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Direito da Informática matéria do semestre

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Direito da Informática 
Aula n. 01
14.09.2020
Marcel Edvar Simões
Procurador Federal
Mestre e Doutorando em Direito Civil pela Faculdade de Direito da USP
Professor de Direito Digital e Direito Civil
· E-mail: mam.simoes@uol.com.br
· Grupo no Telegram: Direito Digital c/ Prof Marcel Simões (acesse e ingresse pelo link: t.me/direitodigitalprofmarcel)
· Link para a pasta com material da disciplina no onedrive: https://unipead-my.sharepoint.com/:f:/g/personal/marcel_simoes_docente_unip_br/Eghs9-BP1hhHhbcrM1B80NUBiZaJmtTfgL-_C1qJ15NKuA?e=gKEIbe 
· Alguns tópicos do semestre:
· 1. Diferença entre Direito da Internet, Direito da Informática, Direito Digital e Direito da Tecnologia.
· 2. Internet: conceito, diferença entre internet e world wide web. 
· 3. História do computador e da internet, no mundo e no Brasil.
· 4. Características da internet.
· 5. A chamada sociedade de informação e suas características. Revolução 4.0.
· 6. A relação jurídica básica de Direito da Informática.
· 7. A informática como disciplina jurídica. Conceito de Direito da Informática.
· 8. Direito da Informática, Direito Autoral e Direito da Propriedade Industrial.
· 9. Legislação fundamental de Direito da Informática (Lei n. 7.232/1984 – Lei de informática; Lei nº 9.609/1998 – Lei do software).
· 10. Marco Civil da Internet (Lei n. 12.965/2014).
· 11. Lei Geral de Proteção de Dados (Lei n. 13.709/2018
· 
· Segundo uma corrente doutrinária (que nos parece a mais precisa):
· Direito da Internet ≠ Direito da Informática ≠ Direito Digital ≠ Direito da Tecnologia
· Direito da Internet: ramo do Direito que tem por objeto a disciplina jurídica da rede conhecida como Internet
· Direito da Informática: ramo do Direito que tem por objeto a disciplina jurídica dos computadores ligada à propriedade imaterial, isto é, no que tange à propriedade imaterial sobre os aspectos do software e do hardware
· Direito Digital: ramo do Direito que tem por objeto a disciplina dos problemas jurídicos envolvendo não apenas os computadores, mas também os dispositivos eletrônicos análogos que utilizam programas (software) em geral, e as múltiplas situações que surgem na chamada Sociedade de Informação.
· Direito da Tecnologia: ramo do Direito que tem por objeto a disciplina dos novíssimos problemas que surgem com o avanço da tecnologia em geral, no contexto da chamada Revolução 4.0 (robôs ou inteligência artificial, jurimetria etc.).
· Na realidade, então:
· Direito da Internet < Direito da Informática < Direito Digital < Direito da Tecnologia.
· A internet, sem dúvida alguma, é o coração de todos esses ramos, na atualidade.
.
 Introdução geral: Computadores, internet e informática
Internet.
1.1. Conceito: é um sistema global de redes de computadores interconectadas que usam um conjunto próprio de protocolos de comunicação (Internet Protocol Suite – TCP/IP) para interligar dispositivos ao redor do mundo.
- É uma “rede de redes de computadores/dispositivos”. 
- Tida atualmente como importante meio de comunicação.
1.2. Internet ≠ Rede Mundial de Computadores (em inglês: World Wide Web, também conhecida pelos termos web ou WWW). A rede mundial de computadores é um sistema de documentos em hipermídia, os quais são interligados e executados na internet.
- É uma “rede de documentos em hipermídia”.
(- Obs.: conceito de hipertexto: Hipertexto é o termo que remete a um texto ao qual se agregam outros conjuntos de informação na forma de blocos de textos, palavras, imagens ou sons, cujo acesso se dá através de referências específicas, no meio digital denominadas hiperligações. Essas hiperligações ocorrem na forma de termos destacados no corpo de texto principal, ícones gráficos ou imagens e têm a função de interconectar os diversos conjuntos de informação.)
Através dessa rede de dispositivos que é Internet são executados:
(i) a rede mundial de computadores (world wide web);
(ii) correio eletrônico (e-mail);
(iii) telefonia;
(iv) compartilhamento de arquivos;
(v) serviços de streaming;
etc. etc. 
1.3. Breve histórico da internet (e do computador) no mundo: 
- 3000 a.C., na Mesopotâmia: invenção do ábaco (instrumento de cálculo que é o antecedente remoto do computador).
- O matemático inglês BABBAGE (1791-1871), considerado o “pai do computador” desenvolve o projeto que designou “máquina analítica” (a qual, movida a vapor, podia realizar operações aritméticas).
- 1889: inventor americano Herman HOLLERITH usa cartões perfurados para instruir uma máquina, a fim de tornar mais célere o censo da população. Após, leva o uso dos cartões perfurados à atividade comercial, por meio de companhia que funda em 1896 e que viria a se tornar a IBM.
- 1924: surge a IBM.
- Entre 1939 e 1940: John Vincent ATANASOFF inventa o computador eletrônico digital (computador ABC). O reconhecimento formal dessa invenção por ATANASOFF ocorreu na decisão de um juiz federal dos EUA, em 1973 (caso Honeywell v. Sperry Rand).
- 1943: ALAN TURING dirige o projeto Colussus, utilizando uma máquina ordenadora para decifrar as mensagens codificadas dos alemães na 2ª Guerra Mundial (decifrar o código Enigma). Peculiaridade de TURING: partir do tipo de problemas que a máquina poderia resolver, seguindo regras lógicas.
- 15/02/1946: o ENIAC (Electronic Numerical Integrator and Computer), que já fora desenvolvido desde junho de 1943, é apresentado ao mundo, como o primeiro computador de grande escala, pesando cerca de 30 toneladas e capaz de fazer 5 mil operações por segundo, criação de John Eckert e John Mauchly (utilizando o modelo de completude de Turing) . O dia da informática é celebrado hoje mundialmente em 15/08, data associada ao ENIAC, mas essa data não se mostra correta, não representa nada de especial.
