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13 Completação de Poços II

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FUNDAMENTOS 
DA COMPLETAÇÃO 
DE POÇOS
Autor: Raymundo Jorge de Souza Mancu
FUNDAMENTOS 
DA COMPLETAÇÃO 
DE POÇOS
Programa Alta Competência
Este material é o resultado do trabalho conjunto de muitos técnicos 
da área de Exploração & Produção da Petrobras. Ele se estende para 
além dessas páginas, uma vez que traduz, de forma estruturada, a 
experiência de anos de dedicação e aprendizado no exercício das 
atividades profissionais na Companhia.
É com tal experiência, refletida nas competências do seu corpo de 
empregados, que a Petrobras conta para enfrentar os crescentes 
desafios com os quais ela se depara no Brasil e no mundo.
Nesse contexto, o E&P criou o Programa Alta Competência, visando 
prover os meios para adequar quantitativa e qualitativamente a força 
de trabalho às estratégias do negócio E&P.
Realizado em diferentes fases, o Alta Competência tem como premissa 
a participação ativa dos técnicos na estruturação e detalhamento das 
competências necessárias para explorar e produzir energia.
O objetivo deste material é contribuir para a disseminação das 
competências, de modo a facilitar a formação de novos empregados 
e a reciclagem de antigos.
Trabalhar com o bem mais precioso que temos – as pessoas – é algo 
que exige sabedoria e dedicação. Este material é um suporte para 
esse rico processo, que se concretiza no envolvimento de todos os 
que têm contribuído para tornar a Petrobras a empresa mundial de 
sucesso que ela é.
Programa Alta Competência
Esta seção tem o objetivo de apresentar como esta apostila 
está organizada e assim facilitar seu uso. 
No início deste material é apresentado o objetivo geral, o qual 
representa as metas de aprendizagem a serem atingidas. 
Autor
Ao fi nal desse estudo, o treinando poderá:
• Identifi car procedimentos adequados ao aterramento 
e à manutenção da segurança nas instalações elétricas;
• Reconhecer os riscos de acidentes relacionados ao 
aterramento de segurança;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de 
aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas 
instalações elétricas.
ATERRAMENTO 
DE SEGURANÇA
Como utilizar esta apostila
Objetivo Geral
O material está dividido em capítulos. 
No início de cada capítulo são apresentados os objetivos 
específi cos de aprendizagem, que devem ser utilizados como 
orientadores ao longo do estudo.
No fi nal de cada capítulo encontram-se os exercícios, que 
visam avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem.
Os gabaritos dos exercícios estão nas últimas páginas do 
capítulo em questão.
Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas 
C
ap
ít
u
lo
 1
Riscos elétricos 
e o aterramento 
de segurança
Ao fi nal desse capítulo, o treinando poderá:
• Estabelecer a relação entre aterramento de segurança e 
riscos elétricos;
• Reconhecer os tipos de riscos elétricos decorrentes do uso de 
equipamentos e sistemas elétricos;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de 
segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas. 
21
Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança 
1.4. Exercícios
1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e 
aterramento de segurança?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que 
abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. 
Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, 
o caso: 
A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato
( ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser 
projetadas e executadas de modo que seja possível 
prevenir, por meios seguros, os perigos de choque 
elétrico e todos os outros tipos de acidentes.”
( ) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas 
(...) devem ser adotados dispositivos de proteção, 
como alarme e seccionamento automático para 
prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de 
isolamento, aquecimentos ou outras condições 
anormais de operação.”
( ) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) 
durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for 
julgado necessário à segurança, devem ser colocadas 
placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas 
e demais meios de sinalização que chamem a atenção 
quanto ao risco.”
( ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e 
sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas 
(...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no 
âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação.” 
25
Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança 
1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes 
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados 
e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, 
marcando A ou B, conforme, o caso:
A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato
( B ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e 
executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os 
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.”
( A ) “Nas instalações elétricas de áreas classifi cadas (...) devem ser 
adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento 
automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas 
de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de 
operação.”
( B ) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 
trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário 
à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de 
advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem 
a atenção quanto ao risco.”
( A ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados 
à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à 
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação.” 
3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir:
( V ) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes 
normalmente energizadas da instalação elétrica.
( F ) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer 
riscos de choques elétricos.
( V ) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um 
equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se 
houver falha no isolamento desse equipamento.
( V ) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um 
“fi o terra”.
( F ) A queimadura é o principal efeito fi siológico associado à passagem 
da corrente elétrica pelo corpo humano.
1.7. Gabarito
Objetivo Específi co
Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas 
defi nições estão disponíveis no glossário. Ao longo dos 
textos do capítulo, esses termos podem ser facilmente 
identifi cados, pois estão em destaque.
Capítulo 3. Problemas operacionais, riscos e cuidados com aterramento de segurança
49
3. Problemas operacionais, riscos e 
cuidados com aterramento de segurança
Todas as Unidades de Exploração e Produção possuem um plano de manutenção preventiva de equipamentos elétricos (motores, geradores, painéis elétricos, transformadores e outros). 
A cada intervenção nestes equipamentos e dispositivos, os 
mantenedores avaliam a necessidade ou não da realização de inspeção 
nos sistemas de aterramento envolvidos nestes equipamentos.
Para que o aterramento de segurança possa cumprir corretamente o 
seu papel, precisa ser bem projetado e construído. Além disso, deve 
ser mantido em perfeitas condições de funcionamento. 
Nesse processo, o operador tem importantepapel, pois, ao interagir 
diariamente com os equipamentos elétricos, pode detectar 
imediatamente alguns tipos de anormalidades, antecipando 
problemas e, principalmente, diminuindo os riscos de choque elétrico 
por contato indireto e de incêndio e explosão.
3.1. Problemas operacionais
Os principais problemas operacionais verifi cados em qualquer tipo 
de aterramento são:
• Falta de continuidade; e
• Elevada resistência elétrica de contato. 
É importante lembrar que Norma Petrobras N-2222 defi ne o valor 
de 1Ohm, medido com multímetro DC (ohmímetro), como o máximo 
admissível para resistência de contato.
Choque elétrico – conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se 
manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por uma 
corrente elétrica.
Ohm – unidade de medida padronizada pelo SI para medir a resistência elétrica.
Ohmímetro – instrumento que mede a resistência elétrica em Ohm.
3.4. Glossário
Caso sinta necessidade de saber de onde foram retirados os 
insumos para o desenvolvimento do conteúdo desta apostila, 
ou tenha interesse em se aprofundar em determinados temas, 
basta consultar a Bibliografi a ao fi nal de cada capítulo. 
Ao longo de todo o material, caixas de destaque estão 
presentes. Cada uma delas tem objetivos distintos. 
A caixa “Você Sabia” traz curiosidades a respeito do conteúdo 
abordado de um determinado item do capítulo. 
“Importante” é um lembrete das questões essenciais do 
conteúdo tratado no capítulo. 
CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – 
Elétrica, 2007.
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. 
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005.
Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades 
marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005.
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação 
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas 
atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em 
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http://
www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: 
14 mar. 2008.
NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National 
Fire Protection Association, 2004.
Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med.
br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008.
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008.
Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi sica/eletricidade/
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. 
1.6. Bibliografi a
É atribuído a Tales de Mileto (624 - 556 a.C.) a 
primeira observação de um fenômeno relacionado 
com a eletricidade estática. Ele teria esfregado um 
fragmento de âmbar com um tecido seco e obtido 
um comportamento inusitado – o âmbar era capaz de 
atrair pequenos pedaços de palha. O âmbar é o nome 
dado à resina produzida por pinheiros que protege a 
árvore de agressões externas. Após sofrer um processo 
semelhante à fossilização, ela se torna um material 
duro e resistente. 
Os riscos elétricos de uma instalação são divididos em dois grupos principais:
1.1. Riscos de incêndio e explosão
Podemos defi nir os riscos de incêndio e explosão da seguinte forma:
Situações associadas à presença de sobretensões, sobrecorrentes, 
fogo no ambiente elétrico e possibilidade de ignição de atmosfera 
potencialmente explosiva por descarga descontrolada de 
eletricidade estática.
Os riscos de incêndio e explosão estão presentes em qualquer 
instalação e seu descontrole se traduz principalmente em danos 
pessoais, materiais e de continuidade operacional.
Uma das principais substâncias removidas em poços de 
petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às 
baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula 
nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode 
vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar 
ao da arteriosclerose.
VOCÊ SABIA??
É muito importante que você conheça os tipos de pig 
de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na 
sua Unidade. Informe-se junto a ela!
IMPORTANTE!
ATENÇÃO
É muito importante que você conheça os 
procedimentos específicos para passagem de pig 
em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba 
quais são eles.
Recomendações gerais
• Antes do carregamento do pig, inspecione o 
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente 
o recebedor de pigs;
• Lançadores e recebedores deverão ter suas 
RESUMINDO...
Já a caixa de destaque “Resumindo” é uma versão compacta 
dos principais pontos abordados no capítulo.
Em “Atenção” estão destacadas as informações que não 
devem ser esquecidas.
Todos os recursos didáticos presentes nesta apostila têm 
como objetivo facilitar o aprendizado de seu conteúdo. 
Aproveite este material para o seu desenvolvimento profi ssional!
Uma das principais substâncias removidas em poços de 
petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às 
baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula 
nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode 
vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar 
ao da arteriosclerose.
VOCÊ SABIA??
