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Interpretação Rápida da Gasometria

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dr-cesar 
TERAPIAS ENERGÉTICAS 
CURSOS – AMBULATÓRIO E CONSULTORIA 
 
www.dr-cesar.com 
dr.cesar@dr-cesar.com 
 
 
 
 
INTERPRETAÇÃO RÁPIDA DA GASOMETRIA 
 
MÉTODO SIMPLES E PRÁTICO 
 
AUTORES: Decio O. Elias & Maria Helena L. Souza 
http://perfline.com/emc/journal.cgi?folder=gases&next=1 
 
Índice 
 
 
MÉTODO SIMPLES E PRÁTICO 
INTRODUÇÃO 
OXIGENAÇÃO 
OXIGENAÇÃO - SANGUE ARTERIAL E VENOSO 
SIGNIFICADO DO pH 
COMPONENTE RESPIRATÓRIO 
COMPONENTE METABÓLICO 
EXCESSO OU DÉFICIT DE BASES 
VALORES NORMAIS DO SANGUE 
INTERPRETAÇÃO POR ETAPAS 
EXEMPLOS PRÁTICOS 
REFERÊNCIAS 
 
INSTRUÇÕES GERAIS 
 
Leia atentamente cada uma das páginas que compõem o presente módulo. Siga a sequência das 
páginas. A informação contida em cada página é importante para a compreensão da página 
seguinte. 
 
OBJETIVOS: 
O presente módulo, rápido e prático, tem a finalidade de oferecer aos perfusionistas,enfermeiros 
e estudantes, as informações necessárias à rápida interpretação dos resultados da gasometria 
arterial e venosa. A gasometria fornece informações essenciais sobre a oxigenação do sangue, a 
ventilação (eliminação do dióxido de carbono) e o equilíbrio ácido base. 
 
Após completar o estudo do módulo, o estudante deverá estar apto a: 
 
• Identificar os valores normais do pH, PaO2, PvO2, PaCO2, PvCO2, SaO2, SvO2, BE 
(BD) e HCO3. 
• Conhecer o significado dos valores dos parâmetros relacionados no ítem anterior. 
• Descrever o transporte de oxigênio e do dióxido de carbono no organismo. 
• Descrever a escala do pH e os seus desvios. 
 
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• Identificar os mecanismos respiratórios e metabólicos que controlam o equilíbrio ácido-
base do organismo. 
• Interpretar os resultados da análise dos gases. 
• Entender o mecanismo de ação dos recursos terapêuticos. 
 
O presente módulo é especialmente recomendado para perfusionistas, enfermeiros de Unidades 
de Terapia Intensiva das diversas unidades especializadas e estudantes. Essa recomendação pode 
estender-se aos enfermeiros e estudantes encarregados de ministrar assistência a pacientes graves 
e instáveis, em qualquer especialidade. 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
A análise dos gases sanguíneos (sangue arterial) é um recurso de extrema utilidade para a 
avaliação da oxigenação do sangue, da ventilação pulmonar e do estado ou equilíbrio ácido-base 
do organismo. A análise dos gases no sangue venoso informa sobre o consumo ou a extração de 
oxigênio nos tecidos e, portanto, indiretamente, informa sobre o estado do metabolismo celular. 
 
É essencial lembrar que os resultados dos exames, inclusive a gasometria, devem sempre ser 
correlacionados com os dados clínicos dos pacientes. Certos parâmetros da gasometria, contudo, 
ainda que os pacientes estejam assintomáticos, podem indicar a necessidade de tratamento. Esse 
é o caso, por exemplo, da hipocapnia arterial. Um paciente pode tolerar a PaCO2 baixa por um 
determinado tempo; entretanto, uma vez identificada, a hipocapnia deve ser corrigida, para evitar 
o aparecimento dos sintomas, que podem ser de grande severidade. 
 
Dentre as inúmeras aplicações práticas das informações do presente material, destacamos a 
assistência aos pacientes mantidos com respiradores mecânicos, estados de choque, 
envenenamentos e estados agudos de insuficiência cardíaca, respiratória ou renal, além dos 
pacientes submetidos à circulação extracorpórea em qualquer das suas modalidades. 
 