1958: os EUA criam a ARPA (Advanced Research Projects Agency), hoje DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency), agência destinada a coordenar os contratos de investigação federais.
- 1969: a DARPA inaugura a rede ARPANET (Advanced Research Projects Agency Network), com o objetivo de garantir uma segura e sobrevivente (se necessário) rede de comunicações para organizações ligadas à investigação científica na área de defesa. A ARPANET é considerada a “mãe” da internet. Sua finalidade, em suma, era militar: interligar as bases militares e os departamentos de pesquisa do governo americano.
- Década de 1980: surge o nome INTERNET (= Interconnected Networks), quando a tecnologia da ARPANET passou a ser usada para ligar universidades e grandes empresas.
- 1987: passam a ser permitidos conteúdos e comunicações de índole comercial. Meados da década de 1980: nascimento da internet moderna.
- Início da década de 1990: surge a World Wide Web, como resultado de um projeto suíço com o intuito de compartilhar facilmente documentos científicos. 
- Década de 1990: é a década da “explosão” da internet no mundo.
- 05 de julho de 1994: é fundada a Amazon, uma das primeiras (e hoje a maior) empresa de comércio eletrônico do tipo “varejista pela internet” do mundo.
- 1995: fundação do E-bay.
- 05 de agosto de 1999: fundação do MercadoLivre (empresa argentina).
- As compras online na China atingiram 253 bilhões de dólares na primeira metade de 2015, correspondendo a 10% do total de vendas no varejo na China no período.
- 2017/2018: administração Trump e o fim da neutralidade da rede nos EUA. Provedores de Internet podem agora bloquear ou limitar o tráfego, ou oferecer linhas pagas mais rápidas. Os provedores de serviços de internet passam a ter maior poder para regulamentar o conteúdo que os clientes acessam.
1.4. Breve histórico da internet no Brasil: 
- A Internet no Brasil se desenvolveu junto ao meio acadêmico e científico no final dos anos 1980. No seu início, o acesso era restrito a professores e funcionários de universidades e instituições de pesquisa.
- Em 1988, o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) conseguiu se conectar a Universidade de Maryland.
- Em 1994, alunos da USP criaram inúmeras páginas na Web.
- Em 1995 foi realizada a primeira transmissão a longa distância entre estados brasileiros,realizada por São Paulo e Rio Grande do Sul.
- Em maio de 1995 a internet deixou de ser exclusividade das universidades e da iniciativa privada para se tornar de acesso público.
- Ainda em 1995: é criado o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), com a atribuição de coordenar e integrar todas as iniciativas de serviços de Internet no país, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Criado pela Portaria Interministerial n. 147, de 31 de maio de 1995 (posteriormente alterada pelo Decreto n. 4.829/2003).
10 Princípios para Governança e Uso da Internet no Brasil (Decálogo do CGI.br), aprovados por consenso pelos membros do Comitê em 2009 (Resolução CGI.br/Res/2009/03/P):
(i) Liberdade, privacidade e direitos humanos;
(ii) Governança democrática e colaborativa;
(iii) Universalidade;
(iv) Diversidade;
(v) Inovação;
(vi) Neutralidade da rede;
(vii) Inimputabilidade da rede;
(viii) Funcionalidade, segurança e estabilidade;
(ix) Padronização e interoperabilidade;
(x) Ambiente legal e regulatório
- Em 06.01.2003, foi criado o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), associação civil sem fins lucrativos criada e supervisionada pelo Comite Gestor (CGI.br) para coordenar os diversos projetos, iniciativas e serviços em áreas de importância fundamental para o funcionamento e o desenvolvimento da internet no país.
O NIC.br é, portanto, órgão vinculado ao CGI.br, tendo sido criado com o objetivo de implementar as decisões e os projetos do CGI.br.
Além de implementar as decisões e projetos do CGI.br, o NIC.br tem entre suas atribuições:
(i) Coordenar o registro de nomes de domínio (Registro.br);
(ii) Estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil (CERT.br);
(iii) Estudar e pesquisar tecnologias de rede e operações (Ceptro.br);
(iv) Produzir indicadores sobre as tecnologias da informação e da comunicação (Cetic.br);
(v) Implementar e operar os Pontos de Troca de Tráfego (IX.br);
(vi) Viabilizar a participação da comunidade brasileira no desenvolvimento global da Web e subsidiar a formulação de políticas públicas (Ceweb.br);
(vii) Abrigar o escritório da W3C (no Brasil). Obs.: a W3C (World Wide Web Consortium) é um consórcio internacional com 450 membros (entre empresas, órgãos governamentais e organizações independentes) que é a principal organização de padronização da WWW.
Mas voltando ao histórico da Internet no Brasil:
- Em 1996 surgem os dois primeiros portais de internet privados do Brasil: o ZAZ (antecessor do Terra) e o UOL. O governo também desenvolve um serviço permitindo a entrega da declaração do Imposto de renda por meio da Internet.
- Em 2014: advento do Marco Civil da Internet (Lei n. 12.965/2014)
- Em 2016, mais de 50% dos domicílios brasileiros estão conectados à Internet.
- Em 2016, as vendas em varejo no e-commerce no Brasil atingiram cerca de 17 bilhões de dólares. 
- Em 18.09.2020, a maior parte da Lei Geral de Proteção de Dados (Lei n. 13.709/2018) entra em vigor. O Presidente da República sancionou a Lei de Conversão da Medida Provisória n. 959/2020, a qual veio a ser publicada na sexta-feira, 18/09 (Lei n. 14.058/2020). Com isso, por efeito da norma do art. 62, parágrafo 12, da Constituição Federal, nessa mesma data (sexta-feira, 18/09) entraram em vigor (finalmente, após uma complexa tramitação) os artigos 1o a 51 e 60 a 64 da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). 
· Redação atual do art. 65 da LGPD (com comentários em fonte cinza):
Art. 65. Esta Lei entra em vigor:    (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)      
 
