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UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA Teoria Sintética da Evolução Processos que orientam as populações para maior adaptação GBI 117 – BASES GENÉTICAS DA EVOLUÇÃO Semestre 2016/1 para maior adaptação A seleção e as Propriedades Genéticas das PopulaçõesGenéticas das Populações Seleção Natural Sucesso reprodutivo diferencial de genótipos. - diferenças na fertilidade - diferenças na capacidade de sobrevivência Sucesso reprodutivo = adaptabilidade Eliminação de determinados genótipos da população Bases Genéticas da Evolução Altera as frequências alélicas e genotípicas e, em consequência, a população se afasta do equilíbrio H-W Adaptabilidade Absoluta ou Taxa Reprodutiva (TR) ijijlmTR mij = número médio de descendentes por indivíduo ij ou taxa de fertilidade. lij = probabilidade que o indivíduo ij sobreviva até a idade reprodutiva. Bases Genéticas da Evolução Exemplo: Assuma que os genótipos AA, Aa e aa tenham taxa de fertilidade mAA = 3; mAa = 4 e maa = 10 e a probabilidade de sobrevivência lAA = 0,9; lAa = 0,6 e laa = 0,1. ijij lmTR Quanto mais descendentes um indivíduo produzir maior será sua contribuição para o pool gênico da próxima geração. Bases Genéticas da Evolução TRAA = 2,7; TRAa = 2,4 TRaa = 1,0 Adaptabilidade Relativa (Wij) wij varia de 0 a 1 absoluta dadeadaptabili maior com genótipo do genótipo dado um de TR ijTR wij WAA = 2,7/2,7 = 1 WAa = 2,4/2,7 = 0,89 Waa = 1,0/2,7 = 0,37 Bases Genéticas da Evolução Exemplo : TRAA = 2,7; TRAa = 2,4 TRaa = 1,0 22 2 0120011 2 0 2 wqwqpwpw Adaptabilidade Média da População w 2201200110 Bases Genéticas da Evolução A eficiência da seleção dependerá do grau de dominância exibido pelo gene sob ação da seleção A seleção atua sobre o genótipo através do seu fenótipo Coeficiente de Seleção (s) Bases Genéticas da Evolução Representa a redução (ou aumento) de gametas contribuídos por dado genótipo relativo ao genótipo padrão mais favorável (ou desfavorável) ijij ws 1 Coeficiente de Seleção (s) Exemplo : Exemplo : s = 0,1 w = 0,9 Valores de adaptabilidade relativa (wij) para diferentes modelos de seleção Tipos de interação alélica Genótipos A1A1 A1A2 A2A2 w11 w12 w22 Recessivo letal 1 1 0 Dominância completa - Seleção contra o alelo A2 - Seleção contra o alelo A1 1 1 – s 1 1 – s 1 - s 1 Ausência de dominância (Aditivo) 1 1 – s/2 1 – s Dominância Incompleta 1 1 – hs 1 – s Vantagem do heterozigoto – Sobredominância 1 – s1 1 1 – s2 Esquemas representativos dos diferentes modelos de seleção A1A1 A2A2 A1A2 1-s 1 Dominância Completa A2A2 A1A2 A1A1 Ausência de Dominância (Aditivo) 1-s 1-s/2 11-s 1-s/2 1 Sobredominância A2A2 A1A1 A1A2 1-s1 1-s2 1 Dominância Incompleta 1-s 1-hs 1 A2A2 A1A2 A1A1 Bases Genéticas da Evolução RECESSIVO LETAL Indivíduo com os dois alelos recessivos morrem antes de atingir a idade reprodutiva A1A1 A1A2 A2A2 Freq. iniciais p 2 2p q q 2Freq. iniciais p0 2 2p0q0 q0 2 Coeficiente de Seleção (s) 0 0 1 Adaptabilidade (w=1-s) 1 1 0 Cont. Gamética p0 2 2p0q0 0 Bases Genéticas da Evolução Qual a nova frequência alélica após uma geração de seleção? 