OXIGENAÇÃO 
 
 
Uma das informações mais importantes obtidas pela análise dos gases sanguíneos diz respeito à 
oxigenação do sangue. Em outras palavras, a análise do sangue nos informa sobre o conteudo de 
oxigênio. 
 
Isso é de fundamental importância para avaliar a oferta de oxigênio às células do organismo. O 
metabolismo apenas pode se processar adequadamente, com a utilização do oxigênio 
(metabolismo aeróbico). 
 
O oxigênio é transportado para as células pela corrente sanguínea, combinado à hemoglobina e, 
 
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em pequena parte, dissolvido na água do plasma. Os valores da análise dos gases (gasometria), 
importantes para avaliar a oxigenação são a PaO2 e a SaO2. 
 
Nota Importante: A convenção para a padronização da grafia dos valores dos gases, 
recomenda usar as seguintes letras: 
 
P (maiúsculo) - Representa a pressão parcial exercida pelo gás. PO2 é a pressão (tensão) parcial 
do oxigênio. PCO2 é a tensão (pressão) parcial do dióxido de carbono. 
 
S (maiúsculo) - Representa o gráu de saturação da hemoglobina. SO2 portanto, representa, o 
grau de saturação da hemoglobina pelo oxigênio. 
 
A (maiúsculo) - Representa os gases no ar contido nos alvéolos dos pulmões (ar alveolar). 
 
a (minúsculo) - Representa os gases contidos no sangue arterial. 
 
v (minúsculo) - Representa os gases contidos no sangue venoso. 
 
De acordo com a convenção acima, portanto, temos: 
 
PaO2 - Representa a pressão parcial do oxigênio no sangue arterial. 
PvO2 - Representa a pressão parcial do oxigênio no sangue venoso. 
PaCO2 - Representa a pressão parcial do dióxido de carbono no sangue arterial. 
PvCO2 - Representa a pressão parcial do dióxido de carbono no sangue venoso. 
SaO2 - Representa a saturação de oxigênio da hemoglobina no sangue arterial. 
SvO2 - Representa a saturação de oxigênio da hemoglobina no sangue venoso. 
PAO2 - Representa a pressão parcial de oxigênio no ar alveolar. 
 
Em condições normais, cerca de 97% do oxigênio transportado dos pulmões para os tecidos são 
carreados em combinação química com a hemoglobina, no interior das hemácias. Os restantes 
3% do oxigênio encontram-se dissolvidos na água do plasma e das células. Portanto, em 
condições normais, o transporte do oxigênio para as células do organismo é feito quase que 
totalmente pela hemoglobina. 
 
A PaO2 é a medida da pressão parcial do oxigênio no sangue arterial, mas refere-se apenas ao 
oxigênio dissolvido no plasma. A PaO2 não reflete a disponibilidade total de oxigênio para os 
tecidos. A PaO2 é medida em milímetros de mercúrio (mmHg). 
 
A SaO2 ou a saturação de oxigênio mede a proporção em que o oxigênio está ligado à 
hemoglobina. A saturação é expressa em percentual. A saturação de oxigênio normal do sangue 
 
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que alcança o átrio esquerdo é de 98%. A saturação é um melhor indicador da disponibilidade 
total de oxigênio para as células do organismo. Entretanto, há um certo paralelismo entre a 
pressão parcial e a saturação, conforme expressa a curva de dissociação da hemoglobina. 
 
A afinidade do oxigênio pela hemoglobina se altera devido à temperatura e ao pH do sangue. 
Essas alterações podem ser melhor compreendidas ao observarmos a Curva de Dissociação da 
Oxihemoglobina. 
 
Cada molécula de hemoglobina possui quatro radicais heme, capazes de se ligar ao oxigênio. 
Quando os radicais heme estão todos combinados ao oxigênio, a molécula resultante é a 
oxihemoglobina. 
 
