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Leishmanioses: Tipos, Transmissão e Diagnóstico

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LEISHMANIOSES
No Brasil há 2 tipos: tegumentares (lesões de pele e mucosas) e viscerais (lesões viscerais). Transmissão pelos flebotomíneos (fêmea hematófaga).
Inicialmente restritas a áreas de florestas (tegumentares) e posteriormente disseminada nas áreas urbanas (visceral).
MORFOLOGIA
Sem flagelo livre, Estrutura arredondada
Núcleo cora em vermelho
Citoplasma cora em azul
Cinetoplasto (DNA extranuclear) perto do núcleo e cora em roxo
Dentro hospedeiro vertebrado
Com flagelo
Estrutura alongada
Núcleo cora em vermelho
Citoplasma cora em azul
Cinetoplasto anterior ao núcleo, perto do flagelo
Dentro do hospedeiro invertebrado
CICLO EVOLUTIVO 
Vertebrado infectado: Pele com muitos macrófagos cheios de amastigota → Inseto suga sangue com macrófagos → Macrófagos rompem-se no organismo do inseto → Forma amastigota passa para forma mastigota → Forma mastigota no sistema digestivo do inseto passa para forma promastigota metacíclico (forma madura) e migra para faringe → Faringe do inseto obstruída por parasita → Inseto tenta sugar sangue, não consegue e regurgita sangue com parasita → No hospedeiro vertebrado passa para forma amastigota dentro dos macrófagos → Multiplicação do parasita ocorre na pele do indivíduo, causando lesões. 
LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA OU ÚLCERA DE BAURU
ETIOLOGIA - Brasil há 6 espécies: L. braziliensis, L.guyanensis, L.lainsoni, L.shawi, L.naiffi, L. amazonenses
Leishmania braziliensis principal e a das maiores lesões. 
Espécies não sobrevivem bem em temperatura ≥ 37°. 
Causam lesões de pele e mucosa
HABITAT - Células do sistema mononuclear fagocitário (SMF) cutâneo - macrófagos
TRANSMISSÃO – Exclusivamente vetorial: Lutzomyia, birigui, mosquito palha, tatuquira 
Brasil há 6 espécies: Lutzomyia whitmani, L.wellcomei, L.pessoai, L.intermedia, L. umbratilis, L.flaviscutellata.
RESERVATÓRIOS – Roedores, edentados (tatu, tamanduá, preguiça), marsupiais (gambá), cães, cavalos, macacos e homem
FORMAS CLÍNICAS – Cutânea, Cutaneomucosa e Cutâneo difusa
Forma Cutânea: Todas as espécies de leshmania
Lesões estritas a pele, inicialmente pequena no local da picada, em torno vai aumentando até formar úlcera. Lesão indolor (exceto se houver invasão bacteriana).Crescimento (2 a 6 meses) → Estaciona → Regressão (+/- 1 ano)
Forma Cutaneomucosa: L. brasiliensis
Evolução da forma cutânea. 
Lesão na mucosa (1°local é o septo nasal) – Nariz de Tapirou, Nariz de anta
Lesões dolorosas e com secreção de mau cheiro. 
Após destruição do septo a lesão desce para o lábio superior
Forma Cutâneo Difusa:
Não muito frequente no Brasil (ocorre mais na área amazônica)
L.amazonense
Inicialmente lesão na pele → Regressão → Nódulos por todo corpo que não ulceram (cheios de macrófagos)
Há desvio da resposta imune (Dificilmente consegue cura)
PATOGENIA
Mecanismos De Escape Do Parasito : Evasão da lise mediada por complemento; Penetração no macrófago via receptor de superfície – inibição e/ou retardo na ativação dos mecanismos microbicidas; Amastigotas – resistente ao ambiente ácido e hidrolítico do vacúolo parasitóforo.
