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Cosmetologia I e II Unisuam

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Curso Superior de Estética e Cosmetologia – UNISUAM - ISBF 
 
 
 
 
 
CURSO SUPERIOR 
DE ESTÉTICA E COSMETOLOGIA 
2º e 3º períodos 
 
 
 
 COSMETOLOGIA I e II 
 (ESTUDO E REVISÃO) 
 
 
 
 
Profª Célia Regina Fernandes de Carvalho 
Graduação em Química e Química Industrial, 
Pós Graduanda em Docencia Superior 
 
 
UMA PUBLICAÇÃO 
 
Rio de Janeiro – 2003 
 
 
 
 1
Curso Superior de Estética e Cosmetologia – UNISUAM - ISBF 
 
 
CURSO SUPERIOR 
DE ESTÉTICA E COSMETOLOGIA 
2º e 3º períodos 
 
 
 
 COSMETOLOGIA I e II 
 (ESTUDO E REVISÃO) 
 
 
 
Copyrigth © da Autora 
Profª Célia Regina Fernandes de Carvalho 
Graduação em Química e Química Industrial, 
Pós Graduanda em Docencia Superior 
 
 
É proibida a reprodução total ou parcial deste texto, sejam quais forem os meios empregados ( 
impressão, mimiografia, fotocópia, datilografia, gravação, reprodução em discos, fitas, CD ou 
DVD), sem permissão por escrito do Titular da Obra. Aos infratores aplicam-se as sanções 
previstas nos artigos 122 e 130 da lei 5.988 de 14/12/83. 
 
 
Esta obra foi publicada e editada pelo convênio entre o ISBF- Instituto Brasileiro de 
Estudos e Pesquisas da Saúde, da Beleza e da Forma e o Centro Universitário Augusto 
Motta 
 
 
 Direitos de Publicação © 
 
Publicado em Julho de 2003 
Rio de Janeiro – RJ - BRASIL 
 
 2
Curso Superior de Estética e Cosmetologia – UNISUAM - ISBF 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE GERAL 
 
 
Legislação Brasileira e a Cosmética ...................................1 
 
Química Geral .................................................................... 2 
 
Química Orgânica................................................................4 
 
Carbono ..............................................................................5 
 
Funções Orgânicas ........................................................... 5 
 
 Bioquímica......................................................................... 7 
 
 Citologia............................................................................10 
 
 Fisiologia da pele............................................................ .14 
 
 Formulação Cosmética.............................................................. .19 
- Emulsões ........................................................................ .19 
- Géis....................................................................................28 
- Líquidos ............................................................................ 31 
- Pós ................................................................................ ...31 
- Vetoriais ....................................................................... .... 32 
 
 Princípios ativos ...........................................................................34 
 
 Aditivos..........................................................................................43 
 
 Utilização prática dos cosméticos ................................................50 
 
 
 
 
 
 
 
 3
Curso Superior de Estética e Cosmetologia – UNISUAM - ISBF 
COSMETOLOGIA 
 
¾ INTRODUÇÃO 
Os produtos cosméticos são formulações elaboradas com a finalidade de uso tópico. 
Quando utilizados adequadamente sobre a pele sadia, assim como nos cabelos, 
proporciona resultados satisfatórios não interferindo nos processos normais do 
metabolismo celular e sim colaborando para que estes ocorram de forma a melhorar, 
satisfatoriamente, a qualidade da pele, seus anexos e dos cabelos. 
 
¾ A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E A COSMÉTICA 
As leis Brasileiras que regem a preparação e comercialização de produtos 
cosméticos são: 
 
Lei 6360/76, Decreto-Lei 79094/77 e Portarias 
Essas normas foram estabelecidas pelo Sistema de Vigilância Sanitária e são 
coordenadas pela Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS),que atende ao 
Ministério da Saúde (MS). Entre outras determinações estabelece que: 
 
9 A obrigatoriedade de registro no Ministério da Saúde, recebendo, após avaliação 
e aprovação do produto, um número específico acompanhado da sigla MS e esse 
registro deverá constar em cada unidade do produto fabricado; 
9 Matérias-primas, aditivos, agentes antimicrobianos, protetores solares etc, 
permitidos para uso em cosmética, assim como suas quantidades e limites de 
aplicação; 
9 A classificação dos produtos cosméticos, por categorias, levando-se em conta, 
principalmente, a natureza química dos compostos envolvidos na elaboração do 
cosmético e ainda o seu usuário. 
 
 Código de Defesa do Consumidor – Lei 8078/90 
 Essas leis são acompanhadas pela Secretaria Estadual de Educação de Defesa da 
Cidadania. O fabricante é obrigado a informar ao consumidor, no rótulo do produto 
cosmético, a respeito de: 
9 Composição química do produto – Nomenclatura ou abreviações universais das 
substâncias que entram na composição da formulação cosmética. Caso seja 
mencionada a função específica de determinada substância (princípio ativo), a 
quantidade deve constar na embalagem em percentuais (%) ou mg/g. 
9 A data de fabricação do produto e o prazo de validade. 
9 O modo de uso e as devidas precauções que devem ser tomadas, em caso de 
necessidade. 
 
 
 
 Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia e Normatização e Qualidade Industrial. 
 
9 Esse órgão exige a especificação da quantidade em massa ou volume contida na 
embalagem do produto. 
9 Controla a embalagem que deverá estar adequada ao produto contido. 
 
Cetesb – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. 
 
9 Responsável pelo meio ambiente, controla a poluição causada pelas fábricas. 
 4
Curso Superior de Estética e Cosmetologia – UNISUAM - ISBF 
 
 
• NOÇÕES DE QUÍMICA 
 
Para melhor compreensão da cosmetologia, é necessário que se faça uma 
abordagem sobre alguns conceitos fundamentais de química geral, orgânica e 
bioquímica. 
 
¾ QUÍMICA GERAL 
 
o Matéria – É tudo aquilo que tem massa e que ocupa lugar no espaço, ou 
seja, tem volume. (exemplo – plástico, madeira, água etc). Toda matéria é 
constituída por átomos. 
o Átomo – É a menor porção da matéria, ou seja, toda matéria é constituída 
por minúsculas partículas chamadas átomos. Os átomos são formados 
por duas partes fundamentais: O núcleo e a eletrosfera. 
o Núcleo – O núcleo é a parte central do átomo, constituído por prótons 
(partículas que têm massa e carga elétrica positiva) e nêutrons (partículas 
que têm massa e não têm carga elétrica). 
o Eletrosfera – É o espaço existente em volta do núcleo, onde giram os 
elétrons em órbitas conhecidas por camadas eletrônicas. As órbitas de 
todos os átomos se agrupam em sete camadas eletrônicas, denominadas 
K, L, M, N, O, P e Q. Cada uma dessa camadas suporta um número 
máximo de elétrons ou uma quantidade fixa de energia, conforme mostra 
o esquema abaixo. 
 
 Camada Eletrônica-----------------Nº máximo de elétrons 
K ------------------------------------2 
L-------------------------------------8 
M-----------------------------------18 
N------------------------------------32 
O------------------------------------32 
P------------------------------------18 
Q-------------------------------------2 
 
o Elétrons – Praticamente não possuem massa, pois a massa do elétron é 1.836 
vezes menor que a massa do próton, sendo, portanto, desprezível. Entretanto, 
os elétrons têm carga elétrica negativa e se distribuem nas camadas eletrônicas 
de acordo com o número máximo de elétrons que comporta cada camada. 
o Camada de Valência – É a última camada da eletrosfera de um átomo. Os 
fenômenos químicos apenas “arranham” os átomos, pondo em jogo somente os 
elétrons da última camada, ondenormalmente ocorrem as ligações químicas. 
o Número Atômico – É o número de prótons existentes no núcleo de um átomo. 
o Número de Massa – É a soma do número de prótons e de nêutrons de um 
átomo. É também chamado de massa atômica. Por exemplo: O sódio tem 11 
prótons, 11 elétrons, 12 nêutrons. Tem-se então para o elemento sódio: Nº 
Atômico = 11 e Nº de Massa ou Massa Atômica = 23 
o Elemento Químico – É o conjunto de todos os átomos com o mesmo número 
atômico. 
o Neutralidade do Átomo – O átomo é eletricamente neutro, porque o número de 
prótons (carga positiva) é igual ao número de elétrons (carga negativa). 
 5
Curso Superior de Estética e Cosmetologia – UNISUAM - ISBF 
o Substância Química – É a reunião dos diferentes tipos de átomos das mais 
variadas maneiras, formando uma infinidade de agrupamentos diferentes. Cada 
substância é representada por uma abreviação denominada Fórmula Química. 
As substâncias podem ser simples (formadas por átomos de um mesmo 
elemento) ou compostas (formadas por átomos de elementos químicos 
diferentes). Exemplo: 
- Enxofre – Reunião de oito átomos do átomo de enxofre, e é 
representado pela fórmula S8. 
- Cloreto de Sódio (sal) – Reunião do átomo de Sódio com o átomo de 
Cloro, e é representado pela fórmula NaCl. 
o Molécula – É a menor parte de uma substância química. 
o Peso Molecular – É a soma das massas atômicas de todos os componentes 
atômicos que constituem uma substância química. 
Exemplo: 
- Cloreto de Sódio (sal) 
- Massa Atômica do Sódio = 23 
- Massa Atômica do Cloro = 35,5 
- Peso Molecular do Cloreto de Sódio = 58,5 u.m.a (unidade de massa 
atômica) 
o Íons – Um átomo pode ganhar ou perder elétrons da eletrosfera, sem sofrer 
alterações em seu núcleo, resultando daí partículas denominadas íons. Quando um 
átomo ganha elétrons ele se torna um íon negativo (ânion) e quando o átomo perde 
elétrons se torna um íon positivo (cátion). 
o Mistura ou dispersão – As substâncias podem se apresentar misturadas de uma 
infinidade de maneiras diferentes, formando assim as misturas, onde cada substância 
envolvida conserva sua individualidade. As misturas podem ser homogêneas (ou 
soluções) e heterogêneas. 
o Misturas Homogêneas – Ocorre sempre a dispersão de uma substância em outra. 
Tem-se, desta maneira, o agente disperso e o agente dispersante ou ainda o soluto e o 
solvente. Por exemplo: água com açúcar. A água é o solvente (o que dissolve, ou 
ainda, o agente dispersante) e o açúcar é o soluto (o que está dissolvido ou disperso). 
 
