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Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Naturais e Tecnologia Curso de Engenharia de Produção Disciplina: Direito aplicado à Informática Profª. MSc. Josilene F. Mendes AULA 1 Conteúdo Programático Introdução ao direito, à ciência jurídica e seus conceitos básicos: hierarquia de normas, ordenamento jurídico e jurisprudência. UNIDADE I: Legislação sobre informática no ordenamento jurídico brasileiro 1.1– Direito de Informática: definições; 1.2 – Lei do Software: benefícios, concessão e obrigações; 1.3 – Legislação correlata: decretos e portarias 1.4 – Competência institucional: Ministério de Ciência e Tecnologia UNIDADE II: Direito de Propriedade Intelectual 2.1 – Propriedade Intelectual: direito do autor, direito de propriedade industrial e repressão ao abuso do poder econômico (antitruste); 2.2 – Proteção constitucional e legislações; 2.3 – O processo administrativo para obtenção da patente e a extensão dos direitos de patente; 2.4 – A interação das criações no âmbito da informática com a Propriedade Intelectual; 2.5 – Fundamentos e proteção do Direito Autoral no Brasil e a Gestão coletiva de direitos autorais (Lei nº 12.853/13); 2.5 – A proteção jurídica dos programas de computador e de software no Brasil; 2.6 – Direito comparado: o tratamento jurídico do software em outros países; 2.7 – A tutela jurídica da propriedade intelectual na esfera civil e penal; 2.8 – A propriedade intelectual à luz do Código de Processo Civil. UNIDADE III: Validade jurídica dos documentos eletrônicos 3.1 – Documentos eletrônicos como instrumento probatório: legislação e aspectos controversos ; 3.2 – Marco legal, instrumentos e serviços no ordenamento jurídico brasileiro: projetos de lei, assinatura digital e comprova.com; 3.3 – Fluxo de dados transfronteiras e liberdade informática. UNIDADE IV: A transferência de tecnologia e suas regras básicas 4.1 – Conceito, objetivos e características; 4.2 – Relação entre transferência de tecnologia, desenvolvimento e propriedade intelectual; 4.3 – Organizações Internacionais Multilaterais e suas regras de transferência de tecnologia. UNIDADE V: Os principais contratos na área de informática e de prestação de serviços 5.1 – Legislação brasileira sobre comércio eletrônico; 5.2 – Código Civil: princípios e regras aplicáveis; 5.3 – Código de Defesa do Consumidor: princípios e regras aplicáveis; 5.4 – Modalidades de contratos: nacionais e internacionais. UNIDADE VI: As telecomunicações e sua regulamentação jurídica 6.1 – Legislação e fundamento constitucional 6.2 – Competência institucional 6.3 – Novas tecnologias nas telecomunicações no Brasil. UNIDADE VII: O fenômeno da "internet" e sua relação tanto no âmbito empresarial como particular. 7.1 – Legislação e fundamentação constitucional 7.2 – Segurança jurídica na internet 7.3 – O direito à privacidade e o controle das empresas aos seus funcionários 7.4 – O fenômeno da “Cibercultura”. Referências bibliográficas: ALMEIDA FILHO, J. C. de A.; CASTRO, A. A. Manual de informática e direito da informática. Rio de Janeiro: Forense, 2005. ANDRADE, R. A. de. Contrato eletrônico no novo código civil e no código do consumidor. Barueri: Manole, 2004. HAMMES, B. J. O direito de Propriedade Intelectual. 3ª ed. São Leopoldo, RS: Editora UNISINOS, 2002. MACHADO, A. A. Ensino jurídico e mudança social. 2ª ed. São Paulo: Expressão Popular. MARCACINI, A. T. R. Direito e Informática: uma abordagem jurídica sobre criptografia. Rio de Janeiro, RJ: Forense, 2002. MENKE, F. Assinatura eletrônica no direito brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. ORRICO JUNIOR, H. Pirataria de software. São Paulo: MM Livros, 2004. PAESANI, L. M. Direito de informática: comercialização e desenvolvimento internacional do software. 8ª ed. São Paulo: Atlas, 2012. PINHEIRO, P. P. Direito digital. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013. REALE, Miguel. Lições preliminares de Direito. 27ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003. VENTURA, L. H. Comércio e contratos eletrônicos: aspectos jurídicos. 