I - dia 28 de dezembro de 2018, quanto aos arts. 55-A, 55-B, 55-C, 55-D, 55-E, 55-F, 55-G, 55-H, 55-I, 55-J, 55-K, 55-L, 58-A e 58-B; e                (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
 
 Artigos relativos à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD). Já estavam em vigor desde 28/12/2018.
 
 
I-A – dia 1º de agosto de 2021, quanto aos arts. 52, 53 e 54;           (Incluído pela Lei nº 14.010, de 2020)
 
 Artigos relativos às sanções: irão entrar em vigor somente em 01/08/2021.
 
II - 24 (vinte e quatro) meses após a data de sua publicação, quanto aos demais artigos.                  (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
 O Presidente da República sancionou a Lei de Conversão da Medida Provisória n. 959/2020 (Lei n. 14.058/2020), a qual veio a ser publicada na sexta-feira, 18/09. 
 
Acontece que o Art. 62, §12 CF prevê: 
“§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto.” 
Foi o que ocorreu no caso! (O Senado havia alterado o texto da MP 959, justamente excluindo a parte que ia prorrogar a entrada em vigor da LGPD para 03/05/2021)
 
Com isso, por efeito da norma do art. 62, §12 CF 12, nessa mesma data (sexta-feira, 18/09) entraram em vigor (finalmente, após uma complexa tramitação) os artigos 1º a 51 e 60 a 64 da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Desse modo, não se aplica exatamente o teor do inciso II deste artigo 65 da LGPD (a maior parte de seus dispositivos não entrou em vigor em 15/08/2020, mas sim em 18/09/2020).
· Detalhamento sobre a tramitação legislativa subjacente à entrada em vigor da LGPD:
Art. 65. Esta Lei entra em vigor:    (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)      
 
I - dia 28 de dezembro de 2018, quanto aos arts. 55-A, 55-B, 55-C, 55-D, 55-E, 55-F, 55-G, 55-H, 55-I, 55-J, 55-K, 55-L, 58-A e 58-B; e                (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
I-A – dia 1º de agosto de 2021, quanto aos arts. 52, 53 e 54;           (Incluído pela Lei nº 14.010, de 2020)
  
II - 24 (vinte e quatro) meses após a data de sua publicação, quanto aos demais artigos.                  (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
 
II - em 3 de maio de 2021, quanto aos demais artigos.        (Redação dada pela Medida Provisória nº 959, de 2020)                (Convertida na Lei nº 14.058, de 2020)
         
II - 24 (vinte e quatro) meses após a data de sua publicação, quanto aos demais artigos.                  (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
 
 A redação original do art. 65 da LGPD era: “Art. 65. Esta Lei entra em vigor após decorridos 18 (dezoito) meses de sua publicação oficial.” (= 15/02/2019)
 
A Medida Provisória n. 869/2018 (convertida posteriormente na Lei n. 13.853/2019 – ref. Alteração da LGPD mesmo) alterou o art. 65, que passou a ter dois incisos – o II, prevendo a vigência da maior parte da LGPD 24 meses após a data da sua publicação (= 15/08/2020).
 
A Medida Provisória n. 959/2020 (convertida depois na Lei n. 14.058/2020 – ref. Benefício Emergencial) alterou o inciso II para prever a vigência da maior parte da LGPD a partir de 03/05/2021. 
 
O Senado, contudo, ao aprovar a MP n. 959, excluiu o teor do art. 4º desta (que tratava da prorrogação da LGPD)!
 
O Presidente da República, então, sancionou a Lei de Conversão da Medida Provisória n. 959/2020 (Lei n. 14.058/2020), a qual veio a ser publicada na sexta-feira, 18/09. 
 
Acontece, que o Art. 62, §12 CF prevê: “§12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto.”
 