As misturas homogêneas podem ser: 
 
o Soluções moleculares – Não conduzem a corrente elétrica. Por exemplo: água com 
açúcar. 
o Soluções iônicas – Também chamadas de eletrolíticas, quando as partículas 
dispersas são íons e, portanto, conduzem a corrente elétrica. Por exemplo: cloreto de 
sódio dissolvido em água. Na realidade, os íons já estão presentes nos compostos 
sólidos e se separam naturalmente ao dissolverem-se na água (dissociação iônica). 
o Soluções coloidais – Apresentam partículas dispersas no solvente. O diâmetro das 
partículas varia entre 10 A° a 1000 A°. Os colóides podem ser: moleculares – formados 
por macromoléculas, e iônicos – formados por íons gigantes, que quando colocados em 
água se dissociam, formando íons, ou seja, são soluções polares. 
o Soluções Aquosas – São as soluções iônicas (eletrolíticas) e os colóides iônicos, 
são polares e por isso podem ser ionizadas. 
 
Observações importantes: 
 
1 – A substância polar é aquela que apresenta uma diferença de eletronegatividade 
em sua estrutura molecular, gerando, assim, uma assimetria na distribuição das 
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Curso Superior de Estética e Cosmetologia – UNISUAM - ISBF 
cargas elétricas da molécula, criando dessa maneira pólos positivos (pela falta de 
elétrons) e pólos negativos ( pelo excesso de elétrons). Tais substâncias são 
facilmente ionizáveis através da corrente elétrica. 
A molécula apolar apresenta uniformidade na distribuição eletrônica ao longo da 
cadeia. 
2 – A polaridade da água é devido a diferença de eletronegatividade entre o 
Hidrogênio (2,1) e o Oxigênio (3,5), sendo facilmente dissociada pela passagem da 
corrente elétrica, formando cátions de Hidrogênio (H) e ânions Hidroxilas (OH). 
3 – Vale ressaltar a premissa química que semelhante dissolve semelhante, logo as 
substâncias polares dissolvem substâncias polares e sendo assim todas as 
substâncias aquosas são ionizáveis. 
 
o Misturas Heterogêneas – Também chamadas de sistemas heterogêneos. Tratam-se 
de misturas onde podemos ver as substâncias a olho nu ou ao microscópio comum e 
tendem a sedimentarem-se; são separadas por filtração. Quando não ocorre 
sedimentação, a mistura é comumente tratada como um colóide devido à estabilidade da 
suspensão. 
o Emulsão – Sistema heterogêneo onde ocorre a mistura das fases aquosa e oleosa 
somente através de agentes emulsionantes/tensoativos. Tem-se nas emulsões uma fase 
dispersa na outra em forma de microesferas. As fases da emulsão são chamadas de: 
- Fase externa ou contínua; 
- Fase interna, descontínua ou dispersa 
 Mais adiante abordaremos com mais detalhes as emulsões devido à sua 
relevância em cosmetologia. 
 
Observação: 
Ao contrário das substâncias puras, as misturas: 
- não têm composição constante; 
- não têm propriedades e características bem definidas. 
 
 
¾ QUÍMICA ORGÂNICA 
 
A química orgânica é de fundamental importância para o estudo da cosmetologia. É 
grande o número de matérias-primas orgânicas utilizadas nas formulações 
cosméticas, tanto para o preparo de veículos cosméticos, como princípios ativos, 
sejam eles hidratantes, nutritivos, umectantes etc. 
Química orgânica é a química dos compostos de carbono. A denominação 
“enganosa” é relíquia dos dias em que se acreditava que os compostos de carbono 
se originavam apenas dos organismos vivos (animais e vegetais). Presentemente, a 
maioria dos compostos de carbono são preparados por síntese, embora a maneira 
mais fácil de obter muitos deles seja isolá-los a partir dos organismos vivos de 
animais e vegetais. O que tem esses compostos de especial para que sejam 
destacados da química? A razão parece ser, pelo menos em parte, devido ao grande 
número de compostos e suas respectivas moléculas que podem atingir grandes 
dimensões e complexidade. Tal fato está relacionado, principalmente, a 
tetravalência do átomo de carbono, ou seja, o átomo de carbono precisa ligar-se a 
quatro outros átomos (iguais ou diferentes) para estabilizar-se quimicamente. Além 
disso, o carbono forma ligações simples, duplas e triplas. Assim, tem-se cadeias 
saturadas e insaturadas. Essas últimas são mais frágeis, logo, os compostos 
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Curso Superior de Estética e Cosmetologia – UNISUAM - ISBF 
insaturados reagem com maior facilidade devido ao rompimento da dupla ou tripla 
ligação. 
O carbono liga-se a vários outros elementos químicos, sejam eletropositivos ou 
eletronegativos, formando assim uma grande variedade de compostos com cadeias 
abertas ou fechadas, saturadas ou insaturadas. 
 
RESUMINDO: 
 
O CARBONO: 
 
9 Possui quatro elétrons disponíveis para formar quatro ligações químicas; 
 
9 As quatro valências do carbono são iguais, logo, têm a mesma força; 
 
9 Forma múltiplas ligações com outros elementos e com o próprio carbono; 
 
9 Forma cadeias abertas (compostos acíclicos ou alifáticos) e cadeias fechadas 
(aromáticos e alicíclicos); 
 
9 As cadeias abertas e fechadas podem ligar-se formando novos compostos. 
 
9 Não admira, pois, que o estudo desses compostos constitua por si só domínio 
especial da Química, sendo de extraordinária importância para a tecnologia de 
produtos. A química orgânica é a ciência da vida, pois excluída a água, os 
organismos vivos estão formados principalmente por compostos orgânicos. É a 
química da indústria farmacêutica,da medicina, da biologia, do papel, dos 
plásticos, tintas, vernizes, alimentos, do nosso vestuário etc. 
 
 
 
• FUNÇÕES ORGÂNICAS 
 
O grande número de compostos orgânico nos obriga a agrupá-los em famílias. 
 
Função orgânica é um conjunto de substâncias com propriedades químicas 
semelhantes, denominadas propriedades funcionais. 
 
Abordaremos as principais funções orgânicas necessárias ao estudo da 
cosmetologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Curso Superior de Estética e Cosmetologia – UNISUAM - ISBF 
 
QUADRO DAS PRINCIPAIS FUNÇÕES ORGÂNICAS 
 
 
 
FUNÇÃO 
GRUPO 
FUNCIONAL EXEMPLOS OBSERVAÇÃO 
HIDROCARB
ONETO (CH) 
óleo mineral, butano, 
propano,vaselina cadeia acíclica 
 alceno - CnH2n esqualeno cadeia acíclica 
 benzeno, naftenos, fenois cadeia cíclica 
ÁLCOOL 
OH (1 ou +) com C 
saturado 
Al. Etílico, propilenoglicol, 
glicerina, sorbitol 
acíclica - c. curta -
hidrófilos 
 
A. Laurílico (C12), mirístilico 
(C14), esteárilico (C18) 
acícl. - c. longa - 
lipófilos ou alc. 
Graxos 
 álcool benzílico, mentol cadeias cíclicas 
ÁCIDO 
CARBOXÍLIC
O R-COOH 
Ac. Acético, cítrico, glicólico, 
oxálico 
acíclico - cad. Curta 
- hidrófilos 
 
Ac. Laurico (C12), Mirístico 
(C14), Palmítico (C16) 
acíclico - c. longa - 
lipófilos ou ac. 
Graxos 
 Ac. Benzoico, Ac. Salicílico cadeias cíclicas 
ÉSTER R1-COO-R2 
miristato de isopropila, 
palmitatos, estearatos cadeias acíclicas 
 metil parabenos, NIPAGIN cadeias cíclicas 
ÉTER R1-O-R2 éter etílico cadeia acíclica 
 anisol cadeia cíclica 
ALDEÍDOS R-CHO 
formaldeído, glioxal, 
glutaroaldeído cadeia acíclica 
 óleos essenciais cadeia cíclica 
CETONA R1-COR2 propanona, dihidroxicetona cadeia acíclica 
 cânfora cadeia cíclica 
AMINA 
N (ligado a C) + H2 
- primária monoetanoamina (MEA) cadeia acíclica 
 
N (ligado a C ) + H 
-secundária dietanoamina (DEA) cadeia acíclica 
 
N (ligado a C) + H - 
terciária trietanolamina (TEA), colina cadeia acíclica 
 anilina cadeia cíclica 
FENOL OH- anél aromático 
ácido fênico, Vit. E, 
hidroquinona, resorcinol, 
taninos 
 
( obs. Pode ser + 
de um radical OH) ácido salicílico 
 
 9
Curso Superior de Estética e Cosmetologia – UNISUAM - ISBF 
 
¾ BIOQUÍMICA 
 
Os compostos naturais fazem parte da química orgânica e possuem relevante 
importância, pois são partes constituintes de nossa célula, tecidos e órgãos de nosso 
organismo. Além disso, são fundamentais na formulação cosmética. 
Os principais compostos naturais orgânicos são: 
 
o Glicídios – São derivados dos álcoois polihídricos, tendo na sua estrutura 
molecular grupos aldeídos ou cetonas. Esses grupos vão originar as aldoses e 
cetoses, respectivamente. Exemplo: Glicose, Frutose. 
 Os glicídios são transformados em gorduras quando se encontram em 
excesso no nosso organismo e fazem parte de vários tecidos como, por exemplo, o 
conjuntivo. 
São utilizados em cosmetologia principalmente como agentes hidratantes e 
espessantes. 
Os glicídios podem ser – haloglicídios (constituídos somente de glicídios. Exemplo: - 
lactose, sacarose, Agar etc) e heteroglicídios (uma parte glicídio e outra não glicídio. 
Exemplo: - saponinas, mucilagens, gomas, flavonóis etc). 
 
o Lipídios – São ésteres de ácidos e álcoois carboxílicos (cadeias longas). São 
insolúveis em água. Exemplo: ceras, óleos (cadeias longas/alto peso molecular), 
gorduras etc. São utilizados em formulações cosméticas como produtos 
emolientes e hidratantes de superfície, uma vez que os lipídios com cadeias 
maiores fazem oclusão. Os lipídios podem ser classificados em quatro grandes 
grupos, sendo os três primeiros (glicéridos, cerídeos e estéridos) lipídios simples 
(só apresentam em sua estrutura ésteres de ácidos graxos e álcoois) e o último 
(grupo) lipídios complexos (apresentam nas cadeias moleculares outros radicais 
além daqueles). Vejamos cada um deles: 
 
9 Glicéridos – São ésteres do glicerol associados a ácidos graxos (ex. esteárico, 
oleico, linoleico, mirístico, láurico etc). Os glicéridos têm significativa aplicação em 
cosmetologia, sendo os triglicéridos os de maior importância, pois encontram-se 
com maior facilidade na natureza e são amplamente utilizados nas formulações 
cosméticas. Dentre eles destacamos: 
- Óleo de semente de uva 
- Óleo de girassol 
- Óleo de gergelim 
- Óleo de abacate 
- Manteiga de cacau 
- Manteiga de karité; 
- Etc. 
 
