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CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS-CERÂMICA-STZ 1 INTRODUÇÃO MATERIAIS CERÂMICOS Os materiais cerâmicos são materiais inorgânicos, não metálicos, formados por elementos metálicos e não metálicos, ligados quimicamente entre si fundamentalmente por ligações iônicas e/ou covalentes. Os materiais cerâmicos têm composições químicas muito variadas, desde compostos simples a misturas de várias fases complexas ligadas entre si. As propriedades dos materiais cerâmicos variam muito devido a diferenças de ligação química. Em geral, os materiais cerâmicos são duros e frágeis, com pouca tenacidade e pouca ductilidade. São bons isolantes elétricos e térmicos, devido a ausência de elétrons de condução. Têm geralmente temperaturas de fusão relativamente altas e grande estabilidade química. CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS-CERÂMICA-STZ 2 Devido a estas propriedades, os materiais cerâmicos são indispensáveis em muitos projetos de engenharia. Em geral, os materiais cerâmicos que se usam em aplicações de engenharia podem ser divididos em dois grupos: os cerâmicos tradicionais e os cerâmicos técnicos ou de engenharia. Normalmente, os cerâmicos tradicionais são obtidos a partir de três componentes básicos: argila, sílica e feldspato. Os tijolos e as telhas, usados na indústria de construção, e a porcelana elétrica, usada na indústria elétrica são exemplos de cerâmicas tradicionais. Pelo contrário, as cerâmicas de engenharia são formadas habitualmente por compostos puros ou quase puros, tais como o óxido de alumínio (AlO3), o carboneto de silício (SiC) e o nitreto de silício (Si3N4). Como exemplos da utilização de cerâmicas de engenharia em alta tecnologia, citam-se o carboneto de silício, nas zonas sujeitas a altas temperaturas do motor experimental AGT 100 de turbina a gás, a ser usado em automóveis, e o óxido de alumínio na base de suporte de ships de circuitos integrados de um módulo de condução térmica. CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS-CERÂMICA-STZ 3 INTRODUÇÃO CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS-CERÂMICA-STZ 4 ESTRUTURAS CRISTALINAS (Callister 13.2) • Tipo AX (cargas iguais de cátions e ânios): SAL GEMA –NaCl; CsCl-cloreto de césio; ZnS- blenda de zinco; • Tipo Am Xp : (cargas diferentes cátions e ânions): CaF2 fluorita; • Cálculo da Densidade da Cerâmica: 𝝆 = 𝒏´( 𝑨𝒄 + 𝑨𝑨) 𝑽𝒄𝑵𝑨 Onde: n´= número de unidades da fórmula1 dentro de cada célula unitária; 𝐴𝑐 = a soma dos pesos atômicos de todos os cátions na unidade da fórmula; 𝐴𝐴 = a soma dos pesos atômicos de todos os ânions na unidade da fórmula; Vc = o volume da célula unitária; NA = número de Avogadro em unidade da fórmula/mol. • 1- “por unidade da fórmula” refer-se a todos os íons que estão incluídos em uma unidade da fórmula química. CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS-CERÂMICA-STZ 5 INTRODUÇÃO Os materiais cerâmicos (do grego “Keramikos”; matéria queimada), são formados por elementos metálicos e não metálicos, para os quais as ligações interatômicas ou são totalmente iônicas ou são predominantemente iônicas ou iônicas com alguma natureza covalentes.[vide Callister 13.1 a 13.5] Os materiais cerâmicos possuem estrutura cristalina e amorfa. A estrutura cristalina pode ser considerada como sendo composta por íons eletricamente, em vez de átomos, sendo ainda caracterizadas pelos tipos AX (detalhadas mais adiante) Callister 13.2. Estrutura Amorfa- Os átomos formam arranjos espaciais desordenados e sem simetria de longo alcance. Como característica os vidros em geral é também chamada de estrutura vítrea. Esses materiais podem apresentar ordenação de curto alcance isoladas da estrutura amorfa. Sob cuidados especiais de equilíbrio à partir da fase líquida , a estrutura vítrea por ex.: os compostos cerâmicos como óxidos, silicatos, boratos e aluminatos podem formar estruturas vítreas sob condições normais de solidificação. CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS-CERÂMICA-STZ 6 VIDROS Em termos gerais, pode-se dizer que o vidro tem a estrutura de um líquido “congelado”. Este “congelamento” da estrutura do líquido se dá à temperatura de vitrificação que é sempre menor que a temperatura de cristalização . A sílica (SiO2) é o exemplo típico de composto cerâmico que pode cristalizar sob a denominação de Quartzo, se for resfriado cuidadosamente. Entretanto se solidificado sob condições normais de esfriamento, pode vitrificar facilmente, já que o esfriamento relativamente rápido não permite que os átomos se agrupem ordenadamente no espaço na forma de cristal. Figura-A diferença entre a estrutura cristalina e a estrutura vítrea está esquematizada na figura. Os vidros de larga aplicação tecnológica são geralmente formado por óxidos, ou mistura de óxido, destacando- se óxido de silício ou sílica. O critério mais adequado para medir a tendência de um óxido formar estrutura vítrea é dado pela energia de ligação interatômica entre o oxigênio e o metal semi- condutor. Óxidos com maior tendência estão na faixa de 80 a 120 kcal/mol; E os de menor tendência na faixa de 60 a 10 kcal/mol. CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS-CERÂMICA-STZ 7 INTRODUÇÃO Energia de ligação interatômica dos óxidos componentes de vidros comerciais CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS-CERÂMICA-STZ 8 VIDROS Callister-13.3 A sílica cristalina consiste de tetraedros (figura), onde predominan fortes ligações covalentes. A sílica fundida é obtida aquecendo-se o quartzo acima de 17000 C. Nessa temperatura, o coeficiente de viscosidade da sílica é cerca de 10 [exp 8] vezes maior que o da água líquida. Isto se deve a fortes ligações covalentes. Obs.: no líquido, algumas ligações são quebradas e outras distorcidas, mas o líquido preserva a alguma rigidez. Representação bidimensional da sílica. a) cristalina. B) amorfa. CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS-CERÂMICA-STZ 9 INTRODUÇÃO CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS-CERÂMICA-STZ 10 Na sequência –Callister 13.4 ......etc
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