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AULA 3 1- Após a morte de Luis o Piedoso (filho e sucessor de Carlos Magno), o Império Carolíngio é desmembrado no Tratado de Verdun (843). Comentário: Com a morte de Luís, o Piedoso, o império foi dividido entre seus três filhos: Carlos, o Calvo, ficou com a parte ocidental; Luís, o germânico, com a parte oriental, e Lotário, com a parte central até o centro da Itália. Essa divisão realizada em comum acordo entre os três herdeiros de Luís, O piedoso, não era vantajosa para o crescimento do império. Inevitavelmente, a divisão levou ao enfraquecimento do império, que contava com invasões constantes de muçulmanos, magiares e vikings. Esses fatores levaram á fragmentação do Império Carolíngio e, posteriormente, ao seu fim. 2- Entretanto, a ideia de renovação do Império Romano persiste. A partir das vitórias de Oto I sobre os lombardos, húngaros e eslavos, nova aliança se estabelece com o papa em Roma e é formado um novo Império que se estende inicialmente sobre os reinos existentes na Germânia e Itália. Mais tarde, este império será denominado Sacro Império Romano Germânico. Comentário: O Saco Império Romano-Germânico nada mais foi do que uma nomenclatura utilizada primeiramente pelos carolíngios, que se autoproclamavam herdeiros do Império Romano. Alguns historiadores então acreditam que o Sacro Império Romano-Germânico tenha passado a existir oficialmente no momento em que Carlos Magno foi coroado imperador pelo papa no Natal de 800, mas principalmente na medida em que os francos da dinastia carolíngia expandiram seu território, conquistando partes dos atuais Alemanha, Áustria, Suíca, Luxemburgo, República Tcheca, Eslovênia, os Países Baixos e boa parte da Polônia, França e Itália. Após a morte de Carlos Magno em 843, o império carolíngio foi dividido em três partes, entre seus três netos. Segundo outra boa parte dos historiadores, a parte mais ocidental do império (que coube ao neto Carlos, o Calvo) originaria o reino da França; a parte do meio (destinada ao neto Lotário) originaria reinos como os Países Baixos e a Itália; e, por fim, a parte mais oriental (de Luís, o Germânico) constituiria o princípio do território do Sacro Império Romano-Germânico, posteriormente expandido. Portanto, há duas vertentes para explicar a formação desse império, ambas com origens francas. (resposta da tutora na sala de tutoria) 3- Esta aliança, no entanto, fica abalada pelas disputas de poder entre o Império e o papado que se estendem do séc. XI ao XIII. 4- Tal disputa resultou no enfraquecimento do Sacro Império e fortalecimento do papado, além da consolidação de diversos reinos na Europa, como os reinos da Inglaterra, França e Aragão. 5- Paralelamente, no Oriente, enquanto o Império Bizantino ficava reduzido geograficamente, o Império Islâmico continuava sua expansão. 6- Apesar de momentos de convivência relativamente pacífica e trocas comerciais e culturais entre cristãos, judeus e muçulmanos (especialmente na Península Ibérica e sul da Itália), a partir de meados do séc. XI, se dá uma ofensiva do Ocidente cristão contra o Islã, com os movimentos da Reconquista da Península Ibérica e das Cruzadas. 7- É também em meados do séc. XI (1.054) que ocorre a ruptura definitiva entre o papado de Roma e o imperador e o patriarca de Constantinopla. A partir deste momento, existirá a Igreja Católica Apostólica Romana e a Igreja Ortodoxa do Império Bizantino, sediada em Constantinopla. Comentário: Após o enfraquecimento do Império, em 1504 a Igreja dividiu-se em duas, em um movimento que ficou conhecido como Cisma do Oriente: No Ocidente, a Igreja Católica Apostólica Romana; no Oriente, a Igreja Católica Apostólica Ortodoxa. Tal separação ocorreu por vários fatores: a animosidade entre o papa de Roma e o patriarca de Constantinopla; o caráter sagrado do imperador Bizantino, que praticava o cesaropapismo e não se subordinava ao papa. EXERCÍCIOS 1) Analise as tensões entre o papado de Roma e o Sacro Império Romano Germânico. Do século I ao século XIII, o imperador está envolvido em um conflito incessante com o papa, o que enfraquece as bases de seu poder e manifesta a supremacia pontifícia. Com o declínio do Império no Ocidente, o que se consolida é a cristandade romana, cujo papa, solidamente é o chefe espiritual e o príncipe mais poderoso. É o papa que incentiva o início das Cruzadas e não o imperador. 