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Gustavo Giovannoni
Gustavo Giovannoni (Roma 1873 - 1947) foi um arquiteto e engenheiro italiano. Formado em Engenharia Civil pela Universidade de Roma no ano de 1895, participou posteriormente de uma pós-graduação em História da Arte Medieval e Moderna, com Adolfo Venturi, na Faculdade de Artes de Roma. Sua área de atuação envolveu História Crítica da Arquitetura, Engenharia, Arquitetura e Urbanismo e também a área acadêmica. 
Durante seus quarenta anos de carreira, ganhou destaque no cenário italiano, movendo-se entre os temas da restauração arquitetônica e urbana. Seu legado vai desde a criação de um Instituto Nacional de Restauração, bem como uma escola de pós-graduação, uma revista nacional, uma associação e um centro de pesquisa nacional. 
Esse personagem, interessante sobretudo pela contribuição dada no campo legislativo, é considerado um agente de peso na conformação da cultura arquitetônica, urbanística e conservacionista de seu país, a partir de reflexões teóricas, atuação didática, práticas projetuais e consultivas, ancoradas em importantes inserções institucionais.
Seu trabalho como arquiteto não foi muito expressivo, porém sua contribução para a teoria de restauração através dos seus escritos e pesquisas científicas, tornaram-no um dos mais importantes arquitetos de restauração. 
Seus escritos abordam temas como História da Arquitetura Medieval, Arquiterura do Renascimento e as técnicas de restauração. 
Para Giovannoni, era preciso lidar com aspectos construtivos, lançando luz sobre problemas arquitetônicos e espaciais que permitissem uma maior aproximação dos temas da história da arquitetura e outras disciplinas artísticas. Era preciso pensar sobre a relação entre o novo e o velho, ou seja, entre a historicidade e a contemporaneidade dos edifícios, para, assim, propor adaptações funcionais para o novo e o velho. 
Está entre a corrente de teóricos que são a favor da manutenção do estado atual do monumento e a restauração estilística que suporta a restauração de um estado original hipotético. Giovannoni promove as obras de consolidação e manutenção realizáveis através da utilização de técnicas modernas, sem nunca perder de vista o respeito por todas as partes. 
Para o Restauro Crítico, elaborou junto a Camilo Boito uma teoria intermediária, e, nela, propuseram dar maior importância às obras de manutenção e de consolidação. Não havia preocupação apenas com a unidade arquitetônica, mas também com a salvaguarda do monumento de qualquer obra ou período que tivesse caráter de arte. O objetivo era mostrar que os monumentos não valem apenas para estudo da arquitetura, mas também servem como documento da história dos povos, e, por isso, devem ser respeitados e preservados. Essas obras deveriam ser preferencialmente consolidadas a reparadas, e preferencialmente reparadas a restauradas; evitando adição de novos elementos e renovações que descaracterizem o monumento. 
Restauração Científica
Em 1912 surge a Teoria do Restauro Científico, que consiste em consolidar, recompor e valorizar os traços restantes de um monumento. A teoria defende antepor a conservação em relação à restauração, não a excluindo, mas aceitando-a com limitações e como forma de consolidação. A Restauração Científica sustentava-se em evidências documentais, evitava tanto o fatalismo passivo de Ruskin, como o intervencionismo de Le Duc; caracterizava-se por métodos e conhecimentos próprios das ciências humanas, sendo também denominada de arqueológica, histórica e filológica. Nesse período as várias teorias sobre a conservação de patrimônio provocavam muitas discussões, gerando muitas divergências e críticas. Para tentar minimizar essas discussões, muitos profissionais e instituições se debruçaram na tentativa de normalização de procedimentos básicos, que geraram as chamadas Cartas Patrimoniais, documentos normativos que resultam do acordo entre especialistas e conservadores profissionais. O monumento deveria ser restaurado apenas quando fosse imprescindível, sendo as intervenções condicionadas às características físicas, natureza, história e características formais, e projetuais. 
