Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 1 INDICE CAPÍTULO 1....................................................................................................................................11 CORROSÃO EM INSTALAÇÕES METÁLICAS ENTERRADAS OU SUBMERSAS .........11 1.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................11 1.2 COMO A CORROSÃO SE PROCESSA .................................................................................11 1.2.1 Contatos Elétricos entre Dois Metais Diferentes ...............................................................11 1.2.2 Heterogeneidades do Aço ...................................................................................................16 1.2.3 Heterogeneidades do Solo ..................................................................................................17 1.2.4 Corrosão Eletrolítica..........................................................................................................19 1.3 CORROSÃO POR BACTÉRIAS.............................................................................................20 1.4 MÉTODOS DE PROTEÇÃO CONTRA A CORROSÃO.......................................................20 1.4.1 Revestimentos Protetores....................................................................................................20 1.4.2 Proteção Catódica ..............................................................................................................20 CAPÍTULO 2....................................................................................................................................22 PROTEÇÃO CATÓDICA: PRINCÍPIOS BÁSICOS E MÉTODOS DE APLICAÇÃO .........22 2.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................22 2.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS...........................................................................................................22 2.3 MÉTODOS DE APLICAÇÃO DA PROTEÇÃO CATÓDICA...............................................24 2.4 PROTEÇÃO CATÓDICA COM ANODOS GALVÂNICOS .................................................25 2.5 PROTEÇÃO CATÓDICA POR CORRENTE IMPRESSA ....................................................27 2.6 CORRENTE NECESSÁRIA PARA PROTEÇÃO CATÓDICA ............................................30 2.7 CRITÉRIOS DE PROTEÇÃO CATÓDICA............................................................................31 2.8 MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO CATÓDICA ...........................................32 2.9 CUSTO DA PROTEÇÃO CATÓDICA...................................................................................32 CAPÍTULO 3....................................................................................................................................34 MEDIÇÕES DE CAMPO PARA A ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE PROTEÇÃO CATÓDICA ......................................................................................................................................34 3.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................34 3.2 INFORMAÇÕES LEVANTADAS ANTES DOS TRABALHOS DE CAMPO.....................34 3.3 MEDIÇÕES DE CAMPO.........................................................................................................35 3.3.1 Resistividades Elétricas ......................................................................................................35 3.3.2 Potenciais Estrutura/Eletrólito...........................................................................................36 3.3.3 Acidez do Solo.....................................................................................................................38 3.3.4 Pesquisa de Corrosão por Bactéria ou Corrosão Microbiológica ....................................38 3.3.5 Medições de Corrente.........................................................................................................38 3.3.6 Testes para a Determinação da Corrente Necessária para Proteção Catódica e das Condições de Polarização da Estrtutura.....................................................................................39 3.3.7 Testes nas Travessias com Tubos-Camisa..........................................................................40 3.3.8 Escolha dos Locais para a Instalação dos Retificadores, Leitos de Anodos e Equipamentos de Drenagem........................................................................................................40 3.3.9 Outros Testes, Medições e Observações ............................................................................40 3.4 CONCLUSÃO ..........................................................................................................................40 CAPÍTULO 4....................................................................................................................................41 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO PARA PROTEÇÃO CATÓDICA......................................41 SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 2 4.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................41 4.2 VOLTÍMETROS ......................................................................................................................41 4.2.1 Voltímetros Convencionais.................................................................................................41 4.2.1.1 Voltímetros convencionais de alta resistência ................................................................41 4.2.1.2 Voltímetros convencionais de baixa resistência..............................................................42 4.2.1.3 Voltímetros potenciométricos ..........................................................................................42 4.2.1.4 Voltímetros eletrônicos....................................................................................................42 4.3 AMPERÍMETROS ...................................................................................................................43 4.3.1 Amperímetro de Resistência Nula ......................................................................................43 4.4. MEDIDORES COMBINADOS ..............................................................................................43 4.5 INSTRUMENTOS PARA MEDIÇÕES DE RESISTIVIDADES ...........................................43 4.5.1 Vibroground........................................................................................................................43 4.5.2 Megger................................................................................................................................43 4.5.3 Outros Instrumentos ...........................................................................................................44 4.5.4 EM’S ...................................................................................................................................44 4.6 VOLT-OHM-MILIAMPERÍMETRO ......................................................................................45 4.7 REGISTRADORES..................................................................................................................45 4.8 DATA LOGGERS ....................................................................................................................46 4.8.1 Ramlog (de fabricação da A.B.I. Data)..............................................................................46 4.8.2 Tricorder (de fabricação da MC MILLER) ........................................................................46 4.8.3 Rectifier Controler (de fabricação da Cathodic TechnologyLimited) ..............................47 4.8.4 DLINK (de fabricação da Harco Technologies Corporation) ...........................................47 4.9 INTERRUPTORES AUTOMÁTICOS DE CORRENTE........................................................47 4.10 LOCALIZADORES DE TUBULAÇÃO................................................................................47 4.11 DETECTORES DE FALHA DE REVESTIMENTO PARA TUBULAÇÕES ENTERRADAS ..............................................................................................................................48 4.12 EQUIPAMENTOS PARA LEVANTAMENTO DE PERFIL DE POTENCIAL..................48 4.13 ACESSÓRIOS ........................................................................................................................49 4.13.1 Eletrodos de Referência....................................................................................................49 4.13.2 Caixa Padrão....................................................................................................................49 4.13.3 Fontes para Testes de Corrente........................................................................................50 4.13.4 Carretéis e Fios ................................................................................................................50 CAPÍTULO 5....................................................................................................................................51 DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA..................................51 5.