É muito importante que você conheça os tipos de pig 
de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na 
sua Unidade. Informe-se junto a ela!
IMPORTANTE!
ATENÇÃO
É muito importante que você conheça os 
procedimentos específicos para passagem de pig 
em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba 
quais são eles.
Recomendações gerais
• Antes do carregamento do pig, inspecione o 
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente 
o recebedor de pigs;
• Lançadores e recebedores deverão ter suas 
RESUMINDO...
Uma das principais substâncias removidas em poços de 
petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às 
baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula 
nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode 
vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar 
ao da arteriosclerose.
VOCÊ SABIA??
É muito importante que você conheça os tipos de pig 
de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na 
sua Unidade. Informe-se junto a ela!
IMPORTANTE!
ATENÇÃO
É muito importante que você conheça os 
procedimentos específicos para passagem de pig 
em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba 
quais são eles.
Recomendações gerais
• Antes do carregamento do pig, inspecione o 
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente 
o recebedor de pigs;
• Lançadores e recebedores deverão ter suas 
RESUMINDO...
SumárioSumário
Introdução 15
Capítulo 1. Métodos de completação 
1. Métodos de completação 19
1.1. Posicionamento da cabeça dos poços 19
1.2. Quanto ao revestimento de produção 21
1.3. Quanto ao número de zonas explotadas 25
Capítulo 2. Classificação das operações 
2. Classificação das operações 31
2.1. Investimento 31
2.2. Completação 31
2.3. Avaliação de investimento 31
2.4. Recompletação 32
2.5. Manutenção da produção 32
2.6. Avaliação 33
2.7. Restauração 33
2.8. Limpeza 38
2.9. Mudança do método de elevação 39
2.10. Estimulação 39
2.11. Abandono 39
Capítulo 3. Detalhamento das fases de uma completação 
3. Detalhamento das fases de uma completação 43
3.1. Instalação da cabeça de produção e dos equipamentos 
de segurança para controle do poço 44
3.1.1. Cabeça de revestimento 50
3.1.2. Suspensorde revestimento tipo C-22 52
3.1.3. Cabeça de revestimento tipo carretel 52
3.1.4. Adaptadores para a cabeça de produção 53
3.1.5. Cabeça de produção – descrição 54
3.1.6. Suspensor da coluna de produção 56
3.1.7. Adaptador para árvore de natal 56
3.1.8. Árvore de natal 57
3.2. Condicionamento do revestimento de produção 58
3.3. Substituição do fluido do poço por fluido de completação 59
3.4. Avaliação da qualidade da cimentação 59
3.4.1. Princípio de funcionamento 60
3.4.2. Apresentação do perfil CBL/VDL 62
3.4.3. Interpretação do perfil CBL/VDL 64
3.4.4. Aferição da calibração da ferramenta 65
3.4.5. Influência da pasta de cimento 65
3.4.6. Influência do microanular 66
3.4.7. Influência da espessura da capa de cimento 66
3.4.8. Interpretação do perfil VDL 67
3.4.9. Ferramenta de perfilagem ultrassônica CET 67
3.4.10. Ferramenta de perfilagem ultrassônica USIT 68
3.5. Canhoneio da zona de interesse 69
3.5.1. Técnicas de canhoneio 70
3.5.2. Sistema de canhoneio TCP 73
3.5.3. Vantagens do sistema de canhoneio TCP 74
3.5.4. Desvantagens do sistema de canhoneio TCP 75
3.6. Coluna de produção 76
3.6.1. Componentes da coluna de produção 77
3.7. Indução de surgência 93
Capítulo 4. Informações complementares 
4. Informações complementares 97
4.1.Packers (obturadores) 97
4.1.1. Packer de produção 97
4.2. Gravel pack 101
4.2.1. Gravel pack em poços revestidos 101
4.2.2. Gravel pack a poço aberto 103
4.3. Fraturamento hidráulico 103
4.3.1. Fluidos usados nos fraturamentos 104
4.3.2. Tipo de fraturamento 105
4.3.3. Fraturamento – fases ou etapas 106
4.4. Acidificação 106
4.4.1. Fases 107
4.4.2. Participação das equipes 107
4.4.3. Segurança na operação 108
Exercícios 110
Glossário 117
Bibliografia 118
Gabarito 119
Introdução
Entende-se por completação o conjunto de operações realizadas após o término dos trabalhos de perfuração, visando a colocar o poço em produção.
São as seguintes as operações em referência executadas segundo 
critérios técnicos, econômicos e de segurança: 
• Instalação dos equipamentos de segurança para controle do 
poço; 
• Condicionamento do revestimento de produção e do fluido 
nele contido; 
• Verificação da qualidade da cimentação primária realizada 
pela perfuração, quando há instalação do revestimento de 
produção; 
• Canhoneio da zona de interesse, para que o reservatório 
se comunique com o interior do revestimento de produção, 
permitindo o fluxo de fluidos; 
• Instalação da coluna de produção e equipamentos no interior 
do poço, para garantir a produção de forma segura e eficiente; 
• Instalação dos equipamentos de superfície; 
• Indução de surgência, na qual a hidrostática do poço é reduzida 
a valores inferiores à pressão estática da formação para que o 
poço entre em fluxo.
Para que a completação possa ser realizada de forma otimizada, é de 
fundamental importância um excelente interrelacionamento com as 
áreas de Geologia, reservatório e elevação artificial de petróleo.
15
16
Alta Competência
Quanto aos aspectos técnico e operacional, deve-se buscar a 
completação de forma a maximizar a vazão de produção (ou 
injeção) sem danificar o reservatório, tornando a completação a 
mais permanente possível, com pouca ou nenhuma intervenção até 
o final da vida produtiva do poço. Deve-se ainda buscar minimizar o 
tempo necessário para executar os trabalhos de intervenção e tornar 
a completação mais simples possível.
Após a completação inicial do poço, durante a sua vida produtiva, pode 
ser realizada uma série de operações, denominadas manutenção da 
produção, visando a corrigir problemas nos poços e fazendo voltar a 
vazão ao nível normal ou operacional. Essas operações serão tratadas 
ao longo deste material de estudos.
C
ap
ít
u
lo
 1
Métodos de 
completação
18
Alta Competência
19
Capítulo 1. Métodos de completação
1. Métodos de completação
Os métodos de completação podem variar de acordo com as necessidades e limitações de cada situação e com o posicionamento da cabeça dos poços, do revestimento de 
produção e do número de zonas explotadas, como veremos a seguir.
1.1. Posicionamento da cabeça dos poços 
Uma característica das reservas petrolíferas brasileiras é que as 
mesmas ficam localizadas indistintamente, tanto em áreas terrestres 
como em áreas marítimas. As reservas situadas nas áreas marítimas 
ocorrem em lâminas d’água rasas e profundas. Disso resultam 
importantes diferenças na maneira como é perfurado e completado 
um poço, principalmente no que se refere aos Sistemas de Cabeça 
do Poço Submarino (SCPS) utilizados pela perfuração, e ao tipo de 
árvore de natal utilizada pela completação, se molhada (ANM) ou 
convencional (ANC).
Em terra, a cabeça do poço fica próxima ao nível do solo, podendo 
inclusive ficar abaixo desse nível. Nesses poços, as operações de 
completação são executadas por equipamentos similares aos da 
perfuração, porém de menor capacidade, denominados Sondas 
de Produção Terrestre (SPT), como ilustrado na figura a seguir. 
Essas sondas são, geralmente, veículos autotransportáveis dotados 
basicamente de motor, guincho e mastro telescópico.
Sonda de Produção Terrestre (SPT)
20
Alta Competência
No mar, apresentam-se duas situações distintas. Na primeira delas, em 
águas mais rasas, é economicamente viável trazer a cabeça do poço 
para a superfície, efetuando-se a completação convencional ou seca. 
Nesse caso, é imprescindível ancorá-la em uma jaqueta apoiada no 
fundo do mar ou tracionar o poço a partir do convés de uma unidade 
flutuante especial (tension leg plataform). Em ambos os casos tem-se 
uma sonda instalada sobre a plataforma para execução dos serviços 
de completação.
Ainda em águas rasas, se for decidido deixar a cabeça do poço no 
fundo do mar, completa-se com árvore de natal molhada (ANM) 
através de plataforma autoelevatória, plataformas semissubmersíveis 
ou navios-sonda ancorados.
Numa segunda situação, apresenta-se o caso de águas mais profundas, 
em que é inviável trazer a cabeça do poço para a superfície, sendo 
indispensável deixá-la no fundo do mar, equipada com árvore de 
natal molhada (ANM). Nesse caso, são utilizadas, para execução dos 
serviços de completação, as mesmas plataformas semissubmersíveis 
ou navios-sonda de posicionamento dinâmico que foram utilizadas 
durante a perfuração, como representado na ilustração seguinte. 
Tipos de sondas marítimas
21
Capítulo 1. Métodos de completação
1.2. Quanto ao revestimento de produção
Essa classificação refere-se às configurações básicas poço-formação, 
aplicáveis a cada situação específica. 
Quanto ao revestimento de produção, uma completação pode ser 
classificada como: 
• A poço aberto; 
• Com revestimento ou liner canhoneado; 
• Com revestimento ou liner rasgado.
a) A poço aberto
Durante a perfuração, ao se atingir o topo da zona produtora, o 
revestimento de produção é descido e cimentado. Em seguida, a 
zona produtora é perfurada até a profundidade final e, após, 
coloca-se o poço em produção com a zona totalmente aberta. 