9 Cerídeos – São ésteres de ácidos graxos superiores (+ 20C) associados com 
álcoois graxos superiores (+ 12C). As cadeias são saturadas, permitindo assim 
uma certa estabilidade estrutural à molécula. São exemplos: 
- Ceras (carnaúba, de abelhas); 
- Palmitato de cetila; 
- Ésteres Láuricos; 
- Etc. 
 
 10
Curso Superior de Estética e Cosmetologia – UNISUAM - ISBF 
9 Estéridos – São ésteres de ácidos carboxílicos superiores (+ 6C) associados ao 
esterol (álcool). Como exemplo bastante conhecido, temos o colesterol. 
 
9 Lipídios Complexos – Apresentam em sua estrutura molecular, além de álcoois 
e ácidos graxos, outros radicais que podem ser álcalis, ácido fosfórico, aminas. 
São anfóteros (hidrofílicos e lipofílicos). Quando dissolvidos em água, formam 
soluções coloidais. São bons agentes emulsificantes e higroscópicos. Os 
principais lipídios complexos são as lecitinas e as cefalinas. A maior importância 
dos lipídios nas formulações cosméticas é devida, principalmente, às suas 
propriedades de saponificar e de hidrolisar. 
 
Observações: 
1- A saponificação ocorre quando um óleo ou gordura reage com uma base (álcali) 
formando sabão e glicerina. Muito utilizado nas formulações cosméticas para 
higienizar e desincrustar, o álcali geralmente utilizado é o Hidróxido de Sódio e a 
Trietanolamina. 
2- A hidrólise é a propriedade que os lipídios têm de reagir com a água formando 
seus álcoois e ácidos correspondentes. Pode ser feita por via úmida ou por via 
enzimática. 
A cosmetologia utiliza-se da ação enzimática sobre os lipídios, hidrolizando-os, 
nos tratamentos para gordura localizada e celulite. 
 
o Aminoácidos – São compostos orgânicos obtidos por hidrólise das proteínas 
derivadas e apresentam em suas estruturas moleculares radicais amina e ácido 
carboxílico. Os aminoácidos são de fundamental importância em nosso 
organismo, uma vez que através deles são formadas as proteínas, substâncias 
essenciais à formação dos tecidos. 
Os aminoácidos se combinam das mais variadas maneiras possíveis, originando 
assim um grande número de proteínas diferentes. 
Os aminoácidos essenciais são: - Lisina, triptofano, leucina, treonina, metionina, 
valina, fenilanina, isoleucina, arginina. São amplamente utilizados como ativos 
hidratantes na cosmetologia. Fazem parte do NMF (Natural Moisturing Factor). 
Os aminoácidos podem ser ionizados, pois sua estrutura molecular é polarizada 
pelos radicais ácidos (-COOH) e pelos radicais amino (NH2), que conferem aos 
aminoácidos o caráter alcalino. Podemos dizer que o aminoácido tem caráter 
anfótero, logo a polaridade será dependente do pH da solução. 
Isso dá ao aminoácido um caráter neutro quando em solução aquosa, ou seja, só 
será possível a sua ionização se alterarmos seu pH (mais ácido ou mais alcalino). 
É fácil perceber o ponto isoelétrico (molécula neutra) do aminoácido, pois neste ponto 
eles são insolúveis em água, formando precipitados e coagulando as proteínas. 
 
Observação: 
 
Principais aminoácidos usados em cosmetologia: 
 
Fenilamina – Percursor da melanina 
DOPA – Dihidroxifenil-amina – percursor da melanina 
Cistina – Di amina de cadeia longa, contendo enxofre 
Prolina e Hidroxiprolina – Fazem parte do NMF, participam da molécula do 
colágeno. 
 
 11
Curso Superior de Estética e Cosmetologia – UNISUAM- ISBF 
o Proteínas – As proteínas são as substâncias da vida. Encontram-se em todas 
as células vivas. São os principais constituintes da pele, dos músculos, dos 
tendões, dos nervos, do sangue, das enzimas, anticorpos e vários hormônios. 
Quimicamente as proteínas são altos polímeros. São poliamidas, formadas 
pelos monômeros dos ácidos amino-carboxílicos. Uma única molécula de 
proteína contém centenas e até milhares de aminoácidos combinados. Formam 
macro moléculas de altíssimo peso molecular. Por exemplo: - colágeno – peso 
molecular aproximado de 370000 u.m.a. (unidades de massa atômica). 
 As proteínas de colágeno são formadas por cadeias longas e com segmentos 
helicoidais, dando a cadeia uma forma “enroscada” que em conjunto com os 
radicais prolina e hidroxiprolina garantem a essas proteínas uma capacidade de 
umectação e hidratação. O que, em princípio, explica sua utilização cosmética na 
formulação de bioativos para hidratar a pele. 
 
As proteínas podem ser: 
9 Simples – formadas apenas por aminoácidos. Exemplo: colágeno, elastina, 
queratina etc. 
9 Conjugadas – formadas por proteínas simples (aminoácidos) combinadas com 
outras substâncias não protéicas. Exemplo: glicosaminoglicanos, 
condroglicoproteínas. 
 Observação: 
 - As nucleoproteínas (RNA e DNA), são muito utilizadas em formulações 
cosméticas como bioativos. 
 
o Enzimas - São estruturas proteicas de alto peso molecular. Geralmente 
funcionam como catalisadores dos processos biológicos. Sem a ação 
enzimática não existiria vida, pois todas as reações que ocorrem nos seres vivos 
são catalisadas por enzimas. Freqüentemente uma molécula de determinada 
enzima consegue provocar a reação de dezenas de milhares de moléculas 
reagentes. 
 Podem ser: 
- simples - compostas somente por proteínas; 
- conjugadas ou complexas - quando além da proteína possuem outro grupo 
não protéico, que chamamos de coenzima. Normalmente, a enzima é uma 
proteína conjugada. 
A proteína só se torna uma enzima ativa quando auxiliada pelas coenzimas, assim: 
 
Apoenzima + Coenzima = Holoenzima 
(proteína) (grupo protéstico) (enzima ativa) 
 
A hipótese mais aceita atualmente para explicar a ação enzimática é que os 
reagentes (denominados substratos S) se unem temporariamente à enzima (E), 
formando um complexo (ES). Este, por sua vez, se decompõe logo em seguida 
formando o produto (P) desejado e regenerando a enzima. Assim: 
 
 
E + S ES (reação reversível) 
 
 
ES P + E (reação irreversível) 
 
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as catálises enzimáticas são altamente específicas pois, como toda proteína, a 
enzima tem uma configuração espacial muito bem determinada. 
O complexo enzima mais substrato (E+S) é formado por um sistema de encaixe, 
semelhante ao sistema “chave e fechadura”. Basta o reagente S ser um pouco 
diferente para que o “encaixe” não seja possível e a reação não se efetue. 
Muitos medicamentos e cosméticos atuam bloqueando o encaixe das enzimas. 
Exemplo: Hidroquinona bloqueia a tirosinase no processo de formação da melanina. 
 
Algumas condições são favoráveis para a atuação das enzimas. São elas: 
 
9 Temperatura: 37°C a 40°C (ideal) 
OBS: Acima de 60°C a reação é irreversível e abaixo de 10°C a reação não ocorre. 
 
9 Superfície de contato: A reação será tanto mais rápida quanto maior for a 
superfície de contato entre a enzima e o substrato. 
 
9 PH: Cada enzima tem um pH ótimo de atuação, que pode ser ácido ou alcalino. 
 
9 Ativadores e Inativadores: São substâncias orgânicas ou inorgânicas que 
ativam reações enzimáticas (exemplo: cobre, ácido, ácido ascórbico, glutation). 
 
 Observação: 
 As enzimas são solúveis em meio aquoso, logo são ionizáveis. 
 
o Vitaminas – São importantes catalisadores orgânicos que assim como as 
enzimas exercem várias funções. As vitaminas são adicionadas aos cosméticos 
com funções diversas, por exemplo, estimulantes da renovação celular, anti-
oxidantes, antienvelhecimento, hidratantes etc. Durante muito tempo discutiu-se 
a eficácia do uso das vitaminas em aplicações tópicas. Atualmente já existe um 
consenso que o uso das vitaminas em formulações cosméticas aumenta sua 
concentração local, mostrando resultados efetivos e imediatos. As vitaminas 
podem ser hidrossolúveis (exemplo: complexo B e vitamina C) e lipossolúveis 
(exemplo: vitaminas A, D, E, K, F). 
 
 
• CITOLOGIA E FISIOLOGIA DA PELE 
 
Para que possamos compreender a aplicabilidade da cosmética, é fundamental que 
estudemos a fisiologia da pele. Assim, poderemos compreender como os cosméticos 
atuam, seja por mecanismos celulares ou na superfície da pele, e dessa maneira 
otimizarmos as aplicações cosméticas. 
Para tanto, é necessário revermos alguns conceitos e estudos preliminares. 
 
 
 
• CITOLOGIA 
 
Todo ser vivo tem estrutura celular. A citologia é a ciência que estuda a célula. As 
células podem ser: 
 
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- Procariotas – São células primitivas. O material genético encontra-se espalhado no 
citoplasma, não há presença de membrana nuclear. Por exemplo: Algas Cianofíceas. 
 