2ª ed. São Paulo: EDIPRO, 2010. Bibliografia complementar: COLEMAN, E. Gabriela. Revoluções silenciosas: o irônico surgimento do software livre e de código aberto e a constituição de uma consciência legal hacker. In: LEAL, Ondina F.; SOUZA, Rebeca H. V. de. (orgs.) Do regime de propriedade intelectual: estudos antropológicos. Porto Alegre/RS: Tomo Editorial, 2010. KEMMELMEIER, Carolina S.; SAKAMOTO, Priscila Y. Transferência de tecnologia e as organizações multilaterais. In: WELBER BARRAL, Luiz O. (Org.). Propriedade Intelectual e Desenvolvimento. Florianópolis/SC: Fundação Boiteux, 2007. MURILLO, Luís F. R. Tecnologia, política e cultura na comunidade brasileira de software livre e de código aberto. In: LEAL, Ondina F.; SOUZA, Rebeca H. V. de. (orgs.) Do regime de propriedade intelectual: estudos antropológicos. Porto Alegre/RS: Tomo Editorial, 2010. Introdução ao direito, à ciência jurídica e seus conceitos básicos: hierarquia de normas, ordenamento jurídico e jurisprudência. O que é o direito? Concepção do fenômeno jurídico por Antônio Machado (2009) e Lyra Filho (2006) “(...) o conteúdo ou essência mesma do fenômeno jurídico: se é um fenômeno estático e reduzido à sua expressão meramente normativa, que parece ser o pensamento dominante; ou se, ao contrário, um fenômeno dinâmico e multifacetado, com dimensões normativas, mas também política, econômica, social e cultural, etc.” (MACHADO, 2009, p. 43). Paradigma normativista-positivista crise do Direito Perspectiva dialética do direito Direito versus direito Ciência jurídica e suas ramificações: Direito de Informática, Direito Civil, Direito Processual Civil, Direito de Propriedade Industrial. Hierarquia de normas: A Constituição da República Federativa do Brasil (CF/88) é a norma geral que orienta as demais normas em nosso país. Constituição Federal Leis Comp. e Ordinárias Leis delegadas MP etc. Ordenamento jurídico: “É o sistema de normas jurídicas in acto (no ato), compreendendo as fontes de direito e todo os seus conteúdos e projeções: é, pois o sistema das normas em sua concreta realização (...) pode ser visto como um macromodelo cujo âmbito de validade é traçado em razão do modelo constitucional, ao qual devem imperativamente se adequar todos modelos jurídicos” (REALE, 2003, p. 190/197 ). Jurisprudência: Conjunto de decisões judiciais sobre as temáticas de competência dos tribunais que servem como fundamento para novas demandas/lides, representando o entendimento dos juízes, desembargadores, ministros sobre os conflitos que lhes são apresentados como base para preencher as lacunas das normas. UNIDADE I: Legislação sobre informática no ordenamento jurídico brasileiro 1.1– Direito de Informática: definições e diferenças “A informação automatizada é vista como um bem negociável que em suas distintas manifestações reporta para a necessidade de se legislar a seu respeito, reconhecendo-se definitivamente a existência do Direito de Informática” (PAESANI, 2012, p. 2). “No Direito Digital prevalecem princípios em relação às regras, pois o ritmo de evolução tecnológica será sempre mais veloz que o da atividade legislativa(...) As características do Direito Digital portanto, são as seguintes: celeridade, dinamismo, autorregulamentação, poucas leis, base legal na prática costumeira, o uso da analogia e solução por arbitragem (PINHEIRO, 2013,p. 76/80)”. Informática jurídica: “é o processamento e armazenamento eletrônico das informações jurídicas, com caráter complementar ao do operador do Direito; é o estudo da aplicação da informática como instrumento (...)” (KAMINSKI, 2002, p.1). ≠ Direito da informática (Direito Eletrônico, Direito da internet, Direito do ciberespaço, Ciberdireito, Dieito online): estuda os valores éticos e as relações jurídicas derivadas da informatização latu sensu” (KAMINSKI, 2002, p.1). 