Caso seja necessário um novo revestimento de produção, poderá 
ser assentado posteriormente, convertendo o método em um dos 
outros três citados.
Completação a poço aberto
22
Alta Competência
Obviamente, tal método é somente aplicável a formações totalmente 
competentes, como os embasamentos fraturados, os calcários, as 
dolomitas e os arenitos muito bem consolidados. Também o intervalo 
produtor não pode ser muito espesso, a menos que a formação 
produtora tenha características permoporosas homogêneas e 
contenha um único fluido.
As principais vantagens do método são: maior área aberta ao fluxo; 
economia de revestimento e canhoneio; e a redução de danos 
de formação causados pelo filtrado do fluido de perfuração e da 
pastade cimento, já que se pode usar um fluido de perfuração 
adequado para perfurar a zona produtora, após o assentamento do 
revestimento de produção.
A desvantagem mais importante é a impossibilidade de se colocar 
em produção somente parte do intervalo aberto, visto que não 
são poucas as vezes em que estão presentes simultaneamente 
óleo, água e gás, sendo que normalmente o único interesse está 
na produção do óleo.
b) Com revestimento ou liner rasgado
Liner é a coluna de revestimento que não vem até a superfície, 
ficando ancorado no revestimento anterior (de produção) ou apoiado 
no fundo do poço. O liner ou o revestimento de produção pode ser 
descido previamente rasgado, posicionando os tubos rasgados em 
frente às zonas produtoras ou então cimentado e, posteriormente, 
canhoneado nas zonas de interesse.
23
Capítulo 1. Métodos de completação
Completação com revestimento rasgado
Completação com revestimento canhoneado
As principais vantagens e desvantagens da completação com liner 
rasgado são similares às do poço aberto. Pode ser acrescido às 
vantagens; o fato de que sustenta as paredes do poço em frente à 
zona produtora; e nas desvantagens, de resultar em uma redução 
do diâmetro do poço frente à zona produtora. Embora em desuso 
nos poços convencionais, pode encontrar uma boa aplicação em 
poços horizontais.
24
Alta Competência
No caso de revestimento ou liner com tubos cegos, as vantagens e 
desvantagens são similares às do revestimento canhoneado. Pode 
ser acrescido nas vantagens, o menor custo com revestimento; e nas 
desvantagens, a mudança de diâmetros dentro do poço, gerando 
dificuldades para passagem de equipamentos. 
c) Com revestimento canhoneado
Perfurado o poço até a profundidade final e avaliada a zona como 
produtora comercial de óleo e/ou gás, é descido o revestimento 
de produção até o fundo do poço, sendo em seguida cimentado o 
espaço anular entre os tubos de revestimento e a parede do poço. 
Posteriormente, é canhoneado o revestimento defronte aos intervalos 
de interesse, mediante a utilização de cargas explosivas, colocando 
assim o reservatório produtor em comunicação com o interior do 
poço, conforme imagem a seguir.
Completação com revestimento canhoneado
As vantagens desse método são: possibilidade de seletividade, tanto 
na produção quanto na injeção de fluidos; favorecimento do êxito das 
operações de restauração; diâmetro único em todo o poço; controle 
de formações desmoronáveis. 
25
Capítulo 1. Métodos de completação
As principais desvantagens do método são: custo do canhoneio; 
eficiência dependente de uma adequada operação de cimentação 
e canhoneio.
1.3. Quanto ao número de zonas explotadas
Sob esse aspecto, as completações podem ser classificadas em: simples, 
seletiva e dupla. 
a) Simples
Quando a única tubulação metálica é descida no interior do 
revestimento de produção, da superfície até próximo à formação 
produtora. Essa tubulação, acompanhada de outros equipamentos, é 
denominada coluna de produção, conforme ilustrado a seguir.
Completação simples
26
Alta Competência
Esse tipo de completação possibilita produzir, de modo controlado e 
independente, somente uma zona de interesse. Duas zonas podem 
ser colocadas em produção pela mesma coluna, o que usualmente não 
é recomendado, pois prejudica o controle dos reservatórios. 
b) Seletiva 
Nesse caso, é descida somente uma coluna de produção, equipada 
de forma a permitir a produção de várias zonas ou reservatórios 
seletivamente, ou seja, uma por vez. Disso resulta o perfeito controle 
dos fluidos produzidos em cada reservatório, bem como a facilidade 
operacional de se alterar a zona em produção.
Completação seletiva
27
Capítulo 1. Métodos de completação
c) Dupla 
Esse tipo de completação possibilita produzir simultaneamente, em 
um mesmo poço, duas zonas ou reservatórios diferentes, de modo 
controlado e independente. Isso é possível através da utilização de 
duas colunas de produção com dois obturadores (Packers). Esse tipo 
de completação é utilizado principalmente em poços terrestres. 
Completação dupla
As principais vantagens desse método são: 
• Produção e controle de mais de um reservatório produzido 
simultaneamente;
• Possibilidade de produção de zonas marginais que poderiam 
não justificar a perfuração de poços, somente para produzi-las;
• Aceleração do desenvolvimento do campo;
28
Alta Competência
• Diminuição do tempo de utilização dos equipamentos e 
tubulações para obtenção de uma mesma produção acumulada 
do poço;
• Liberação mais rápida do investimento para novas aplicações;
• Diminuição do número de poços necessários para drenar as 
diversas zonas produtoras. 
As principais desvantagens do método são: 
• Maior dificuldade na seleção e utilização dos equipamentos, 
com maiores possibilidades de problemas;
• As restaurações, embora menos frequentes, são mais complexas;
• Maior dificuldade na aplicação dos métodos de elevação 
artificial.
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 2
Classificação 
das operações
30
Alta Competência
Capítulo 2. Classificação das operações
31
2. Classificação das operações
Normalmente, toda operação efetuada em um poço após a sua perfuração é chamada de completação. Na verdade, completação é apenas uma das várias operações existentes. 
Estas se dividem basicamente em dois grupos: investimento e 
manutenção da produção.
As operações de investimento podem ser divididas em: completação, 
avaliação e recompletação. Já as operações de manutenção são 
divididas em: avaliação, restauração, limpeza, estimulação, mudança 
do método de elevação e de abandono.
2.1. Investimento
É o conjunto de operações efetuadas durante a primeira intervenção 
em uma determinada formação atravessada por um poço, após a 
conclusão dos trabalhos de perfuração, visando a sua avaliação e 
posterior produção e/ou injeção de fluidos. Podem ser operações de: 
avaliação, completação e recompletação.
2.2. Completação
Operação subsequente à perfuração de um poço, quando o mesmo 
é condicionado, canhoneado, avaliado e se, viável economicamente, 
equipado com uma coluna de produção e um método de elevação 
artificial, se necessário. 
2.3. Avaliação de investimento
Atividade executada visando a definir os parâmetros da formação 
(permeabilidade, dano, pressão estática etc.), a identificar e a 
mostrar o fluido da formação (composição, pressão de saturação, 
viscosidade, grau API, densidade etc.), a verificar a procedência dos 
fluidos produzidos e o índice de produtividade (IP) ou injetividade 
dos poços.
32
Alta Competência
As operações de avaliação podem ser classificadas como:
• Teste de formação a poço aberto (tf);
• Teste de formação a poço revestido (tfr);
• Teste de produção (tp);
• Registro de pressão (rp);
• Medição de produção (mp);
• Amostragem de fluido produzido;
• Perfilagem de produção.
2.4. Recompletação
Essa operação é executada em poços que podem produzir mais de 
uma formação de interesse. Assim, quando cessa o interesse em se 
produzir (ou injetar) em uma dessas formações, ela é abandonada e 
o poço é recompletado para produzir (ou injetar) em outra formação. 
Também é executada quando se deseja converter um poço produtor 
em injetor (de água, gás, vapor etc.) ou vice-versa.
O abandono da antiga zona de interesse geralmente se dá através de 
um tampão mecânico ou através de uma compressão de cimento nos 
canhoneados. Na sequência, recondiciona-se o poço para o canhoneio 
da nova zona produtora. 
2.5. Manutenção da produção
É o conjunto de operações realizadas no poço, após sua completação 
inicial, visando a corrigir problemas e a permitir que a produção 
(ou injeção) de fluidos retorne ao nível normal ou operacional. As 
principais causasgeradoras de intervenções são:
Capítulo 2. Classificação das operações
33
• Baixa produtividade;
• Produção excessiva de gás;
• Produção excessiva de água;
• Produção de areia;
• Falhas mecânicas na coluna de produção ou revestimento.
2.6. Avaliação
Operacionalmente, é idêntica à avaliação de investimento. A 
diferença é que naquele caso, o poço avaliado era recém-perfurado 
e não necessariamente completado, visto que a própria operação de 
avaliação é que definiria suas potencialidades. Na manutenção, o 
poço já é produtor (ou injetor) e a operação de avaliação é realizada 
para monitoramento do poço ou do reservatório.
2.7. Restauração
A restauração é um conjunto de atividades que visa a restabelecer 
as condições normais de fluxo do reservatório para o poço (remoção 
de dano de formação), a eliminar e/ou a corrigir falhas mecânicas no 
revestimento ou na cimentação, a reduzir a produção excessiva de 
gás (alto RGO) ou água (alto RAO). 
a) Elevada produção de água
A produção de óleo, com alta RAO (grande volume de água 
produzida), não é interessante, visto que há um custo associado 
à produção, separação e descarte da água. Se a zona produtora 
é espessa, os canhoneados podem ser tamponados com cimento 
ou tampão mecânico, e recanhoneado apenas na parte superior, 
resolvendo o problema temporariamente. 