0 01w p q 2 0 0 0 1 1 0p q q q w Bases Genéticas da Evolução 0 1 01 q q q Mudança na Frequência Alélica 1 0q q q 2 0 01 q q q Bases Genéticas da Evolução Após t gerações 0 0 1 tq q qt 0 11 qq t t Exemplo: 1) Sendo a frequência do alelo letal 0,5: (i) Qual a nova frequência após uma geração de seleção? (ii) Quantas gerações seriam necessárias para reduzir a Bases Genéticas da Evolução (ii) Quantas gerações seriam necessárias para reduzir a frequência do alelo letal à metade? 2) Se a frequência do alelo letal fosse de 0,01, quantas gerações seriam necessárias para reduzir sua frequência à metade? qo qt t 0,25 2 0,50 0,10 8 Número de gerações (t) necessárias para reduzir a frequência alélica de um valor inicial q0 para qt para um alelo recessivo. 0,01 98 0,05 10 0,1 0,01 90 0,001 990 0,005 100 0,01 0,001 900 0,0001 9900 Bases Genéticas da Evolução A1A1 A1A2 A2A2 DOMINÂNCIA COMPLETA SELEÇÃO CONTRA O ALELO RECESSIVO Não há seleção completa contra os homozigotos A2A2, porém a sua adaptabilidade é reduzida. Freq. iniciais p0 2 2p0q0 q0 2 Coeficiente de Seleção 0 0 S Adaptabilidade 1 1 1-s Cont. Gamético p0 2 2p0q0 q0 2 (1-s) 20 2 000 2 0 11121 sqsqqppw 20 0 01q s p qq Nova frequência alélica após uma geração de seleção 0 0 0 1 2 01 q sq Bases Genéticas da Evolução 2 0 0 1 2 01 q sq q sq Mudança na Frequência Alélica devido à seleção: 1 0q q q Fórmula aproximada para o número de gerações (t) 20 0 2 0 1 1 sq q q sq Fórmula aproximada para o número de gerações (t) para s pequeno ou q0 baixa (Hedrick, 1999; pg. 102-103) 00 0 0 11 ln 1 tt t t q qq q t s q q q q Bases Genéticas da Evolução Exemplo: 1) Sendo a frequência do alelo A2 0,5 e s=0,2: (i) Qual a nova frequência após uma geração de seleção? (ii) Quantas gerações seriam necessárias para reduzir a frequência do alelo deletério à metade? Bases Genéticas da Evolução frequência do alelo deletério à metade? 2) Sendo a frequência do alelo A2 0,01 e s=0,2, quantas gerações seriam necessárias para reduzir sua frequência à metade? Número de gerações (t) para reduzir a frequência alélica de um valor inicial (q0) a outro valor (qt) para um alelo recessivo com s = 1 ou s = 0,2. q0 qt t s = 1 s = 0,2 0,5 0,25 2 15 0,1 8 51 0,01 98 5130,01 98 513 0,1 0,05 10 54 0,01 90 462 0,001 990 4974 0,01 0,005 100 503 0,001 900 4512 0,0001 9900 49523 Bases Genéticas da Evolução Frequência do alelo recessivo indesejável ao longo de vinte gerações de seleção contra, considerando frequências iniciais de 0,1 e 0,9. Frequência genotípica de algumas doenças humanas causadas por alelos recessivos Doença Acromatopsia Anemia Falciforme Albinismo População Pingelap (Ilhas Carolina) África (algumas áreas) U.S. (negros) Panamá (indios San Blas) Freq. Alélica (q) 0,220 0,200 0,040 0,090 Freq. Homoz. (q2) 1 em 20 1 em 25 1 em 625 1 em 132 Freq. Heteroz./ Portador (2pq) 1 em 2,8 1 em 3 1 em 13 1 em 6 Hereroz. Portador/ Homoz. (2pq/q2 = 2p/q) 7/1 8/1 48/1 21/1 Síndrome Ellis- van Creveld ou displasia condroectodérmica Fibrose cística Tay-Sachs Fenilcetonúria Cistinuria Galactosemia Alcaptonuria (indios San Blas) Noruega Velha Ordem Amish U.S. (brancos) Judeus Ashkenazi U.S. Inglaterra U.S. Inglaterra 0,010 0,070 0,032 0,018 0,006 0,005 0,003 0,001 1 em 10.000 1 em 200 1 em 1.000 1 em 3.000 1 em 25.000 1 em 40.000 1 em 100.000 1 em 1.000.000 1 em 50 1 em 8 1 em 16 1 em 28 1 em 80 1 em 100 1 em 159 1 em 500 198/1 26/1 60/1 108/1 314/1 400/1 630/1 2.000/1 Tipo de interação Nova frequência alélica Mudança na