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Atividade 3 estudo dirigido 02

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ATIVIDADE 3 - ESTUDO DIRIGIDO 2
A) Penal:
1. Quais os requisitos para a progressão de regime?
Em regra, o regime inicial será fixado de acordo com o Art. 33, CP. Como a pena tem que ser cumprida de forma progressiva, será concedido ao condenado a progressão de regime quando cumprir 1/6 da pena e possuir bom comportamento, como consta o Art. 112, LEP. 
Já nos casos de crimes hediondos ou equiparados cometidos ANTES de 2007, a progressão será ainda de 1/6. (Sumula 471, STJ e sumula vinculante 26, STF)
No entanto, se os crimes hediondos os equiparados foram cometidos DEPOIS de 2007, a progressão se dará de dois modos: Se for primário (2/5) e se for reincidente (3/5), de acordo com o Art. 2, paragrafo segundo da lei 8078/90 (Lei de crimes hediondos).
É possível o exame criminológico se for requerido de forma fundamentada. (Sumula 439, STJ)
Obs: A falta grave interrompe a contagem da progressão de regime.
Gabarito: São aqueles previstos no artigo 112 da LEP: cumprimento de 1/6 da pena e bom comportamento carcerário. No caso de crimes hediondos praticados após a lei 11.464/07, nos termos do artigo 2º da Lei 8072/90, o prazo é de 2/5 da pena para condenado primário e de 3/5 para reincidente (Súmula Vinculante 26 e Súmula 471 do STJ). O exame criminológico não é exigido em regra, mas pode sê-lo, de forma fundamentada e de acordo com as peculiaridades do caso (Súmula 439 do STJ). Nos crimes contra a administração publica a progressão ficará condicionada à reparação do dano (art. 33, §4º, CP).
2. Quais as hipóteses de regressão de regime?
As hipóteses estão previstas no art. 118, LEP, que são:
Praticar um crime DOLOSO ou falta grave;
For condenado por crime anterior, neste caso, é necessário o TJ da sentença condenatória (Sumula 526, STJ). 
Gabarito: Nos termos do artigo 118 do LEP, são a prática de crime doloso ou de falta grave (mediante prévia oitiva do
condenado) ou a condenação definitiva à pena que, somada ao restante da anterior, implique regime mais severo.
3. Quais os requisitos para o livramento condicional?
Então previstos no Art. 83, CP:
Pena igual ou maior a 2 anos;
Ter cumprido +1/3 se for primário com bons antecedentes. Nesse caso também se enquadra os primários com maus antecedentes e os reincidentes de crimes culposos, por falta de previsão legal.
Ter cumprido 1/2 se for reincidente de crimes dolosos.
Ter cumprido 2/3 se for crime hediondo ou equiparado, não podendo ser reincidente especifico.
Reparação do dano, se for possível;
Bom comportamento, bom desempenho no trabalho, que sera comprovado pelo diretor do estabelecimento por um atestado de conduta carcerária. 
Obs: É possível o exame criminológico se for requerido de forma fundamentada. (Sumula 439, STJ)
Gabarito: Estão previstos no artigo 83 do CP: condenação à pena igual ou superior a 2 anos; cumprimento de mais de 1/3 se não reincidente em doloso e com bons antecedentes, de mais de 1/2 se reincidente em doloso ou de mais de 2/3 se condenado por crime hediondo, desde que não reincidente em crime também hediondo ou equiparado; bom comportamento carcerário, reparação do dano salvo impossibilidade de fazê-lo.
4. Quais as hipóteses de revogação do livramento? Art. 86 e 87,CP. 
Estão previstas no Art. 726, CPP: Se liberado vier a ser condenado por sentença penal irrecorrível a pena privativa de liberdade.
Art. 727, CPP: Deixar de cumprir com as suas obrigações ou exigências ou deixar de observar as suas proibições. 
Art. 728 e 730, CPP.
Gabarito: Conforme disposto nos artigos 86 e 87 do CP, a revogação pode ser obrigatória ou facultativa. A revogação será obrigatória quando o liberado vem a ser condenado por crime ao qual é cominada pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível. A revogação será facultativa quando o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.
5. Quais as consequências da revogação do livramento? Art. 88 , CP
Nos termos do artigo 88 do CP, revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação resultar de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado.
B) Processo Penal:
1. O que é o principio da unirrecorribilidade? Ele tem exceções?
Entende-se que cada decisão só cabe um recurso, não sendo cabível combater uma decisão por vários mecanismo pois além de poder gerar decisão contrarias, haveria insegurança e ausência de economia processual.
Possui exceções, como por exemplo, quando o réu é condenado por 2 crimes em uma sentença, ele interpela a apelação. Para um crime tem decisão unanime cabendo apenas recurso extraordinário ou recurso especial, para o outro crime deve decisão não unanima, cabendo apenas embargos infringentes. 
Outro exemplo, é quando de uma apelação cabe recurso especial(pois fere lei federal) + recurso extraordinário (pois fere a CF).