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................51 5.2 A IMPORTÂNCIA DOS LEVANTAMENTOS DE DADOS.................................................51 5.3 SELEÇÃO DO MÉTODO DE PROTEÇÃO CATÓDICA A SER USADO...........................51 5.3.1 Sistema Galvânico ..............................................................................................................51 5.3.2 Sistema por Corrente Impressa ..........................................................................................51 5.4 CÁLCULO DA CORRENTE DE PROTEÇÃO CATÓDICA.................................................51 ESTRUTURA......................................................................................................................................53 QUALIDADE DO REVESTIMENTO .......................................................................................................53 EFICIÊNCIA.......................................................................................................................................53 5.5 DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS GALVÂNICOS .....................................................54 5.5.1 Instalações Submersas........................................................................................................54 5.5.1.1 Escolha do material dos anodos ...................................................................................54 5.5.1.2 Determinação da massa de anodos...............................................................................54 5.5.1.3 Determinação do número de anodos ............................................................................55 5.5.1.4 Verificação da corrente liberada pelos anodos.............................................................55 5.5.2 Instalações Enterradas .......................................................................................................56 SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 3 5.5.2.1 Escolha do Material e Determinação da Massa dos Anodos........................................56 5.5.2.2 Cálculo da corrente liberada pelos anodos ...................................................................56 5.5.2.3 Cálculo do número de anodos individuais ou do número de leitos de anodos.............57 5.5.2.4 Verificação da vida dos anodos....................................................................................57 5.6 DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS POR CORRENTE IMPRESSA.............................57 5.6.1 Definição do Número de Pontos de Injeção de Corrente...................................................57 5.6.2 Escolha do Material do Anodo...........................................................................................58 5.6.3 Cálculo da Massa de Anodos .............................................................................................58 5.6.4 Escolha do Número Mínimo de Anodos .............................................................................58 5.6.6 Cálculo da Resistência do Circuito ....................................................................................58 5.6.6.1 Resistência total do circuito .........................................................................................59 5.6.7 Verificação do Número de Anodos .....................................................................................60 5.7 AUXÍLIO DE MICROCOMPUTADORES.............................................................................60 CAPÍTULO 6....................................................................................................................................61 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS EM SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA ......................................................................................................................................61 6.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................61 6.2 SISTEMAS GALVÂNICOS ....................................................................................................61 6.2.1 Anodos ................................................................................................................................61 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS APRESENTADAS PELOS ANODOS GALVÂNICOS61 6.2.2 Enchimento Condutor (Backfill).........................................................................................64 6.2.3 Cabos Elétricos...................................................................................................................64 6.2.4 Conectores Elétricos...........................................................................................................65 6.2.5 Caixas de Ligação ou de Passagem ...................................................................................65 6.2.6 Resistores Elétricos ............................................................................................................65 6.2.7 Materiais Diversos..............................................................................................................65 6.3 SISTEMAS POR CORRENTE IMPRESSA............................................................................65 6.3.1 Retificadores de Corrente...................................................................................................65 6.3.2 Equipamentos de Drenagem...............................................................................................67 6.3.3 Anodos Inertes ....................................................................................................................69 6.3.4 Enchimento (Backfill) Usados para os Anodos Inertes......................................................71 6.3.5 Cabos Elétricos...................................................................................................................71 6.3.6 Juntas Isolantes. .................................................................................................................72 6.3.7 Dispositivos de Proteção das Juntas Isolantes...................................................................73 6.3.8 Caixas de Medição, Interligação e Pontos de Teste...........................................................73 6.3.9 Resistores Elétricos ............................................................................................................746.3.10 Materiais Diversos............................................................................................................75 CAPÍTULO 7....................................................................................................................................76 LEITOS DE ANODOS EM POÇOS PROFUNDOS ....................................................................76 7.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................76 7.2 TIPOS........................................................................................................................................76 7.2.1 Estrutura Básica .................................................................................................................76 7.2.2 Tubos e Trilhos-Sucata.......................................................................................................76 7.2.3 Sistemas Não Recuperáveis. ...............................................................................................77 7.2.4 Sistemas Recuperáveis........................................................................................................79 7.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS......................................................................................80 7.3.1 Vantagens ...........................................................................................................................80 SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 4 7.3.2 Desvantagens......................................................................................................................80 7.4 PROJETO..................................................................................................................................81 7.4.1 Escolha do Local para a Cama ..........................................................................................81 7.4.2 Resistividade Elétrica do Solo ............................................................................................81 7.4.3 Seleção de Materiais...........................................................................................................81 7.4.4 Profundidade Máxima Admissível ......................................................................................83 7.4.5 Procedimento para o Dimensionamento ............................................................................83 7.5 MONTAGEM ...........................................................................................................................84 7.6 ENERGIZAÇÃO ......................................................................................................................84 7.7 OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO ............................................................................................85 7.7.1 Problemas Usuais Durante a Operação e Manutenção.....................................................85 7.7.2 Registros .............................................................................................................................85 7.8 CONCLUSÕES ........................................................................................................................85 CAPÍTULO 8....................................................................................................................................86 INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO DE SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA ....................86 8.