frequência alélica Expressões das novas frequências alélicas e das alterações nas frequências alélicas, com uma geração de seleção, nos outros tipos de interação alélica.A frequência alélica inicial de A2 é q. Ausência de domin., seleção contra A2 21 1q sq sq 2 2 1 sq 1 sq(1 q) 2 1 sq Dominância Parcial de A1, seleção contra A2 Domin. Completa de A1, seleção contra A2 Sobredominância, seleção contra A1A1 e A2A2 1 sq 1 sq 2 2 q hspq sq 1 2hspq sq 2 spq q h(p q) 1 2hspq sq 2 2 q sq 1 sq 2 2 sq (1 q) 1 sq 2 2 2 2 1 2 q s q 1 s p s q 1 2 2 2 1 2 pq(s p s q) 1 s p s q Bases Genéticas da Evolução A1A1 A1A2 A2A2 Freq. iniciais p2 2pq q2 Por que a eficiência da seleção nesse caso é melhorada? AUSÊNCIA DE DOMINÂNCIA (Aditivo) Coeficiente de Seleção 0 s/2 s Adaptabilidade 1 1-s/2 1-s Cont. Gamético p2 2pq(1-s/2) q2 (1-s) Nova Frequência Alélica 0 2 000 1 1 2 1 2 1 sq sqsqq q Mudança na Frequência Alélica 0 0 0 1 1 2 1 sq q q sq Bases Genéticas da Evolução Se s = 1,0 (seleção completa) 0 1 2 t tq q 2ln ln 0 tq q t O número de gerações dependerá apenas da taxa de redução da frequência alélica q0/qt Bases Genéticas da Evolução Exemplo: Modelo aditivo e s=1 a) Quantas gerações são necessárias para atingir a frequência qt=0,05, partindo de uma frequência inicial de 0,8? b) Quantas gerações são necessárias para atingir a Bases Genéticas da Evolução b) Quantas gerações são necessárias para atingir a frequência qt=0,000625, partindo de uma frequência inicial de 0,01? Para o exemplo: De q0 = 0,8 para qt = 0,05 – gasta-se 4 gerações De q0 = 0,01 para qt = 0,000625 – gasta-se 4 gerações Mesmo número de gerações, pois a redução na frequência alélica foi a mesma (16 vezes) Bases Genéticas da Evolução Taxa de Redução da frequência alélica Número de gerações (t) 100 6,6 64 6,0 32 5,032 5,0 16 4,0 8 3,0 4 2,0 2 1,0 Bases Genéticas da Evolução Se s << 1,0 (seleção parcial) 0 0 1 1 ln 2 qq qq s t t t Exemplo: Quantas gerações, com s = 0,2, para reduzir a frequência alélica inicial de 0,05 em quatro vezes? Bases Genéticas da Evolução q0 qt t 0,80 0,20 27,73 0,60 0,15 21,40 0,40 0,10 17,92 0,20 0,05 15,58 0,10 0,025 14,66 0,05 0,0125 14,25 0,005 0,00125 13,90 O número de gerações é menor em frequências alélicas iniciais mais baixas Bases Genéticas da Evolução Exemplo: Mutante glued em Drosophila - alelo letal que também reduz o tamanho dos olhos e afeta a aparência dos heterozigotos Ma et al. BMC Genetics 2009 10:77 doi:10.1186/1471-2156-10-77 Alelo mutante glued em Drosophila 0.3 0.4 0.5 F re q . a lé li c a Esperado () Observado () 0 0.1 0.2 0.3 0 1 2 3 4 5 6 7 Gerações F re q . a lé li c a Vantagem do heterozigoto A1A1 A1A2 A2A2 Freq. iniciais p2 2pq q2 SOBREDOMINÂNCIA Coeficiente de Seleção s1 0 s2 Adaptabilidade 1-s1 1 1-s2 Cont. Gamético p2(1-s1) 2pq(1) q 2 (1-s2) Bases Genéticas da Evolução Nova frequência alélica 2 02 2 01 2 020 1 1 qsps qsq q Mudança na Frequência Alélica 2 02 2 01 0201 1 qsps qspspq q Bases Genéticas da Evolução Três condições em que q = 0, ou seja, pq (s1p - s2q) = 0 quando p = 0 quando q = 0 Sem significado seletivo, pois não há variabilidade genética e a seleção não pode atuar. squando ps = qs , 21 1 ss s qe quando ps1 = qs2 , O equilíbrio não depende da superioridade dos heterozigotos, mas sim da desvantagem de um homozigoto em relação