Outras Combinações da Hemoblobina 
 
Embora a hemoglobina seja um pigmento específico para o transporte de oxigênio, outras 
substâncias podem ligar-se aos radicais heme e originar diferentes hemoglobinas - Por exemplo: 
 
Os fumantes e as pessoas que inalam a fumaça podem ter a sua hemoglobina saturada com 
monóxido de carbono (CO). Esta combinação origina a carboxihemoglobina - ela confere uma 
coloração "cereja" ao sangue e, é evidente, reduz drasticamente o transporte do oxigênio para o 
organsimo. As intoxicações por monóxido de carbono, podem ser fatais. 
Outrosagentes podem alterar a hemoglobina e produzir a metahemoglobina, sulfohemoglobina e 
outras hemoglobinas. Em todas essas hemoglobinas, o lugar do oxigênio na molécula é ocupado 
por outras substâncias, inúteis ao metabolismo celular. O transporte do oxigênio fica reduzido; 
há, portanto, hipóxia. 
Na hipóxia o sangue chega aos tecidos carregando uma menor quantidade de oxigênio, em 
relação ao normal. Ao contrário, na isquemia, o sangue com uma saturação normal de oxigênio, 
chega aos tecidos em menores quantidades que o normal. 
 
Em outras palavras: Hipóxia é o resultado da perfusão dos tecidos com sangue contendo uma 
menor quantidade de oxigênio. 
Isquemia é o resultado da redução do fluxo de sangue que perfunde os tecidos. 
 
OXIGENAÇÃO - SANGUE ARTERIAL E VENOSO 
 
A difusão do oxigênio dos alveólos pulmonares para o sangue ocorre movida pela diferença 
 
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entre as pressões parciais. Estas tendem a igualar-se nos dois lados da membrana dos alvéolos, 
para cada gás existente no sangue e no ar do interior dos aovéolos. 
 
A PO2 do sangue venoso que entra nos capilares pulmonares é de apenas 40 mmHg (PvO2 = 40 
mmHg). A PO2 no ar dos alvéolos pulmonares é de 104 mmHg (PAO2 = 104 mmHg). A 
diferença de 64 mmHg força o oxigênio a passar do ar alveolar para o sangue que circula nos 
capilares dos alvéolos. Ao alcançar 1/3 do comprimento do capilar, o sangue já está 
"arterializado". A PaO2 do sangue arterial é, portanto, de 104 mmHg. 
 
Normalmente o sangue arterial está 98% saturado de oxigênio. 
 
Ao atravessar os tecidos, o sangue arterial cede o seu oxigênio às células, para as atividades 
metabólicas. Ao deixar os capilares dos tecidos para juntar-se nas vênulas, a pressão parcial do 
oxigênio no sangue (PvO2) é de aproximadamente 35 a 40 mmHg. A saturação de oxigênio do 
sangue venoso oscila em torno de 70 a 75%. 
 
Quando a PvO2 e/ou a saturação do sangue venoso estão abaixo daqueles valores, significa que a 
extração de oxigênio pelos tecidos está aumentada. Isto pode ocorrer por uma exacerbação do 
metabolismo (febre, por exemplo) ou por uma redução do fluxo de sangue que perfunde os 
tecidos (estados de choque). 
 
A medida dos gases no sangue arterial e venoso, simultaneamente, em certas ocasiões, pode 
contribuir decisivamente para o diagnóstico e o tratamento de uma série de condições de extrema 
gravidade. 
 
SIGNIFICADO DO pH 
 
 
O pH é um índice criado para representar a concentração de íons hidrogênio (H+) existente em 
uma solução. 
 
Como os valores da concentração dos íons hidrogênio livres em uma solução eram representados 
por números com diversas casas decimais, tornou-se mais simples a representação logarítimica. 
Desse modo o pH representa o logarítimo inverso do número de íons hidrogênio livres em uma 
solução. 
 
A escala do pH varia de 1 a 14. A água foi tomada como elemento padrão para a comparação dos 
demais elementos da natureza. O pH da água é sete (7) e representa o ponto central da escala do 
pH. 
 
A água é uma substância neutra (pH = 7). Todas as substâncias cujo pH está compreendido entre 
1 e 7 são denominadas ácidas. Todas as substâncias cujo pH está compreendido entre 7 e 14 são 
denominadas alcalinas ou bases. 
 
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A figura ilustra a escala do pH e as faixas de acidez (ácidos) e de alcalinidade (bases). 
 