Com isso, por efeito da norma do art. 62, §12 CF 12, nessa mesma data (sexta-feira, 18/09) entraram em vigor (finalmente, após uma complexa tramitação) os artigos 1º a 51 e 60 a 64 da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que correspondem à maior parte dessa lei.
1.5. Alguns números sobre a internet, seu uso e o comércio eletrônico
- Em 1994, apenas 3% das salas de aula americanas tinham internet, enquanto em 2002 esse índice saltou para 92%.
- Em junho de 2012, mais de 2,4 bilhões de pessoas — mais de um terço da população mundial — usaram os serviços da internet.
1.6. Algumas características da internet e da WWW: 
(i) A internet não tem governança centralizada acerca de implementação tecnológica ou de políticas de acesso e uso; cada rede constituinte define suas próprias políticas. Apenas as definiçõesdos dois principais espaços de nomes na internet — o Internet Protocol Adress (IP adress) e o Domain Name System (DNS) — são dirigidos por uma organização mantenedora, a Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN).
(ii) A ARPANET já trazia esse princípio: uma rede em que todos os pontos se equivalem, não havendo um comando central. Se um ponto for atingido, os outros continuam podendo se comunicar.
(iii) A internet e a WWW funcionam com uma dupla finalidade: como meio de comunicação e como meio de publicação.
2. Sociedade da Informação (SI).
2.1. Pluralidade de expressões: sociedade de (ou da) informação, sociedade global de informação, era da informação, sociedade digital, sociedade de risco (expressão popularizada pelo sociólogo alemão Ulrich Beck), sociedade de massa, sociedade globalizada, sociedade em rede... aspectos diferentes, mas interligados, de uma mesma realidade.
2.2. Papel central do nascimento da internet para a configuração desse novo modelo de sociedade. A internet é o instrumento da sociedade de informação.
2.3. Origem da expressão “sociedade da informação”: 
(i) precursor do conceito: economista FRITZ MACHLUP, já em 1962, em estudo sobre o efeito das patentes na pesquisa; 
(ii) ALVIN TOFLER, escritor e futurista americano, já falava nos anos 1970 de uma era ou sociedade da informação; 
(iii) OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) utiliza a expressão pela primeira vez em 1975; 
(iv) na Europa, a expressão “sociedade de informação” é cunhada em 1993 por JACQUES DELORS, então Presidente da Comissão da Comunidade Econômica Europeia, por ocasião do Conselho de Kopenhagen.
2.4. Base da sociedade da informação: informação como meio de criação do conhecimento. Ligação com uma economia da informação, ou economia do conhecimento. A informação em si como um “bem de consumo sem rival” (na medida em que pode ser usado por uma multiplicidade de pessoas, ao contrário do que ocorre com os bens corpóreos). 
2.5. Conceito de sociedade da informação: novo paradigma de sociedade, no qual a energia é progressivamente substituída pela informação, como fonte primeira do progresso social, tendo como produto essencial a prestação de serviços novos. Baseia-se no uso ótimo das novas tecnologias da informação e da comunicação, com o respeito aos princípios democráticos, da igualdade e da solidariedade, visando o reforço da economia e da prestação de serviços públicos e, ao final, a melhoria da qualidade de vida de todos os cidadãos.
A informação (inclusive os dados pessoais!**) passa a ser o bem mais importante. 
** Breve excurso (“parêntesis”): alguns dispositivos fundamentais da Lei Geral de Proteção de Dados (Lei n. 13.709/2018):
“Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural.
Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de interesse nacional e devem ser observadas pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)”
Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se:
I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural identificada ou identificável;
II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando vinculado a uma pessoa natural;
(...)
 X - tratamento: toda operação realizada com dados pessoais, como as que se referem a coleta, produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, processamento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou controle da informação, modificação, comunicação, transferência, difusão ou extração; 
Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser realizado nas seguintes hipóteses:
I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular;
II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador;
III - pela administração pública, para o tratamento e uso compartilhado de dados necessários à execução de políticas públicas previstas em leis e regulamentos ou respaldadas em contratos, convênios ou instrumentos congêneres, observadas as disposições do Capítulo IV desta Lei;
IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possível, a anonimização dos dados pessoais; 
V - quando necessário para a execução de contrato ou de procedimentos preliminares relacionados a contrato do qual seja parte o titular, a pedido do titular dos dados;
VI - para o exercício regular de direitos em processo judicial, administrativo ou arbitral, esse último nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ;
VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro;
VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitária; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) 
IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos do controlador ou de terceiro, exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção dos dados pessoais; ou
X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na legislação pertinente.” 
2.6. Características da sociedade da informação:
(i) Tendência de queda dos custos relativos e disponibilidade universal da informação;