- Eucariotas – São células que possuem carioteca que separa o material genético do 
citoplasma. Na pele encontramos as células eucariotas. 
 
Elementos da célula eucariota: 
 As células eucariotas são formadas por três elementos fundamentais. São eles: 
 
9 Membrana plasmática ou plasmanela 
9 Citoplasma ou hialoplasma 
9 Núcleo 
 
o MEMBRANA PLASMÁTICA 
 
É constituída por uma dupla camada de fosfolipídios ou glicolipídios intercalados por 
uma camada de proteína. Esta estrutura é conhecida por mosaico-fluido. (Singer-
Nicholson) 
A membrana plasmática desempenha importante papel nas trocas metabólicas 
realizadas pela célula, pois permite a passagem de substâncias sólidas, líquidas e 
gasosas através dos poros da membrana. 
O transporte realizado pela célula pode ser feito de várias maneiras. Devido à 
relevância do assunto vamos estudar cada um deles. 
 
 
¾ Transporte de Substâncias realizado pela membrana plasmática. 
 
É de grande importância a compreensão dos mecanismos de transporte celular 
realizados pela membrana plasmática, pois são através destes que a cosmética atua, 
aproveitando-se da permeabilidade específica e seletiva do meio celular. 
As formulações cosméticas põem à disposição do meio celular, através de veículos 
potencializados, princípios ativos que vão promover a nutrição, hidratação e 
reestruturação dos tecidos para que possamos minimizar os efeitos causados pelo 
tempo. É certo que alguns fatores são para nós inatingíveis. Entretanto, com 
inteligência, bom senso e conhecimento podemos atacar as aparentes manifestações 
de envelhecimento e desgaste da pele e devolvê-las a um nível menor de 
importância. 
Os tratamentos cosméticos, quando realizados com competência, trazem resultados 
bastante satisfatórios e um retorno de prazer e felicidade com um profundo bem-estar 
psicológico. 
Os procedimentos precisam ser realizados sempre com base científica (através do 
conhecimento das ciências pertinentes), procurando atender à necessidade da célula 
e verificar a real possibilidade de atingi-la. 
 
Existem três tipos de transporte: 
 
1) Transporte Passivo – É a passagem de substâncias de pequeno tamanho através 
da membrana plasmática. Essas substâncias entram e saem com muita facilidade, 
pois a própria célula ajusta a concentração necessária para manter o equilíbrio 
interno celular. 
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O transporte passivo ocorre sem gasto de energia pela célula. É um processo natural 
de ajustee equilíbrio. Ocorre de três maneiras diferentes: 
9 Transporte passivo por osmose – é a entrada e a saída de substâncias em seu 
estado líquido, principalmente a água. 
9 Transporte passivo por difusão – é a entrada e a saída de substâncias sólidas 
em estado ionizado (íons). 
9 Transporte passivo por difusão facilitada – Entrada de substâncias que têm 
afinidade com a proteína da membrana plasmática. Essas substâncias se 
agregam à estrutura protéica e esta torna-se, então, mais pesada. Nestas 
condições, a célula se movimenta com relativa facilidade carreando as 
substâncias agregadas à proteína da membrana. 
 
2) Transporte Ativo – Este transporte celular ocorre com gasto de energia, uma vez 
que é realizado contrário ao equilíbrio do meio externo. Ocorre para atender às 
necessidades fisiológicas da célula no cumprimento de suas funções específicas. 
3) Transporte em bloco – É a entrada e saída de substâncias maiores que os poros da 
membrana plasmática. Ocorre com gasto de energia (menor que no transporte ativo). 
O transporte em bloco pode ser: 
 
9 Endocitose – É a entrada de substâncias para o meio celular. A membrana 
engloba as substâncias através de seus pseudópodes (falsos pés). A endocitose 
pode ocorrer entre substâncias sólidas (neste caso recebe o nome de fagocitose) 
ou diluídas (são chamadas de pinocitose) 
9 Exocitose – É a saída de substâncias do meio intracelular, trata-se de processo 
inverso da endocitose. Neste caso, a membrana plasmática se “rompe” para a 
saída de material. 
 
- Resumindo: O transporte realizado pela célula é feito através da 
membrana plasmática da seguinte maneira: 
 
1. Transporte Passivo – substâncias menores que os poros e sem 
gasto de energia. Pode ser: 
- Por osmose - líquidos 
- Por difusão - sólidos 
- Por difusão facilitada - íons 
2. Transporte Ativo – Entrada de substâncias necessárias ao 
funcionamento da célula. 
3. Transporte em bloco – Substâncias maiores que os poros e com 
gasto de energia. Pode ser: 
9 Endocitose - entrada de substâncias 
- Fagocitose – sólidas 
- Pinocitose - diluídas 
 
9 Exocitose – saída de substâncias 
 
™ A endocitose e a fagocitose cumprem funções de relevada importância no 
metabolismo celular. São elas: 
- Nutrição celular 
- Defesa do organismo 
- Reserva de material para a célula 
- Excreção celular 
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¾ Diferenciações da Membrana Plasmática 
 
Para cumprir a função de realizar transporte, a membrana plasmática sofre algumas 
modificações que muito facilitarão esta tarefa. São chamadas de modificações ou 
diferenciações da membrana plasmática. As principais são: 
 
9 Microvilosidade – São pequenas dobras na superfície da membrana. Essas 
modificações aumentam a superfície de contato. 
 
9 Desmossomos – São pequenas “presilhas” que fazem a união entre as células, 
permitindo maior contato entre elas. 
 
9 Plasmodemos – Trata-se de um prolongamento do citoplasma, permitindo maior 
contato e comunicação entre as células. Funcionam como “pontes”. Ocorrem em 
tecidos com maior necessidade de troca de substâncias. 
 
 
o CITOPLASMA 
 
Compreende a parte entre o núcleo e a membrana plasmática. Subdivide-se em: 
 
1. Inclusões – Substâncias que servem de matéria orgânica para a célula. Por 
exemplo: glicídios, água, lipídios, sais minerais etc. 
2. Organelas ou orgânulos – São estruturas responsáveis pelo cumprimento das 
funções e atividades da célula. As principais organelas são: 
 
2.1) Retículo Endoplasmático – São pequenos canais que servem para comunicação 
e transporte de substâncias. Realizam a síntese de substâncias, principalmente 
proteínas. O retículo endoplasmático pode ser: 
- Retículo endoplasmático liso – REL 
- Retículo Endoplasmático Rugoso – RER 
 
9 O RER (retículo endoplasmático rugoso) possui em sua superfície 
ribossomos, organelas especializadas na síntese de proteínas. Logo, o REL 
(retículo endoplasmático liso) sintetiza substâncias, principalmente lipídios, 
para atender às necessidades de células específicas de um modo geral. Não 
raro, a síntese tem início no REL e se completa no aparelho de Golgi. O RER 
(retículo endoplasmático rugoso) faz a síntese proteica devido à presença dos 
ribossomos, colocando as proteínas à disposição da membrana plasmática, 
do núcleo e das organelas. Nas células glandulares o RER encaminha as 
proteínas formadas ao Complexo de Golgi para que este as elimine para o 
meio externo (proteína exportada). 
 
2.2) Complexo de Golgi – São organelas em forma de “pequenos sacos” que servem 
para armazenar substâncias produzidas ou importadas pela célula. 
Dentro do Complexo de Golgi ocorrem algumas reações químicas secundárias com 
formação de substâncias que, quando não são necessárias à célula, são eliminadas 
para o meio extra celular. 
 
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2.3) Lisossomos – Organelas formadas dentro do Complexo de Golgi, sua função 
principal é o armazenamento de enzimas digestivas responsáveis pela digestão 
celular. 
Os lisossomos se espalham por toda a célula eliminando para o meio externo as 
substâncias desnecessárias, realizando assim a exocitose ou clasmocitose (excreção 
celular). 
 
2.4) Ribossomos – Organelas esféricas, ricas em ácido ribonucléico e proteínas. 
Realizam a síntese das proteínas colocando-as à disposição do Complexo de Golgi 
para que sejam processadas e aproveitadas pela célula. 
Encontram-se em abundância no Retículo Endoplasmático Rugoso. 
 
2.5) Mitocôndrias – Organelas especializadas em realizar a respiração celular, fazem 
o armazenamento de energia celular. 
Possuem forma alongada e de tamanho variável de acordo com a necessidade da 
célula. Produzem a enzima Adenosina Trifosfato (ATP) que é a responsável pela 
quantidade de energia da célula. 
A quantidade de mitocôndrias nas células é variável de acordo com a necessidade 
energética. São, por exemplo, muito numerosas nas fibras musculares. 
 
 
o NÚCLEO 
 
Controlador das atividades celulares, responsável pela multiplicação celular. Carrega 
o material genético (DNA) e contém todas as informações que controlam o 
funcionamento da célula e do organismo como um todo. 
Não nos deteremos na abordagem do núcleo celular dada a irrelevância do assunto 
para o nosso estudo em cosmetologia e estética de um modo geral. 
 
 
• FISIOLOGIA DA PELE 
 
Os tecidos são o conjunto formado por células que possuem a mesma função. 
A pele é considerada o maior órgão do corpo humano, tem espessura que varia entre 
0,5mm e 5mm, tendo seus extremos de variação na nuca e nas plantas dos pés 
respectivamente. 
A pele é formada por três tipos de tecidos: 
- Tecido Epitelial – epiderme 
- Tecido Conjuntivo – derme 
- Tecido adiposo – hipoderme 
 Devido à importância do assunto para o nosso estudo, abordaremos cada um. 
 
1) Tecido Epitelial – forma a epiderme 
A epiderme é formada por um epitélio estratificado que juntamente com o tecido 
conjuntivo serve de revestimento, formando a pele, o maior órgão do corpo humano. 
A epiderme tem como função principal proteger o organismo contra a invasão de 
bactérias e outros agentes estranhos, protegendo-nos de doenças e infecções 
diversas. 
A capacidade de proteção da epiderme é devida, principalmente, ao número de 
camadas superpostas (cinco camadas) de células fortemente ligadas pela queratina, 
que forma uma espécie de “cimento” entre as células do epitélio, que juntamente com 
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o manto hidrolipídico, proveniente de excreções das glândulas sebáceas e 
sudoríparas e água, formam uma verdadeira barreira contra ataques externos. 
As camadas que compõem o epitélio são: 
 
1.1) Camada basal ou germinativa 
 
 É a primeiracamada do tecido epitelial, de onde se originam todas as células da 
epiderme. Tem, então, relevante importância em cosmetologia, pois cumpre papel 
essencial nos mecanismos de regeneração e renovação celular. Suas células 
constituintes são: queratinócitos e melanócitos. 
 