1.2 – Lei do Software: benefícios, concessão e obrigações Lei 9609/98 – dispõe sobre a proteção da propriedade intelectual de programa de computador, sua comercialização no país. Definição de programa de computador: “Art. 1º (...) é a expressão do conjunto organizado de instruções em linguagem natural e codificada, contida em suporte físico de qualquer natureza, de emprego necessário em máquinas automáticas de tratamento da informação, dispositivos, instrumentos ou equipamentos periféricos, baseados em técnica digital ou análoga para fazê-los funcionar de modo e para fins determinados”. Da proteção aos direitos de autor e registro Proteção do direito de propriedade intelectual é pelo direito do autor e conexos (art. 2º), independente de registro a proteção é assegurada (art. 2º, § 3º). Não se aplicam os direitos morais (Art. 22, Lei nº 9610/98). Em qualquer momento, o autor pode reivindicar a paternidade do programa e de alterações não autorizadas que resultem em prejuízo ao programa ou à sua honra e reputação (art. 2º, § 1º ). Tutela dos direitos: 50 anos contados de 1º de janeiro do ano posterior a publicação do registro ou da criação (art. 2º, § 2º ). Direito exclusivo de autorizar ou proibir o aluguel comercial que não se esgota com a venda, licença ou outra forma de transferência de cópia do programa (art. 2º, § 5º ). Todos esses direitos são aplicados aos estrangeiros domiciliados no exterior, desde que o país de origem conceda direitos semelhantes aos brasileiros e aos estrangeiros domiciliados no Brasil (art. 2º, § 4º ). Autor do programa ≠ Titular do programa A critério do titular do programa, poderá ser registrado no INPI de acordo com o Decreto nº 2556 de 1998. Deve conter, no mínimo, para o registro: “I - os dados referentes ao autor do programa de computador e ao titular, se distinto do autor, sejam pessoas físicas ou jurídicas; II - a identificação e descrição funcional do programa de computador; e III - os trechos do programa e outros dados que se considerar suficientes para identificá-lo e caracterizar sua originalidade, ressalvando-se os direitos de terceiros e a responsabilidade do Governo (caráter sigiloso)” (art. 3º, § 1º). Apresentação da documentação formal do pedido (Dados e autorizações), documentação técnica (listagem integral ou parcial do código-fonte ou objeto do programa e todas suas especificações) e apresentação do pedido no INPI no Estado ou envio para sede no Rio de Janeiro. Pedido de registro com até 5 invólucros custa R$590,00 sendo de R$235,00 para pessoas naturais, cooperativas, microempresas e empresas de pequenos porte. Preços: consultar “Tabela retribuição software” do INPI. Salvo quando outra lei dispuser o contrário, os direitos referentes ao programa pertencem exclusivamente ao empregador, órgão público ou contratante de serviços durante a vigência do contrato de trabalho, vínculo estatutário ou empregatício desde que expressamente destinado à pesquisa e desenvolvimento ou ainda que atividade laboral preveja tal atividade ou decorra da natureza laborativa (art.4º, caput). “Art.4º, §2º. Pertencerão, com exclusividade, ao empregado, contratado de serviço ou servidor os direitos concernentes a programa de computador gerado sem relação com o contrato de trabalho, prestação de serviços ou vínculo estatutário, e sem a utilização de recursos, informações tecnológicas, segredos industriais e de negócios, materiais, instalações ou equipamentos do empregador, da empresa ou entidade com a qual o empregador mantenha contrato de prestação de serviços ou assemelhados, do contratante de serviços ou órgão público. OBS: Esse artigo se aplica aos programas de computador desenvolvidos por bolsistas, estagiários e assemelhados (Art. 4º, §3º). Salvo estipulação contratual, os direitos sobre as derivações autorizadas pelo titular dos direitos de programa de computador, inclusive sua exploração econômica, pertencerão à pessoa autorizada que as fizer (Art. 5º). Art. 6º: Não se configura como ofensa aos direitos do titular do programa. Das garantias aos usuários de programa de computador Todo produto deverá mostrar de forma fácil e legível ao usuário/consumidor o prazo de validade técnica da versão do programa comercializada (art. 7º); Usuários/consumidores tem direito a prestação de serviços técnicos complementares referentes ao adequado funcionamento do programa de acordo com suas especificações durante a vigência do prazo de validade técnica da versão do programa dentro do território nacional. Quem deve prestar esse serviço? quem comercializa seja titular dos direitos do programa ou só dos direitos de comercialização (art. 8º, caput). Caso seja retirada de circulação comercial a versão