(ii) Introdução do tempo real na informação e na sociedade (reconfiguração de noções de tempo e espaço na transmissão de informações, “ao vivo”, e na noção de pertencimento – aldeia global). 
Depois, veio ainda a introdução da noção de tempo virtual ou digital (ainda mais rápido do que o tempo real: várias ações devendo ser realizadas simultaneamente, ultrapassando a barreira do tempo real... e isso repercute também sobre a atividade jurídica. “Se a fórmula jurídica estiver errada, mesmo que se possa corrigi-la, o custo do tempo pode ser fatal”).
(iii) Novos riscos para as pessoas e a vida em sociedade: crimes cibernéticos, novas violações ao direito geral da personalidade, ciberterrorismo etc.
3. A relação jurídica básica de Direito da Informática
3.1. Segundo a teoria geral da relação jurídica (importante instrumento desenvolvido por juristas alemães, no século XIX, para pensar e compreender os fenômenos jurídicos), toda a relação que interessa ao Direito (chamada de relação jurídica) é composta de 4 elementos: (i) sujeitos; (ii) objeto; (iii) fato jurídico constitutivo da relação (fato da realidade sobre o qual incide uma norma jurídica, e que coloca os sujeitos em relação, acerca de um específico objeto); e (iv) garantia (que corresponde ao conceito de ação, isto é, ao conjunto de meios que o ordenamento jurídico confere aos sujeitos em relação, destacadamente ao sujeito ativo, para assegurar a realização do seu direito, a realização do seu interesse). 
Toda e qualquer relação jurídica tem, ainda, um conteúdo, que não se confunde com nenhum desses quatro elementos, e que é dado pela conexão, pelo encontro, entre os poderes jurídicos (por exemplo, direitos subjetivos) do sujeito ativo e os deveres jurídicos do sujeito passivo.
* Quadro esquemático nº 1: Teoria Geral da Relação Jurídica
3.2. Existe uma relação jurídica que pode ser chamada de “relação jurídica básica de Direito da Informática”, estando na base da nossa disciplina. É uma relação jurídica que tem a seguinte configuração:
(i) Seu sujeito ativo é o titular de um direito de propriedade intelectual, de caráter imateral (conforme estudaremos mais adiante);
(ii) Seu sujeito passivo é o chamado sujeito passivo universal, isto é, corresponde à coletividade, ao conjunto indeterminado de todos os demais sujeitos que vivem em sociedade,e que tem o dever geral de respeitar o direito de propriedade intelectual titularizado pelo sujeito ativo.
(iii) Podem ser objetos desta relação jurídica tanto o software (= programas de computador) como o hardware (= equipamentos que servem como suporte físico para rodar softwares). Obs.: mesmo no caso do hardware – que é um bem corpóreo, material (isto é, um coisa, em sentido estrito) – o direito sobre ele nessa relação jurídica básica de direito da informática não é um direito de propriedade verdadeiro (como previsto no art. 1.228 do Código Civil. O objeto último protegido por essa relação jurídica é, portanto, em última análise a informação (porque software e hardware são os dois aspectos pelos quais a informática processa, armazena e transmite informações).
(iv) O fato jurídico constitutivo da relação jurídica de direito da informática é a criação, o desenvolvimento de um software, ou a invenção de algum tipo, versão, modelo de equipamento (hardware).
Quadro esquemático nº 2: Relação Jurídica Básica de Direito da Informática (art. 7º, XII, da Lei n. 9.610/1998 e art. 6º, caput e art. 42 da Lei n. 9.279/1996):
II. O Direito da Informática, O Direito Autoral e o Direito da Propriedade Industrial 
1. Informática como Disciplina Jurídica
- O Direito da Informática, até não muito tempo atrás, era considerada área obscura e pouco conhecida. Entendia-se que só quem pertencesse ao “grupo fechado” da área entenderia a sua linguagem.
- Origem do vocábulo informática: é um galicismo, nascido da fusão dos termos information e automatique, que significa tratamento automático da informação. E o computador é a base desse tratamento automatizado.
- Conceito de Direito da Informática em sentido amplo (também chamado de Direito Digital): o Direito da Informática é o novo ramo do Direito, na intercessão entre o Direito Público (e.g., proteção dos dados pessoais, proteção das liberdades públicas na rede, crimes cibernéticos) e o Direito Privado (e.g. proteção do software, proteção de bancos de dados, contratos eletrônicos), que cuida da disciplina jurídica da informação, tendo por objeto o software, o hardware e os diversos bens digitais (livros digitais, milhas aéreas, moedas virtuais, e-mails, redes sociais, cybercultura etc.).
- Já o Direito da Informática em sentido estrito cuida da disciplina jurídica do software e do hardware quanto aos seus aspectos autorais e de propriedade industrial, respectivamente.
. Informática como Disciplina Jurídica
- O Direito da Informática, até não muito tempo atrás, era considerada área obscura e pouco conhecida. Entendia-se que só quem pertencesse ao “grupo fechado” da área entenderia a sua linguagem.
- Origem do vocábulo informática: é um galicismo, nascido da fusão dos termos information e automatique, que significa tratamento automático da informação. E o computador é a base desse tratamento automatizado.
- Conceito de Direito da Informática em sentido amplo (também chamado de Direito Digital): o Direito da Informática é o novo ramo do Direito, na intercessão entre o Direito Público (e.g., proteção dos dados pessoais, proteção das liberdades públicas na rede, crimes cibernéticos) e o Direito Privado (e.g. proteção do software, proteção de bancos de dados, contratos eletrônicos), que cuida da disciplina jurídica da informação, tendo por objeto o software, o hardware e os diversos bens digitais (livros digitais, milhas aéreas, moedas virtuais, e-mails, redes sociais, cybercultura etc.).