34
Alta Competência
Uma elevada RAO pode ser consequência de: 
• Elevação do contato óleo/água devido ao mecanismo de 
reservatório (influxo de água) ou à injeção de água. Isso pode 
ser agravado pela ocorrência de cones ou fingering;
• Falhas na cimentação primária ou furo no revestimento;
• Fraturamento ou acidificação atingindo a zona de água. 
Observe as ilustrações seguintes referentes às condições citadas 
anteriormente.
Poço com contato óleo/água 
situação inicial
Poço com contato óleo/água, água 
atinge o canhoneio
Capítulo 2. Classificação das operações
35
Poço produzindo água devido a falhas na cimentação
O aparecimento de água é normal em um reserva-
tório com influxo de água ou sob injeção da mesma. 
Algum dia tem-se de produzir água para recuperar 
petróleo. Quando há permeabilidade estratificada 
(variação de permeabilidade horizontal ao longo 
do intervalo produtor) esse problema se torna mais 
complexo, devido ao avanço diferencial da água, co-
nhecido como fingering. 
IMPORTANTE!
b) Formação com permeabilidade estratificada
O cone de água é um movimento essencialmente vertical da água 
na formação. Não ultrapassa barreiras pouco permeáveis e ocorre 
normalmente em pequenas distâncias. 
Tanto o cone de água quanto o fingering são fenômenos altamente 
agravados pela produção com elevada vazão, conforme ilustração 
a seguir.
36
Alta Competência
ATENÇÃO
Quando a elevada razão água-óleo (RAO) não é devido 
a esses dois fenômenos, pode-se suspeitar de dano no 
revestimento ou de fraturas mal direcionadas.
Poço injetor com permeabilidade estratificada
Um dano no revestimento pode ser solucionado por uma compressão 
de cimento ou por um isolamento com obturadores (Packers) e/ou 
tampões mecânicos (bridge plugs). Já uma fratura mal dirigida é um 
problema de difícil solução. 
c) Elevada produção de gás 
Uma razão gás/óleo muito elevada pode ter como causa o próprio gás 
dissolvido no óleo, o gás de uma capa de gás ou aquele proveniente 
de outra zona ou reservatório adjacente. Esse último caso é produto 
de uma falha no revestimento, de uma estimulação mal concretizada 
ou de falha na cimentação.
Capítulo 2. Classificação das operações
37
Poço com contato gás/óleo, situação inicial Poço com contato gás/óleo, após a expansão 
do gás
A produção excessiva de gás pode ser contornada temporariamente, 
recanhoneando-se o poço apenas na parte inferior da zona de 
interesse. 
Um cone de gás é mais facilmente controlado pela redução da vazão 
do que o cone de água. Isso se deve a maior diferença de densidade 
entre o óleo e o gás do que entre o óleo e a água. O fechamento do 
poço temporariamente é uma técnica recomendada para a retração 
do cone de gás ou água. 
d) Falhas mecânicas
Detectando-se um aumento da razão óleo/água (RAO) e suspeitando-
se de um provável vazamento no revestimento, a água produzida deve 
ser analisada e comparada com a água da formação, confirmando ou 
não a hipótese de furo no revestimento. Entre as falhas mecânicas 
pode-se citar: defeitos na cimentação, vazamento no revestimento, 
vazamento em colar de estágio etc. 
A localização do vazamento pode ser feita com: perfis de fluxo, 
perfis de temperatura ou testes seletivos de pressão usando Packer e 
tampão mecânico recuperável (BPR). 
38
Alta Competência
e) Vazão restringida
Um poço que esteja produzindo com vazão menor do que a esperada, 
necessita de restauração. Essa restrição na vazão pode ser causada 
por dano de formação, tamponamentos nos canhoneados e/ou na 
coluna, emulsões etc. 
Uma produtividade limitada, muito frequente, é causada pela redução 
da permeabilidade em torno do poço. Esse fenômeno denomina-
se dano de formação. Para recuperar a produtividade original é 
necessário remover ou ultrapassar o dano. Os métodos mais usuais 
são o recanhoneio, a acidificação de matriz e o fraturamento de 
pequena extensão. 
Acidificação de matriz é a injeção de um ácido na formação com 
pressão inferior à pressão de quebra da formação, visando a remover 
o dano de formação. Logo após uma acidificação, o ácido deve ser 
recuperado da formação, com o objetivo de prevenir a formação de 
produtos danosos à mesma (precipitados insolúveis). 
No caso de emulsão, a melhor solução é um tratamento com 
surfactantes (redutores de tensão superficial). 
2.8. Limpeza
A limpeza é um conjunto de atividades executadas no interior do 
revestimento de produção visando a substituir ou remover os 
equipamentos de subssuperfície, objetivando um maior rendimento 
técnico e econômico. 
Como exemplos de problemas geradores de intervenções para 
limpeza, podem ser citados: furo em coluna de produção, vazamento 
no obturador, reposicionamento de componentes da coluna de 
produção, vazamentos em equipamentos de superfície, entre outros. 
Capítulo 2. Classificação das operações
39
2.9. Mudança do método de elevação
Quando a vazão está sendo restringida devido a um sistema de 
elevação artificial inadequado ou com defeito, basta substituí-lo. 
Normalmente os poços são surgentes durante o período inicial de sua 
vida produtiva, passando a requerer um sistema de elevação artificial 
após algum tempo de produção. 
2.10. Estimulação
A estimulação é um conjunto de atividades que objetiva aumentar 
o índice de produtividade ou injetividade de um poço em um 
reservatório. 
O método mais utilizado é o fraturamento hidráulico, que pode 
ser definido como um processo no qual um elevado diferencial de 
pressão, transmitido pelo fluido de fraturamento, é aplicado contra 
a rocha reservatório, até a sua ruptura. A fratura, que é iniciada no 
poço, propaga-se através da formação pelo bombeio de certo volume 
de fluido acima da pressão de fraturamento. 
2.11. Abandono
Pode ser:
• Definitivo: quando o poço não será mais utilizado;
• Provisório ou temporário: quando há previsão ou a possibilidade 
de retorno ao poço no futuro.
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 3
Detalhamento 
das fases de uma 
completação
42
Alta Competência
Capítulo 3. Detalhamento das fases de uma completação
43
3. Detalhamento das fases de 
uma completação
Ao término da perfuração de um poço terrestre, a sonda que o perfurou é deslocada para outra locação e uma sonda de menor porte e menor custo, denominada SPT, 
é deslocada para a completação do poço. Os poços marítimos 
perfurados em águas rasas são avaliados e, posteriormente, 
em geral abandonadostemporariamente até a construção da 
plataforma de produção. Após a instalação da plataforma, os poços 
são então completados. Os poços marítimos perfurados em águas 
profundas são, geralmente, completados com a mesma sonda que 
os perfurou. Nesse caso, é utilizada na cabeça do poço uma árvore 
de natal molhada (ANM) e o poço é conectado a uma unidade de 
produção através de linhas flexíveis. 
A seguir, descreveremos em ordem cronológica as fases da completação 
de um poço terrestre produtor por surgência natural. Com pequenas 
diferenças, essas fases são as mesmas para a completação de um poço 
no mar.
1. Instalação da cabeça de produção e dos equipamentos de 
segurança para controle do poço; 
2. Condicionamento do revestimento de produção, até o colar 
flutuante, utilizando água doce;
3. Substituição do fluido do poço por fluido de completação;
4 Verificação da qualidade da cimentação primária através de 
perfis sônicos, CBL/VDL/GR/CCL, ou combinados com os perfis 
ultrassônicos e, se necessário, corrigir a cimentação;
5. Canhoneio da zona de interesse, para prover a comunicação 
do reservatório com do interior do revestimento de produção, 
permitindo produção dos fluidos do reservatório; 
44
Alta Competência
• 6. Avaliação das formações, através de um teste de formação a 
poço revestido (TFR), se solicitado;
• 7. Descida da coluna de produção, sendo que a extremidade 
da coluna deve se posicionar a aproximadamente 20 metros 
acima do topo da zona de interesse;
• 8. Retirada do BOP e instalação da árvore de natal;
• 9. Indução de surgência, para que o poço entre em fluxo.
3.1. Instalação da cabeça de produção e dos equipamentos de 
segurança para controle do poço
É a primeira fase da completação e visa a possibilitar o acesso ao 
interior do poço, com toda a segurança necessária, para execução 
das demais fases. Nos poços terrestres, após a conclusão da operação 
de cimentação do revestimento de produção, aguarda-se a pega do 
cimento e acunha-se o revestimento, transferindo o peso acima do 
topo do cimento para a cabeça de revestimento (CR), que foi enroscada 
no topo do revestimento anterior, denominado revestimento de 
superfície. O acunhamento é feito através do casing hanger que fica 
alojado no perfil interno da cabeça de revestimento. 
No mar, em águas rasas, é possível, mas não obrigatório, 
trazer a cabeça do poço até a superfície, prolongando-se os 
revestimentos que se encontram apoiados no fundo do mar e que 
foram deixados pela perfuração. Essa operação de reconexão 
dos revestimentos é conhecida por tie-back e a completação 
passa a ser similar à completação em terra, sendo denominada 
completação seca. A situação final da cabeça de poço, após 
serem efetuados os tie-backs e instalada a cabeça de produção 
é apresentada na figura a seguir. Na sequência é instalado o 
preventor de erupções (BOP - Blow Out Preventer).