do programa dentro do seu prazo de validade técnica a obrigação de prestação de serviço técnico complementar persistirá, salvo se conceder justa indenização por prejuízos eventuais a terceiros (art. 8º, § único). Dos contratos de licença de uso, de comercialização e de transferência de tecnologia Uso dos programas de computador no Brasil será realizado mediante contrato de licença ou quando não tiver, comprova-se com a regularidade do uso com documento fiscal de compra ou licenciamento de cópia (art. 9 e § único); Os programas de computador de origem externa deverão fixar nos contratos de licença de direitos de comercialização a responsabilidade pelos pagamentos de tributos e encargos, assim como a remuneração do titular dos direitos do programa (art. 10). Nulidade de cláusulas em contratos. Nulidade de cláusulas em contratos (art.10, § 1º). O contratante no Brasil deverá conservar até 5 anos todos os comprovantes de pagamentos de tributos, remunerações em moeda estrangeira, que comprovará a licitude da comercialização. (art.10, § 1º). No caso de transferência de tecnologia, o INPI fará o registro dos contratos para divulgação perante terceiros e no ato da transferência fornecer os documentos tecnologia, código-fonte comentado, memorial descritivo, especificações funcionais, etc. (art. 11). Das infrações e das penalidades ”Art. 12. Violar direitos de autor de programa de computador: Pena - Detenção de seis meses a dois anos ou multa. § 1º Se a violação consistir na reprodução, por qualquer meio, de programa de computador, no todo ou em parte, para fins de comércio, sem autorização expressa do autor ou de quem o represente: Pena - Reclusão de um a quatro anos e multa. § 2º Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem vende, expõe à venda, introduz no País, adquire, oculta ou tem em depósito, para fins de comércio, original ou cópia de programa de computador, produzido com violação de direito autoral. § 3º Nos crimes previstos neste artigo, somente se procede mediante queixa, salvo: I - quando praticados em prejuízo de entidade de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo poder público;II - quando, em decorrência de ato delituoso, resultar sonegação fiscal, perda de arrecadação tributária ou prática de quaisquer dos crimes contra a ordem tributária ou contra as relações de consumo. § 4º No caso do inciso II do parágrafo anterior, a exigibilidade do tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, processar-se-á independentemente de representação.” “Art. 13. A ação penal e as diligências preliminares de busca e apreensão, nos casos de violação de direito de autor de programa de computador, serão precedidas de vistoria, podendo o juiz ordenar a apreensão das cópias produzidas ou comercializadas com violação de direito de autor, suas versões e derivações, em poder do infrator ou de quem as esteja expondo, mantendo em depósito, reproduzindo ou comercializando”. ”Art. 14. Independentemente da ação penal, o prejudicado poderá intentar ação para proibir ao infrator a prática do ato incriminado, com cominação de pena pecuniária para o caso de transgressão do preceito. § 1º A ação de abstenção de prática de ato poderá ser cumulada com a de perdas e danos pelos prejuízos decorrentes da infração. § 2º Independentemente de ação cautelar preparatória, o juiz poderá conceder medida liminar proibindo ao infrator a prática do ato incriminado, nos termos deste artigo. § 3º Nos procedimentos cíveis, as medidas cautelares de busca e apreensão observarão o disposto no artigo anterior. § 4º Na hipótese de serem apresentadas, em juízo, para a defesa dos interesses de qualquer das partes, informações que se caracterizem como confidenciais, deverá o juiz determinar que o processo prossiga em segredo de justiça, vedado o uso de tais informações também à outra parte para outras finalidades. § 5º Será responsabilizado por perdas e danos aquele que requerer e promover as medidas previstas neste e nos arts. 12 e 13, agindo de má-fé ou por espírito de emulação, capricho ou erro grosseiro, nos termos dos arts. 16, 17 e 18 do Código de Processo Civil.”. 