- Já o Direito da Informática em sentido estrito cuida da disciplina jurídica do software e do hardware quanto aos seus aspectos autorais e de propriedade industrial, respectivamente.
. Legislação fundamental de Direito da Informática:
2.1. Lei de Informática: Lei nº 8.248/1991 (“Dispõe sobre a capacitação e competitividade do setor de informática e automação”). Foi muito alterada por leis posteriores, como a Lei n.º 10.176/2001, a Lei n.º 11.077/2004, a Lei n.º 13.969/2019.
2.2. Lei da Política Nacional de Informática: Lei n.º 7.232/1984 (“Dispõe sobre a Política Nacional de Informática, e dá outras providências.”). Foi parcialmente revogada pela Lei nº 8.248/1991, mas ainda forma com esta um sistema binário.
2.3. Lei do Software: Lei nº 9.609, de 19 de fevereiro de 1998 (Dispõe sobre a proteção da propriedade intelectual de programa de computador, sua comercialização no País, e dá outras providências.)
3. Algumas das normas mais importantes da Lei de Software (Lei n. 9.609/1998):
- Art. 1º: define o que é programa de computador (software): conjunto organizado de instruções em linguagem natural ou codificada. E define para que ele serve: emprego em “máquinas automáticas de tratamento da informação, dispositivos etc.”, para fazê-los funcionar de modo e para determinados fins.
- Qual é o regime jurídico da proteção do software no Brasil? R: é o regime jurídico do Direito Autoral, segundo o art. 2º da Lei de Software: 
“Art. 2º O regime de proteção à propriedade intelectual de programa de computador é o conferido às obras literárias pela legislação de direitos autorais e conexos vigentes no País, observado o disposto nesta Lei.
§ 1º Não se aplicam ao programa de computador as disposições relativas aos direitos morais, ressalvado, a qualquer tempo, o direito do autor de reivindicar a paternidade do programa de computador e o direito do autor de opor-se a alterações não-autorizadas, quando estas impliquem deformação, mutilação ou outra modificação do programa de computador, que prejudiquem a sua honra ou a sua reputação.”
Aula n. 06
26.10.2020
Marcel Edvar Simões
Procurador Federal
Mestre e Doutorando em Direito Civil pela Faculdade de Direito da USP
Professor de Direito Digital e Direito Civil
· E-mail: mam.simoes@uol.com.br
· Grupo no Telegram: Direito Digital c/ Prof Marcel Simões (acesse e ingresse pelo link: t.me/direitodigitalprofmarcel)
· Link para a pasta com material da disciplina no onedrive: https://unipead-my.sharepoint.com/:f:/g/personal/marcel_simoes_docente_unip_br/Eghs9-BP1hhHhbcrM1B80NUBiZaJmtTfgL-_C1qJ15NKuA?e=gKEIbe 
· 4. Diretos de propriedade intelectual. 
· - Bibliografia para aprofundamento: OLIVEIRA ASCENÇÃO, José de. Direito Autoral. 2. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2007.
· - Conceito e quadro. São direitos de “propriedade” (tomado este termo em sentido lato; poder-se-ia dizer também de titularidade) sobre bens imateriais ou incorpóreos ligados à criação/produção intelectual. Tais direitos guardam ligação íntima, acabam se prendendo intimamente, à personalidade jurídica de determinado ente (o direito moral de autor, ao menos, é usualmente relacionado entre os direitos da personalidade). Os direitos de propriedade intelectual constituem gênero, cujas espécies são: 
· 1. Direitos de autor (sobre criação literária e artística). O Direito Autoral é regido no Brasil pela Lei n. 9.610/1998 (Lei de Direitos Autorais – LDA). Seus sujeitos ativos são pessoas físicas (os patrimoniais podem ser titularizados por pessoas jurídicas)
· 1.1. Direitos morais de autor (art. 24): e.g., a autoria é intransferível (alguns direitos morais de autor, porém, se transferem para os sucessores mortis causa)
· 1.2. Direitos patrimoniais de autor (arts. 28 e 29): são os direitos na utilização ou reprodução da obra. Podem ser transmitidos.
· 1.3. Direitos conexos dos direitos de autor – art. 89 e ss. (direitos dos artistas intérpretes ou executantes, dos produtores de fonogramas e das empresas de radiodifusão. Também o direito do tradutor é tratado como um dos direitos conexos aos direitos do autor).
· 2. Direitos de propriedade industrial (sobre marcas, patentes e modelos de utilidade [inventos], desenhos industriais). O Direito Industrial é disciplinado pela Lei n. 9.279/1996.
· 
· 5. Direito Autoral.
· 5.1. Conceito e posição no sistema jurídico. É o ramo do Direito Civil que cuida dos direitos de autor e dos direitos conexos aos de autor. Há quem sustente a sua posição como novo ramo ao lado dos cinco ramos especializados tradicionais do Direito Civil, que são o Direito das Obrigações, o Direitodas Coisas, o Direito de Família e o Direito da Sucessões (além do Direito de Personalidade, expresso no Código Civil de 2002).
· 5.2. Há a relação jurídica básica de direito autoral (sujeito ativo = criador da obra intelectual; sujeito passivo = sujeito passivo universal). E há outras relações jurídicas que são obtidas a partir desta, “derivadas”, que também são reguladas pelo Direito Autoral, como as relações entre o criador de obra intelectual , seus intérpretes ou executantes e aqueles que vão fazer sua reprodução, exposição ou utilização publicamente. Ou ainda como as relações jurídicas de direito penal derivadas dos crimes contra o Direito Autoral (sujeito ativo = Estado punitivo; sujeito passivo = infrator penal) – e.g. art. 184 do Código Penal.
· 5.3. Duas normas importantes da Lei de Direitos Autorais:
· - Art. 3º Os direitos autorais reputam-se, para os efeitos legais, bens móveis.
· - Art. 4º Interpretam-se restritivamente os negócios jurídicos sobre os direitos autorais. 
5.4. Diretos Morais do Autor – art. 24 da Lei de Direitos Autorais:
Art. 24. São direitos morais do autor:
