Aula 3 Materialismo

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Materialismo 
Introdução à Filosofia da Mente 
•Materialismo, Fisicalismo, Monismo... 
•Uma das correntes mais fortes da filosofia da mente no século XX. 
•Foi muito influenciado por descobertas da neurociência. 
Materialismo ou Teorias da Identidade 
•Comporta algumas variações como: 
–Estados mentais são estados cerebrais 
–Estados mentais são redutíveis a estados cerebrais 
–Estados mentais emergem de estados cerebrais 
estados mentais 
= 
estados do sistema nervoso 
•Estados qualitativos (qualia) vs. Atitudes proposicionais 
Terminologia 
•Estados qualitativos (qualia): sensações 
•Atitudes proposicionais: crenças, desejos, medos, dúvidas e etc. 
•Envolvem a ideia de existir um agente ou sujeito que tem uma 
determinada atitude em relação a determina proposição. 
•Proposições são normalmente expressas por sentenças, mas são 
diferentes dela. 
Terminologia 
•“Esta chovendo” e “It is raining” 
Sentenças diferentes, mas com a mesma proposição 
•Proposições são dotadas de intencionalidade, são sobre algo. 
Terminologia 
Dizer que um estado mental tem intencionalidade significa apenas que ele é acerca 
de alguma coisa. Por exemplo, uma crença é sempre uma crença de que tal e tal 
coisa acontece, ou o desejo é sempre o desejo de que tal e tal coisa deveria 
acontecer ou, então, ter lugar. 
 
 John Searle, Mente Cérebro e Ciência, tr. Artur Morão, Ed. 70, p. 74. 
Contextos Opacos 
A: Édipo casa-se com Jocasta 
 
B: Édipo casa-se com sua própria mãe 
Contextos Opacos 
 A': Édipo deseja Jocasta 
 
 B': Édipo deseja sua própria mãe 
“Jocasta” e sua “própria mãe” são formas diferentes de representar 
a mesma coisa no mundo. 
Contextos Opacos 
Podemos dizer que o mesmo ocorre com a descrição de estados 
mentais e cerebrais? 
 
•Será que estamos apenas descrevendo de formas diferentes o 
mesmo fenômeno? 
 
•Grande esperança e calcanhar de Aquiles do materialismo: que o 
intensional (mente, crenças e desejos) possa ser reduzido ao 
extensional (Sistema Nervoso Central) 
Extensional e Intensional 
Estrela da manhã e Estrela da tarde 
–Extensão de ambos: o planeta Vênus 
–Mas ambos tem intensões diferentes. 
Extensional e Intensional 
Teorias da Identidade 
Ullin T. Place (1924 - 2000) 
• filósofo analítico britânico 
 
• “Is consciousness a brain process?”(1956) British Journal of 
Psychology 
 
“I shall argue that an acceptance of inner processes does not entail 
dualism and that the thesis that consciousness is a process in the 
brain cannot be dismissed on logical grounds” 
 
"I am not trying to argue that when we describe our dreams, fantasies, and 
sensations we are talking about processes in our brains. That is, I am not 
claiming that statements about sensations and mental images are reducible to or 
analyzable into statements about brain processes" 
Teorias da Identidade 
'É' de definição 
Um quadrado é um retângulo equilátero. 
Um solteiro é um homem solteiro. 
•"e nada mais" 
•Necessário 
•Auto evidente 
 
 "É" de composição. 
Uma nuvem é uma massa de gotículas de água. 
Sua mesa é uma caixa antiga de transporte. 
•"e nada mais" 
•Contingente 
•Verificável 
 
A consciência é um processo no cérebro. 
Teorias da Identidade 
•Podemos descrever uma nuvem com base em sua forma como 
com base no que forma a nuvem (gotículas de água). 
•Duas terminologias podem descrever o mesmo objeto. 
Teorias da Identidade 
 
 
 
Apesar de "massa de gotícula ≠ 'nuvem', não se segue 
que deve ser duas coisas. 
 
 
Apesar de "processo no cérebro ≠ 'consciência' , 
não quer dizer que eles devem ser duas coisas. 
Teorias da Identidade 
J. J. C. Smart (1920 - 2012) 
• filósofo analítico australiano 
• Sensations and brain processes (1959) 
 
"Não parece existir (...) nada mais no fundo do que arranjos cada vez 
mais complexos de constituição física. Todos, exceto para um só 
lugar: na consciência " 
 
"Que tudo deve ser explicado em termos físicos ... exceto 
a ocorrência de sensações parece-me ser francamente 
inacreditável "(p. 86). 
O que a teoria da Identidade afirma e o 
que ela não afirma 
Estados mentais são estados cerebrais, mas: 
 
–Falar sobre estados mentais não é a mesma coisa do que falar 
sobre estados cerebrais 
Lembre-se: “é” de definição vs. “é” de composição 
O que a teoria da Identidade afirma e o 
que ela não afirma 
“Eu sou capaz de falar sobre meus estados mentais sem saber 
nada sobre neurociência. Portanto, meus estados mentais não 
podem ser idênticos aos meus estados cerebrais” 
Eu posso falar de água sem saber nada sobre química, mas 
isso não implica que água não seja composta por moléculas de 
H20. 
O que a teoria da Identidade afirma e o 
que ela não afirma 
O que a teoria da Identidade afirma e o 
que ela não afirma 
“Ao falar sobre eventos cerebrais físicos por um lado e eventos 
mentais por outro, estamos falando, sem que saibamos, sobre 
um e o mesmo conjunto de eventos, descritíveis em dois 
vocabulários distintos.” (Maslin, pg 75) 
Teoria da Identidade Tipo-Tipo 
Cada tipo de estado mental é idêntico a um dado tipo de estado 
cerebral. 
As extensões a se referem os diferentes significados coincidem 
exatamente. 
Teoria da Identidade Espécime-Espécime 
(Token-Token) 
A teoria Tipo-Tipo impõe uma hipótese muito forte e restrita para 
estados mentais. 
 
Não poderia a dor em situações diferentes, em pessoas 
diferentes, em animais diferentes ser idêntica a um tipo distinto 
de estado físico? 
Teoria da Identidade Espécime-Espécime 
(Token-Token) 
Argumentos a favor da Teoria da 
Identidade 
•Origem e constituição puramente física dos seres humanos 
•História da evolução 
•Dependência neural 
•Êxito crescente das neurociências 
Argumentos contra a Teoria da Identidade 
•Argumento da introspecção 
•Argumento semântico 
•Argumento da qualia