Gabarito: É o princípio que prevê a existência de apenas um recurso adequado para a impugnação da decisão judicial, que tem como exceção a possibilidade de interposição conjunta de recurso especial e extraordinário contra a mesma decisão.
2. Em que consiste o efeito extensivo dos recursos?
O recurso interposto por um dos réus beneficiará os demais, quanto aos aspectos objetivos, como por exemplo, alegar que o fato é atípico.
Gabarito: Consiste na extensão dos efeitos do recurso aos demais réus, no concurso de agentes, ainda que não tenham recorrido, salvo se o recurso tiver por fundamento motivo de caráter exclusivamente pessoal.
3. A apelação de sentença absolutória tem efeito suspensivo?
Nem todos os recursos tem efeito suspensivo. A sentença absolutória, com base no art. 596, P.U., CPP, não impedirá que o réu seja posto em liberdade. Logo, a sentença absolutória não possui efeito suspensivo, apenas devolutivo. 
Gabarito: Não, pois não há previsão legal expressa. A sentença absolutória deve ser imediatamente executada, colocando-se o réu em liberdade, se estiver preso, por exemplo.
4. A partir de que momento se conta o prazo para interpor apelação?
Em regra, o prazo é de 5 dias para interpor a apelação, nas hipóteses do art. 593, CPP.
Entretanto, nos casos em que o MP ficar inerte, o prazo é de 15 dias a contar do fim do prazo do MP, ante o art. 598, CPP.
No JEcrim, o prazo é de 10 dias para alegar as duas peças (interposição e razões) – Art. 76, paragrafo 5 C/C Art. 82, da lei JEcrim.
Gabarito: A partir da data da intimação da sentença ou de sua leitura (art. 593, caput, do CPP).
5. O assistente da acusação tem legitimidade para interpor apelação? E recurso em sentido estrito?
É cabível assistente de acusação para interposição de apelação (Art. 60, paragrafo 1°, CPP), no prazo de 3 dias.
No RESE também é cabível (Art. 271, C/C Art. 584, Paragrafo 1°, CPP).
Gabarito: O assistente da acusação tem legitimidade subsidiária para interpor apelação, ou seja, pode apelar se o Ministério Público não o fizer. Da mesma maneira ocorre em relação ao recurso em sentido estrito, que pode ser interposto somente em caráter supletivo.
C) Penal:
1. Qual o juízo competente para aplicar a abolitio criminis?
Compete ao juiz da execução penal (Art. 66, LEP), quando lei posterior não considerar o fato mais crime, tendo fundamento também na CF, no Art. 5°, inciso LX, CF.
A lei que beneficiar o réu, mesmo que posterior a sua condenação, será aplicada a ele, como previsto no Art. 2° CP. Mesmo assim o STF ainda reforçou esse entendimento com a Súmula 611.
A competência para aplicação da abolitio criminis depende do momento processual. Se ainda não proferida a sentença, o juízo competente será o juiz da causa; se em grau de recurso, a competência será do respectivo tribunal.
Por fim, após o trânsito em julgado a competência é do juízo das execuções criminais, conforme Súmula 611 do STF.
Atenção: havendo trânsito em julgado, a abolitio criminis atinge todosos efeitos penais da sentença (primários e secundários), mas não os extrapenais (artigo 2º do CP).
2. Qual a consequência do oferecimento da queixa contra apenas um dos ofensores?
Como queixo é para ação penal privada, uma das suas características é a indivisibilidade, ou seja, a exclusão voluntária de um dos autores do crime é causa de extinção da punibilidade, que será extensiva aos demais.
Predomina o entendimento segundo o qual o oferecimento da queixa contra apenas um dos ofensores implica renúncia tácita ao direito de oferecer queixa em relação aos demais ofensores, tendo em vista o princípio da indivisibilidade da ação penal privada. Assim, resta extinta a punibilidade em relação a todos.
Note-se que há decisões no sentido de que, em hipóteses como essa, o juiz deve intimar o querelante a aditar a queixa, sob penal de extinção da ação.
Atenção: havendo mais de uma vítima, a renúncia por parte de uma não impede que a outra ofereça queixa.
3. Qual o prazo de decadência e como é contado?
Em regra, o prazo é de 6 meses, a contar do conhecimento da autoria, incluindo o 1° dia e excluindo o ultimo (pois é um prazo penal, se fosse processual era o oposto), como prevê o art. 38, CPP.
Já nos casos de ação penal privada subsidiaria da publica, o prazo começa a contar depois que termina o prazo do MP para impetrar com a ação (Art. 29, CPP).
Exceções:
Art. 236, CP – O prazo decadencial é contado da Sentença penal TJ que anular o casamento.
Art. 529, CPP – O prazo é de 30 dias, após a homologação do laudo.
De acordo com o artigo 38 do CPP, o prazo decadencial (que tem a vítima para representar ou oferecer queixa) é de 6 meses, contado a partir do conhecimento da autoria. Esse prazo é penal, pois extingue a punibilidade e, portanto, deve ser contado nos termos do artigo 10 do CP.