ao outro Bases Genéticas da Evolução Exemplo: s1 = 0,20 e s2 = 0,30 40,0 30,020,0 20,0 21 1 ss s qe q > 0 Reduzir o valor de q, voltando à condição de equilíbrio. q < 0 Aumentar a magnitude de q Bases Genéticas da Evolução Provar a ocorrência da sobredominância: • Alelos podem contribuir em direções opostas para os componentes da adaptabilidade e pode ocorrer certo grau de dominância em cada componente; Característica A1A1 A1A2 A2A2 Nº de vagens/planta 16 14 11 Nº sementes/vagen 3 5 6Nº sementes/vagen 3 5 6 Nº sementes/planta 48 70 66 Coeficiente de seleção 0,3143 0 0,0571 Adaptabilidade 0,6857 1 0,9429 A adaptabilidade como um todo depende da combinação dos componentes. Provar a ocorrência da sobredominância: • A sobredominância ocorreria em nível molecular Alelos A1 e A2 – produtos gênicos com diferentes atividades enzimáticas, estabilidade ao calor, pontos ótimos de temperatura, pH, etc.ótimos de temperatura, pH, etc. Qual a consequência da seleção no caso de vantagem do heterozigoto? Polimorfismo balanceado Exemplo: Alelo Hbs causador da anemia falciforme em humano HbsHbs – (hemoglobina em forma de foice) HbAHbA – normal (hemoglobina em formato globoso) HbAHbs – (parte das hemoglobinas apresentam forma de foice) Se a intensidade de seleção éSe a intensidade de seleção é tão alta, como o alelo Hbs permanece em certas populações com frequência alta, cerca de 10%? Hipótese da Malária Heterozigotos - Densidade do Plamodium no sangue 4x menor e chance 76% maior de sobrevivência Pela seleção são eliminados indivíduos devido sua incapacidade de sobreviverem ou de se reproduzirem. Qual a consequência sobre a adaptabilidade média da população? Adaptabilidade Média Carga Genética (L) Proporção da população que é eliminada devido a causas genéticas Consequência: presença de genes deletérios na população. Bases Genéticas da Evolução L= carga genética 1-L = adaptabilidade média A carga genética é totalmente prejudicial à população? “Provavelmente uma alteração bioquímica muito pequena pode conferir a uma espécie hospedeira um grau substancial de resistência a um parasito bem adaptado. Isto tem um importante Bases Genéticas da Evolução resistência a um parasito bem adaptado. Isto tem um importante efeito evolucionário. Significa que é vantajoso para o indivíduo possuir um fenótipo bioquímico raro [...] E significa, também, que é uma vantagem para a espécie ser bioquimicamente diversa e mesmo mutável em referência a genes envolvidos na resistência às doenças.” Haldane JBS (1949) Disease and Evolution. La Ricerca Scientifica, 19: 2-11. EQUILÍBRIO ENTRE MUTAÇÃO E SELEÇÃO Considerando dominância completa 0q SELEÇÃO Alelo A2 q +- MUTAÇÃO 2 2 1 1 1 sq qsq vqqu vq e sq2 normalmente são desprezíveis pois v e q são de pequena magnitude, assim, aproximadamente teremos: s u qsqu e e 2 qsqqu 11 2 Bases Genéticas da Evolução Assim, no equilíbrio a frequência alélica (qe) dependerá da taxa de mutação u e do coeficiente de seleção s. u = 10-5 s = 0,1 Exemplo 0 , 0 0 0 1 -5 2 e 1 0 q = = 0 , 0 1 e q 0 , 1 Com seleção branda (s = 0,1) a frequência do alelo mutante é mantida a níveis muito baixos. Por isso, é que em populações naturais a frequência de mutantes é pequena. e 0 , 1 Bases Genéticas da Evolução
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