Resposta imune
Mecanismos Imunopatogênicos
Forma cutânea
Forma cutaneomucosa
Forma cutâneo difusa
DIAGNÓSTICO CLÍNICO – Observar as característica da lesão; Anamnese e dados epidemiológicos
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL – dermatoses granulomatosas – tuberculose cutânea, hanseníase, blastomicose, esporotricose, úlcera tropical, neoplasmas
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - Pesquisa do parasita (biópsia do bordo da lesão cutânea); Técnicas de imuno-histoquímica (pesquisa de Ags do parasita no tecido); Avaliação da resposta celular (Teste intradérmico de Montenegro); Avaliação da resposta humoral (teste de imunofluorescência indireta e ELISA)
Teste Intradérmico De Montenegro – Inocula antígeno e avalia resposta
PROFILAXIA - Tratamento dos doentes; combate ao vetor; utilização de repelentes; telar as janelas; construção de casas a uma distância mínima de 500 m da mata; educação sanitária
LEISHMANIOSE VISCERAL, AMERICANA OU CALAZAR
ETIOLOGIA - Leishmania (Leishmania) infantum Chagasi (espécie que mais tem no Brasil)
Adapta-se bem a 37°, presente nas vísceras. Aumenta risco de mortalidade quando não tratado.
HABITAT - Células do SMF visceral, Fígado, baço, medula óssea, Sangue (raro, monócitos), Pele (pouco frequente)
RESERVATÓRIOS – Raposa, marsupiais, cão (mesmo quando cura continua como reservatório)
VETOR - Lutzomyia longipalpis, Lutzomyia cruzi – Adaptado para o ambiente urbano
MECANISMOS DE TRANSMISSÃO – Vetorial mais frequente
Acidentes de laboratório, transfusão sanguínea, transmissão congênita – raros
IMUNIDADE – Padrão de resposta humoral
PATOGENIA
Período de incubação – 2 a 7 meses
Visceralização – febre baixa
Alterações esplênicas (esplenomegalia), hepáticas (hepatomegalia e diminuição na produção de albumina), no tecido hemocitopoético, renais (deposição de imunocomplexos), pulmonares e intestinais
COMPLICAÇÕES - Pneumonia e broncopneumonia; Tuberculose; Diarreia e disenteria; Otite média, gengivite, estomatite
FORMAS CLÍNICAS:
Forma assintomática: Indivíduos com carga genética que reverte rapidamente para resposta celular → Há anticorpo
Forma oligossintomática ou subclínica: Febre baixa recorrente, tosse seca, diarreia, sudorese, prostração
Forma aguda: diarreia acentuada, febre alta, tosse, hepatoesplenomegalia e alterações hematológicas discretas
Forma sintomática crônica ou calazar clássico: Febre; Emagrecimento progressivo (caquexia); Edemas de pés e mãos; Abdome volumoso (hepatoesplenomegalia); Tosse, diarreia, náuseas, vômitos, dispneia de esforço, cefaleia, dores musculares, artralgia, sangramento nasal e gengival.
CAUSAS DE ÓBITOS – Broncopneumonia, Septicemias, Hemorragias agudas, Gastrenterites, Insuficiência cardíaca (anemia grave) , Caquexia
DIAGNÓSTICO
Critérios epidemiológicos: procedência, histórico de viagens, ocorrência de casos caninos, presença do vetor
Critérios clínicos :febre irregular, hepatoesplenomegalia, anemia, manifestações hemorrágicas
LABORATORIAL
Pesquisa do parasita – aspirado de medula óssea
Métodos imunológicos – Imunofluorescência indireta, ELISA, imunocromatografia
Exames - Anemia, leucopenia, plaquetopenia, enzimas hepáticas alteradas, albumina diminuída e globulinas aumentadas
Áreas Com Transmissão De Leishmaniose Visceral (LV) No Brasil
PROFILAXIA - Tratamento de todos os casos humanos, eliminação dos cães com sorologia positiva, combate ao vetor (mais eficiente pois o vetor é urbano), uso de repelentes, controle rigoroso de cães vadios, educação sanitária, vacinação de cães (funcionada se não tiver sido contaminado previamente)

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