fundamento da moral. • Segundo Sócrates o fundamento da moral é a natureza humana. • Discussão sobre a diferença da pessoa ímpia e santa. Aristóteles (385-322 a.C) • Teoria do eudemonismo: todas as atividades humanas aspiram a algum bem, sendo a felicidade o maior deles. • A felicidade não está na riqueza ou prazeres, mas na Virtude e esta resulta dos hábitos. • Virtude seria a disposição para escolher o “meio-termo” (mesóthes) 14/10/2016 3 Sócrates e a ética • Sócrates (século V a.C.) fascinava a juventude ateniense por causa de sua inteligência e oratória. Passava horas discutindo política e filosofia nas praças e banquetes. • Seu método envolvia duas partes: • A IRONIA – questões simples que punham em contradição a certeza dos seus interlocutores; • A MAIÊUTICA – o “parto” das idéias (posto que acreditava que cada ser tem o conhecimento dentro de si mesmo) • Falava constantemente: “quanto mais sei, mais sei que nada sei”. • Sócrates era o filósofo da praça pública, não do isolamento intelectual. • Seu relacionamento com as pessoas não é só racional, mas, emocional. • Seu conhecimento vinha da experiência cotidiana. • Era “subversivo” por que perturba a ordem do saber e do fazer. Aristóteles (384-322 a.C.) Virtude e felicidade – o caráter comunitário do bem. Virtude É um hábito (ou seja aquilo que se adquire pela prática) pelo qual o homem se faz bom e pela qual exerce a função que lhe é própria ÉT ICA Morais Termo médio entre dois extremos viciosos. Regulam a vida vegetativa e sensitiva Ligada a amizade (prazer, utilidade, amor) Intelectuais Disposição a atividade intelectual Tipos: arte, prudência, intuição, inteligência, sabedoria. Conduz a máxima felicidade 14/10/2016 4 A pessoa dotada de sabedoria prática escolhe a média entre dois extremos (excesso x carência) Timidez Modéstia Impudor Virtude Covardia Coragem Temeridade Virtude Hedonistas e estóicos • Para os hedonistas (hedoné = “prazer”) da Grécia antiga o bem se encontra no prazer. • Segundo Epicuro (séc. III a.C.) os prazeres do corpo são a causa da ansiedade e sofrimento.• O cultivo dos prazeres espirituais (como a amizade) de forma moderada levaria a imperturbabilidade. 14/10/2016 5 Em um sentido bastante genérico, podemos dizer que a civilização contemporânea é hedonista, por identificar a felicidade com a aquisição de bens de consumo: - ter uma bela casa, - um belo carro, - muitas roupas, - boa comida, - múlt iplas exper iências sexuais. Além disso se caracteriza também por não tolerar qualquer desconforto como pequenas dores do corpo, envelhecimento, privação de prazeres imediatos, etc. Hedonistas e estóicos • Na mesma época dos epicuristas e hedonistas Zeno de Cítio fundava a Ética Estóica. • Para os Estóicos a felicidade não se encontra na busca do prazer, mas no exercício constante da virtude. • Pregavam a aceitação do destino e a luta contra as paixões. Eliminação das paixões Imperturbabiilidade APATIA ATARAXIA 14/10/2016 6 Idade média: moral e religião • O ideal ascético comum aos estóicos foi muito bem aceito pelo “cristianismo” da idade média europeia. Ascetismo Religioso - É a busca rigorosa da virtude. - Resultava no aperfeiçoamento da vida espiritual por meio de práticas de mortificação do corpo como: jejum, abstinência e flagelação . Idade média: moral e religião • Mas é com o filósofo e teólogo S. Tomás de Aquino que a igreja retoma a noção aristotélica de eudemonismo. • Ainda assim sua perspectiva segue religiosa, admitindo ser Deus o único meio para se atingir a felicidade. (vida após a morte) • Desde a expansão do cristianismo a cultura ocidental esteve marcada pela tradição moral com valores religiosos e na crença da vida após a morte. Cristianismo Valores morais transcendentes (derivados de Deus e não do mundo dos homens) 14/10/2016 7 • A partir da idade moderna a moral vai se tornando laica (não- religiosa). • Ser moral e ser religioso deixam de ser polos inseparáveis e admite-se que uma pessoa atéia seja também moral. • O fundamento dos valores passa a não se encontrar em Deus, mas no próprio ser humano. • Aqui se inicia a influência do racionalismo cartesiano e do empirismo (Bacon/Hume). A moral Laica A moral Laica Moral laica em Espinosa (Filósofo holandês – séc. XVII) • A Razão não seria superior aos Sentidos, por isso ela não pode controlá-los. • As afecções do corpo e os sentimentos da Alma são forças do existir e do agir... • Ou seja, só podem ser vencidos por outros afetos mais fortes e poderosos. 14/10/2016 8 • O século XVIII foi chamado século das luzes em oposição às trevas da idade média. • No período moderno da história humana, recorrer à razão significa recusar a intolerância religiosa e o critério de autoridade. • Para o iluminista I.Kant a ação moral deve ser autônoma, pois o ser humano é o único capaz de se guiar segundo leis que a própria razão estabelece. A moral Laica: Immanuel Kant Imperativo categórico kantiano: a obediência à lei é voltada apenas para a realização do dever A partir do final do séc. XIX os filósofos começam a se posicinar contra a moral kantiana (formalista, abstrata e considerando um sujeito transcendental – não empírico) HEGEL MARX Nietzsche Destaca a relação do sujeito com a cultura e a história. Relaciona a moral como expressão da consciência que deriva das relações sociais ligadas ao mundo do trabalho. Crítica ao controle racional das paixões 14/10/2016 9 A questão moral no contemporâneo De forma geral a contemporaneidade ressalta: • Conflitos e contradições da moral • As promessas não cumpridas da modernidade • A busca de liberdade do sujeito moderno KEVIN CARTER, 1993. 14/10/2016 10 A questão moral no contemporâneo Jürgen HABERMAS • Habermas desenvolve a teoria da ação comunicativa que é o suporte para uma Ética do discurso. • Diferentemente da moral kantiana a ética do discurso valoriza a ação comunicativa Ao invés do sujeito isolado em seu monólogo consigo próprio, a AÇÃO COMUNICATIVA prevê o diálogo com os diferentes grupos SUJEITOSUJEITO A questão moral no contemporâneo • Diante dos problemas do mundo globalizado, Apel ressalta o fato de que a moral se situa além dos limites da casa, bairro, cidade, país. • Isto exige uma reflexão sobre a MACROESFERA (o destino da humanidade) É precisoconstituir-se uma MACROÉTICA que examine os interesses humanos vitais em nível planetário. 14/10/2016 11 Moral e ÉTICA Razão sobre a Paixão Instinto sobre a Razão Moral = Religião Moral É Laica Princípios absolutos e universais Moral É Relativismo
Compartilhar