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RESPONSABILIDADE CIVIL Responsabilidade Civil – Fato de Outrem (Responsabilidade Civil dos Tutores) 1. Conceito de Tutela: O tutor representará o menor de 16 anos, bem como o assistirá após essa idade. Para que se configure o instituto da tutela, faz-se necessário vislumbrar as seguintes hipóteses: a) falecimento dos pais; b) a ausência dos pais; e c) se os pais perderem o poder familiar (autoridade parental) sobre os filhos. Possibilidade de Recusa: Por ser um instituto complexo, este não desperta o olhar de muitos indivíduos, uma vez que traz muitos encargos. Entretanto, nem todos podem recusar a configuração da relação de tutela, conforme rol trazido pelo art. 1.736, I a VII, CC. Art. 1.736. Podem escusar-se da tutela: I - mulheres casadas; II - maiores de sessenta anos; III - aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos; IV - os impossibilitados por enfermidade; V - aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a tutela; VI - aqueles que já exercerem tutela ou curatela; VII - militares em serviço. Por fim, aquele que não for parente do menor, segundo o Código Civil, não poderá ser obrigado a aceitar a tutela, desde que haja um parente idôneo consanguíneo ou afim, este em condições de exercer a tutela, nos termos do art. 1.737, CC. 2. Conceito de Curatela: O curador defende os interesses dos maiores incapazes, nos moldes do art. 1.767, I a V, CC. Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela: I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; II - (Revogado); III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; IV - (Revogado) V - os pródigos. Assim, demonstra-se que as referidas hipóteses se configuram como incapacidades relativas, conforme art. 4º, CC. Cabe curatela para menor de 18 anos? Sim, cabe curatela para menor de 18 anos. É o caso do nascituro, desde que seu pai faleça, deixando a mulher grávida, e não tendo o poder familiar, nos moldes do art. 1.779, Caput, CC. Art. 1.779. Dar-se-á curador ao nascituro, se o pai falecer estando grávida a mulher, e não tendo o poder familiar. Parágrafo único. Se a mulher estiver interdita, seu curador será o do nascituro. (Grifo nosso) Por fim, percebe-se que o curador do nascituro poderá ser curador da genitora deste, desde que esta venha a ser interditada. 3. Responsabilidade Civil do Curadores e dos Tutores: Em regra, as regras aplicadas aos pais se aplicam aos curadores e tutores. Desse modo, ambos serão responsáveis pelos atos de seus tutelados e pupilos, devendo, no entanto, respeitar dois requisitos, quais sejam, autoridade e companhia. Para que o tutor seja responsável, este deverá estar exercendo a sua autoridade sobre o tutelado, bem como deverá tê-lo em sua companhia. Aplica-se a mesma regra ao curador. Ademais, a responsabilidade dos tutores e dos curadores se configura como objetiva, ou seja, independe da comprovação/demonstração de culpa por parte do tutor ou curador, nos moldes do art. 932, II, CC. Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: (...) II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; (...) . 4. Direito de Regresso Diferente dos pais, os tutores e curadores podem ingressar com Ação Regressiva, a fim de reaver o valor despendido por eles para sanar danos causados pelo tutelado ou pupilo, conforme art. 934, CC. Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz. Desse modo, não há, efetivamente, nenhuma disposição vedando o ingresso com a demanda supramencionada. Por exemplo, João, tutor de Gustavo, este com 15 anos, reparou um dano causado por Gustavo ao muro do vizinho, obra esta que custou R$ 16 (dezesseis mil reais). Após o pagamento do referido valor, o tutor poderá ingressar com a Ação Regressiva, a fim de reaver/reembolsar o valor gasto.
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