Capítulo 3. Detalhamento das fases de uma completação
45
Cabeça de produção
Cabeça de revestimento
Cabeça de revestimento
Revestimento de
produção (9 5/8’’)
Revestimento de
intermediário 
(13 3/8’’)
Revestimento de
superfície (20’’)
Revestimento 
condutor (30’’)
Suspensor de
revestimento 
Suspensor de
revestimento 
Solda
Equipamentos de superfície para completação seca
No caso de completação molhada, na qual não é indicado trazer a 
cabeça do poço até a superfície, o único equipamento a ser instalado 
é o preventor de erupções (BOP), que é levado ao fundo do mar 
pelo riser de perfuração e conectado diretamente à cabeça do 
poço. O BOP em referência é o mesmo utilizado pela perfuração, já 
que a sonda a ser utilizada também é a mesma, mudando somente 
o tipo de trabalho que, ao invés de ser de perfuração, passa a ser 
de completação. A seguir, serão detalhados os equipamentos de 
superfície para um poço terrestre ou de completação seca no mar.
Equipamento de superfície é o termo usado para descrever o 
equipamento acoplado ao topo do revestimento de superfície em um 
poço de petróleo. Esse equipamento tem por objetivo sustentar as 
outras colunas de revestimento descidas e a(s) coluna(s) de produção, 
promovendo a vedação entre colunas e controlando a produção de 
hidrocarbonetos do poço.
46
Alta Competência
Os equipamentos de superfície obedecem às especificações ditadas 
pelo Instituto Americano de Petróleo (API) – órgão que determina 
padrões para tamanhos (sizes), graus de aço, projetos, dimensões e 
qualidade dos equipamentos ligados à indústria do petróleo.
Nesse trabalho, serão abordados apenas os equipamentos aceitos 
pelos padrões do API, usados na Petrobras. Os equipamentos de 
superfície são os seguintes:
• Cabeças de revestimento;
• Cabeças de revestimento tipo carretel;
• Suspensores de revestimento;
• Adaptadores para cabeça de produção;
• Cabeça de produção;
• Suspensores de coluna de produção;
• Adaptadores para árvore de natal;
• Árvore de natal.
A sequência de instalação de cada equipamento é mostrada a seguir. 
O detalhamento será dado mais adiante.
A situação encontrada pela completação, após a perfuração do poço, 
é mostrada na figura seguinte. A situação apresentada é aquela onde 
não foi descido o revestimento intermediário, visto que, quando esse 
revestimento é descido, faz-se necessária a utilização da cabeça de 
revestimento tipo carretel.
Capítulo 3. Detalhamento das fases de uma completação
47
Revestimento de produção ancorado na cabeça de revestimento 
através do casing hanger
Para a completação de um poço, inicialmente instala-se um adaptador 
para cabeça de produção, se necessário, e uma cabeça de produção, 
conforme apresentado na próxima ilustração. Os adaptadores, como 
o próprio nome diz, podem ser necessários ou não, a depender 
dos flanges ou roscas dos equipamentos a serem acoplados. Caso 
coincidam, os adaptadores deixam de ser necessários.
Situação após a instalação do adaptador e da cabeça de produção
48
Alta Competência
Para a instalação do adaptador e/ou da CP, a ponta do revestimento 
de produção que ficou acima da cabeça de revestimento deve ser 
cortada em uma altura adequada para receber a CP que “veste” 
o revestimento provendo a vedação secundária através de um 
engaxetamento no perfil interno da CP. Esse corte pode ser feito com 
maçarico ou serra, conforme mostrado nas figuras a seguir.
Corte com maçarico Corte com serra
Na sequência, instala-se o preventor de erupção (BOP), com o qual 
o poço pode ser considerado seguro para ser completado, conforme 
ilustrado na imagem a seguir. Acima da cabeça de produção, 
normalmente é instalado um adaptador A-4 para permitir a instalação 
do BOP devido o mesmo possuir flange inferior diferente do flange 
superior da cabeça de produção. 
Capítulo 3. Detalhamento das fases de uma completação
49
Situação após a instalação do Preventor de Erupções (BOP)
Após a descida da coluna de produção, com seu respectivo suspensor, 
instala-se uma válvula de contrapressão (BPV – Back Pressure Valve) 
no perfil interno do suspensor de coluna, caso o suspensor disponha 
desse perfil. A BPV se faz necessária para que existam duas barreiras 
de segurança no momento da retirada do BOP. Usualmente, a BPV 
não é instalada na grande maioria dos poços terrestres.
Após a retirada do BOP, é instalado o adaptador para árvore de natal, 
conforme imagem que seguinte. Retira-se, então, a BPV e coloca-se 
o poço em produção. 
50
Alta Competência
Esquema padrão de poço surgente
3.1.1. Cabeça de revestimento
A cabeça de revestimento é um equipamento rosqueado e/ou 
soldado ao revestimento de superfície, que sustenta o revestimento 
intermediário (quando existir), o revestimento de produção, a coluna 
de produção presa à cabeça de produção através de um suspensor e 
a árvore de natal. Observe a ilustraçãoanterior para identificar os 
elementos citados.
A cabeça de revestimento oferece também o apoio para o 
Equipamento de Segurança de cabeça de poço (ESCP) imprescindível 
para os trabalhos de perfuração.
O seu corpo compreende basicamente uma parte interna com 
alojamento apropriado para receber o suspensor de revestimento, 
uma parte superior flangeada (ou com porca) e uma parte inferior 
que pode ser dotada de rosca caixa, pino ou com guia para solda. 
As cabeças com flange superior podem ser fornecidas com ou sem 
parafusos prisioneiros do suspensor.
Capítulo 3. Detalhamento das fases de uma completação
51
As cabeças de revestimento são fornecidas normalmente com saídas 
laterais (com rosca caixa 2” LP), estojadas ou flangeadas no tamanho 
2 1/16”. As saídas estojadas e flangeadas apresentam também rosca 
caixa 1 ½” LP para colocação de VR plug, que permite a retirada da 
válvula lateral da cabeça, mesmo que haja pressão no anular. Observe 
as imagens a seguir.
Desenho e foto da cabeça de revestimento tipo C-22
A cabeça de revestimento deve ter uma pressão de trabalho compatível 
com a pressão estática da formação, na profundidade final em que o 
próximo revestimento será descido.
O suspensor de revestimento é um dispositivo assentado no corpo 
da cabeça de revestimento e tem como finalidade manter suspensa 
a próxima coluna de revestimento e proporcionar vedação entre o 
revestimento suspenso e o corpo da cabeça. O tipo mais usual consta 
de um conjunto único com cunhas de fixação e engaxetamento de 
vedação. Seu assentamento é feito mediante o envolvimento do 
revestimento, por meio de um sistema de trinco e dobradiça, e descida 
através do BOP. Quando o revestimento é liberado do elevador, logo 
após a cimentação do poço, teremos automaticamente um perfeito 
assentamento e vedação do espaço anular entre os dois revestimentos.
Neste trabalho usaremos a nomenclatura do fabricante CBV por 
ser esta a mais usual no campo. Os principais tipos de cabeças de 
revestimento são: C-22, C-29 e C-29-L.
52
Alta Competência
3.1.2. Suspensor de revestimento tipo C-22
É do tipo envolvente, fechando automaticamente contra o corpo do 
tubo, o que reduz drasticamente seu custo de instalação. O corpo, 
as cunhas e os elementos de vedação fazem parte de um único 
conjunto. O engaxetamento expande-se vedando o espaço anular 
revestimento/cabeça, quando o peso do revestimento é transferido 
para as cunhas. Isso permite a vedação total do espaço anular antes 
de remover o BOP e cortar, com maçarico, o revestimento de maneira 
a eliminar possibilidades de explosão ou incêndio.
Suspensor de revestimento tipo C-22
3.1.3. Cabeça de revestimento tipo carretel
É o equipamento destinado a sustentar o revestimento de 
produção quando houver a necessidade da descida do revestimento 
intermediário. Trata-se de um equipamento idêntico à cabeça de 
revestimento, diferindo apenas por possuir dois flanges e, pelo 
flange inferior, possuir engaxetamento. Utiliza, inclusive, os mesmos 
suspensores de revestimento especificados para as cabeças de 
revestimento.
A função do engaxetamento é promover uma vedação secundária, 
permitindo que os fluidos do poço fiquem confinados no interior da 
cabeça de revestimento tipo carretel, não admitindo que os mesmos 
entrem em contato com o anel metálico de vedação do flange inferior 
ou com o engaxetamento do suspensor da cabeça de revestimento 
de superfície.
Capítulo 3. Detalhamento das fases de uma completação
53
Os tipos mais usuais são: C-22-00, C-29-00 e C-29-L-00. O índice “00” 
indica a presença de duas gaxetas de vedação no flange inferior.
Carretel C-22 com bucha adaptadora Carretel C-29L
3.1.4. Adaptadores para a cabeça de produção 
São equipamentos destinados a promover a adaptação entre a cabeça 
de revestimento e a cabeça de produção, ou no caso da descida de 
revestimento intermediário, entre a cabeça de revestimento tipo 
carretel e a cabeça de produção, caso não seja possível fazê-lo de 
modo direto. São classificados como A-1, A-3 e A-4. 