I - o de reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra;
II - o de ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional indicado ou anunciado, como sendo o do autor, na utilização de sua obra;
III - o de conservar a obra inédita;
IV - o de assegurar a integridade da obra, opondo-se a quaisquer modificações ou à prática de atos que, de qualquer forma, possam prejudicá-la ou atingi-lo, como autor, em sua reputação ou honra;
V - o de modificar a obra, antes ou depois de utilizada;
VI - o de retirar de circulação a obra ou de suspender qualquer forma de utilização já autorizada, quando a circulação ou utilização implicarem afronta à sua reputação e imagem;
VII - o de ter acesso a exemplar único e raro da obra, quando se encontre legitimamente em poder de outrem, para o fim de, por meio de processo fotográfico ou assemelhado, ou audiovisual, preservar sua memória, de forma que cause o menor inconveniente possível a seu detentor, que, em todo caso, será indenizado de qualquer dano ou prejuízo que lhe seja causado.
§ 1º Por morte do autor, transmitem-se a seus sucessores os direitos a que se referem os incisos I a IV.
§ 2º Compete ao Estado a defesa da integridade e autoria da obra caída em domínio público.
§ 3º Nos casos dos incisos V e VI, ressalvam-se as prévias indenizações a terceiros, quando couberem.
Art. 25. Cabe exclusivamente ao diretor o exercício dos direitos morais sobre a obra audiovisual.
Art. 26. O autor poderá repudiar a autoria de projeto arquitetônico alterado sem o seu consentimento durante a execução ou após a conclusão da construção.
Parágrafo único. O proprietário da construção responde pelos danos que causar ao autor sempre que, após o repúdio, der como sendo daquele a autoria do projeto repudiado.
Art. 27. Os direitos morais do autor são inalienáveis e irrenunciáveis
. Diretos Patrimoniais do Autor: são os direitos devidos na utilização ou reprodução da obra, que dependem de autorização expressa do autor. Dotados da possibilidade de valoração econômica e consequente expressão pecuniária.
“Art. 28. Cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor da obra literária, artística ou científica.
Art. 29. Depende de autorização prévia e expressa do autor a utilização da obra, por quaisquer modalidades, tais como:
I - a reprodução parcial ou integral;
II - a edição;
III - a adaptação, o arranjo musical e quaisquer outras transformações;
IV - a tradução para qualquer idioma;
V - a inclusão em fonograma ou produção audiovisual;
VI - a distribuição, quando não intrínseca ao contrato firmado pelo autor com terceiros para uso ou exploração da obra;
VII - a distribuição para oferta de obras ou produções mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para percebê-la em um tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda, e nos casos em que o acesso às obras ou produções se faça por qualquer sistema que importe em pagamento pelo usuário;
VIII - a utilização, direta ou indireta, da obra literária, artística ou científica, mediante:
a) representação, recitação ou declamação;
b) execução musical;
c) emprego de alto-falante ou de sistemas análogos;
d) radiodifusão sonora ou televisiva;
e) captação de transmissão de radiodifusão em locais de freqüência coletiva;
f) sonorização ambiental;
g) a exibição audiovisual, cinematográfica ou por processo assemelhado;
h) emprego de satélites artificiais;
i) emprego de sistemas óticos, fios telefônicos ou não, cabos de qualquer tipo e meios de comunicação similares que venham a ser adotados;
j) exposição de obras de artes plásticas e figurativas;
IX - a inclusão em base de dados, o armazenamento em computador, a microfilmagem e as demais formas de arquivamento do gênero;
X - quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser inventadas.
5.6. Prazo da tutela dos direitos autorais relativos a programa de computador (art. 2º, § 2º da Lei do Software): é de 50 anos, contados a partir de 1º de janeiro do ano subsequente ao da sua publicação ou, na ausência desta, da sua criação. (É o prazo no qual a obra não está no domínio público.)
Para fins comparativos: seguem abaixo prazos da Lei de Direitos Autorais. Como regra, nos países signatários da convenção de Berna, uma obra entra em domínio público (= qualquer um pode usufruir, sem ter que pagar direitos patrimoniais) setenta anos após o falecimento do seu autor. 
Obs.: prazo que se refere somente aos direitos patrimoniais, (os direitos morais não caducam nunca – por exemplo, o autor deve ser sempre citado, indicado na obra):
* Alguns artigos da Lei de Direitos autorais: 
“Art. 41. Os direitos patrimoniais do autor perduram por setenta anos contados de 1° de janeiro do ano subseqüente ao de seu falecimento, obedecida a ordem sucessória da lei civil.
Parágrafo único. Aplica-se às obras póstumas o prazo de proteção a que alude o caput deste artigo.”
“Art. 42. Quando a obra literária, artística ou científica realizada em co-autoria for indivisível, o prazo previsto no artigo anterior será contado da morte do último dos co-autores sobreviventes.
Parágrafo único. Acrescer-se-ão aos dos sobreviventes os direitos do co-autor que falecer sem sucessores.”
“Art. 43. Será de setenta anos o prazo de proteção aos direitos patrimoniais sobre as obras anônimas ou pseudônimas, contado de 1° de janeiro do ano imediatamente posterior ao da primeira publicação.
Parágrafo único. Aplicar-se-á o disposto no art. 41 e seu parágrafo único, sempre que o autor se der a conhecer antes do termo do prazo previsto no caput deste artigo.”
“Art. 44. O prazo de proteção aos direitos patrimoniais sobre obras audiovisuais e fotográficas será de setenta anos, a contar de 1° de janeiro do ano subseqüente ao de sua divulgação.” (Ex: o filme A Malvada, de 1950, com a lendária atriz Bette Davis, entrará em domínio público em 1º de janeiro de 2021.) 