A água é o solvente universal dos líquidos orgânicos, como o sangue, por exemplo. A presença 
de outras substâncias dissolvidas na água do sangue, como os sistemas tampões, faz com que o 
pH do sangue seja ligeiramente alcalino. O pH do sangue normal varia entre 7,35 e 7,45. 
 
Quando o pH do sangue está abaixo de 7,35 dizemos que há acidose. Ao contrário, quando o pH 
do sangue está acima de 7,45 dizemos que há alcalose. É importante notar que a escala de pH 
relativa ao sangue considera a faixa de pH do sangue normal (7,35 - 7,45) como a faixa de 
neutralidade. 
 
COMPONENTE RESPIRATÓRIO 
 
 
O componente ou mecanismo respiratório, controla a quantidade de dióxido de carbono do 
sangue. Esse controle é exercido através da frequência e da profundidade da ventilação. 
 
Sabemos que o CO2 (dióxido de carbono) produzido pelo metabolismo das células é dissolvido 
no sangue para ser eliminado do organismo através da respiração (ventilação). O CO2 reage com 
a água (H2O) e essa reação química produz o ácido carbônico que dissocia em HCO3- (íon 
bicarbonato) e H+ (íon hidrogênio), que tende a reduzir o pH do sangue. 
 
Sempre que houver acúmulo de CO2 no sangue, o mecanismo da ventilação tende a eliminar 
mais CO2, para manter o pH do sangue dentro da faixa da normalidade. 
 
Sempre que houver redução da quantidade de CO2 no sangue o mecanismo da ventilação reduz a 
frequência respiratória e o CO2 se acumula, para recompor os valores do sangue normal. 
 
Apesar de eficiente, o mecanismo respiratório pode compensar as alterações apenas dentro de 
certos limites. Superados aqueles limites ocorrem os desvios. 
 
O acúmulo de CO2 aumenta, como vimos, a quantidade de íons hidrogênio livres no sangue. 
Logo o pH tende a cair. Produz-se acidose. Como a causa dessa acidose é a acumulação de CO2 
devido à ineficiência do mecanismo respiratório, a acidose produzida é denominada acidose 
respiratória. 
 
A eliminação excessiva do CO2 do sangue tende a reduzir a quantidade de íons hidrogênio livres 
e, portanto, o pH tende a elevar-se. Produz-se alcalose. Como a causa dessa alcalose é o excesso 
de eliminação do CO2, devido ao mecanismo respiratório, a alcalose produzida é denominada 
alcalose respiratória. 
 
A pressão parcial do CO2 no sangue arterial normal oscila entre 35 e 45 mmHg /PaO2 = 35 - 45 
mmHg. 
 
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Se uma acidose (pH inferior a 7,35) se acompanhar de uma PaCO2 superior a 45 mmHg, 
estaremos diante de uma acidose respiratória. Ao contrário, se uma alcalose (pH superior a 
7,45) se acompanhar de uma PaCO2 inferior a 35 mmHg, estaremos diante de uma alcalose 
respiratória. 
 
É importante ressaltar que a ventilação é separada da oxigenação. A ventilação refere-se 
apenas à entrada e saída de ar dos pulmões e/ou à eliminação do CO2. 
 
Em condições normais de funcionamento, a oxigenação ocorre sem dificuldades. Entretanto, 
pode haver redução da oxigenação com a ventilação normal. Isso ocorre quando há "shunts intra-
pulmonares". 
 
O dióxido de carbono (CO2) existe sob várias formas no sangue. Uma parte do CO2 está 
dissolvida no plasma. A PaCO2 representa a pressão parcial do CO2 dissolvido no plasma e, 
como vimos, é representado em mmHg. A outra parcela do CO2 combina-se com a hemoglobina 
ou fica dissolvida no interior das hemácias. 
 
Em resumo: 
 
1. O mecanismo respiratório (profundidade e frequência das respirações) controla o CO2 do 
sangue. 
2. O CO2 em solução é um ácido. 
3. A PaCO2 elevada causa acidose (pH abaixo de 7,35), ou neutraliza uma alcalose. 
4. A PaCO2 baixa causa alcalose (pH acia de 7,45), ou neutraliza uma acidose. 
 