O adaptador tipo A-1 permite que se adapte uma cabeça de produção 
rosqueada sobre o flange da cabeça de revestimento. 
O tipo A-3 é um adaptador para flanges com diferentes pressões de 
trabalho e/ou size, e, portanto, diferentes dimensões API. A conexão 
entre os flanges é feita através de parafusos, havendo ainda um 
ganho de altura para permitir o posicionamento das porcas dos 
parafusos tipo estojo.
O tipo A-4, utilizado para uma simples transformação de flanges, têm 
diferentes sizes e/ou pressões de trabalho com um ganho de altura 
mínimo. Os parafusos são fixos em ambos os lados do adaptador.
54
Alta Competência
Adaptador para CP Tipo A-1 Adaptador para CP Tipo A-3 e A-4
3.1.5. Cabeça de produção – descrição
É um equipamento conectado à cabeça de revestimento (ou à cabeça 
de revestimento tipo carretel) e ao BOP através de parafusos e flanges, 
com o auxílio ou não de adaptadores. Tem como função principal 
servir de apoio à coluna de produção, que será descida em uma fase 
posterior da completação, por meio de um suspensor que, na maioria 
dos casos, suporta diretamente a coluna de produção através de um 
suspensor, proporcionando vedação do anular entre o revestimento 
de produção e a coluna de produção. 
Possui duas saídas laterais colocadas sempre abaixo do suspensor da 
coluna de produção que permitem o acesso ao espaço anular entre o 
revestimento de produção e a coluna de produção. O peso da coluna 
de produção é transmitido à cabeça de produção pelo suspensor de 
coluna de produção, enquanto a vedação do anular é obtida por 
meio de gaxetas distribuídas externamente a esses suspensores. 
O flange superior da cabeça de produção é dotado de parafusos de 
fixação, em número de 4, dispostos ao longo da circunferência do 
mesmo. A função desses parafusos prisioneiros é manter o suspensor 
perfeitamente encaixado no corpo da cabeça de produção, mesmo 
quando submetido a pressões de baixo para cima.
Capítulo 3. Detalhamento das fases de uma completação
55
Cabeça de Produção T-16 rosqueada Cabeça de Produção T-16 biflangeada
Os tipos mais usuais de cabeça de produção utilizadas pela Petrobras 
são: extremidade inferior caixa e superior flangeada; extremidades 
inferior e superior flangeadas.
As cabeças biflangeadas podem possuir no seu flange inferior duas 
gaxetas de vedação, que promovem uma vedação secundária contra 
o revestimento de produção, evitando que as pressões oriundas do 
poço ou da superfície atuem sobre o anel do flange inferior da cabeça 
ou sobre a vedação do suspensor da cabeça de revestimento.
Suspensor T-16 Suspensor T-16 BP
Quando dotadas desse engaxetamento, as cabeças biflangeadas 
possuem no seu flange inferior (lateralmente) um orifício que 
possibilita o teste da vedação secundária da cabeça de produção e 
da vedação primária da cabeça de revestimento (anel metálico de 
vedação e gaxeta do suspensor de revestimento).
56
Alta Competência
CP Tipo 16 00 Biflangeada com 
suspensor instalado
CP Tipo TC com suspensor instalado
3.1.6. Suspensor da coluna de produção
É o equipamento alojado em um perfil adequado no interior da cabeça 
de produção que tem a função de suportar a coluna de produção e 
promover a vedação do anular coluna de produção/revestimento de 
produção, conforme ilustrado nas duas figuras anteriores. Observe-as.
3.1.7. Adaptador para árvore de natal
O adaptador para a árvore de natal é o equipamento que faz a 
conexão entre a cabeça de produção e a árvore de natal ou outro 
equipamento que faça a função dessa última, como, por exemplo, o 
“Tê” de fluxo para os poços equipados ao bombeio mecânico. 
Adaptador para árvore de natal 
rosqueada
Adaptador para árvore de natal 
flangeada
Capítulo 3. Detalhamento das fases de uma completação57
3.1.8. Árvore de natal
Árvore de natal é um equipamento composto de um conjunto de 
válvulas e conexões que permite o controle racional do fluxo do poço, 
além de possibilitar o acesso ao interior da coluna de produção.
Árvore de natal convencional
•	Classificação
Quanto ao uso, as árvores de natal podem ser classificadas em:
• Convencionais ou secas;
• Molhadas.
As árvores convencionais podem ser classificadas quanto ao número 
de colunas em simples ou duplas e quanto à conexão, em flangeadas 
ou rosqueadas.
ATENÇÃO
Nesta apostila, abordaremos apenas as árvores 
convencionais.
58
Alta Competência
3.2. Condicionamento do revestimento de produção
Uma vez instalados os equipamentos de segurança, procede-se a fase 
de condicionamento do revestimento de produção e a substituição 
do fluido que se encontra no interior do poço por um fluido de 
completação. 
Para o condicionamento, é descida broca e raspador (ilustrações a 
seguir), utilizando uma tubulação metálica, conhecida por coluna de 
trabalho, de modo a deixar o interior do revestimento de produção 
(liner, quando presente) gabaritado e em condição de receber os 
equipamentos necessários nas fases subsequentes da completação. 
A broca é utilizada para cortar os tampões de cimento e tampões 
mecânicos, deixados no interior do poço quando há abandono 
temporário pela perfuração, bem como restos da cimentação 
primária. O raspador é uma ferramenta com lâminas retráteis, 
que desce raspando a parte interna do revestimento de produção, 
retirando o que foi deixado pela broca.
Condicionamento do revestimento com broca 
e raspador
Raspador
Geralmente, o condicionamento é feito até o colar flutuante, com 
peso sobre broca, rotação da coluna e vazão de circulação direta do 
fluido adequadas, de forma que se obtenha uma boa eficiência no 
corte e no carreamento das partículas de cimento até a superfície. É 
importante não interromper a circulação, visto que o cimento cortado 
pode decantar sobre a broca, ocasionando sua prisão. Normalmente, 
a cada trinta metros de cimento cortado, é deslocado um colchão 
viscoso para limpeza do poço. 
Capítulo 3. Detalhamento das fases de uma completação
59
Imediatamente antes e após o corte dos tampões de cimento e 
dos tampões mecânicos, é efetuado teste de estanqueidade do 
revestimento de produção, pressurizando-o durante dez ou quinze 
minutos, para verificação da existência ou não de vazamentos 
(furos, conexões de revestimento vazando etc.). Caso não se consiga 
pressão de teste estabilizada, procede-se a localização e correção do 
vazamento. 
3.3. Substituição do fluido do poço por fluido de completação
O fluido de completação, geralmente, é uma solução salina, isenta de 
sólidos, compatível com a formação e com os fluidos nela contidos, de 
modo a não causar nenhum tipo de dano de formação que restrinja 
a vazão do poço. Além disso, o fluido deve ter peso específico capaz 
de fornecer pressão hidrostática, ao interior do poço, pouco superior 
à pressão estática da formação. 
A substituição do fluido é feita com o auxílio de bombas alternativas, 
circulando o fluido diretamente pelo interior da coluna de trabalho, 
com retorno na superfície pelo anular.
3.4. Avaliação da qualidade da cimentação
A verificação da qualidade dos trabalhos de cimentação em poços 
de petróleo baseia-se principalmente na interpretação de perfis 
acústicos. Nas últimas décadas, o perfil CBL/VDL tem sido o mais 
utilizado a despeito do desenvolvimento de novas ferramentas sônicas 
e ultrassônicas como o CBT (Cement Bond Tool), SBT (Segmented 
Bond TooI), PET (Pulse Eccho Tool), CET (Cement Evaluation Tool) 
e, mais recentemente, o USI (Ultrassonic Image) e CAST V (Cement 
Acustic Sonic Tool).
A existência de um efetivo isolamento hidráulico é de fundamental 
importância técnica e econômica, garantindo um perfeito controle 
da origem e/ou destino dos fluidos produzidos e/ou injetados. A 
não observância desse requisito pode gerar diversos problemas, 
como a produção de fluidos indesejáveis, testes de avaliação 
das formações incorretos, prejuízo no controle dos reservatórios 
e operações de estimulação mal sucedidas, com possibilidade 
inclusive de perda do poço.
60
Alta Competência
Desenho esquemático: poço com falha na cimentação
3.4.1. Princípio de funcionamento 
A ferramenta de perfilagem CBL/VDL é composta basicamente por um 
transmissor e dois receptores. O transmissor recebe energia elétrica 
e a converte em energia mecânica, emitindo repetidamente pulsos 
acústicos de curta duração.
O pulso sonoro emitido produz uma vibração que se propaga pelo 
revestimento, fluido e formação até chegar aos receptores, onde 
a energia mecânica é reconvertida em energia elétrica e os sinais 
enviados à superfície pelo cabo condutor para se rem devidamente 
processados.
Capítulo 3. Detalhamento das fases de uma completação
61Perfilagem CBL/VDL/GR/CCL para avaliação da cimentação
O princípio de funcionamento do CBL baseia-se na medida da atenuação 
acústica sofrida pelo pulso que se propaga pelo revestimento. A 
presença de cimento no anular aderido ao revestimento provoca 
uma forte redução na amplitude do sinal registrado.
Basicamente, dois parâmetros são medidos: a amplitude, que é 
utilizada para quantificar os resultados da cimentação, e o tempo de 
trânsito, utilizado como indicador da qualidade do perfil.