1.3 – Legislação correlata: decretos e portarias Lei nº 7.232 de 29/10/84: dispõe sobre a Política Nacional de Informática - Protecionismo de mercado nacional da informática: medidas contra monopólio no setor, reserva de mercado com a definição de “empresas nacionais” A Administração Pública tem que dar preferência aos bens e serviços de informática produzidos por empresas nacionais. - Regime especial de concessão de incentivos tributários e financeiros para as empresas nacionais (art. 4º, VI); - Descrição das atividades de informática a serem protegidas pela política: art. 3º e incisos. - Cria o CONIN (Conselho Nacional de Informática e Automação): assessorar a Presidência da República quanto à política; propor o Plano Nacional de Informática e Automação (triênio); pronunciar-se sobre os currículos mínimos da formação profissional e de carreiras; opinar sobre as condições básicas dos atos e contratos na área de informática, entre outras; - Fundo Especial de Informática e Automação: para investir nas atividades de pesquisa e empregar na política; - Proteção ao direito do consumidor Garantia da qualidade técnica de bens e serviços, inclusive arcando com o ônus da prova dessa qualidade; fornecimento de partes e peças, prestação de serviço técnico até 5 anos depois da fabricação do produto (art. 23). Lei de Informática (nº 8248 de 23/10/1991) - Altera significativamente a Lei anterior, a Lei n. 7.232/84 e dispõe sobre a capacitação e competitividade do setor de informática e automação; - Administração Pública Direta e Indireta, fundações e organizações de controle direito ou indireto da União darão preferência nas aquisições de bens e serviços de informática e automação por empresas nacionais; - Revoga diversos artigos (9º e 22) da Lei anterior, pressupõe-se a indicação formal de extinguir a reserva de mercado e as medidas protecionistas (PAESANI, 2012); - Concessão de benefícios para o CNPQ e demais entidades sem fins lucrativos de fomento, coordenação e execução de pesquisa científica concede isenção de IPI nas compras de equipamentos, máquinas, aparelhos, instrumentos, peças e acessórios produzidos no Brasil; - Para se beneficiar das isenções e incentivos fiscais (Geral) investimento anual de 5% do faturamento bruto no mercado interno (da comercialização de bens e serviços de informática) em atividades de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia da informação no Brasil; - Aplicação do percentual mínimo de 2,3% em convênios com instituições de pesquisa e ensino brasileiras; preferencialmente nas áreas da SUDAM, SUDENE e região Centro-Oeste; recursos para a Fundação (FNDCT); e projetos estratégicas na área de segurança da informação. - Definição de bens e serviços de informática e automação art. 16-A; - Esta Lei não se aplica às mercadorias dos segmentos de áudio; áudio e vídeo; lazer e entretenimento, de acordo com a lista exposta no art. 16-A, § 1º, I a XVI. Aspecto inovadores da Lei: a política de informática no Brasil incentiva a parceria entre indústria, universidade, governo e sociedade no desenvolvimento tecnológico do país (PAESANI, 2012). com a extinção das regras de reserva de mercado possibilita a abertura para importação, transferência de tecnologia, da atuação das „joint ventures’ tecnológicas, só não foi eliminada a barreira fiscal (alíquota de 45% IPImp) (PAESANI, 2012). Lei 10.176 de 2001 (altera a Lei 8248/91) - Concessão de benefícios fiscais para as empresas que investirem em projetos de expansão na área de informática; - Prevê medidas para redução da importação e estímulo aos projetos de desenvolvimento tecnológico no país; - A Lei é acompanhada de 194 Portarias com concessão de incentivos fiscais para indústria nacional; - A concessão dos incentivos fiscais é condicionada existência de processo produtivo básico (PPB)a ser aprovado pelo Poder Executivo, de sistemas de qualidade (proteção do consumidor) e programas de participação dos trabalhadores nos lucros e nos resultados (PAESANI, 2012, p. 36). “Processo Produtivo Básico - PPB é o conjunto mínimo de operações, no estabelecimento fabril, que caracteriza a efetiva industrialização de determinado produto” (Art. 16 do Decreto 5906/06). Obs: Grupo Técnico Interministerial, GT-PPB. Redução progressiva dos incentivos fiscais: A redução