9 Queratinócitos – células responsáveis pela formação de queratina (proteína 
fibrosa formada por vários aminoácidos). É produzida no queratinócito e no 
decorrer do processo de maturação celular se transforma em queratina dura 
por polimerização. Apesar da queratina ser encontrada na epiderme, nos 
pêlos e nas unhas, existem diferenças qualitativas e quantitativas entre elas. 
Por exemplo: A queratina do cabelo e da unha é rica em cistina enquanto que 
na pele o teor deste aminoácido é baixo. Os queratinócitos encontram-se 
fortemente ligados pelos desmossomos. Essas células vão de uma para a 
outra camada passando por um processo de desidratação do citoplasma, 
chegando à morte celular na camada córnea. 
 
9 Melanócitos – Células responsáveis pela produção de melanina, pigmento 
responsável pela coloração da pele. Os melanócitos repousam sobre a 
lâmina basal e são absorvidos para a camada germinativa, possuem 
organelas especializadas para a produção de melanina que são os 
melanossomos. Os dentritos dos melanócitos se prolongam para cima e 
lateralmente permitindo maior contato entre eles e o queratinócito, facilitando 
o depósito do pigmento melânico na célula de queratina. 
O processo de coloração da pele é, portanto, realizado com o conjunto dos 
melanócitos e queratinócitos constituintes do epitélio. 
 
1.2 Camada de Malpighi ou espinhosa 
 
Segunda camada do epitélio, apresenta células fortemente unidas com a presença 
de tonifibrilas espessas e “engrossadas”, dando à célula um aspecto “espinhoso”. Ao 
microscópio percebe-se o achatamento das células onde já teve início o processo de 
desidratação celular com conseqüente acidificação do meio. 
Nesta camada concentram-se maior número de células de Langerhans, que são 
responsáveis pelo sistema imunológico da célula, capturando microorganismos 
cutâneos invasores e colocando-os à disposição dos leucócitos. 
 
1.3 Camada Granulosa 
 
Composta por células achatadas, subdivididas e queratinizadas com seu núcleo em 
estado de degradação. Forma a terceira camada do epitélio e neste ponto o estado 
de maturação da célula já é bastante adiantado. Apresenta-se cheia de queratina já 
bastante endurecida, formando grãos de queratohialina, o que lhe confere um 
aspecto granular. 
 
 
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1.4 Camada Lúcida 
Formada por fina camada de células achatadas e anucleadas, mas ainda se pode 
verificar a presença de desmossomos entre as células. 
Mostra-se translúcida, daí o nome de camada lúcida. 
 
1.5 ) Camada Córnea 
De espessura variável, é constituída por células achatadas, anucleadas e mortas. 
A queratina está totalmente formada e o meio celular encontra-se ácido devido à 
perda de água do citoplasma. A água perdida em todo o processo de queratinização 
se evapora e vai compor o manto hidrolipídico juntamente com o óleo proveniente 
das glândulas sebáceas e com o suor das glândulas sudoríparas. 
 
Observação: 
No processo de queratinização, quando ocorre a formação de queratohialina na 
camada granular, resulta a formação de filagrina, proteína que por decomposição 
produz substâncias que conferem resistência à queratohialina, além de formar uma 
mistura de aminoácidos que em contínuo processo de maturação darão origem a 
uma mistura de substâncias (uréia, aminoácidos, PCA, ac. Hialurônico, etc) que 
devido ao caráter hidratante são chamadas de NMF – Natural Moinstuzring Factor. 
Essas substâncias juntam-se ao manto hidrolipídico ( água, óleo e suor ) no extrato 
córneo e formam verdadeiras emulsões cosméticas naturais protegendo e hidratando 
a pele. 
 
2) Tecido Conjuntivo – Derme 
 
Tem origem na mesoderme, trata-se de um tecido de sustentação, rico em 
substância intercelular constituída por uma parte amorfa formada por água, 
polissacarídeos e proteínas e outra parte figurada formada pelas fibras: colagênicas, 
eláticas e reticulares. 
As fibras colagênicas são mais abundantes que as demais e são formadas 
principalmente por colágeno, cuja estrutura molecular, muito bem organizada, é rica 
em radicais glicina e hidroxiprolina. 
As fibras elásticas são muito parecidas com as colagênicas. Entretanto, diferem na 
organização estrutural, são mais delgadas e podem apresentar ramificações na 
cadeia. 
As fibras reticulares são mais delgadas e possuem a forma de “rede entrelaçada”, 
ocorrem em maior número nos órgãos formadores de sangue, que possuem as 
células entre as malhas do retículo. 
Devido à sua localização (mesoderme), o tecido conjuntivo tem importante papel no 
desempenho da nutrição celular, uma vez que os vasos sangüíneos e linfáticos 
passam por ele fazendo o transporte de substâncias, além de células especializadas 
em fagocitose, exercendo assim importante papel de defesa eliminando agentes 
estranhos e prejudiciais à saúde. 
O tecido conjuntivo se subdivide em: 
- Tecido conjuntivo propriamente dito 
- Tecido Adiposo 
- Tecido ósseo 
- Tecido cartilaginoso 
- Tecido sangüíneo 
- Linfa 
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9 Tecido Conjuntivo propriamente dito 
É o principal tecido conjuntivo. Apresenta vários tipos de células e grande quantidade 
de substância intercelular. As células mais comuns nesse tecido são: fibroblastos, 
macrófagos, plasmócitos e mastócitos. 
Assim temos: 
- Fibroblastos – Células especializadas na produção de fibras colagênicas, 
reticulares e elásticas. Sintetizam as fibras a partir de proteínas 
provenientes da alimentação e as enviam para as áreas de interesse do 
organismo por estímulos físicos/químicos. 
- Macrófagos – Células de grandes dimensões que se movimentam por 
intermédio de pseudópodes fazendo a fagocitose de micróbios e células 
degeneradas do organismo. Participam dessa maneira ativamente do 
processo de defesa do tecido conjuntivo. 
- Plasmócitos – Produzem anticorpos que atuam decisivamente no 
processo imunitário do organismo. 
- Mastócitos – Células responsáveis pela produção de heparina, substância 
que impede a coagulação do sangue dentro dos vasos sangüíneos. 
 
Além de células especializadas, o tecido conjuntivo propriamente dito também 
apresenta grande quantidade de líquido interticial, rico em polissacarídeos, água e 
proteínas. Essas substâncias são produzidas por células especializadas do tecido 
conjuntivo. 
 
Devemos considerar dois tipos de tecido conjuntivo: o denso (modelado e não 
modelado) e o frouxo. A principal diferença entre esses dois tipos é 
fundamentalmente a organização e a quantidade das fibras colagênicas, reticulares e 
elásticas. 
- O tecido conjuntivo frouxo se localiza imediatamente abaixo da epiderme 
e suas fibras não formam massas compactas. É o tecido de maior 
distribuição no organismo, pois preenche espaços vazios deixados por 
outros tecidos. 
- O tecido conjuntivo denso modelado é encontrado nos tendões, estruturas 
que ligam os músculos ao osso. Apresentam fibras ordenadas e 
compactas e em maior número, com relação ao tecido frouxo. 
- O tecido conjuntivo denso não modelado ocorre em lugares como 
cápsulas de órgãos e na derme. São fibras distribuídas ao acaso, ou seja, 
sem nenhuma ordenação. 
 
9 Tecido Adiposo 
Este tecido possui um grande número de células adiposas. Fazem a reserva de lipídios 
que atuam protegendo o organismo contra as perdas de energia oferecendo, assim, um 
constante abastecimento energético para as atividades celulares. Além disso, fazem 
também a proteção térmica do organismo e funcionam como um isolante contra as 
variações de temperatura.9 Tecido Ósseo 
 
 Tecido conjuntivo de sustentação, dotado de maior rigidez, se destina 
essencialmente às funções de sustentação e proteção do sistema nervoso central. 
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O tecido ósseo pode ser de dois tipos: reticulado (poroso) e compacto (denso). A 
diferença fundamental entre eles é quanto à disposição de seus elementos e a 
quantidade dos espaços intercelulares. O tecido ósseo reticulado apresenta espaços 
medulares maiores enquanto que o compacto não apresenta espaços medulares. 
O tecido ósseo forma uma estrutura inervada e irrigada e por isso apresenta 
sensibilidade e capacidade de regeneração. 
 
9 Tecido Cartilaginoso 
 
É também um tecido conjuntivo de sustentação, de consistência semi-rígida, 
apresentando, entretanto, maior elasticidade que o tecido ósseo. O tecido 
cartilaginoso não é vascularizado, por isso as trocas metabólicas e respiratórias 
ocorrem por difusão a partir dos tecidos vizinhos. 
O tecido cartilaginoso pode ser de três tipos dependendo das fibras presentes na 
cartilagem. 
- Tecido cartilaginoso de hialina – Abundante no nariz, nas articulações e 
nos brônquios. Aparece em maior concentração no fetos, pois nesta fase 
o tecido cartilaginoso se apresenta como percussor do tecido ósseo 
sendo gradativamente substituído por este último. 
- Tecido cartilaginoso elástico – Apresenta um grande número de fibras 
elásticas, sendo por isso mais resistente a tensões e mais elástico que 
as outras cartilagens, encontrado por exemplo no pavilhão auditivo. 
- Tecido cartilaginoso fibroso – Rico em fibras colágenas, o que lhe 
garante resistência e força. Muito encontrado nos discos da coluna 
vertebral e em algumas articulações. 
 
9 Tecido Sanguíneo 
Toda a substancia intercelular é líquida, suas células se deslocam livremente em 
meio a massa de substâncias intercelular. Transportam substâncias para o 
organismo e cumprem importante papel de defesa através de células especializadas 
em fagocitose. 
 