COMPONENTE METABÓLICO 
 
 
O componente ou mecanismo metabólico consiste de um grupo de substâncias que 
participam da regulação do pH do sangue e dos demais líquidos orgânicos. 
As substâncias mais importantes são os sistemas tampão do bicarbonato. Os outros 
sistemas tampão, são o sistema do fosfato e o sistema das proteinas. Como seu efeito é 
lento e complexo, não serão analisados. O sistema "buffer" ou tampão realmente 
importante na manutenção do pH é o sistema bicarbonato. 
 
O bicarbonato(componente metabólico) existe em equilíbrio com o ácido carbônico 
(componente respiratório) para regular o pH dos líquidos orgânicos. 
 
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O íon bicarbonato (HCO3-) é o regulador metabólico. Quando há excesso de íons 
hidrogênio livres, o ion bicarbonato combina-se ao hidrogênio em excesso e forma o 
ácido carbônico (H2CO3) que por sua vez se decompõe em CO2 e água. O excesso de 
CO2 é eliminado pelo mecanismo respiratório e a água é eliminada pelos rins. 
 
Nos rins, o ácido carbônico é transformado em bicarbonato pela troca de hidrogênio por 
sódio. 
 
A elevação do bicarbonato no sangue causa alcalose ou neutraliza uma acidose. 
A redução do bicarbonato no sangue causa acidose ou neutraliza uma alcalose. 
 
Quando a acidose ocorre com a PaCO2 normal e o bicarbonato baixo, estamos 
diante de uma acidose metabólica. 
 
Quando a alcalose ocorre com a PaCO2 normal e o bicarbonato elevado, estamos 
diante de uma alcalose metabólica. 
 
O valor normal do bicarbonato no sangue oscila entre 22 e 26 mEq/l. 
EXCESSO OU DÉFICIT DE BASES 
 
 
Para analisar o equilíbrio ácido-base mediante os resultados da gasometria, devemos considerar: 
 
• A chave para tratar um distúrbio ácido-base é a compreensão da sua natureza. 
• Devemos entender o papel do ácido carbônico e a relação entre os ácidos e as bases. 
• O dióxido de carbono, quando dissolvido em água, comporta-se como um ácido. 
• O CO2 é produzido pelo metabolismo celular. 
• O mecanismo respiratório para regular o equilíbrio ácido-base é muito rápido e age em 
poucos minutos. 
• O mecanismo metabólico é mais lento e pode tardar horas para iniciar sua correção. 
• A maior defesa do organismo para corrigir os desvios do equilíbrio ácido-base é o 
sistema tampão ácido carbônico/bicarbonato. 
• A seguinte equação ilustra o fenômeno: CO2 + H2O <--> H2CO3 <--> 
(HCO3-) + (H+) 
• O pH normal é mantido pelo balanço do ácido carbônico H2CO3 e o bicarbonato 
HCO3- . 
• A gasometria demonstra a qualidade da oxigenação do sangue e a causa dos desvios do 
equilíbrio ácido-base, quando existentes. 
 
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• Ambos os mecanismos (respiratório ou metabólico) podem produzir acidose ou alcalose. 
• É comum a compensação de um distúrbio pelo outro. Assim uma alcalose pode 
compensar uma acidose e vice-versa. 
• Para o tratamento adequado, devemos identificar a causa da acidose ou da alcalose. 
 
VALORES NORMAIS DO SANGUE 
 
 
 
 
Observe que o pH do sangue venoso é ligeiramente mais baixo que o do sangue arterial. 
Isso é devido à maior concentração do CO2 que o sangue venoso transporta dos tecidos, 
para eliminação nos pulmões. 
 
Observe também que após ceder oxigênio aos tecidos, a PO2 e a SO2 do sangue venoso 
ficam bastante reduzidas, em relação aos valores do sangue arterial. 
 
INTERPRETAÇÃO POR ETAPAS 
 
 
A interpretação da gasometria pode ser feita de um modo simples, seguindo-se etapas: 
 
PRIMEIRA ETAPA 
Observar o pH. 
 