do IPI no período de 2006 a 2009 era de 70% do imposto devido; Nas regiões abrangidas pela SUDAM, SUDENE e do Centro-Oeste a redução do IPI foi até 2003; Redução de 95% até 2004 para projetos aprovados após a promulgação desta lei; de 85% em 2009 quando foi extinta; Crédito de IPI quanto às matérias-primas, produtos intermediários e de embalagem. Para os bens de informática produzidos na região Centro-Oeste e nas áreas de abrangência da ADA (Agência de Desenvolvimento da Amazônia) e da ADENE (Agência de Desenvolvimento do Nordeste), a redução do IPI será de: 95% do imposto devido de 01/01/04 a 31/12/14; 90% de 01/01 a 31/12/15 e, de 85% 01/01/16 a 31/12/19. Outras normas jurídicas: Lei nº 8741 de 1993: dispõe sobre a composição e estrutura do CONIN, o Conselho Nacional de Informática e Automação; O Decreto 96036 de 1988: regulamenta matérias já contempladas pela Lei do Software; Decreto nº 84067 de 1979: cria a Secretaria Especial de Informática (SEI) como órgão complementar do Conselho de Segurança Nacional. OBS: Para acesso a toda legislação brasileira sobre tecnologia da informação/automação Portaldo MCTI Tecnologia da Informação e Comunicação Legislação selecionada 1.4 – Competência institucional: Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação MCTI SEPIN CGPC Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação (MCTI): criado em 1985 com a competência sobre política nacional de pesquisa científica, tecnológica e inovação; planejamento, coordenação, supervisão e controle das atividades da ciência e tecnologia; política de desenvolvimento de informática e automação; política nacional de biossegurança; política espacial; política nuclear e controle da exportação de bens e serviços sensíveis. Secretaria de Política de Informática: Compete à SEPIN, entre outras atribuições, propor e implementar ações de políticas públicas e projetos nacionais e internacionais para o setor de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), coordenando e acompanhando as medidas necessárias à execução da Política Nacional de Informática e Automação e o desenvolvimento do setor de Software. Coordenação-Geral de Serviços de Programas de Computador (CGPC): propõe, implementa, coordena e avalia políticas de incentivos fiscais, fortalecimento e consolidação de micros, pequenas e médias empresas, software livre, programas de qualidade e de avaliação de conformidade, de capacitação tecnológica, de acesso a internet e de desenvolvimento social, cultural e econômico que visem ao desenvolvimento dos setores de serviços intensivos em tecnologia da informação e de programas de computador no País. Exemplos: Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade de Software tem objetivo de estimular a adoção de normas, técnicas , métodos e ferramentas de qualidade e de Engenharia de Software para melhorar a qualidade de produtos, processos e serviços de software no país aumentando a competitividade no mercado nacional no âmbito internacional. Composto por setores privado, academia, voluntários, setores do governo e Administração Pública indireta (CEF, ECT, etc.), Eletronorte, entre outros. Na região Norte ALTSoluções, DrTECH, FabriQ, QUALITY, SOLTIN, ATECH, BenQ, ICON STI, SB Software. Programa para Promoção da Excelência do Software Brasileiro A SOFTEX (Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro) é uma OSCIP, cujo objetivo é de executar, promover, fomentar e apoiar atividades de inovação e desenvolvimento científico e tecnológico, de geração e transferência de tecnologias e de promoção do capital humano, através da educação, cultura e treinamento, de natureza técnica e mercadológica, com foco no setor de software e serviços de TI, visando o desenvolvimento deste setor no Brasil e a inserção do setor e do país na economia mundial. Criada em 1996, foi considerada pelo MCTI como gestora do Programa para promoção de exportação do software brasileiro. Além de promover projetos na área de empreendedorismo, associativismo e qualidade, inteligência estratégica para o setor de software e TI., se sustenta a partir de recursos do CNPq, BNDES, SEBRAE, BID. Site: http://www.softex.br/
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