O sangue é formado por uma mistura homogênea de substâncias onde podemos 
distinguir duas partes principais: 
Uma parte líquida – plasma ( líquido intercelular) 
Uma parte sólida – células especializadas (hemácias, leucócitos, plaquetas) 
 
™ Linfa 
 
O sistema linfático é constituído por uma vasta rede de vasos capilares chamados de 
capilares linfáticos, que correm paralelo com os vasos sanguíneos da pele e a seguir 
juntam-se para formar vasos ligeiramente maiores. É um tecido de transporte 
formado por uma parte líquida que varia em função da alimentação e uma parte 
celular composta principalmente por linfócitos e alguns leucócitos. 
A linfa é um líquido que banha os tecidos, sendo posteriormente coletado por um 
sistema circulatório composto por vasos e nódulos que vão conduzir a linfa à corrente 
sanguínea através dos vasos. 
 
 
 
 
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• FORMULAÇÃO COSMÉTICA 
 
 
A formulação de um cosmético envolve três partes fundamentais, a saber: 
 
9 Veículo ou Excipiente 
9 Princípio Ativo 
9 Aditivos 
 
Cada uma dessas partes pode ser composta por uma ou mais substâncias que 
compõem cada grupo. Abordaremos detalhadamente cada um deles. 
 
 
 
 
™ VEÍCULOS COSMÉTICOS 
 
 
É quase sempre composto de uma ou mais substâncias cuja finalidade é dar forma 
ao cosmético, bem como favorecer ou reduzir os efeitos dos princípios ativos. 
Os veículos cosméticos podem ser: 
 
9 Emulsões – cremes, leites e loções cremosas; 
9 Géis – gel aquoso e gel oleoso (gel-creme); 
9 Líquidos – loções ( aquosas e adstringentes) 
9 Pós – cosméticos em pó (talco, maquilagem etc) 
9 Vetoriais – lipossomos, nanosferas e silanois 
 
 O estado físico do veículo é selecionado pelo formulador de acordo com o objetivo 
do princípio ativo sobre a pele assim como de sua atividade. Logo, a escolha do 
veículo em emulsão, gel, creme, líquido ou pó vai depender diretamente do princípio 
ativo a ser veiculado. É sempre necessário que se considere a melhor estabilidade 
química, aproveitamento e compatibilidade entre os componentes. 
Devido à importância dos veículos, abordaremos os principais utilizados em 
cosmetologia e os estudaremos em detalhes para melhor compreensão do assunto. 
 
 
1) Cosméticos veiculados na forma de EMULSÃO: Cremes, leites e loções 
cremosas. 
 
1.1) Conceito de emulsão – É um sistema composto de duas fases que não se 
misturam (sistema heterogêneo). Uma fase fica dispersa na outra em forma de 
microesferas. As duas fases da emulsão são: 
 
fase externa ou contínua; 
fase interna, descontínua ou dispersa. 
 
 
 
 
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1.2) Tipos de emulsão 
Há principalmente dois tipos de emulsão: emulsão O/A (emulsão óleo em água) e 
emulsão A/O (emulsão água em óleo). Existem também as emulsões mistas – O/A/O 
e A/O/A. 
 
 
1.2.1) Emulsão O/A – É aquela em que a fase interna é constituída pelos 
componentes oleosos e a fase externa pela água. As emulsões O/A são 
geralmente menos oleosas, menos emolientes, pois possuem menor 
quantidade de óleo, têm secagem mais rápida, sua preparação é menos 
cara e mais fácil. Neste sistema a água engloba as partículas oleosas 
proporcionando um efeito evanescente ao mesmo. São facilmente 
laváveis com água, podendo ocorrer a formação de espuma. As 
emulsões O/A possuem menor quantidade de óleos, neste caso, 
dizemos que o material graxo está disperso na água. As emulsões de um 
modo geral apresentam-se brancas, devido ao diminuto tamanho de 
suas partículas. 
 
1.2.2) Emulsão A/O – É aquela em que os componentes hidrossolúveis 
constituem a fase interna e os componentes oleosos a fase externa da 
emulsão. As emulsões A/O possuem alto grau de ação emoliente e 
dissolvente, por isso são as formulações ideais para se preparar 
cosméticos demaquilantes, cremes de limpeza em geral. 
 
1.2.3) Emulsões mistas A/O/A e O/A/O – São aquelas em que uma 
emulsão A/O e O/A podem existir simultaneamente, isto é, uma gotícula 
do óleo pode conter diversas partículas de água e por sua vez estar 
suspensa em uma fase aquosa. 
 
 1. 3) Preparo das emulsões 
 
A preparação das emulsões exige agitação constante e a mistura gradativa dos 
componentes. As substâncias envolvidas na formulação devem ser previamente 
dissolvidas em água e em óleo de acordo com a solubilidade de cada um dos 
componentes participantes. As fases oleosas e aquosas devem estar à mesma 
temperatura. 
A fase interna deve ser lentamente adicionada à fase externa que já contém os 
agentes emulsionantes adequados. Este procedimento deve ser acompanhado de 
agitação constante e controle de temperatura. 
Um fator importante no preparo das soluções é a viscosidade do meio dispersante, 
pois quanto mais viscoso menor será a possibilidade de ocorrer a aglutinação das 
gotículas e, conseqüentemente, a quebra da emulsão por separação das fases. 
Para corrigir a viscosidade utilizam-se agentes espessantes, geralmente derivados 
da celulose, entre outros. 
Outro dado relevante refere-se à densidade dos componentes. Quanto menor a 
diferença de densidade entre os dois líquidos que serão emulsionados, menor será 
também a facilidade de separação entre eles. 
 
 
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1.4) Como atua um tensoativo? 
 
Os tensoativos são substâncias com características especiais em sua estrutura 
molecular, o que em última análise os tornam compostos essenciais nas formulações 
cosméticas. Devido à sua propriedade específica de emulsificação, são também 
chamados de agentes emulsionantes. 
São substâncias que contêm um grupo polar lipófilo e hidrófilo, sendo imprescindível 
a especificidade do tensoativo, ouseja, nitidamente lipófilo ou hidrófilo para que atue 
de forma a diminuir a tensão interfacial de uma das fases da mistura, podendo dessa 
maneira orientar a emulsão no sentido A/O ou O/A. 
Tensão interfacial é a força que existe entre as moléculas, que se manifesta sempre 
quando ocorre separação entre as fases não miscíveis: Exemplo – água em contato 
com óleo ou graxa. 
A tensão interfacial pode ser alterada pela introdução de agentes tensoativos em 
uma fase ou na outra e, às vezes, nas duas fases. 
Para que determinada substância seja considerada um bom agente tensoativo, é 
necessário que sua estrutura molecular seja tal que se coloque na interface entre o 
óleo e a água, ou seja, a parte lipófila ficará envolvida com o óleo da emulsão e a 
parte hidrófila irá dissolver a água ou outros componentes hidrófilos presentes. 
Os emulsionantes/tensoativos quando dimensionados adequadamente atuam de 
forma a arrastar as impurezas que se lhes apresentam. É o que acontece, por 
exemplo, com o detergente que ao dissolver os compostos graxos arrastam a sujeira 
que está contida e o fazem através da sua capacidade de detergência. O mesmo 
ocorre com o xampu, que retira a sujeira do cabelo emulsificando o óleo e arrastando 
as impurezas. 
Os tensoativos ou emulsionantes são selecionados pelo formulador de acordo com a 
finalidade do cosmético, pois alguns são formadores de espuma, como por exemplo 
os detergentes e xampus, enquanto outros são agentes de dissolvência apenas, ou 
seja, devem dissolver substâncias lipófilas ou hidrófilas, de acordo com a 
necessidade exigida para atender à formulação. 
Um bom tensoativo deve ter características gerais, como: 
 
ƒ Ser um bom agente estabilizador; 
ƒ Diminuir a tensão interfacial entre as partes; 
ƒ Ser específico, ou seja, nitidamente lipófilo ou hidrófilo para um 
dos tipos da emulsão; 
ƒ Ser quimicamente estável; 
ƒ Ser inodoro, incolor e não irritativo para a pele. 
 
Além das características acima, os agentes tensoativos possuem propriedades 
específicas, o que os tornam substâncias de relevante importância na indústria 
cosmética. Tais propriedades são: 
 
9 Ação emulsificante 
9 Espessantes/estabilizantes 
9 Ação de detergência 
9 Ação dispersante 
9 Ação anti-séptica 
9 Ação emoliente/amolecedores 
 
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 1.5 ) Classificação dos tensoativos 
Os tensoativos podem ser classificados de acordo com a capacidade de ionização 
dessas substâncias. Assim, podemos ter: Tensoativos Iônicos (catiônicos e 
aniônicos), Tensoativos Anfóteros (podem ser iônicos e catiônicos) e Tensoativos 
não iônicos. 
Para que possamos compreender com clareza os rótulos dos produtos cosméticos é 
necessário que façamos uma abordagem detalhada dos tensoativos. Assim, temos: 
¾ Tensoativos Iônicos – São substâncias tensoativas que em solução 
aquosa se dissociam formando íons. Podem ser: 
¾ Aniônicos – Formam ânions (íons negativos) em dissociação aquosa. 
São nitidamente hidrófilos, por isso orientam emulsões no sentido O/A. As 
principais características dos tensoativos aniônicos são: 
- Ação detergente 
- Ação anti-séptica 
- Ação dispersante 
- Orientadores de emulsões O/A 
 
Os principais tensoativos aniônicos usados em cosmetogia atualmente são: 
- Mono, di e tri estearatos de sódio 
- Estearato de glicerila 
- Derivados orgânicos amínicos 
- Ésteres sulfúricos de álcoois graxos 
 
Observação: 
Os sais metálicos de ácidos graxos (Estearatos de Cálcio e Magnésio) são 
tensoativos aniônicos, entretanto orientam emulsões no sentido A/O. 
 
¾ Catiônicos – São substâncias tensoativas que quando em solução 
aquosa formam cátions (íons positivos). As principais características 
dessas substâncias são: 
- Orientam emulsões no sentido A/O; 
- São bacteriostáticos; 
- Amaciantes (cabelos, tecidos, tinturas) 
 
Os tensoativos catiônicos mais usuais na indústria da cosmetologia são os sais de 
amônio quaternário, como por exemplo: Brometo de cetil trimetil amônio, muito 
utilizado na indústria cosmética para cabelos como emulsões para cremes rinses, 
cremes hidratantes e cremes amaciantes associados à tintura capilar. 
 