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................86 8.2 COMPONENTES DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO CATÓDICA ...................................86 8.2.1 Para Tubulações Enterradas..............................................................................................86 8.2.2 Para Tubulações Submersas...............................................................................................87 8.2.3 Para Fundos de Tanques de Armazenamento ....................................................................87 8.2.4 Para Estacas de Aço Cravadas no Mar .............................................................................87 8.2.5 Plataformas de Petróleo .....................................................................................................87 8.2.6 Armaduras de Aço das Obras de Concreto ........................................................................87 8.3 ORIENTAÇÃO PARA OS SERVIÇOS DE INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO.......................87 8.3.1 Tubulações Enterradas Protegidas com Sistema Galvânico..............................................88 8.3.2 Tubulações Enterradas Protegidas com Sistema por Corrente Impressa..........................88 8.3.3 Fundos de Tanques de Armazenamento .............................................................................88 8.3.4 Estacas Metálicas de Piers de Atracação de Navios com Sistema por Corrente Impressa .....................................................................................................................................................88 8.3.5 Plataformas de Petróleo com Sistema por Anodos Galvânicos .........................................89 8.3.6 Armaduras de Aço do Concreto .........................................................................................89 8.4 CONCLUSÃO ..........................................................................................................................89 CAPÍTULO 9....................................................................................................................................90 REVESTIMENTOS PROTETORES PARA INSTALAÇÕES METÁLICAS ENTERRADAS E SUBMERSAS................................................................................................................................90 9.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................90 9.2 CARACTERÍSTICAS NECESSÁRIAS A UM REVESTIMENTO .......................................91 9.3 REVESTIMENTO PARA TUBULAÇÕES ENTERRADAS .................................................92 9.3.1 Revestimento à Base de Esmalte de Piche de Carvão........................................................92 9.3.2 Revestimento à Base de Esmalte de Asfalto de Petróleo....................................................93 9.3.3 Revestimento com Fitas Plásticas ......................................................................................94 9.3.4 Revestimento com Tintas Betuminosas (Epóxi Piche de Carvão ou Alcatrão Epóxi)........94 9.3.5 Revestimento com Espuma Rígida de Poliuretano.............................................................94 9.4 REVESTIMENTO PARA TUBULAÇÕES SUBMERSAS ....................................................95 9.5 REVESTIMENTO PARA TANQUES DE ARMAZENAMENTO ........................................95 9.5.1 Revestimento para Tanques de Aço Totalmente Enterrados..............................................95 9.5.2 Revestimento para Fundo de Tanque .................................................................................95 9.6 REVESTIMENTO PARA CASCO DE EMBARCAÇÕES.....................................................95 SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 5 9.7 REVESTIMENTO PARA ESTACAS DE AÇO DE PIERS DE ATRACAÇÃO....................96 9.8 CONCLUSÃO ..........................................................................................................................96 CAPÍTULO 10..................................................................................................................................97 SISTEMAS DE DRENAGEM DE CORRENTE PARA CONTROLE DA CORROSÃO ELETROLÍTICA EM TUBULAÇÕES ENTERRADAS ............................................................97 10.1INTRODUÇÃO ......................................................................................................................97 10.2 A CORROSÃO ELETROLÍTICA..........................................................................................98 10.3 SISTEMAS DE DRENAGEM ...............................................................................................99 10.3.1 Ligação Direta..................................................................................................................99 10.3.2 Ligação por Meio de um Equipamento de Drenagem....................................................100 10.4 COMPLEMENTAÇÃO COM SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA .......................102 10.5 CONCLUSÃO ......................................................................................................................102 CAPÍTULO 11................................................................................................................................103 INFLUÊNCIA DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO ELÉTRICA EM ALTA TENSÃO SOBRE AS TUBULAÇÕES ENTERRADAS .............................................................................103 11.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................103 11.2 ANÁLISE DO FENÔMENO................................................................................................103 11.3 MÉTODOS DE CÁLCULO DAS TENSÕES TUBO/SOLO ..............................................105 11.4 SOLUÇÕES PRÁTICAS PARA CONTORNAR O PROBLEMA .....................................106 11.5 EXEMPLO PRÁTICO..........................................................................................................107 11.5.1 Dados do Gasoduto ........................................................................................................108 11.5.2 Primeiro Cruzamento .....................................................................................................108 11.5.3 Segundo Cruzamento ......................................................................................................109 11.6 CONCLUSÃO ......................................................................................................................110 CAPÍTULO 12................................................................................................................................111 SISTEMAS DE ATERRAMENTO ELÉTRICO COM ANODOS DE ZINCO ......................111 12.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................111 12.2 INSTALAÇÃO .....................................................................................................................111 12.3 COMPARAÇÃO ENTRE OS ANODOS DE ZINCO E AS HASTES DE ATERRAMENTO CONVENCIONAIS......................................................................................................................112 12.4 VIDA DOS ANODOS..........................................................................................................113 12.5 CONCLUSÃO ......................................................................................................................113 CAPÍTULO 13................................................................................................................................114 ATERRAMENTO ELÉTRICO DE TANQUES METÁLICOS DE ARMAZENAMENTO .114 13.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................114 13.2 MÉTODOS DE ATERRAMENTO ELÉTRICO .................................................................114 13.2.1 American Petroleum Institute .........................................................................................115 13.2.2 National Bureau of Stantard Handbook.........................................................................115 CODE FOR PROTECTION AGAINST LIGHTNING .............................................................115 13.2.3 National Fire Protection Association.............................................................................115 FIRE PROTECTION HANDBOOK............................................................................................115 13.2.4 American Oil Company ..................................................................................................116 HAZARDS OF ELECTRICITY – BOOKLET Nº......................................................................116 SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 6 13.2.5 Esso.................................................................................................................................116 ESSO ENGINEERING STANDARD B-14-86 ............................................................................116 13.2.6 Standard Handbook for Electrical Engineers ................................................................116 SEÇÃO 17-642................................................................................................................................116 13.3 ESTIMATIVA DAS RESISTÊNCIAS TANQUE/TERRA NA REPLAN .........................116 13.4 CONCLUSÕES ....................................................................................................................116 CAPÍTULO 14................................................................................................................................118 PROTEÇÃO CATÓDICA DE TUBULAÇÕES ENTERRADAS E SUBMERSAS................118 14.