Um valor abaixo de 7,35 indica a presença de acidose. 
Um valor acima de 7,45 indica a presença de alcalose. 
 
 
 
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SEGUNDA ETAPA 
Observar a PaCO2. 
 
Um valor acima de 45 mmHg indica que a acidose é de natureza respiratória. 
Um valor abaixo de 35 mmHg indica que a alcalose é de natureza respiratória. 
 
TERCEIRA ETAPA 
Observar o bicarbonato (-HCO3). 
 
Quando o componente respiratório é excluido como causador do distúrbio (PaCO2 
normal), a sua natureza é certamente metabólica. 
 
Um bicarbonato abaixo de 22 mEq/l acompanha as acidoses metabólicas. Há um déficit 
de bases no sangue que pode ser calculado. O valor do déficit de bases indica a 
severidade do distúrbio. Um déficit de bases de -5 mEq/l acompanha uma acidose leve. 
 
Acima de 10 mEq/l temos as acidose graves. 
 
Um bicarbonato superior a 26 mEq/l acompanha as alcaloses metabólicas. Há um excesso 
de bases no sangue que pode ser calculado. Estas alcaloses, em geral, são mais benignas. 
 
QUARTA ETAPA 
Avaliar o excesso ou o déficit de bases no sangue. 
 
O sangue normal tem o BE (BD) entre - 2,5 e + 2,5 mEq/l. Valores abaixo ou acima 
acompanham os distúrbios. 
 
BD maior que - 5 ou - 10 acompanham as acidoses leves e moderadas. Acidoses severas 
cursam com déficits maiores. 
 
BE maior que + 5 mEq/l acompanha as alcaloses leves a moderadas. Raramente o BE é 
superior a + 10. Nesses casos, geralmente o paciente recebeu doses excessivas de 
bicarbonato de sódio ou outros agentes alcalinos. 
 
 
 
 
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QUINTA ETAPA 
Observar a PaO2 e a SaO2 
 
Se a PaO2 estiver acima de 65 mmHg e a SaO2 estiver acima de 90% podemos 
considerar a oxigenação como satisfatória. Uma saturação do sangue arterial (SaO2) 
abaixo de 80% indica hipóxia, tanto mais severa quanto mais baixa a saturação. Abaixo 
de 76 a 78% de saturação do sangue arterial pode surgir a cianose dos lábios e das 
extremidades. 
 
SEXTA ETAPA 
Identificar a ação dos mecanismos de compensação. 
 
Por exemplo, se a PaCO2 está elevada e o PH está normal, houve compensação da 
acidose respiratória. 
 
Os distúrbios compensados são menos graves e, em geral, não requerem tratamento. 
 
 
EXEMPLOS PRÁTICOS 
 
 
1 
Gasometria (sangue arterial): 
pH=7,30 
PaCO2=48 mmHg 
HCO3= 18 mEq/l 
BD= - 7 mEq/l 
PaO2= 85 mmHg 
SaO2=98% 
 
Interpretação - 
1. O pH está abaixo de 7,35 e indica a presença de acidose. 
2. A PaCO2 está acima de 45 mmHg e indica retenção de CO2 (causa respiratória). 
3. O bicarbonato de 18 mEq/l indica um déficit de bicarbonato. 
4. Há um deficit de bases de - 7 
5. A oxigenação está normal. 
 
 
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Conclusão: Acidose Respiratória 
 
2 
Gasometria (sangue arterial): 
pH= 7,48 
PaCO2=37 mmHg 
HCO3= 29 mEq/l 
BE = + 6 mEq/l 
PaO2= 93 mmHg 
SaO2= 96% 
 
Interpretação: 
1. O pH está acima de 7,45 e indica a presença de alcalose. 
2. A PaCO2 está normal. Indica um distúrbio provavelmente metabólico. 
3. O bicarbonato está acima de 26 mEq/l. Isso indica um excesso de bases e confirma a 
alteração metabólica. 
4. Há um excesso de bases de + 6 mEq/l. 
5. A oxigenação está normal. 
 