A amplitude normalmente se refere ao maior valor registrado durante 
a abertura de uma janela eletrônica de leitura, posicionada sobre o 
pico do primeiro sinal que chega ao receptor. 
O tempo de trânsito (TT) é o tempo medido entre a emissão do pulso 
e a chegada do primeiro sinal com amplitude superior a um nível 
mínimo de de tecção, que geralmente se propaga pelo revestimento. 
A curva do TT deve ter um aspecto retilíneo, com valor próximo ao 
registrado em revestimento livre, sendo possível a ocorrência de 
acréscimos devido a alongamentos e a saltos de ciclo em intervalos 
bem cimentados. 
62
Alta Competência
ATENÇÃO
Presença de luvas, formação rápida, descentralização 
da ferra menta de perfilagem, mudança no size do 
reves timento e/ou no fluido do poço também causam 
alteração no TT.
O VDL é o registro completo do sinal acústico que se propaga por 
diferentes caminhos e chega a um receptor posicionado a 5 pés do 
transmissor, du rante a abertura de uma janela eletrônica de leitura 
de 1 000 µs. Geralmente, o primeiro sinal a chegar é o que se propaga 
pelo revestimento, seguido do sinal da formação superposto com o 
sinal do cimento e, finalmente, o sinal do fluido no interior do poço. 
A identificação no perfil de sinais provenientes da formação é um 
indicativo da aderência entre cimento, revestimento e formação.
3.4.2. Apresentação do perfil CBL/VDL
O perfil CBL/VDL é o registro de três medidas simultâneas, que são o 
tempo de trânsito, o sinal de amplitude do revestimento e o trem de 
ondas. O TT é utilizado para assegurar a qualidade e acurácia do sinal 
de amplitude. O sinal de amplitude do revestimento é usado para 
calcular a percentagem de cimento no anular. O registro completo do 
trem de ondas na forma de assinatura de onda ou densidade variável 
permite uma avaliação da aderência entre cimento e formação, 
controle de qualidade e outros fatores que afetam as medidas 
anteriores. Tradicionalmente é apresentado em três pistas. 
A primeira pista contém a curva do tempo de trânsito (TT), uma curva 
de correlação a poço aberto (raios gama) e um localizador de luvas 
do revestimento (Casing Colar Locator – CCL). 
A escala usual do tempo de trânsito é de 200 a 400 µs, que atende 
a quase todos os sizes de revestimento. Entretanto, a escala mais 
adequada seria com uma janela de 100 µs, pois possibilita verificar 
pequenas variações no tempo de trânsito.
Capítulo3. Detalhamento das fases de uma completação
63
O perfil de raios gama (GR), que mede a radioatividade natural da 
formação, pode ser corrido a poço aberto ou revestido, sendo por 
isso utilizado para colocar o perfil CBL/VDL em profundidade com o 
perfil base de referência a poço aberto.
O CCL é usado para detectar as luvas do revestimento, ocorrendo 
uma deflexão na curva, defronte das mesmas. Como o CCL é 
colocado em profundidade com o perfil base de referência a poço 
aberto (GR corrido a poço aberto), ele é utilizado como referência de 
profundidade para as operações futuras no poço.
Os dados de profundidade são registrados entre as pistas 1 e 2.
A segunda pista contém a curva de amplitude. A amplitude é 
registrada na escala de 0 a 100 mV ou de 0 a 50 mV, com curvas 
amplificadas de 0 a 20 mV e 0 a 10 mV, respectivamente.
A terceira pista contém o registro do trem de ondas, apresentado 
na forma de assinatura de onda ou de intensidade variável (VDL). 
A escala horizontal usual é 200 a 1200 µs, conforme ilustrado na 
imagem a seguir.
Apresentação do perfil CBL/VDL/GR/CCL
64
Alta Competência
3.4.3. Interpretação do perfil CBL/VDL 
Para se fornecer um bom diagnóstico sobre a real condição do 
isolamento hidráulico através da cimentação é necessária uma visão 
mais abrangente, que envolva outros aspectos além dos relacionados 
à qualidade intrínseca do perfil e às regras de interpretação. Os 
fatores que devem influenciar diretamente no rigor a ser adotado 
nos trabalhos de diagnóstico e interpretação dos perfis são: as 
características e o diferencial de pressão entre os fluidos a serem 
isolados, o tempo, a importância do poço no contexto maior do 
reservatório, as operações futuras previstas e a viabilidade técnica e 
econômica de se promover correções satisfatórias de cimentação.
A premissa básica para avaliar a qualidade da cimentação, tomando 
como base a interpretação de perfis acústicos, é que esses devem ser 
válidos e atender aos pré-requisitos mínimos de qualidade listados 
abaixo:
•	O perfil deve mostrar, sempre que possível, uma seção em torno 
de 50 m, corrida em revestimento livre, para aferir a calibração da 
ferramenta. É também recomendável registrar o topo do cimento.
•	No revestimento livre, o tempo de trânsito deve ter aspecto retilíneo 
e acusar valores compatíveis com os valores previstos para o diâmetro 
do revestimento em questão.
•	No trecho de revestimento livre, as luvas devem ser visualizadas nas 
curvas de amplitude, tempo de trânsito, VDL e CCL.
•	Seção repetida sem pressão em torno de 60 m, observando a 
repetição das curvas:
• A seção principal deve ser corrida com pressão sempre que 
possível;
• As leituras de amplitude não devem apresentar valores nulos;
Capítulo 3. Detalhamento das fases de uma completação
65
• O perfil não deve mostrar salto de ciclo para amplitudes 
maiores do que 5 mV;
• O sumário de calibração deve ser mostrado no perfil.
3.4.4. Aferição da calibração da ferramenta
O registro de um intervalo de revestimento livre (não cimentado) é 
o primeiro passo para a obtenção de perfis acústicos com qualidade, 
sendo utilizado como referência para interpretação da seção principal.
São checados e ajustados o tempo e a abertura da janela de leitura, 
de forma a registrar: o primeiro pico de energia que chega ao 
receptor; a centralização da ferramenta pela análise da curva de TT, 
que deve ter aspecto retilíneo e valor compatível com o fluido e o 
size do revestimento; e a calibração da amplitude do sinal do CBL 
em função dos valores estabelecidos pelas companhias de serviço. Se 
não houver revestimento livre, deve-se pré-calibrar a ferramenta na 
base da companhia para o mesmo fluido a ser utilizado no poço. Os 
tempos de trânsito e as amplitudes do CBL em revestimentos livres 
são mostrados na tabela a seguir.
REVESTIMENTO PESO TT AMPLITUDE DO CBL
(OD - pol)
5 ½"
7"
9 58"
(lb/ ft)
14 a 17
23 a 38
40 a 53
(µs)
240 a 260
260 a 280
300 a 320
(µV)
71 +/ - 7
61 +/ - 6
52 +/ - 5
Tempos de trânsito e as amplitudes do CBL em revestimentos livres
3.4.5. Influência da pasta de cimento
Muitos fatores afetam a resposta do perfil CBL/VDL. Atenção especial 
deve ser dada aqueles que podem resultar amplitudes altas em 
intervalos bem cimentados e induzir os intérpretes mais afoitos e 
apressados a conclusões equivocadas. Com relação à pasta de cimento, 
a densidade tem influência significativa.
66
Alta Competência
A utilização de pastas de cimento com baixa densidade resultam em 
uma sensível redução no nível de atenuação do sinal acústico. Como 
consequência, tem-se no CBL valores de amplitude bem superiores 
aos obtidos com pastas convencionais de peso 15,8 lb/gal, e no VDL, 
possibilidade de sinais mais fortes do revestimento e ausência de 
sinais oriundos da formação.
3.4.6. Influência do microanular
Deformações no revestimento devido a variações de pressão e 
temperatura durante o processo de cura do cimento induzem ao 
aparecimento de um microanular na interface revestimento/cimento. 
O microanular, apesar de geralmente não comprometer o isolamento 
hidráulico, permite a vibração do revestimento, resultando em 
leituras de amplitudes altas no CBL.
Para se eliminar ou minimizar o efeito do microanular, o perfil 
CBL/VDL é geralmente corrido com o revestimento pressurizado. 
Tradicionalmente, tem-se usado 1 000 psi como sendo a pressão na 
cabeça necessária para o restabelecimento da aderência, admitindo 
que o microanular é da ordem de 0,1 mm.
Tanto a presença de microanular como de canalizações são 
caracterizados por altas amplitudes no CBL e fortes sinais do 
revestimento e da formação no VDL. A maneira de diferenciar 
uma situação da outra é correndo o perfil com o revestimento 
pressurizado. Se for microanular, haverá uma significante redução 
na amplitude; e se for canalização ou mesmo um microanular de 
dimensões maiores, isso não acontecerá. Nesse caso, provavelmente 
não haverá isolamento hidráulico.
3.4.7. Influência da espessura da capa de cimento
Quando a espessura do cimento no anular é muito pequena, reflexões 
de energia na interface externa do cimento podem interferir 
com o sinal do revestimento. Essas interferências são observadas 
principalmente quando se têm revestimentos concêntricos ou 
revestimentos bem centralizados com anulares estreitos.
Capítulo 3. Detalhamento das fases de uma completação
67
Em 1961, Pardue, em seus estudos experimentais, 
concluiu que espessuras da capa de cimento maiores ou 
iguais a ¾” não contribuíam para o aumento da taxa 
de atenuação acústica do cimento. Posteriormente, 
em 1987, Jutten e Parcevaux, mostraram em seus 
estudos experimentais que a espessura da capa de 
cimento, a partir da qual não há mais aumento da 
taxa de atenuação, é de 2 ½” polegadas.