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................118 14.2 PROTEÇÃO CATÓDICA PARA TUBULAÇÕES ENTERRADAS .................................118 14.2.1 Proteção Catódica com Anodos Galvânicos ..................................................................118 14.2.2 Proteção Catódica por Corrente Impressa ....................................................................119 14.2.3 Como Saber se a Tubulação está Protegida Catodicamente .........................................121 14.2 PROTEÇÃO CATÓDICA PARA EMISSÁRIOS SUBMARINOS ....................................122 14.4 PROTEÇÃO CATÓDICA DE TUBOS-CAMISA PARA POÇOS PROFUNDOS ............122 14.5 CONCLUSÕES ....................................................................................................................123 CAPÍTULO 15................................................................................................................................124 PROTEÇÃO CATÓDICA DE TANQUES DE ARMAZENAMENTO DE PETRÓLEO E DERIVADOS..................................................................................................................................124 15.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................124 15.2 TIPOS DE TANQUES DE ARMAZENAMENTO .............................................................124 15.2.1 Tanques Aéreos Apoiados no Solo .................................................................................124 15.2.2 Tanques Enterrados........................................................................................................124 15.2.3 Tanques Submersos ........................................................................................................124 15.3 PROTEÇÃO CATÓDICA....................................................................................................124 15.3.1 Proteção Catódica Interna dos Tanques de Petróleo com Lastro de Água ..................125 15.3.2 Proteção Catódica Externa ............................................................................................125 15.4 CRITÉRIOS DE PROTEÇÃO..............................................................................................12915.5 DISTRIBUIÇÃO DA CORRENTE EM GRUPO DE TANQUES..........................................................129 15.6 CONCLUSÃO ......................................................................................................................130 CAPÍTULO 16................................................................................................................................131 PROTEÇÃO CATÓDICA PARA PIERS DE ATRACAÇÃO DE NAVIOS ...........................131 16.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................131 16.2 CARACTERÍSTICAS DAS ESTRUTURAS ......................................................................131 16.3 CARACTERÍSTICAS DA ÁGUA DO MAR......................................................................132 16.4 CORROSÃO DO AÇO PELA ÁGUA SALGADA.............................................................133 16.5 SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA .........................................................................134 16.5.1 Sistema Galvânico ..........................................................................................................134 16.5.2 Sistema por Corrente Impressa ......................................................................................135 16.5.3 Comparação Entre o Sistema Galvânio e o Sistema por Corrente Impressa ................137 Principais Características dos Sistemas Galvânicos e por Corrente Impressa........................137 SISTEMA POR ANODOS GALVÂNICOS ................................................................................137 SISTEMA POR CORRENTE IMPRESSA .................................................................................137 SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 7 16.6 ZONA DE VARIAÇÃO DE MARÉ E DE RESPINGO......................................................137 16.7 CONCLUSÃO ......................................................................................................................138 CAPÍTULO 17................................................................................................................................139 PROTEÇÃO CATÓDICA DE NAVIOS .....................................................................................139 17.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................139 17.2 CORROSÃO E PROTEÇÃO CATÓDICA..........................................................................139 17.3 PROTEÇÃO CATÓDICA GALVÂNICA ...........................................................................140 17.3.1 Proteção Galvânica de Tanques de Lastro ....................................................................141 17.3.2 Corrente Necessária .......................................................................................................142 TANQUESmA/m2.................................................................................................................142 CASCO mA/m2 .....................................................................................................................142 1.4 PROTEÇÃO CATÓDICA POR CORENTE IMPRESSA .....................................................143 17.4.1 Quantidade de Corrente Necessária para o Sistema de Corrente Impressa..................145 17.5 COMPARAÇÃO ENTRE OS SISTEMAS GALVÂNICOS E POR CORRENTE IMPRESSA ...................................................................................................................................145 17.6 INFLUÊNCIA DO REVESTIMENTO DO CASCO SOBRE AS CONDIÇÕES DE OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO CATÓDICA ......................................................146 17.7 INFLUÊNCIA DAS CONDIÇÕES DE OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO CATÓDICA SOBRE O REVESTIMENTO.................................................................................146 17.8 CONCLUSÃO ......................................................................................................................147 CAPÍTULO 18................................................................................................................................148 PROTEÇÃO CATÓDICA DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA, ESGOTOS E EFLUENTES INDUSTRIAIS.......................................................................................................148 18.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................148 18.2 PROTEÇÃO CATÓDICA GALVÂNICA ...........................................................................148 18.8 PROTEÇÃO CATÓDICA POR CORRENTE IMPRESSA ................................................149 18.4 VERIFICAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO CATÓDICA .......................................................................................................................................................150 18.5 CUSTO..................................................................................................................................151 18.6 CONCLUSÃO ......................................................................................................................151 CAPÍTULO 19................................................................................................................................152 PROTEÇÃO CATÓDICA DE PLATAFORMAS FIXAS DE PETRÓLEO ...........................152 19.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................152 19.2 LEVANTAMENTO DE DADOS PARA O PROJETO.......................................................152 19.2.1 Parâmetros Associados à Estrutura ...............................................................................152 19.2.2 Parâmetros Associados ao Meio Ambiente ....................................................................152 19.2.3 Parâmetros Associados aos Sistemas de Proteção Catódica.........................................153 19.3 CRITÉRIO DE PROTEÇÃO................................................................................................153 19.4 VIDA ÚTIL DO SISTEMA DE PROTEÇÃO CATÓDICA................................................153 19.5 DENSIDADES DE CORRENTE DE PROTEÇÃO.............................................................154 19.6 ESCOLHA DO TIPO DE SISTEMA ...................................................................................154 19.7 ISOLAMENTO ELÉTRICO ................................................................................................154 19.8 CORRENTES DE INTERFERÊNCIA.................................................................................154 19.9 SISTEMAS GALVÂNICOS ................................................................................................154 19.9.1 Dimensionamento ...........................................................................................................155 19.10 SISTEMAS POR CORRENTE IMPRESSA......................................................................159 19.10.1 Dimensionamento .........................................................................................................160 SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 8 19.10.2 Materiais.......................................................................................................................160 19.11 SISTEMAS DE MONITORAÇÃO....................................................................................160 19.12 ACOMPANHAMENTO OPERACIONAL .......................................................................161 19.13 CONCLUSÕES ..................................................................................................................162 CAPÍTULO 20................................................................................................................................163PROTEÇÃO CATÓDICA DE PÉS DE TORRES DE LINHAS DE TRANSMISSÃO ELÉTRICA .....................................................................................................................................163 20.