2) Analise as tensões entre o papado de Roma e o Império Bizantino. A afirmação do Ocidente ante Bizâncio é notável no século VIII. Até início do século VIII, em virtude da universalidade do título imperial, Constantinopla tem vocação para assegurar a tutela sobre o Ocidente. A Itália em particular, é considerada uma terra imperial e o próprio papa depende da autoridade do imperador e toma cuidado de manifestar o respeito que é devido à sua jurisdição. Entretanto, pouco a pouco, os laços distendem-se e o Ocidente libera-se da tutela de Constantinopla. A primeira ruptura é provocada pela aliança entre Papa e Pepino, o Breve, especialmente quando este último oferece ao pontífice o exarcado de Ravena, que fora reconquistados dos lombardos. 3) Sistematize os movimentos das quatro principais Cruzadas. Uma das prováveis razões do fracasso das Cruzadas reside nos fatos dos homens ocidentais não estarem preparados para o que estava por vir. Conquistar Constantinopla era um dos grandes desejos dos otomanos. As várias cruzadas fracassadas e o saque da cidade em 1204, pelos próprios cristãos, gerou o enfraquecimento dos bizantinos, o que se acentuou nos séculos seguintes. As cruzadas foram realizadas desde o século XI até meados do século XIII. Apenas a primeira foi a mais efetiva. O Papa Urbano II convocou a primeira Cruzada em 1095. Ele queria reconquistar Jerusalém e Lugares Santo; encorajar os homens a largarem suas famílias e casas para partir em uma empreitada sem garantias de volta. Um grande número de fiéis responderam à convocação do papa pela possibilidade de terem seus pecados perdoados, bem como a busca pelo martírio (morrer como herói). As cruzadas são liquidadas como um fracasso, entretanto, elas atestam um evidente reequilíbrio de força na tentativa de “frear” a ascensão islâmica. 4) Identifique os elementos de decomposição e recomposição ocorridos na Europa Ocidental ao longo da Alta Idade Média (séc. V-X). RELEIA AS PÁGINAS 96 e 97 DO TEXTO. Decomposição: ruptura da unidade romana e desaparecimento do Estado; regionalização política e econômica da Europa; declínio acentuado das cidades e ruralização; desaparecimento do modo de produção escravagista. Recomposição: a lenta acumulação de forças produtivas. O deslocamento do centro de gravidade do mundo ocidental do Mediterrâneo para a Europa do Noroeste; a síntese romano-germânica; o estabelecimento das bases do poderio da Igreja, que recompõe em seu benefício uma sociedade doravante cristã. COMENTÁRIOS A disputa entre os papas e os imperadores originou-se no século V, quando surgiu o primeiro papa a questionar o poder real e falar do poder papal como uma categoria superior. Todavia, Carlos Magno foi coroado através das mãos de um papa no Natal dos anos 800, construindo assim uma coroação mitológica e reafirmando a superioridade imperial. Tais conflitos levaram ao Exílio de Avignon, isto é, à queda de papas e excomunhão de reis. O período medieval ficou marcado pela necessidade dos reis de centralizar o poder, com forte oposição da igreja, a qual se utilizou de vários tratados e textos para afirmar a superioridade dos papas. Exemplo disso é o documento Dictatus Papae, umas das várias tentativas de criar uma teocracia papal. Ao longo do período medieval, vários papas tentaram normatizar a igreja com o intuito de definiras competências e os poderes do papa, de um lado, reis e imperadores, de outro. O Dictatus Papae foi escrito pelo Papa Gregório VII no ano de 1705. Com a