VOCÊ SABIA??
3.4.8. Interpretação do perfil VDL
O padrão de revestimento livre no perfil VDL é bem caracterizado 
e fácil de ser identificado. Geralmen te se observa alternância de 
faixas escuras e cla ras quase paralelas do sinal que se propaga pelo 
revestimento, ausência de sinais da formação e a presença das luvas 
do revestimento (efeito chevron).
3.4.9. Ferramenta de perfilagem ultrassônica CET
Enquanto o CBL registra um valor médio dos 360 graus de poço a sua 
volta, o CEL proporciona uma boa resolução circular apresentando 
um perfil cujo mapa da cimentação pode ser visualizado, uma vez 
que oito transdutores ultrassônicos são dispostos helicoidalmente 
em diferentes azimutes, cada um sendo responsável pela cobertura 
de 45 graus da circunferência do revestimento. Um nono transdutor, 
com distância conhecida de um refletor, é posicionado logo abaixo 
do centralizador inferior e mede a velocidade acústica do fluido. 
A principal limitação dessa ferramenta é a não cobertura de 
todoo revestimento, além da necessidade de um intervalo com 
revestimento livre para possibilitar a normalização das medidas 
feitas pela ferramenta.
A quantidade de energia que retorna ao transdutor é função 
da impedância acústica dos meios envolvidos. Como os valores 
de Z no fluido e no revestimento são conhecidos ou facilmente 
determinados, a única incógnita é a impedância acústica do 
material presente no anular.
68
Alta Competência
ATENÇÃO
O range de frequência do pulso emitido está entre 300 
e 650 KHz. Esse range é capaz de excitar ressonância em 
tubos com espessura de 0,18" a 0,4", que corresponde 
à maioria dos revestimentos utilizados no campo. Essa 
ferramenta está em desuso.
3.4.10. Ferramenta de perfilagem ultrassônica USIT
Em relação à ferramenta de CET, a USIT apresenta implementações 
tecnológicas com o objetivo de eliminar as desvantagens da ferramenta 
de CET, já citadas. Dentre as implementações apresentadas pela USIT, 
podemos citar:
• Transdutor único, rotativo, com distância ao revestimento 
controlado;
• Tecnologia digital para o registro e envio de todas as formas 
de onda para o processamento na superfície;
• Novo método para o processamento do sinal, menos sensível 
aos efeitos do poço;
• Medição direta da impedância acústica; 
• Capacidade de operar em ambientes com fluidos mais pesados;
• Imagens coloridas do mapa da cimentação.
Os revestimentos concêntricos e/ou o grande contraste de impedância 
acústica entre o cimento e a formação podem causar interferência 
no decaimento normal exponencial da ressonância, dificultando a 
interpretação do perfil. Nesses casos, bandeiras de sinalização são 
mostradas apresentando a influência das reflexões.
Capítulo 3. Detalhamento das fases de uma completação
69
A impedância acústica das pastas de cimento, sob as condições de 
temperatura e de pressão encontradas no poço, podem ser medidas 
diretamente utilizando o analisador ultrassônico de cimento (UCA-
Ultrassonic Cement Analyser). O equipamento mede continuamente 
o tempo de trânsito. 
MATERIAL PESO ESP. (lb./gal) IMPEDÂNCIA (Mrayl)
Cimento puro classe G
Cimento G + látex + micro esfera de sílica
Cimento G + silicato solúvel
Cimento G + microesfera de sílica + 4% CaCl2
Cimento G + solução de silicato
Cimento G + látex
Cimento G + 18% NaCl
Fluido de completação
Revestimento
Arenito
Folhelho.
15,8
11,2
12,0
12,0
13,3
15,8
16,1
6,44
3,36
2,88
4,32
3,99
6,35
6,51
1,8 a 1,5
41,6
12,6 a 8,2
12,0 a 4,3
Impedância acústica em função da composição da pasta de cimento
3.5. Canhoneio da zona de interesse
Após a cimentação do revestimento de produção, a formação está 
isolada do poço pelo revestimento e por uma camada de cimento 
por trás do revestimento. Canhoneio é o processo que cria orifícios 
no revestimento, atravessando a camada de cimento e penetrando 
na formação. A penetração depende da carga utilizada e das 
propriedades mecânicas e físicas dos materiais a serem penetrados. 
O principal objetivo durante a completação de um poço é obter 
a máxima produtividade do mesmo. As técnicas e equipamentos 
de canhoneio utilizados têm uma importância fundamental na 
consecução desse objetivo. A máxima produtividade é obtida quando 
são reduzidas ao mínimo as restrições ao fluxo entre o reservatório 
e o poço.
70
Alta Competência
Diversos fatores contribuem para que haja restrição ao fluxo durante 
a fase de perfuração e completação, sendo alguns relacionados 
ao canhoneio e às condições em que o mesmo foi efetuado. Essas 
restrições ao fluxo podem ser detectadas nos testes de formação 
pelo "SKIN" que, na maioria dos casos, pode ser subdividido em três 
fatores relacionados à causa do dano.
S1 - Dano devido ao fluxo convergente
Esse dano é causado pelas mudanças de direção do fluxo quando 
os fluidos do reservatório atingem os furos do canhoneio. Assume 
um papel significativo nos casos de altas vazões. 
S2 - Dano de formação propriamente dito
Esse dano é causado na maioria das vezes pela invasão de fluidos 
incompatíveis com a formação, originando uma região de 
permeabilidade reduzida (Ks) nas vizinhanças do poço.
S3 - Dano devido à compactação
Esse dano é resultante da ação compressiva dos jatos durante 
o canhoneio, originando ao redor do furo uma zona de 
permeabilidade reduzida. Estudos realizados em laboratório 
indicam que essa zona tem uma espessura de aproximadamente 
meia polegada (13 mm) e uma permeabilidade (Kc) de 10 a 20 por 
cento da permeabilidade original.
3.5.1. Técnicas de canhoneio
Os vários tipos de canhões e cargas disponíveis comercialmente 
podem ser descidos no poço pelo revestimento (casing guns, conforme 
ilustrado nas imagens a seguir) ou pela coluna de produção (through 
tubing guns, também conforme ilustração seguinte). Os canhões 
podem ser classificados basicamente em duas categorias principais, 
segundo suas características operacionais e aplicações – canhão 
recuperável (retrievable hollow carrler gun), canhão não recuperável 
(expendable gun). 
Capítulo 3. Detalhamento das fases de uma completação
71
Canhoneio convencional
Canhoneio TCP
72
Alta Competência
Canhoneio through tubing
•	Canhão recuperável 
Consiste em um cilindro de aço especial com furos onde as cargas são 
alojadas e seladas à pressão atmosférica no interior da carcaça.
Eles podem ser descidos a cabo através do revestimento (canhão tipo 
convencional), conectados à extremidade da coluna de produção 
(TCP) ou através da coluna de produção (canhoneio through tubing). 
Nesse último caso, a quantidade de explosivo é mínima devido 
ao pequeno diâmetro do canhão, reduzindo a performance de 
penetração e limitando seu uso a poços profundos com altas pressões 
e/ou temperatura.
Capítulo 3. Detalhamento das fases de uma completação
73
Os canhões recuperáveis descidos a cabo apresentam como 
principais vantagens: alta eficiência devido ao sistema de carga 
estar protegido pela carcaça; alta resistência mecânica; rapidez na 
operação; resistência a altas pressões e temperaturas; possibilidade 
de ser descido várias vezes enquanto não apresentar vazamento ou 
deformação; não deixar detritos no interior do poço; e não causar 
deformação no revestimento. A operação de canhoneio, nesse caso, 
é geralmente feita com diferencial de pressão poço-formação, o que 
pode prejudicar a limpeza e desobstrução dos túneis dos canhoneados.
•	Canhão não-recuperável
Nesse caso, as cargas são moldadas em sedes de vidro, cerâmica, plástico 
ou alumínio, que se quebram durante o disparo, sendo descidas no 
poço em talas ou suportes metálicos utilizados normalmente uma 
única vez. São descidos a cabo pelo tubing ou pelo revestimento 
(pouco usados), tendo menor poder de penetração do que canhões 
recuperáveis. Quando descido pelo tubing, permite uma operação 
com pressão diferencial formação – poço, o que promove uma limpeza 
mais efetiva dos túneis dos canhoneados. Como desvantagens, 
destacamos os detritos deixados no poço e a possibilidade de causar 
deformação no revestimento.
3.5.2. Sistema de canhoneio TCP
O canhoneio realizado com a pressão hidrostática do fluido de 
completação maior do que a pressão do reservatório (Ph > Pe) 
pode resultar em uma queda da produtividade, conforme já citado 
anteriormente. Experiências têm demonstrado que após o pistoneio, 
nem todos os furos são desobstruídos. 
A técnica do TCP surgiu face à necessidade de se efetuar o canhoneio 
com a pressão hidrostática do fluido de completação menor do que 
a pressão do reservatório, sem os inconvenientes apresentados pelos 
canhões through tubing. A técnica consiste, basicamente, em se 
descer o canhão conectado à coluna, sendo o poço canhoneado em 
condições de entrar imediatamente em produção.
74
Alta Competência
O sistema TCP permite

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