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................163 20.2 ATERRAMENTO ELÉTRICO ............................................................................................163 20.3 INSTALAÇÃO DOS ANODOS GALVÂNICOS ...............................................................163 20.4 INSTALAÇÃO DE SISTEMA POR CORRENTE IMPRESSA .........................................164 20.5 CONCLUSÃO ......................................................................................................................164 CAPÍTULO 21................................................................................................................................165 PROTEÇÃO CATÓDICA DE ARMADURAS DE AÇO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO...................................................................................................................................165 21.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................165 21.1 HISTÓRICO .........................................................................................................................165 21.3 MECANISMO BÁSICO DA CORROSÃO DAS ARMADURAS NO CONCRETO ........165 21.4 PRINCIPAIS MÉTODOS UTILIZADOS PARA O COMBATE À CORROSÃO NO CONCRETO .................................................................................................................................169 21.4.1 Técnicas de Reparo Localizado......................................................................................169 21.4.2 Procedimentos de Projeto e Construção ........................................................................169 21.4.3 Métodos de Isolamento da Superfície de Concreto do Meio Ambiente Agressivo .........170 21.4.4 Método da Proteção Direta das Armaduras ..................................................................170 21.4.5 Métodos de Controle Direto da Corrosão......................................................................170 USO DE INIBIDORES QUÍMICOS............................................................................................170 PROTEÇÃO CATÓDICA.............................................................................................................170 21.5 MECANISMO BÁSICO DO FUNCIONAMENTO DA PROTEÇÃO CATÓDICA DE CONCRETO .................................................................................................................................171 21.6 CRITÉRIOS DE PROTEÇÃO..............................................................................................171 21.6.1 Potenciais Mínimos ........................................................................................................172 21.7 MEDIÇÕES DE POTENCIAL.............................................................................................172 21.8 PROJETO DE SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA PARA ESTRUTURAS DE CONCRETO .................................................................................................................................173 21.8.1 Generalidades.................................................................................................................173 21.8.2 Tipos de Estruturas que Podem ser Protegidas .............................................................174 21.8.3 Dados para o Projeto .....................................................................................................174 21.8.4 Levantamento de Dados .................................................................................................175 21.8.4.1 Instrumentos necessários..........................................................................................176 21.8.5 Tipos de Sistemas............................................................................................................176 21.8.5.1 Sobrecamada condutora ...........................................................................................176 21.8.5.2 Sistemas embutidos no concreto ..............................................................................176 21.8.5.3 Sistemas distribuídos com anodos em forma de tela................................................177 21.8.5.4 Sistemas com revestimentos condutores ..................................................................179 21.8.6 Dimensionamento ...........................................................................................................180 DENSIDADE DE CORRENTE DE PROTEÇÃO......................................................................180 SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 9 DENSIDADE DE CORRENTE MÁXIMA ADMISSÍVEL NOS ANODOS............................180 DETERMINAÇÃO DA CORRENTE DE PROTEÇÃO............................................................180 CONTINUIDADE ELÉTRICA ....................................................................................................180 DISTRIBUIÇÃO DOS CIRCUITOS POSITIVOS ....................................................................181 TIPO DE SISTEMA.......................................................................................................................181 RETIFICADORES.........................................................................................................................181 MONITORAÇÃO ..........................................................................................................................182 VIDA ÚTIL.....................................................................................................................................182 ISOLAMENTO ELÉTRICO ........................................................................................................182 CORRENTES DE INTERFERÊNCIA........................................................................................183 21.9 CONCLUSÕES ....................................................................................................................183 CAPÍTULO 22................................................................................................................................184 PROTEÇÃO CATÓDICA PARA SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE COMBUSTÍVEL DE AEROPORTOS .......................................................................................................................184 22.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................184 22.2 SISTEMA DE TUBULAÇÕES E TANQUES PARA TRANSPORTE, ARMAZENAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DO QUEROSENE PARA AS AERONAVES.......184 22.2.1 Transporte Refinaria/Aeroporto.....................................................................................184 22.2.2 Armazenamento no Aeroporto........................................................................................184 22.2.3 Distribuição para as Aeronaves .....................................................................................184 22.3 SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA UTILIZADOS ................................................185 22.3.1 Proteção Catódica para o Trecho Refinaria/Aeroporto ................................................185 22.3.2 Proteção Catódica para os Tanques de Armazenamento...............................................185 22.3.3 Proteção Catódica para as Tubulações de Querosene dentro do Aeroporto ................186 22.4 LEVANTAMENTOS DE CAMPO PARA O PROJETO DE PROTEÇÃO CATÓDICA..186 22.5 CONDIÇÕES DE OPERAÇÃO...........................................................................................187 22.6 CONCLUSÃO ......................................................................................................................187CAPÍTULO 23................................................................................................................................188 SISTEMA DE PROTEÇÃO CATÓDICA DO GASODUTO RIO–SÃO PAULO ..................188 23.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................188 23.2 DESCRIÇÃO........................................................................................................................188 23.3 LEVANTAMENTOS DE CAMPO PARA O PROJETO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO CATÓDICA..................................................................................................................................189 23.3.1 Resistividades Elétricas do Solo.....................................................................................189 23.3.2 Avaliação das Correntes de Interferência......................................................................190 23.3.3 Verificação das Condições de Operação dos Sistemas de Proteção Catódica dos Dutos Existentes ...................................................................................................................................190 23.3.4 Escolha de Locais para Instalação dos Equipamentos e Dispositivos de Proteção Catódica e Drenagem................................................................................................................191 23.4 ORIENTAÇÕES ADOTADAS PARA O PROJETO ..........................................................191 SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 10 23.5 FINALIDADE DO SISTEMA DE PROTEÇÃO CATÓDICA E DE DRENAGEM..........192 23.6 DESCRIÇÃO DO SISTEMA ...............................................................................................192 23.7 CONCLUSÃO ......................................................................................................................194 CAPÍTULO 24................................................................................................................................195 COMO ESPECIFICAR SERVIÇOS DE PROTEÇÃO CATÓDICA.......................................195 24.