Atenção: o inicio do prazo decadencial difere do prazo prescricional. A prescrição é contada a partir da data da consumação do crime, a decadência a partir do conhecimento da autoria.
4. Qual o momento inicial da prescrição da pretensão punitiva?
Está previsto no Art. 111, CP, levando em consideração a pena em abstrata e a tabela prevista no art. 109, CP.
- Consumação do crime;
- Tentada: momento em que cessou a atividade;
- Permanente: momento em que cessou a permanência;
- Bigamia: conhecimento
- Estupro quando a vitima é menor de 18 anos: quando a vitima completar 18 anos.
O termo inicial da prescrição da pretensão punitiva segue o disposto nos incisos do artigo 111 do CP:
Em regra, o prazo prescricional começa a fluir do dia da consumação do delito (inciso I).
No caso de tentativa (não há consumação), o prazo é contado a partir do último ato de execução (inciso II).
Sendo o crime permanente (cujo momento consumativo perdura no tempo), a prescrição começa a correr da cessação da permanência (inciso III).
Nos crimes dos artigos 242 (falsificação e alteração de assentamento de registro civil) e 235 (bigamia) do CP, o prazo prescricional tem seu momento inicial na data em que o fato se tornou conhecido da autoridade..(inciso IV).
Por ser a prescrição causa de extinção da punibilidade, o prazo é penal, contado na forma do artigo 10 do CP.
Atenção: conforme artigo 119 do CP, no caso de concurso de crimes a prescrição deve ser contada isoladamente quanto a cada delito, como se não tivessem qualquer relação.
5. O que é prescrição virtual? Ela é admitida pelos tribunais superiores?
A prescrição virtual consiste em uma subespécie de prescrição da pretensão punitiva, que tendo o conhecimento do fato, bem como as circunstancias que podem agravar a pena, chegam a uma provável condenação, onde seria averiguada a possível prescrição.
Com base na súmula 438, STJ, passou a ser inviável a prescrição virtual (antecipada) por ausência de previsão legal e porque viola o principio da presunção de inocência e individualização da pena.
A prescrição virtual (também chamada de antecipada, projetada ou em perspectiva), não prevista em lei de forma expressa, é baseada na perspectiva de pena em concreto (de acordo com as circunstâncias do caso) e seu respectivo prazo prescricional.
Recentemente, a jurisprudência firmou-se no sentido de não admitir tal espécie de prescrição, de acordo com a Súmula 438 do STJ (“É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal“).
Atenção: há entendimento minoritário no sentido de que tal espécie de prescrição estaria prevista implicitamente na legislação, por se tratar de falta de interesse de agir (sendo este condição da ação) na espécie utilidade (não haveria utilidade em provimento judicial condenatório se a pena estaria prescrita).
D) Processo Penal:
1. Quais os recursos privativos da defesa?
O embargo infringente, que é cabível de decisão não unanime do RESE, apelação e agravo de execução. (Art. 609, CPP)
Esse recurso compete ao tribunal, não sendo cabível retratação.
Tem interposição e razões no prazo de 10 dias.
São privativos da defesa os embargos infringentes e de nulidade (artigo 609, parágrafo único, do CPP). Alguns autores incluem também a revisão criminal, o que não é exato, pois embora esteja prevista no capitulo referente aos recursos trata-se de ação impugnativa.
2. Qual o recurso cabível contra a denegação de recurso especial ou extraordinário no tribunal de origem e qual o seu fundamento legal?
???
O recurso cabível é o agravo nos próprios autos, com fundamento no artigo 28 da Lei 8.038/90 e no artigo 544 do CPC, com as alterações promovidas pela Lei 12.322, de 9 de setembro de 2010.
3. São cabíveis embargos infringentes contra denegação não unânime de HC pelo Tribunal?
Não, é cabível ROC (art. 105, II). E se você denegação do HC em sentença seria RESE.
Não, tendo em vista que os embargos infringentes são cabíveis apenas se a decisão desfavorável e não unânime for proferida no julgamento de RESE, apelação ou agravo em execução penal.
Atenção: denegado HC por tribunal, em decisão unânime ou não, é cabível o recurso ordinário constitucional.
4. São cabíveis embargos infringentes contra decisão não unânime em revisão criminal?
O recurso cabível contra revisão criminal é agravo em execução. 
Não, tendo em vista que os embargos infringentes são cabíveis apenas se a decisão desfavorável e não unânime for proferida no julgamento de RESE, apelação ou agravo em execução penal.
5. Quais os recursos expressamente previstos na Lei 9.099/95?
Apelação é cabível em caso de rejeição da denuncia ou queixa, no prazo de 10 dias, e também contra sentença, mas não esta previsto de forma expressa.O recurso previsto de forma expressa é o embargos de declaração. 
A Lei 9.099/95 traz previsão dos recursos de apelação (artigo 82) e embargos de declaração (artigo 83).

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