¾ Tensoativos Anfóteros - São substâncias com dupla polaridade, podem 
formar ãnions ou cátions, dependendo do pH do meio onde se encontram 
em dissociação. Em meio alcalino os anfóteros formam tensoativos 
aniônicos enquanto que em meio ácido são tensoativos catiônicos. São 
substâncias menos agressivas que os aniônicos e por isso são mais 
utilizados em formulações para produtos mais suaves, como xampus para 
bebês, cremes para peles sensíveis etc. Os tensoativos anfóteros 
apresentam as seguintes características: 
- Compatibilidade com outros tensoativos; 
- São nitidamente hidrófilos, orientam emulsões O/A; 
- Possuem ação detergente. 
 
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¾ Tensoativos Não-Iônicos – São substâncias tensoativas que em solução 
aquosa não se dissociam, ou seja, não formam íons. São ésteres obtidos 
de reações de esterificação de polialcoois com ácidos graxos, 
resultando em um tensoativo oleoso. São muito utilizados como agentes 
estabilizantes e espessantes das emulsões. 
 As características principais destes tensoativos são: 
ƒ Compatibilidade com outros tensoativos; 
ƒ São pouco irritativos; 
ƒ Estabilizantes, espessantes e geilificantes. 
 
 Os mais usuais são: 
- Estearatos de glicerol 
- Estearato de poetileno glicol 
- Ésteres do sorbitol 
- Ésteres da sacarose 
 
1.6) Componentes da emulsão 
1.6.1) Água - A pele tem grande necessidade de água para se manter elástica e 
saudável. A camada córnea da epiderme extrai normalmente a água de que 
necessita das camadas inferiores e do suor. Quando a pele está exposta a 
umidades relativas altas, ela absorve do próprio meio ambiente a água de que 
necessita. Entretanto, em condições desfavoráveis, tais como muito vento e 
baixa umidade, a pele mostra-se ressecada e áspera. 
Os cosméticos constituídos tão somente por compostos graxos poderão 
ressecar a pele pela falta de água no produto. 
A excessiva oclusão feita pelos componentes oleosos acabam por impedir a 
sudorese, o que é prejudicial à saúde da pele, apesar de permitir a absorção 
de princípios ativos por simples osmose. 
A grande vantagem dos cremes emulsionados sobre os compostos anidros é 
que permite um equilíbrio entre os componentes umectantes e emulsionantes, 
dando ao produto eficácia hidratante e superioridade sobre os ungüentos e 
pomadas anidros. 
A água utilizada deve ser inócua e isenta de metais, pois o processo de 
formação das colônias bacterianas se inicia no momento da fabricação e 
manipulação do produto. Faz-se necessário a adição de conservantes de 
todas as espécies para que o fabricante possa garantir a validade do produto 
por determinado prazo. Evidentemente que o formulador tem em absoluta 
relevância a importância da higiene na manipulação e da água utilizada que 
deve ser destilada ou deionizada. 
1.6.2) Componentes Oleosos/Emolientes – Os componentes oleosos são 
selecionados de acordo com as funções desejadas para o produto, procurando 
atender às características da formulação final e o preço. Existe à disposição da 
cosmetologia uma grande variedade de matérias-primas oleosas e podemos 
classificá-las de acordo com sua composição química, estabelecendo assim 
critérios funcionais para a sua seleção. Os componentes oleosos são matérias-
primas com baixa capacidade de absorção e, portanto, não realizam trabalho 
de nutrição como se pode supor. Atuam principalmente como agentes 
emolientes e de lubrificação do extrato córneo, com a função principal de 
proteção. 
 
 
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Curso Superior de Estética e Cosmetologia – UNISUAM - ISBFAssim temos: 
 
9 Derivados do petróleo 
- Parafinas (principalmente a líquida) 
- Vaselinas 
 
9 Triglicerídeos de origem vegetal ou animal 
9 Produtos oleosos sintéticos 
9 Ácidos e Álcoois graxos e seus derivados 
9 Ésteres graxos 
9 Silicones 
9 Óleos e gorduras insaponificáveis 
 
Observação: Devido à importância dos componentes oleosos nas emulsões 
cosméticas abordaremos os mais usuais com detalhes. 
 
9 Triglicerídeos de origem vegetal 
 
- Óleo de amêndoas doces – extração a frio das sementes de amêndoas, 
constituído principalmente pelos ácidos: Oleico, linoleico e ésteres de 
ácidos graxos. 
- Óleo de jojoba - extração a frio das sementes, rico em proteínas e 
aminoácidos. 
- Óleo de amendoim – extração a frio dos grãos sem casca, composto por: 
ácido oleico, linoleico, palmítico e esteárico, além de outros em teores 
menores. 
- Óleo de coco – gordura sólida a temperatura ambiente, largamente 
utilizada no preparo de sabões e xampus. 
- Óleo de palma – extraído do fruto de certo tipo de palmeira, é um óleo 
bastante viscoso, amarelado e sua aplicação cosmética ocorre 
principalmente na fabricação de sabões. É um óleo rico em glicerídeos 
derivados do ácido palmítico, esteárico e linoleico. 
- Óleo de gergelim – extração a frio das sementes do gergelim, trata-se de 
um óleo adocicado com capacidade de absorver os raios UV sendo, 
assim, bastante indicado seu uso em cosméticos com a finalidade de 
proteção solar. 
- Óleo de rícino – extração a frio das sementes do rícino, óleo viscoso de 
coloração amarelo claro. Possui a vantagem de ser solúvel em álcool, 
sendo por isso muito utilizado quando faz-se necessário dissolver 
substâncias solúveis em álcool. 
- Óleo de abacate – extração a frio da polpa do fruto do abacateiro. 
Constituído principalmente por ácido oleico, linoleico e palmítico. Óleo 
amarelo, com excelente resistência à oxidação, rico em carotenos 
(predecessor da vitamina A), além de vitaminas E, K, fitoesteróis e 
vitamina B, sendo esta última hidrossolúvel, se mantém sobre a polpa do 
fruto. Trata-se de um óleo empregado em produtos mais sofisticados, 
como cosméticos restauradores, nutritivos e produtos para os cabelos. 
Largamente utilizado no preparo de máscaras, cremes e loções cremosas 
nas concentrações de 0,1 a 5%. 
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- Óleo de algodão – Extraído a frio, constituído pelos ácidos: Linoleico, 
oleico e palmítico. 
- Óleo de milho – Extraído do germe de milho. Constituído pelos ácidos: 
oléico e linoleico e ainda palmítico esteárico. 
 
9 Triglicerídeos de origem animal 
 
- Esqualeno – Obtido por hidrogenação na extração do óleo de fígado de 
tubarão. Óleo incolor e antialérgico com excelente adaptabilidade para 
veicular, pois não reage quimicamente com facilidade dando assim 
estabilidade ao cosmético. 
- Óleo de tartaruga – Muito untoso, rico em vitaminas 
- Óleo de purcellin – Encontrado nas penas dos patos, apresenta muita 
semelhança com o sebo cutâneo e sendo assim possuem muita afinidade 
com o tecido epitelial e com os cabelos. São utilizados em cosmetologia 
como complemento para reestruturar o manto hidrolipídico. 
- Manteiga de cacau – Extraído por compressão a quente das sementes 
do fruto, cera de coloração branca/amarelada e odor muito característico e 
agradável, muito utilizada no preparo de formulações para batons e 
cremes específicos. 
- Cera de carnaúba – Extraída por fusão das ceras contidas nas folhas de 
certas palmeiras. Possui alto ponto de fusão e garante características de 
brilho ao cosmético, sendo amplamente utilizada no preparo de batons 
cintilantes e sombras para os olhos. 
- Cera de abelha – Utilizada como agente espessante nas emulsões 
cosméticas, é obtida por purificação e fusão das ceras constituintes nos 
alvéolos das colméias. 
- Lanolina – Retirada da lã do carneiro, é um óleo de consistência firme 
amarelado, odor característico e com composição semelhante à do sebo 
humano. Seus derivados são largamente utilizados como agentes 
espessantes e emolientes nas emulsões comésticas. 
- Espermacete – óleo extraído do cérebro dos cachalotes. De cor branca 
semitransparente solúvel em óleos, fornece ao produto final um aspecto 
perolado. Não contém teores altos de gorduras insaturadas, o que o torna 
um óleo bastante refratário à oxidação, facilmente absorvido pelo epitélio. 
- Sebo – Extraído do abdome do boi, carneiro ou cabra. Muito utilizado em 
indústrias de sabão, uma vez que são substâncias ricas em ésteres do 
glicerol, ou seja, com grande capacidade de saponificação. 
 
9 Matérias-primas oleosas sintéticas 
Apresentam alguma vantagem sobre os óleos naturais, entre elas, a maior facilidade 
de conservação, não exigindo, dessa maneira, o uso concentrado de aditivos o que 
torna o produto final mais vulnerável a alergias. 
São óleos e gorduras modificadas que apresentam compatibilidade química e 
estabilidade, substituindo com vantagem os produtos naturais. 
 
1.6.3) Componentes tensoativos/emulsionantes – A facilidade ou dificuldade com 
que duas fases formam uma emulsão é determinada pela tensão interfacial que 
existe entre os líquidos em questão. Emulsionam-se facilmente aqueles que têm 
baixa tensão interfacial com a água e, contrariamente, a tensão interfacial alta entre 
os componentes dificulta a emulsão. 
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A introdução de agentes tensoativos/emulsionantes pode alterar a tensão interfacial 
entre as fases. 
Tensoativos (ou emulsionantes) são substâncias que contêm em sua estrutura um 
radical lipófilo em uma extremidade da cadeia molecular e na outra um radical 
hidrófilo. Dessa maneira, apresentam-se como estruturas bipolares. Os tensoativos 
possuem características e propriedades especiais o que os tornam substâncias de 
relevante importância no preparo dos cosméticos. 
 