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................195 24.2 INFORMAÇÕES A RESPEITO DA ESTRUTURA A SER PROTEGIDA .......................195 24.3 ESPECIFICAÇÕES PARA OS LEVANTAMENTOS DE CAMPO ..................................195 24.4 ESPECIFICAÇÕES PARA O PROJETO DE PROTEÇÃO CATÓDICA ..........................195 24.5 CONDIÇÕES MÍNIMAS PARA A ACEITAÇÃO DO SISTEMA ....................................196 REPRESENTAÇÕES ....................................................................................................................197 CURRÍCULO SIMPLIFICADO DA IEC ..................................................................................199 SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 11 CAPÍTULO 1 Corrosão em Instalações Metálicas Enterradas ou Submersas 1.1 INTRODUÇÃO O presente capítulo analisa os principais tipos de corrosão a que estão sujeitas as instalações metálicas enterradas ou submersais, tais como tubulações (oleodutos, gasodutos, minerodutos, adutoras, linhas enterradas em unidades industriais, emissários submarinos), piers de atracação, bases de tanques de armazenamento, navios, camisas metálicas de poços, cabos telefônicos, redes de incêndio, armaduras de aço de concreto e muitas outras, largamente utilizadas em obras de engenharia. O conhecimento dos processos corrosivos que atacam essas instalações é de extrema importância, não só pelo patrimônio valioso que elas representam para as indústrias, empresas de gás, de petróleo, de mineração, petroquímicas, estaleiros, armadores e companhias de saneamento e águas, mas também para o estudo adequado e perfeita aplicação das técnicas de combate à corrosão para esses casos, tais como a aplicação dos revestimentos protetores e da proteção catódica. 1.2 COMO A CORROSÃO SE PROCESSA A corrosão é, na grande maioria dos casos, fruto de uma reação eletroquímica que envolve metais e um eletrólito, composto, de um modo geral, de substâncias químicas e água, as quais se combinam formando pilhas capazes de gerar uma corrente elétrica. Os solos, por mais secos que pareçam, sempre contêm água e funcionam, normalmente, como excelentes eletrólitos para a passagem dessa corrente. Quando uma tubulação de aço ou de ferro é enterrada, ela fica sob a ação de processos corrosivos, ou pilhas de corrosão, que podem ser causados por: 1) contatos elétricos entre dois metais diferentes; 2) heterogeneidades do aço ou do ferro; 3) heterogeneidades do solo; 4) eletrólise causada por correntes elétricas de fuga oriundas de fontes externas de força eletromotriz (como os geradores de corrente contínua das estradas de ferro eletrificadas) ou; 5) pela combinação de alguns ou de todos esses fatores atuando ao mesmo tempo, como acontece na maioria das vezes. Em casos especiais, menos comuns, uma tubulação enterrada pode ser atacada também pela corrosão resultante da ação de certos tipos de bactérias. Analisemos cada uma dessas condições separadamente. 1.2.1 Contatos Elétricos entre Dois Metais Diferentes Se qualquer dos metais utilizados normalmente em instalações industriais é colocado em contato com o solo, existe uma diferença de potencial entre esse metal e o solo. Essa diferença de potencial, chamada normalmente de potencial natural, pode ser medida com facilidade por meio de um voltímetro e de um eletrodo de referência, tal como o eletrodo de cobre/sulfato de cobre (Cu/CuSO4), utilizado na prática, como mostrado na figura 1.1. SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 12 Figura 1.1 – Medição do potencial, em relação ao solo, de qualquer material metálico (potencial estrutura/solo). Foto 1.1 – Corrosão de uma chapa de aço na água do mar. Para um determinado tipo de solo cada metal apresenta um potencial diferente, de acordo com a tabela 1.1, conhecida como Série Galvânica Prática. SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 13 TABELA 1.1 Série Galvânica Prática Metal Potencial (volts) (1) Magnésio comercialmente puro –1,75 Liga de magnésio (6% Al, 3% Zn, 0,15% Mn) –1,60 Zinco –1,10 Liga de alumínio (5% Zn) –1,05 Alumínio comercialmente puro –0,80 Aço (limpo) –0,50 a –0,80 Aço enferrujado –0,20 a –0,50 Ferro fundido (não grafitizado) –0,50 Chumbo –0,50 Aço em concreto –0,20 Cobre, bronze, latão –0,20 Ferro fundido com alto teor de silício –0,20 Carbono, grafite, coque +0,30 (1) Potenciais típicos normalmente observados em solos neutros e água, medidos em relação ao eletrodo de Cu/CuSO4. Valores um pouco diferentes podem ser encontrados em diferentes tipos de solos. A diferença de potencial existente entre dois metais enterrados no solo pode ser medida conforme mostrado na figura 1.2 e os valores mostrados na Série Galvânica Prática podem ser facilmente conferidos. Figura 1.2 – Medição da diferença de potencial entre dois metais diferentes, em presença de um eletrólito. Quando, por exemplo, uma haste de magnésio é enterrada no solo e ligada eletricamente a um tubo de aço também enterrado, a diferença de potencial que existe entre o magnésio e o aço (1,0 V, aproximadamente) produzirá um fluxo de corrente entre o magnésio, o solo, o aço e o condutor elétrico, conforme mostrado na figura 1.3. SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 14 Figura 1.3 – Formação de uma pilha galvânica. O sentido convencional da corrente se estabelece sempre a partir do metal de potencial mais negativo, através do solo, parao metal de potencial menos negativo (o movimento de elétrons se processa em sentido inverso), formando assim a chamada pilha de corrosão galvânica. Quando isso acontece, o metal que libera corrente para o solo se corróe, adquirindo comportamente anódico, sendo chamado de anodo e o metal que recebe a corrente do solo fica protegido, adquirindo comportamento catódico, sendo intitulado de catodo da pilha formada. Essa propriedade dos metais é utilizada para o combate à corrosão de uma estrutura de aço enterrada ou submersa e essa técnica recebe o nome de proteção catódica, como veremos mais adiante. A mesma técnica é utilizada há muitos anos, em escala industrial, para a construção de pilhas comuns de lanterna, como mostrado na figura 1.4. Figura 1.4 – Pilha comum de lanterna. A diferença de potencial entre o carbono e o zinco é da ordem de 1,5 V (tabela 1.1). Com base nesse raciocínio, extremamente simples, concluímos facilmente que devemos evitar, sempre que possível, o contato elétrico entre metais dissimilares, na construção de instalações industriais, principalmente quando as estruturas metálicas são enterradas ou submersas, conforme pode ser observados pelas figuras 1.5, 1.6, 1.7 e 1.8. SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 15 Figura 1.5 – Corrosão da luva galvanizada em benefício do tubo de aço. Figura 1.6 – Corrosão no tubo de aço devido à ligação elétrica com a válvula de bronze. Figura 1.7 – Quando uma estrutura de aço enterrada é aterrada com hastes e cabos de cobre ela sofre ataque corrosivo severo. SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 16 Figura 1.8 – Corrosão devido à diferença de potencial existente entre um tubo novo e um tubo velho. A corrosão que se processa em tubos de ferro fundido enterrados ou submersos, chamada de corrosão grafítica, resulta da ação, também, de uma pilha galvânica semelhante às mostradas acima. O ferro se corróe em benefício da grafite existente na matriz fundida, e o tubo mantém sua forma e suas dimensões originais, mas perdendo suas propriedades mecânicas, já que só restará a massa de grafite. 1.2.2 Heterogeneidades do Aço Os aços, largamente utilizados em instalações enterradas e submersas, não são homogêneos, possuindo inclusões não metálicas, variações de composição química e tensões internas diferentes resultantes dos processos de conformação e de soldagem. Essas variações fazem com que as superfícies do aço se comportem como se fossem constituídas de materiais metálicos diferentes. As pilhas de corrosão, formadas ao longo da superfície do aço, tanto podem ser microscópicas como macroscópicas e a intensidade do processo corrosivo dependerá, como no caso anterior, da magnitude da diferença de potencial que se estabelece nas pilhas formadas. O ataque corrosivo pode ser generalizado, porém nunca uniforme e a superfície corroída apresenta irregularidades com aspecto rugoso, resultante da alternância das áreas anódicas e catódicas, sendo comum incidir em zonas preferenciais, com o desenvolvimento de alvéolos mais profundos, podendo perfurar a parede metálica. Foto 1.2 – Corrosão em uma estrutura metálica. SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 17 Figura 1.9 – Pilhas de corrosão devido à não uniformidade do aço. A corrosão ocorre nos pontos de potencial mais negativos, onde a corrente abandona o tubo e penetra no solo. 1.2.3 Heterogeneidades do Solo Os solos possuem heterogeneidades que, em conjunto com as heterogeneidades do aço, agravam os problemas de corrosão, uma vez que tais variações (resistividade elétrica, grau de aeração, composição química, grau de umidade e outras) dão origem, também, a pilhas de corrosão nas superfícies dos materiais neles enterrados. As variações da