Conclusão: Alcalose Metabólica 
 
3 
Gasometria (sangue arterial): 
pH= 7,10 
PaCO2= 27 mmHg 
HCO3= 8 mEq/l 
BD= - 20 mEq/l 
PaO2= 42 mmHg 
SaO2= 52% 
 
Interpretação: 
1. O pH está muito abaixo de 7,35 e indica a presença de uma acidose severa. 
2. A PaCO2 está abaixo de 27 mmHg. Indica que o componente respiratório tentou 
compensar a acidose. 
3. O bicarbonato está abaixo de 22 mEq/l. Isso indica um distúrbio de origem metabólica. 
4. Há um grande déficit de bases ( - 20 mEq/l). 
5. A PaO2 e a saturação de oxigênio estão baixos. Isso indica a presença de hipóxia 
(severa no presente exemplo. 
 
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Conclusão: Acidose Metabólica 
 
4 
 
Gasometria (sangue arterial): 
pH= 7,50 
PaCO2= 38 mmHg 
HCO3= 30 mEq/l 
BE = + 5 mEq/l 
PaO2= 75 mmHg 
SaO2=94% 
 
Interpretação: 
1. O pH está acima de 7,45 e indica a presença de alcalose. 
2. A PaCO2 está normal. Isso afastauma causa respiratória para a alcalose. 
3. O bicarbonato está elevado, acima de 26 mEq/l. Isso indica uma causa metabólica para 
a alcalose. 
4. O BE está elevado (+ 5 mEq/l). Isso indica que há um excesso de bases no sangue. 
5. A PaO2 e a saturação de oxigênio estão normais. 
 
Conclusão: Alcalose Metabólica 
 
5 
 
Gasometria (sangue arterial): 
pH= 7,56 
PaCO2= 26 mmHg 
HCO3= 24 mEq/l 
BD= - 2,5 mEq/l 
PaO2= 80 mmHg 
SaO2= 98% 
 
Interpretação: 
1. O pH está acima de 7,45 e indica a presença de alcalose. 
2. A PaCO2 está abaixo de 35 mmHg e indica uma causa respiratória para a alcalose. 
3. O bicarbonato está normal. 
4. O BD está dentro da faixa normal. 
 
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5. A PaO2 e a saturação de oxigênio estão normais, indicando uma oxigenação 
satisfatória. 
 
Conclusão: Alcalose Respiratória 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
1. Souza MHL, Elias DO. Fundamentos da Circulação Extracorpórea. Centro Editorial 
Alfa Rio, Rio de Janeiro, 1995. 
 
2. Carmelengo, L. - Blood Gases. American Society of Extracorporeal Technology, Self 
Study Module, AmSECT, Reston, 1990. 
 
 
3. Colby, D.S. - Biochemistry. A Synopsis. Lange Medical Publications. Los Altos, 1985. 
 
 
4. Comroe, J. H. - Physiology of the Respiration. Year Book Medical Publ. Chicago, 
1974. 
 
 
5. Davenport, H. W. - ABC of Acid Base Chemistry, 6th. ed. The University of Chicago 
Press, Chicago, 1974. 
 
 
6. Fagundes, F. - Equilíbrio Ácido-Base. In: Souza, M.H.L.; Elias, D.O. Introdução à 
Circulação Extracorpórea. Soc. Bras. Circulação Extracorpórea. Rio de Janeiro, 1985. 
 
 
7. Seifert, P.C. - Cardiac Surgery. Perioperative Nursing Series. Mosby-Year Book, St. 
Louis, 1994. 
 
 
8. Shapiro, B.A.; Harrison, R.A.; Walton, J.R. - Apicações Clínicas dos Gases 
Sanguíneos. 2a ed. Edit. Cultura Médica, Rio de Janeiro, 1980. 
 
 
 
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9. Thelan, L. A.; Davie, J.K.; Urden, L.D. - Textbook of Critical Care Nursing: Diagnosis 
and Management. Mosby, St. Louis, 1990. 
 
 
10. Guinan M. RN, CCRN. - Interpretation of ABGs: A Four Step Method; 
http://www.rnceus.com/abgframe.html 
 
Esta apostila: 
 
AUTORES: Decio O. Elias & Maria Helena L. Souza 
http://perfline.com/emc/journal.cgi?folder=gases&next=1

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