As elaborações teóricas de Gustavo Giovannoni tiveram seu reconhecimento e consagração após a publicação da Carta de Restauro de 1932, emitida pelo Conselho Superior de Antiguidades e Belas Artes, cuja intenção era uniformizar a metodologia das diferentes superintendências italianas e oferecer um guia aos arquitetos que exerciam a profissão. 
Conceitos Fundamentais
A colaboração entre Estados para a preservação de monumentos;
 Contra a restauração estilística e por um emprego consistente;
O interesse predominante da comunidade sobre o interesse privado;
Uso de técnicas modernas de consolidação (concreto armado), mas tudo oculto;
Conservação in situ das obras;
Poteção do ambiente próximo de monumentos e inserção de instalações de proteção;
Criação de inventários e arquivos;
Cooperação científica internacional;
Escola de proteção do testemunho de cada civilização.
Referente ao processo de restauro
Favorecer acima de tudo as obras de manutenção, reparação, restauração, consolidação e, por último, apenas se extremamente necessário, o acréscimo de técnicas modernas;
Nesse procedimento, interferir o mínimo necessário para a estabilidade, considerando essencial a autenticidade não só estética, mas das estruturas;
Nas depreciações, respeitar todas as obras que tenham valor de arte, embora de períodos variados, embora lesionada a unidade estilística originária; considerar é afirmar a vida artística que se desenvolveu apenas sobre o monumento e não a primeira fase;
Nos acréscimos, designar claramente as datas, diferenciando a restauração das partes mais antigas;
Adotar acréscimos de caráter simples, propondo-se uma integração de massa ao invés de um enfeite decorativo;
Atentar-se para o ambiente em que o monumento está localizado, embora não seja o original, mas continuar as razões de massa e cor, e os mesmos critérios que para as condições intrínsecas.
Por fim, a ele seriam atribuídas importantes hereditariedades, como no campo da história da arquitetura, a partir da chamada “escola romana”; ou nas reflexões sobre o tema do “ambiente”, continuadas de forma crítica nas ponderações, por exemplo, de um Roberto Pane; ou na longa duração da influência de suas ideias sobre planejamento urbano. Também são anotadas, por outro lado, algumas limitações, logo superadas, como a da abordagem filológica no restauro, assim como certas incoerências entre reflexões teóricas e projeto, sobretudo em casos de “desbastamento” concernentes ao bairro do Renascimento, num contexto de comprometimento com o regime fascista.
Linha do Tempo
1873 – Nascimento em Roma;
1895 – Graduou-se em Engenharia Civil na Faculdade de Roma;
1908-1909 – Intervenção: palácio Torlonia em via Tomacelli, Roma;
1909-1913 – Intervenção: Fabbrica Birra Peroni, Roma;
1910 – Restauração: Cottage Tinkers Torlonia, Roma;
1912 - Publicação: Il restauro dei monumenti na I convegno degli Atti ispettori onorari, Roma de 1912;
 A ele é atribuído, ainda, um posto de protagonista no campo do restauro, demarcado simbolicamente em 1912 pelo aval dado por Camillo Boito à sua indicação para substituí-lo, como conferencista, no I Congresso dos Inspetores Honorários.
1913 - Vecchie edilizia Cidade Nova ed. Il quartiere del Rinascimento Roma, em Nuova Antologia de 1913;
Restauração: Templo de Hércules, Cori;
Intervenção: Alojamento na Via dei Coronari, Roma;
Intervenção: Bairro do Renascimento, Roma;
1915 - Passa a compor o importante Conselho Superior de Antiguidades e Belas Artes, conferindo pareceres sobre projetos em áreas vinculadas como patrimônio;
1916 – Restauração: Igreja de Santa Maria del Piano, Ausonia;
1920 - Foi agente de primeira ordem no processo de formação da primeira Escola Superior de Arquitetura, em Roma, evento determinante para a construção da figura do profissional de arquitetura como sendo aquele capaz de enfrentar tantoos problemas do projeto do edifício, como aqueles de urbanismo, restauro e história da arquitetura. Uma abordagem didática voltada à formação daquele que Giovannoni nomeou “arquiteto integral”, com bagagem técnica, científica e artística, que marcará a forma de ensino da arquitetura na Itália ao longo do século XX;
Intervenção: Igreja dos Anjos da Guarda, Roma;
1921 – Revista: Architettura e Arti Decorative (1921);
1921-1926 - Assume a direção da seção romana da CAI (Clube Alpino Italiano), para aumentar o número de guias e membros;
1922 - Giovannoni participou da redação da primeira lei italiana voltada à proteção das “belezas naturais” e “panorâmicas” (Lei n. 778, de 11 de junho de 1922, para a Tutela das Belezas Naturais e dos Imóveis de Particular Interesse Histórico) e presidiou a comissão que elaborou a revisão dessa lei, transformada na Lei n. 1.497 (de 29 de junho de 1939, para a Proteção das Belezas Naturais), normativa que permaneceu em vigor até 1999, confluindo, mesmo com modificações significativas, no atual Código dos Bens Culturais e Paisagísticos.