resistividade elétrica do solo, sempre presentes ao longo das instalações enterradas, são as que produzem as mais severas pilhas de corosão naquelas estruturas (figura 1.10). Figura 1.10 – Pilha causada pela variação da resistividade elétrica do solo. A resistividade elétrica do solo ou da água é um dos fatores mais importantes no processo corrosivo dos metais enterrados ou submersos, sendo que, quanto mais baixo o seu valor, mais facilmente funcionam as pilhas de corrosão e mais severo é o processo corrosivo. SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 18 Foto 1.3 – Corrosão em permutador de calor. Acontece freqüentemente que, embora uma tubulação seja construída ao longo de uma faixa de alta resistividade elétrica (que nos levaria, inadvertidamente, em pensar na ocorrência de corrosão suave), ela atravessa alguns locais de resistividade elétrica mais baixa, sendo então severamente corroída devido ao aparecimento das chamadas macro-pilhas de corrosão, onde os trechos em contato com os solos de mais baixa resistividade funcionam como áreas anódicas severas, corroendo-se em benefício dos trechos em contato com as resistividades mais altas conforme mostrado na figura 1.11. Figura 1.11 – Macro-pilhas de corrosão causadas pelas variações das resistividades elétricas do solo. Outro aspecto que contribui para o agravamento da corrosão das tubulações enterradas, principalmente as de grande diâmetro, é o fato de haver variações no grau de aeração dos solos, conforme pode ser visto na figura 1.12. A pilha formada nesses casos recebe o nome de pilha de aeração diferencial, com corosão acentuada nas regiões mais pobres em oxigênio, que se comportam como áreas anódicas, em benefício das regiões mais aeradas. SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 19 Figura 1.12 – Pilha de aeração diferencial. 1.2.4 Corrosão Eletrolítica A corrosão eletrolítica é um problema extremamente grave que, acelerando os processos acima citados, afligem as companhias proprietárias de tubulações metálicas enterradas ou submersas. Esse tipo de corrosão é conseqüência da existência de correntes elétricas estranhas (corrente contínua) no solo em que passa a tubulação. Essas correntes, cuja existência independe de quaisquer dissimilaridades dos materiais metálicos, dos solos ou das águas, podem ser oriundas de várias fontes, sendo as mais danosas e comuns, na prática, as provenientes das ferrovias eletrificadas em corrente contínua. Nesses casos, a parte da tubulação que é corroída (figura 1.13) funciona como anodo ativo de uma cuba eletrolítica, rigorosamente de acordo com a Lei de Faraday da Eletrólise, onde o peso teórico do material metálico destruído é proporcional à intensidade de corrente (ampéres), ao tempo de descarga para o solo (segundos) e ao Equivalente eletroquímico do metal em causa (gramas/Coulomb). A tabela 1.2 apresenta as perdas de peso para os materiais metálicos de uso mais comum. Figura 1.13 – Pilha de corrosão eletrolítica causada por estradas de ferro eletrificadas. SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 20 TABELA 1.2 Perda de Peso Mínima de um Material Metálico, quando Sujeito à Corrosão Eletrolítica Metal Perda de peso Fe 9,1 kg/A . ano Cu 10,4 kg/A . ano Pb 33,8 kg/A . ano Al 2,9 kg/A . ano A corrosão, nessas circunstâncias, é extremamente severa, bastando lembrar-se que, para o caso das tubulações de aço revestidas, as fugas de corrente para o solo se processam em pontos concentrados nas falhas do revestimento, podendo ocasionar furos na tubulação até mesmo em poucos dias, dependendo do caso, com a perda de poucos gramas do metal. 1.3 CORROSÃO POR BACTÉRIAS A corrosão por bactérias ou corrosão microbiológica em instalações enterradas, menos freqüentemente de ser encontrada na prática, resulta, de um modo geral,da ação de certos tipos de bactérias, em especial as redutoras de sulfatos. A corrosão por bactérias pode ser facilmente eliminada com a utilização dos sistemas de proteção catódica, convenientemente ajustados. 1.4 MÉTODOS DE PROTEÇÃO CONTRA A CORROSÃO Todos os processos corrosivos acima citados podem ser eliminados com relativa facilidade e baixo custo mediante a utilização de um revestimento protetor convenientemente escolhido, complementado por um sistema de proteção catódica que, para o caso de existência de correntes de fuga de estradas de ferro eletrificadas, precisa ser utilizado por um sistema eficiente de drenagem das correntes tubo/trilho (interligações elétricas, através de diodos adequadamente dimensionados e instalados entre a tubulação enterrada e os trilhos da estrada de ferro). 1.4.1 Revestimentos Protetores A escolha do revestimento a ser utilizado é função, entre outras variáveius, das condições do meio onde a instalação será construída. Os revestimentos betuminosos, aplicados a quente, vêm sendo utilizados há muitos anos para a proteção de tubulações, apresentando grande eficiência. Mais recentemente estão sendo usados, também, revestimentos por meio de fitas adesivas. O revestimento possui a finalidade específica de formar uma barreira protetora, isolante, entre o metal e o solo ou água, impedind, com isso, o funcionamento das pilhas de corrosão. Desde que as correntes de corrosão sejam impedidas de circular através do solo, a corrosão cessa totalmente. Acontece, porém, que mesmo os revestimentos de boa qualidade, bem especificados e aplicados com o máximo rigor, mediante preparo adequado da superfície, aplicação de primer conveniente, inspeção com holiday detector e reparos, possuem falhas, devido à porosidade normal dos materiais utilizados e aos danos decorrentes do transporte, manuseio e instalação, sem falar nas uniões soldadas, que são revestidas, muitas vezes precariamente, por meio de processo manual. Além disso, as variações das condições do solo contribuem para o envelhecimento da camada isolante, com o passar do tempo diminuindo progressivamente sua eficiência. Sempre acontece que um revestimento com excelente eficiência imediatamente após a construção da obra fica sujeito a várias falhas em tempo relativamente curto. As correntes de corrosão fluindo através dessas falhas, normalmente em pontos concentrados, contribuem para corrosão localizada, podendo furar a parede metálica. No capítulo 9 estão descritos os principais tipos de revestimentos normalmente utilizados para as instalações metálicas enterradas ou submersas, de um modo geral. 1.4.2 Proteção Catódica O único método seguro e econômico para a proteção contra a corrosão de instalações metálicas enterradas ou submersas, consiste no uso de um revestimento adequado, com as preocupações normais de aplicação e inspeção, complementado pela proteção catódica. SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 21 A correta aplicação de um sistema de proteção catódica equivale à obtenção de um revestimento perfeito, ou seja, totalmente isento de falhas, sendo que os revestimentos e a proteção catódica estão intimamente ligados. Quanto melhor o revestimento, mais baixo o custo da proteção catódica e quanto pior o revestimento, maior será a quantidade de corrente necessária para proteger os tubos. No capítulo seguinte são descritos os princípios básicos e os métodos de aplicação dos sistemas de proteção catódica, incluindo considerações a respeito do seu custo. SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 22 CAPÍTULO 2 Proteção Catódica: Princípios Básicos e Métodos de Aplicação 2.1 INTRODUÇÃO Com o desenvolvimento industrial que atravessa o Brasil, a utilização de instalações metálicas enterradas ou submersas, tais como oleodutos, gasodutos, adutoras, redes de incêndio, tubulações industriais enterradas, minerodutos, navios, emissários submarinos, plataformas de petróleo, piers de atracação de navios, tanques de armazenamento e muitas outras, tem sido cada vez mais freqüente. Em conseqüência, os problemas de corrosão aumentam em grandes proporções, obrigando ao desenvolvimento e ao aperfeiçoamento de novas técnicas para o seu combate e controle, tais como a aplicação de novos processos metalúrgicos, o uso de revestimentos protetores e o emprego de proteção catódica, já agora bastante conhecidas e difundidas entre nós. Esse capítulo trata da aplicação da técnica de proteção catódica, considerando desde os princípios envolvidos até os métodos utilizados para o seu emprego eficiente. A proteção catódica não é uma técnica recente, sendo utilizada há muitos anos nos países mais desenvolvidos, depois de ter sido experimentada pela primeira vez, na Inglaterra, em 1824, por Sir Humphrey Davy, para retardar a corrosão das chapas de cobre que revestiam os cascos de madeira dos navios, mediante a fixação, naquelas estruturas, de pequenos pedaços de outros materiais como o ferro, o estanho e o zinco. No Brasil, o início efetivo de sua utilização se deu por volta de 1964, com a construção do Oleoduto Rio–Belo Horizonte (ORBEL), da Petrobras. Mais recentemente, graças à aplicação eficiente das técnicas de proteção catódica, as companhias de águas, de mineração, de energia elétrica, de distribuição de gás, petróleo e derivados, as petroquímicas e indústrias, de um modo geral, têm encontrado maior facilidade para resolver os problemas de corrosão causados pelo solo, pela água ou por corrente de fuga, que aparecem com freqüência em suas instalações metálicas subterrâneas ou submersas. Mais recentemente, também as armaduras de aço das obras de concreto armado estão sendo protegidas catodicamente, com bastante sucesso, conforme apresentado com detalhes no capítulo 21. O emprego da proteção catódica no Brasil já se encontra bastante disseminado, sendo que todos os materiais e equipamentos utilizados para a construção dos sistemas de proteção estão sendo aqui fabricados, dentro das técnicas mais atualizadas. 