“Art. 45. Além das obras em relação às quais decorreu o prazo de proteção aos direitos patrimoniais, pertencem ao domínio público:
I - as de autores falecidos que não tenham deixado sucessores;
II - as de autor desconhecido, ressalvada a proteção legal aos conhecimentos étnicos e tradicionais.”
“Art. 96 da Lei de Direitos Autorais: É de setenta anos o prazo de proteção aos direitos conexos, contados a partir de 1º de janeiro do ano subseqüente à fixação, para os fonogramas; à transmissão, para as emissões das empresas de radiodifusão; e à execução e representação pública, para os demais casos.”
* Vale lembrar que tanto o prazo de 50 anos do art. 2º, § 2º da Lei do Software (Lei n. 9.609/1998) como o prazo de 70 anos dos artigos 41 e 44 da Lei de Direitos Autorais (Lei n. 9.610/1998) são prazos de direito material, de modo que sua contagem se faz na forma determinada pelo art. 132, § 3º do Código Civil:
“Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-seos prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento.
§ 1º Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.
§ 2º Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.
§ 3º Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência.
§ 4º Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.” 
Portanto, por exemplo, se “A” publica um software em 26.10.2020, o prazo de 50 anos de proteção dos seus direitos patrimoniais de autor terá por termo inicial de contagem o dia 01.01.2021, expirando no dia 01.01.2071, data esta em que, então, o software entrará em domínio público.
PROVA 
Conceito de sociedade da informação: novo paradigma de sociedade, no qual a energia é progressivamente substituída pela informação, como fonte primeira do progresso social, tendo como produto essencial a prestação de serviços novos. Baseia-se no uso ótimo das novas tecnologias da informação e da comunicação, com o respeito aos princípios democráticos, da igualdade e da solidariedade, visando o reforço da economia e da prestação de serviços públicos e, ao final, a melhoria da qualidade de vida de todos os cidadãos.
A informação (inclusive os dados pessoais!**) passa a ser o bem mais importante. 
LEI 9.609/ proteção da propriedade intelectual de programa de computador, sua comercialização no País, e dá outras providências. (proteção da propriedade intelectual de programa de computador e sua comercialização no brasil.)
Art. 1º Programa de computador é a expressão de um conjunto organizado de instruções em linguagem natural ou codificada, contida em suporte físico de qualquer natureza, de emprego necessário em máquinas automáticas de tratamento da informação, dispositivos, instrumentos ou equipamentos periféricos, baseados em técnica digital ou análoga, para fazê-los funcionar de modo e para fins determinados.
 CAPÍTULO II
DA PROTEÇÃO AOS DIREITOS DE AUTOR E DO REGISTRO
Art. 2º O regime de proteção à propriedade intelectual de programa de computador é o conferido às obras literárias pela legislação de direitos autorais e conexos vigentes no País, observado o disposto nesta Lei.
§ 1º Não se aplicam ao programa de computador as disposições relativas aos direitos morais, ressalvado, a qualquer tempo, o direito do autor de reivindicar a paternidade do programa de computador e o direito do autor de opor-se a alterações não-autorizadas, quando estas impliquem deformação, mutilação ou outra modificação do programa de computador, que prejudiquem a sua honra ou a sua reputação.
§ 2º Fica assegurada a tutela dos direitos relativos a programa de computador pelo prazo de cinqüenta anos, contados a partir de 1º de janeiro do ano subseqüente ao da sua publicação ou, na ausência desta, da sua criação.
§ 3º A proteção aos direitos de que trata esta Lei independe de registro.
§ 4º Os direitos atribuídos por esta Lei ficam assegurados aos estrangeiros domiciliados no exterior, desde que o país de origem do programa conceda, aos brasileiros e estrangeiros domiciliados no Brasil, direitos equivalentes.
§ 5º Inclui-se dentre os direitos assegurados por esta Lei e pela legislação de direitos autorais e conexos vigentes no País aquele direito exclusivo de autorizar ou proibir o aluguel comercial, não sendo esse direito exaurível pela venda, licença ou outra forma de transferência da cópia do programa.
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos casos em que o programa em si não seja objeto essencial do aluguel.
Qual é o regime jurídico da proteção do software no Brasil?
R: É o regime jurídico do direito autoral segundo o art 2º da lei de software, disciplina do direito autoral.
PRAZO DA TUTELA DOS DIREITOS AUTORAIS RELATIVOS A PROGRAMA DE COMPUTADORES(ART 2º E §2 DA LEI DO SOFTWARE) É DE 50 ANOS A PARTIR DE 1º DE JANEIRO DO ANO SUBSEQUENTE
Breve histórico da internet e do computador no mundo
Entre 1.939 e 1940 jonh Vicente atanasoff inventa o computador eletrônico digital (computador ABC) O reconhecimento formal dessa invenção por atanasoff ocorreu na decisão de um juiz federal dos EUA em 1973, caso Honeywell v. Sperry Rand (responder na prova)
Em 1.995 é criado o comitê gestor da internet CGI.br ( portaria interministerial n 147 de 31/05/95
Relações básicas de direito da informática, 
Sujeito ativo= titular de um direito de propriedade intelectual de caráter imaterial
Sujeito passivo= chamado sujeito passivo universal, é a coletividade
Objetos= software e hardware
Fato jurídico constitutivo = criação de software ou hardware.
No Brasil
Software é protegido pelos direitos autorais ( Direito intelectual, direito não tangível.
Hardware é protegido pelo direito de propriedade

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