1925 – Publicação: Questioni di Architettura, Roma 1925;
1927 - 1935 - Dirige a Escola de Arquitetura de Roma, que fundou o Centro de Estudos História da Arquitetura;
1930 – Restauração: Igreja de Sant'Andrea, Orvieto; 
1931 – Publicação: Vecchie città nuova ed edilizia, Torino;
Redige a Carta Italiana do Restauro (aprovada em dezembro de 1931), adotada pelo Ministério da Educação desse país, com normas válidas para todas as superintendências regionais.
Seu prestígio reafirma-se na participação da conferência internacional de Atenas e na redação da Carta Italiana do Restauro, logo em seguida;
Intervenção: Plano para o arranjo construção de Old Bari;
Restauração: St Stephen dos Abyssinians, Cidade do Vaticano;
1932 – Carta de Restauro;
1934 – Restauração: Igreja de San Domenico, Orvieto; 
Intervenção: plano para a construção de alojamento Bergamo Alta;
1935 - Publicação: L'architettura del Rinascimento, Milano, 1935;
1936 -  Publicação: Preparação da palavra "Restauro" no italiano Enciclopédia Treccani, Roma de 1936;
1937 - Revista Palladio - primeira revista inteiramente dedicada à história da arquitetura na Itália e no mundo, além de um centro de estudos, o Centro di Studi per la Storia dell’Architettura, em Roma, onde se encontra o seu acervo;
1942 - Publicação: O Cupola di S. Pietro, Roma;
1945 - Publicação: Il restauro dei monumenti, Roma;
Livro que será utilizado no pós-guerra como manual didático para os cursos universitários de Restauro.
Publicação: Restauro dei monumenti ed Urbanistica, na Palladio, n. 2, 3, Roma, 1945.
BIBLIOGRAFIA:
CABRAL, R.C. A noção de “ambiente” em Gustavo Giovannoni e as leis de tutela do patrimônio cultural na Itália. 2013. 198 f. Tese (Doutorado) – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2013.
CURUNI A. – “Riordino delle carte di Gustavo Giovannoni. Appunti per una biografia”, in "Archivio di documenti e rilievi dei monumenti", 2, Roma 1979;
CURTIS W.J. – “L’Architettura Moderna dal 1900”, Milano 2006
LA REGINA F. -  "Come un ferro rovente. Cultura e prassi del restauro architettonico",  Napoli 1992;
PORTOGHESI P. (a cura di) – “Dizionario Enciclopedico di Architettura e Urbanistica”, Roma 1968-69;
SETTE M.P. - "Il Restauro in Architettura", UTET, Torino 2001;
VENTURA F. – “Giovannoni Gustavo, Vecchie città ed edilizia nuova",  Torino: Città studi, 1995;
TRAMONTI, U. - Gustavo Giovannoni a Forlì. Il ripristino e la sistemazione del chiostro vallombrosano, ne Il complesso monumentale di San Mercuriale a Forlì. Restauri, La Greca Arti grafiche, Forlì 2000, pp. 107–129;
ARBIZZONI, G. - Giovannoni, Gustavo, scheda nel Dizionario Biografico degli Italiani - Volume 56 (2001).

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