2.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS Quando uma instalação metálica encontra-se enterrada ou submersa, conforme mostrado no capítulo anterior, existe sempre um fluxo de corrente, através do eletrólito, desde a área anódica até a área catódica, sendo que o retorno da corrente se processa por intermédio do circuito externo, que no caso das tubulações enterradas é constituídos pelos próprios tubos. Quando a corrente deixa o anodo ou área anódica e penetra no eletrólito, produz uma reação eletroquímica na sua superfície. Essa reação envolve íons positivos do metal nas áreas anódicas e os íons negativos existentes no eletrólito, resultando, como produto de corrosão, no composto do metal. A corrente migra através do eletrólito e penetra na área catódica, sendo que nessa região os íons positivos provenientes da solução são liberados, geralmente sob a forma de hidrogênio atômico. Freqüentemente há o desprendimento de hidrogênio gasoso, podendo, ainda, através de reações secndárias, haver a formação de outros composto tais como hidroxilas, carbonatos e cloretos. Assim sendo, nas áreas catódicas as reações não se processam com o material metálico e, sim, c om o eletrólito, razão pela qual existe ausência de corrosão. A formação de hidrogênio e outros compostos sobre a superfície do catodo é conhecida com o nome de “polarizçaão catódica”, fenômeno que tende a reduzir a atividade da pilha de corrosão. Entretanto, agentes despolarizantes, tais como o oxigênio, SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 23 combinam-se com o hidrogênio, formando íons hidroxila ou água, o que mantém a atividade das pilhas de corrosão. As reações típicas que ocorrem, para o caso do aço, são as seguintes: Reação que ocorre com o metal Fe → Fe++ + 2e Reaçõesque podem ocorrer no meio • Meio neutro não-aerado 2H2O + 2e → H2 + 20 H – • Meio ácido não-aerado 2H+ + 2e → H2 • Meio ácido aerado 2H+ + ½ O2 + 2e → H2O • Meio neutro aerado H2O + 1/2 O2 + 2e → 2 OH – Evolução das Reações em Meio Aerado até a Formação da Ferrugem Fe++ + 20H– → Fe(OH)2 2Fe (OH)2 + H2O + ½ O2 → 2 Fe (OH)3 )ferrugem(OHOFeouOHFeQ2)OH(Fe2 232 OH2– 3 2 ⋅⋅ → Em função dessas considerações, fica fácil concluir que, se conseguirmos fazer com que toda a superfície de uma instalação metálica, enterrada ou submersa, adquira comportamento catódico, a estrutura não sofrerá ataque corrosivo, ficando completamente protegida pela ação da “proteção catódica”. Isso pode ser conseguido provendo-se a estrutura de um fluxo de corrente de proteção, proveniente de uma fonte externa, com uma intensidade tal que seja capaz de anular as correntes de corrosão das diversas pilhas existentes na superfície metálica. Quando a estrutura ficar totalmente polarizada, a corrosão cessará. Na realidade, a corrosão não é eliminada mas, sim, transferida para um material metálico de custo baixo que é usado como anodo, enquando a valiosa instalação metálica, que pode ser uma tubulação, um casco de navio, uma estaca cravada no mar, uma plataforma de petróleo, a base de um tanque de armazenamento, ou a armadura de aço de uma obra de concreto, fica protegida. Para melhor entender o fenômeno da proteção catódica, examinemos a equação fundamental da corrosão, mostrada abaixo: R Ec–Ea I = onde: I = corrente de corrosão, que flui do anodo para o catodo (ampéres); Ea – Ec = diferença de potencial entre o anodo e o catodo (volts); R = soma da resistência de saída da corrente do anodo para o eletrólito, com a resistência de entrada da corrente do eletrólito para o catodo (ohm). Pela equação, verificamos que quando existe a diferença de potencial “Ea – Ec” sobre a superfície de uma estrutura enterrada e quando a resistência “R” possui um valor finito, a corrente SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 24 de corrosão “I” flui, com o aparecimento do processo corrosivo, na área anódica. Proteger catodicamente a estrutura significa evitar que a corrente continue fluindo, fazendo com que a diferença de potencial entre as áreas anódica e catódica seja nula. Outra maneira de anular-se a corrente de corrosão, como é fácil concluir, consiste em aumentar infinitamente o valor da resistência “R”, o que pode ser conseguido mediante a aplicação de um revestimento “perfeito” sobre a superfície da estrutura, solução não utilizada na prática, uma vez que tal revestimento é economicamente inviável. Para a proteção da estrutura com a máxima economia são usados, com muita freqüência, os esquemas mistos de proteção anticorrosiva, utilizando-se um revestimento de custo vantajoso, com boas qualidades isolantes, complementado com a instalação de um sistema de proteção catódica, de custo bastante baixo, já que a corrente de proteção a ser aplicada, agora, pode ser de intensidade muito inferior. Raciocinando de outra maneira, podemos dizer que a proteção catódica consiste em tornar positivo o potencial do solo ou água que envolve a estrutura metálica que desejamos proteger, de tal maneira que as correntes de corrosão não possam mais abandonar, diretamente para o solo, a superfície do metal. Foto 2.1 – Furo, causado por corrosão, de uma tubulação de aço enterrada revestida, porém sem proteção catódica. 2.3 MÉTODOS DE APLICAÇÃO DA PROTEÇÃO CATÓDICA Existem dois métodos para a aplicação de um sistema de proteção catódica: o método galvânico, ou por anoidos de sacrifício, e o método por corrente impressa. Em qualquer dos dois existe um suprimenro de corrente contínua em quantidade tal que, penetrando, por exemplo, em uma tubulação enterrada, é suficiente para eliminar as pilhas de corrosão normalmente nela existentes. A escolha, na prática, do método a ser utilizado, depende da análise de várias considerações técnicas e econômicas, sendo que cada qual tem suas vantagens e desvantagens. SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 25 2.4 PROTEÇÃO CATÓDICA COM ANODOS GALVÂNICOS Os anodos galvânicos, ou anodos de sacrifício, são normalmente os escolhidos quando se precisa de pouca quantidade de corrente para proteger a estrutura (revestimento de boa qualidade e estruturas de pequenas dimensões) e quando o solo possui baixa resistividade elétrica. As principais vantatgens da utilização de anodos galvânicos para proteger, por exemplo, um oleoduto enterrado, são as seguintes: – não requer suprimento de corrente alternada no local; – os custos de manutenção, após o sistema instalado, são mínimos; – raramente aparecerão poblemas de interferência com outras instalações metálicas enterradas; – os custos de instalação são baixos. Por outro lado, as desvantagens são as seguintes: – a quantidade de corrente fornecida à estrutura é limitada pela diferença de potencial, bastante baixa, entre os anodos e a tubulação; – a proteção ficará muito mais difícil se as resistividades elétricas do solo no local não forem suficientemente baixas (no máximo 6.000 ohm.cm); – se o revestimento dos tubos não for muito bom, ou se o oleoduto tiver grande diâmetro e grande comprimento, a proteção com anodos galvânicos ficará muito cara, devido à grande quantidade de anodos a ser utilizada; – se a tubulação estiver influenciada por correntes de fuga, provenientes, por exemplo, de uma estrada de ferro eletrificada, dificilmente os anodos galvânicos serão eficientes. Quando um anodo galvânico é ligado a uma estrutura metálica enterrada, suge uma pilha galvânica, conforme mostrado na figura 2.1. Figura 2.1 – Proteção catódica com anodo galvânico. O anodo galvânico é constituído de um metal eletronegativo em relação à estrutura e, quando ligado a ela, dentro de um eletrólito como o solo ou a água, adquire comportamento anódico, liberando a corrente de proteção. SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA LUIZ PAULO GOMES IEC Instalações e Engenharia de Corrosão Ltda. Página 26 A corrente emitida pelo anodo penetra na tubulação através do solo ou da água, bloqueia as correntes de corrosão e retorna ao seu ponto inicial, fechando o circuito por intermédio do fio de cobre. Para a utilização em solos, o magnésio e o zinco são bastante eficientes, sendo que para a água do mar o zinco e, mais recentemente, o alumínio, são os melhores anodos. Esses metais, utilizados em ligas apropriadas, são eletronegativos em relação ao aço, podendo protegê-lo com facilidade. Os anodos galvânicos são geralmente enterrados envoltos em uma mistura de gesso, bentonita e sulfato de sódio, que é utilizada como enchimento condutor. Esse enchimento permite a diminuição da resistividade elétrica anodo/solo, reduz os efeitos da polarização do anodo e distribui uniformemente o seu desgaste. As características mais importantes de um anodo galvânico são o seu potencial em circuito aberto (potencial medido em relação ao solo, utilizando um eletrodo de referência), a sua capacidade de corrente (expressa normalmente em A . hora-kg) e sua eficiência (expressa em %), conforme mostrado no capítulo 6. Quando se dimensiona um sistema de proteção catódica com anodos de sacrifício, uma das primeiras preocupações do projetista é o cálculo de sua vida, uma vez que em função dela serão considerados os aspectos econômicos para a decisão sobre a sua utilização. A vida dos anodos galvânicos é propocional ao peso, à capacidade de corrente dos anodos utilizados e inversamente proporcionalmente ao peso, à capacidade de corrente dos anodos utilizados e inversamente proporcional à corrente liberada, sendo que o resultado precisa ser multiplicado pelo fator de utilização, normalmente em torno de 85%, uma vez que, na medida em
Compartilhar