intenção de mostrar quais poderes eram inerentes aos papas e como os reis e imperadores deveriam agir perante autoridade papal, esse texto, composto de 27 proposições, desencadeou a insatisfação da aristocracia (nobreza). Cruzadas As cruzadas foram tropas ocidentais enviadas à Palestina para recuperarem a liberdade de acesso dos cristãos à Jerusalém. A guerra pela Terra Santa, que durou do século XI ao XIV, foi iniciada logo após o domínio dos turcos seljúcidas sobre esta região considerada sagrada para os cristãos. Após domínio da região, os turcos passaram impedir ferozmente a peregrinação dos europeus, através da captura e do assassinato de muitos peregrinos que visitavam o local unicamente pela fé. Organização Em 1095, Urbano II, em oposição a este impedimento, convocou um grande número de fiéis para lutarem pela causa. Muitos camponeses foram a combate pela promessa de que receberiam reconhecimento espiritual e recompensas da Igreja; contudo, esta primeira batalha fracassou e muitos perderam suas vidas em combate. Após a Primeira Cruzada foi criada a Ordem dos Cavaleiros Templários que tiveram importante participação militar nos combates das seguintes Cruzadas. Após a derrota na 1ª Cruzada, outro exército ocidental, comandado pelos franceses, invadiu o oriente para lutar pela mesma causa. Seus soldados usavam, como emblema, o sinal da cruz costurado sobre seus uniformes de batalha. Liderados por Godofredo de Bulhão, estes guerreiros massacraram os turcos durante o combate e tomaram Jerusalém, permitindo novamente livre para acesso aos peregrinos. Outros confrontos deste tipo ocorreram, porém, somente a sexta edição (1228-1229) ocorreu de forma pacífica. As demais serviram somente para prejudicar o relacionamento religioso entre ocidente e oriente. A relação dos dois continentes ficava cada vez mais desgastada devido à violência e a ambição desenfreada que havia tomado conta dos cruzados, e, sobre isso, o clero católico nada podia fazer para controlar a situação. Embora não tenham sido bem sucedidas, a ponto de até crianças terem feito parte e morrido por este tipo de luta, estes combates atraíram grandes reis como Ricardo I, também chamado de Ricardo Coração de Leão, e Luís IX. Relação de todas as Cruzadas Medievais: - Cruzada Popular ou dos Mendigos (1096) - não oficial (não foi convocada pelo papa) - Primeira Cruzada (1096 a 1099) - Cruzada de 1101 - Segunda Cruzada (1147 a 1149) - Terceira Cruzada (1189 a 1192) - Quarta Cruzada (1202 a 1204) - Cruzada Albigense (1209 a 1244) - Cruzada das Crianças (1212) - Quinta Cruzada (1217 a 1221) - Sexta Cruzada (1228 a 1229) - Sétima Cruzada (1248 a 1250) - Cruzada dos Pastores (1251 a 1320) - Oitava Cruzada (1270) - Nona Cruzada (1271 a 1272) - Cruzadas do Norte (1193 a 1316) Consequências Elas proporcionaram também o renascimento do comércio na Europa. Muitos cavaleiros, ao retornarem do Oriente, saqueavam cidades e montavam pequenas feiras nas rotas comerciais. Houve, portanto, um importante reaquecimento da economia no Ocidente. Estes guerreiros inseriram também novos conhecimentos, originários do Oriente, na Europa, através da influente sabedoria dos sarracenos. Não podemos deixar de lembrar que as Cruzadas aumentaram as tensões e hostilidades entre cristãos e muçulmanos na Idade Média. Mesmo após o fim das Cruzadas, este clima tenso entre os integrantes destas duas religiões continuou. Já no aspecto cultural, as Cruzadas favoreceram o desenvolvimento de um tipo de literatura voltado para as guerras e grandes feitos heroicos. Muitos contos de cavalaria tiveram como tema principal estes conflitos. Curiosidade : - A expressão "Cruzada" não era conhecida nem mesmo foi usada durante o período dos conflitos. Na Europa, eram usados termos como, por exemplo, "Guerra Santa" e Peregrinação para fazerem referência ao movimento de tentativa de tomar a "terra santa" dos muçulmanos.
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