9 Características gerais importantes dos tensoativos: 
 
- Deve ser um bom agente estabilizador 
- Ser específico, ou seja, nitidamente lipófilo ou hidrófilo para um dos tipos 
da emulsão. 
- Ser quimicamente estável 
- Inodoro, incolor e não irritar a pele 
 
9 Propriedades dos tensoativos: 
 
- São agentes emulsificantes 
- São agentes emolientes (amolecedores) 
- São agentes dispersantes 
- Ação anti-séptica 
- Ação de detergência 
 
 
¾ Atividade das substâncias tensoativas 
 
 
9 Tensoativos/emulsionantes aniônicos – São tensoativos nitidamente 
hidrófilos, ou seja, orientam as emulsões com água na fase externa (O/A), 
sendo amplamente utilizados no preparo de detergentes, sabonetes e xampus. 
Os principais são: 
- Lauril sulfato de sódio 
- Lauril sulfato de amônia 
- Lauril éter sulfato de sódio 
- Lauril éter sulfacianato de sódio 
- Lauril éter de trietanolamina 
 
9 Tensoativos/emulsionantes catiônicos – Essas substâncias possuem 
propriedades anti-sépticas e são excelentes agentes para condicionadores 
capilares devido à atração que existe entre o amino-ácido (carregado 
negativamente) da fibra de queratina do cabelo e o emulsionante catiônico 
(positivamente carregado). Por isso são largamente utilizados nas formulações 
para condicionadores capilares, além de desodorantes devido à sua ação anti-
séptica. Os mais utilizados são: 
- CETAC – Cloreto de trimetil amônio 
- CETAB – brometo de trimetil amônio 
- Sais de dialquil dimetilamonio 
- Cloreto de benzalcônio 
 
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9 Tensoativos/emulsionantes anfóteros – Variam sua ação como tensoativo de 
acordo com o pH do meio. São agentes emulsionantes com maior tendência 
hidrófila, sendo por isso muito utilizado no preparo de detergentes e xampus. 
São menos agressivos que os aniônicos e, assim sendo, sua aplicação é maior 
nos produtos com ação dedetergência mais suaves. Exemplos dos 
mais usuais: 
- Imidazolina e seus derivados ( espumantes/bactericida) 
- Betaína e seus derivados 
- Aminoácidos e derivados 
9 Tensoativos/emulsionantes não iônicos – São substâncias que não formam 
íons quando se dissociam em água. São utilizados em geral como agentes 
espumantes e associados a outros tensoativos. Exemplos: 
- Éstere de glicerol 
- Monoetanolaminas de ácidos graxos de coco 
- Dietanolaminas de ácidos graxos de coco 
- Ésteres do polietilenoglicol 
- Ésteres do sorbitano 
1.6.4) Estabilizantes/Espessantes – São usados colóides hidrófilos na fase 
aquosa, especialmente para estabilizar as emulsões O/A. A função do estabilizante é 
aumentar a viscosidade, impedindo assim a mobilidade e a coalescência da fase 
dispersa. Os colóides podem ser: 
9 Orgânicos (naturais ou sintéticos): 
- Goma Xantana 
- Carbômeros 
- Derivados da celulose 
- Acrilatos 
- Alginatos 
9 Inorgânicos 
- Silicatos de alumínio e magnésio (SAM) 
- Bentonitas 
- Cloreto de sodio 
1.6.5) Umectantes – São substâncias hidroscópicas (propriedade de reter água) que 
diminuem a perda de água da massa cremosa dos produtos acabados e impedem a 
ruptura da emulsão e a formação de crostas superficiais. Facilitam a distribuição e a 
ação lubrificante dos cremes, causando uma sensação agradável de umidade e 
maciez à pele. Os umectantes mais utilizados em cosmetologia são de origem 
orgânica. São eles: 
 
- Sorbitol 
- Etilenoglicol 
- Dietilenoglicol 
- Carbowax 1000 
- Glicerol 
- Propilenoglicol 
- Ceras (animal e vegetal) 
- Silicones oleosos 
- Fosfolipídeos 
- Glicerina 
- Lactatos 
- D-Pantenol 
- Derivados da lanolina 
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Os umectantes devem ter as seguintes características: 
9 Alto grau de higroscopia 
9 Intervalode umectação alto 
9 Baixa viscosidade 
9 Compatibilidade com outras substâncias 
9 Volatilidade baixa 
9 Inocuidade 
9 Baixo ponto de congelamento 
 
2 ) Cosméticos veiculados na forma de GEL 
 
2.1) Conceito de Gel – É um sistema coloidal constituído por duas fases: uma fase 
dispersora líquida (água, álcool, propilenoglicol, acetona) e outra fase dispersora 
sólida ( agentes geilificantes). 
O gel é um veículo cosmético, viscoso, mucilaginoso, transparente, preparado em 
estado sólido ou semi-sólido. 
 
2.2) Tipos de Géis – Há dois tipos principais de géis: 
9 Géis Aquosos – São preparados em forma de gel sendo a fase dispersora líquida 
um solvente aquoso, ou seja, água, propilenoglicol, glicerol, acetona, álcool 
(sendo os dois últimos menos comuns) e a fase sólida um agente geilicante 
hidrosolúvel, como resinas, silicatos, polímeros etc. São formulações apropriadas 
para peles bastante oleosas, trazendo uma sensação de frescor e bem estar. 
Entretanto, apresentam limitações, uma vez que a maioria dos princípios ativos 
são não aquosos. 
 
9 Géis-Creme – Alguns autores chamam de oleogéis, pois são géis emulsionados 
com substâncias oleosas em baixa concentração de graxos e alta concentração 
de hidrófilos. Apresentam algumas vantagens sobre o gel aquoso, uma vez que 
podemos adicionar à parte oleosa princípios ativos lipossolúveis e ainda assim ter 
um produto com baixa concentração de óleos, garantindo frescor para as peles 
mais oleosas. 
 Os géis-cremes são chamados de cremes “oil-free” e as loções cremosas são 
chamadas de loções “oil-free”. 
Assim como as emulsões e os géis, os géis-cremes são também bastante 
suscetíveis a ataques bacterianos e a oxidação. Faz-se necessário, então, a adição 
de aditivos antioxidantes e preservantes ao produto. 
 
 
2.3) Vantagens e Desvantagens do Gel. 
9 Vantagens 
 
- Menos gorduroso 
- Secagem rápida 
- Fácil aplicação 
- Recebe ativos hidrófilos ( Gel aquoso) 
- Recebe ativos lipófilos ( Gel-Creme) 
- Não são oclusivos 
- Baixo índice de toxidade (preparo simples) 
- Rápida absorção 
- Sensação de frescor 
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9 Desvantagens 
- Pode ressecar a pele (principalmente os hidroalcoólicos) 
- Controle de pH é bastante crítico 
- Uso limitado (peles oleosas ou mistas) 
 
2.4) Aplicações dos cosméticos na forma de gel. 
 
As formulações cosméticas geilificadas aquosas ou gel-creme são preparadas com 
princípios ativos de maneira a garantir a aplicação específica do gel. Por tratar-se de 
formulações de preparo bastante simples, são geralmente formulados para atender a 
necessidades específicas, assim temos: 
 
9 Gel com efeito hidratante – Adiciona-se à matéria-prima geilificante e à água 
substâncias ativas com propriedades de hidratação e umectação, como por 
exemplo: glicerol, propilenoglicol, sorbitol etc., que serão associados a 
substâncias emolientes e solúveis em água, como derivados da lanolina por 
exemplo. Para o efeito hidratante pode também ser usado como solvente os 
álcoois umectantes cetílicos (etoxi e propoxi). O Lubragel tem sido amplamente 
utilizado como base umectante. Trata-se de um gel levemente ácido, com 
excelente estabilidade química, consistência e inócuo. Converte-se facilmente 
em hidratos, o que lhe garante a característica de excelente agente umectante e 
hidratante da pele. 
 
9 Gel com efeito deslizante – Ideal para o preparo de produtos para massagem 
corporal. Para se obter o efeito deslizante, adiciona-se à base gel um 
componente oleoso e que promova emoliência. Aos géis hidrofílicos adicionam-se 
os óleos leves que são solúveis em água, como por exemplo: derivados da 
lanolina, lecitina, poliois etc. Os géis oleosos promovem bastante emoliência e 
deslizamento. Entretanto, são muito untosos deixando uma sensação 
desagradável de oleosidade e dificultando o trabalho do esteticista. São, dessa 
forma, pouco recomendados. 
 
 
9 Gel com efeito calmante – Gel hidrofílico, obtido através da adição de ativos 
calmantes, como extratos vegetais (p.ex. camomila, calêndula, tília etc), além de 
alantoína, D-pantenol e outros. 
 
9 Gel com efeito refrescante – Obtém-se a partir da adição de ativos com 
capacidade de refrescância como mentol, hortelã, álcool etílico etc. 
 
 
9 Gel com efeito antiinflamatório – Adiciona-se à base gel substâncias ativas 
com propriedades antiinflamatórias e cicatrizantes. Os mais usuais são: alfa 
bisabolol (extraído da camomila) e própolis. Têm larga aplicação no tratamento de 
peles acneicas. 
 
¾ Gel com efeito condicionador – Encontra sua maior aplicação nos produtos 
capilares. O cabelo humano constitui-se de uma fibra carregada negativamente 
devido à presença dos aminoácidos da proteína queratina, principal constituinte 
do cabelo. Dessa forma, os produtos mais indicados para o cabelo humano são 
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os catiônicos, pois devido a atração eletrostática entre o cabelo (negativamente 
carregado) e a substância que, por tratar-se de um cátion, está com carga 
positiva, irá, por atração, revestir o fio capilar protegendo-o e garantindo brilho e 
maciez. Os géis indicados para receber os ativos condicionadores devem ter 
caráter catiônico e pH ligeiramente ácido. Os mais usuais são os polímeros 
poliquaternários (CTFA – polyquaternarium). São eles: Luviquat e Merquat. 
 
2.5) Matérias-primas utilizadas para a formulação do gel base. 
 
9 Formulação do gel base = Matéria-prima geilificante + solvente (água, álcool, 
acetona, propilenoglicol etc) 
 
¾ Agentes Geilificantes 
 
9 Derivados da Celulose 
- Natrozol (HEC) 
- Cellosize (HEC) 
- CMC (carboxi metil celulose) 
9 Resinas 
- carbopol (polímero do ácido acrílico) 
- Acrypol – ICS 1 
- Acrisint 400 
9 Naturais 
- Ágar – gel hidratante extraído de alguns tipos de algas 
- Alginatos – algas 
- Bentonita – Silicato de hidrato

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