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FACULDADE CATÓLICA RAINHA DA PAZ CURSO DE DIREITO TRABALHO DIREITO CONSTITUCIONAL Amanda Ardisson Velho Amanda Pereira De Oliveira Franciéle Karen Santos Sousa Mariana Goncalves Silva Renato Crivelari Fernandes Silvana Gonçalves De Araújo Thiago Vieira De Moraes Valeria Aparecida Quirino Dos Santos Araputanga, MT 2017 Amanda Ardisson Velho Amanda Pereira De Oliveira Franciéle Karen Santos Sousa Mariana Goncalves Silva Renato Crivelari Fernandes Silvana Gonçalves De Araújo Thiago Vieira De Moraes Valeria Aparecida Quirino Dos Santos TRABALHO DIREITO CONSTITUCIONAL Trabalho apresentado como requisito parcial à obtenção de menção na disciplina de Direito Constitucional, sob a orientação da professora Edna Soares da Silva, 2º semestre do curso de Direito da Faculdade Católica Rainha da Paz (FCARP). Araputanga, MT 2017 CONSTITUIÇÃO DE 1891 A Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1891, iniciou o período republicano no país, declarou-se em 15 de novembro de 1889, com a edição do Decreto 1 (15/11/1889) declarou-se a República. Nos termos do referido decreto, as províncias, passariam a ser estados integrantes da federação e formariam os Estados Unidos do Brasil. Por meio de um governo provisório, que, em 3 de dezembro, nomeou uma comissão para elaborar um projeto de Constituição, o qual, em 22 de junho de 1890, foi publicado como “Constituição aprovada pelo Executivo” e, em 15 de setembro de 1890 elegeu-se a Assembleia-Geral Constituinte, instalada em 15 de novembro, e, em 24 de fevereiro de 1891, promulgou-se a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (democrática). Assim, podemos esclarecer que, com a promulgação da Constituição de 1891, que se observa poucas modificações em relação ao projeto anteriormente aprovado pelo Executivo, cujo o grande mentor, diga-se, foi o saudoso Rui Barbosa, levou quase dois anos de negociações após a queda do imperador D. Pedro II e foi inspirada no exemplo norte-americano, moldada na filosofia francesa do positivismo, estabeleceu as principais características do Estado brasileiro contemporâneo, como, por exemplo, o modelo presidencialista e federativo, o voto direto (ainda que masculino e não secreto) para representantes do executivo e legislativo, a separação entre Estado e religião (laicidade) e a independência entre os três Poderes, bem como o fim de instituições monárquicas como o Poder Moderador e o Conselho de Estado. Relativamente estável, esta Constituição durou até a Revolução (golpe) de 1930, sofrendo apenas uma grande alteração neste período (as Emendas Constitucionais de 1926). Em um contexto histórico, a Constituição de 1891 surgida do fim do Império brasileiro (1899) e, mais importante ainda, com o fim da escravidão, teve que suportar conflitos de interesses de uma sociedade essencialmente agrária, pobre, politicamente centralizadora e socialmente fragmentada! Visava à construção de uma nação plural e livre, seu texto se inspirava sobremaneira na Constituição dos Estados Unidos; refletindo uma tendência intelectual daquela época, que confiava que um Estado seria melhor governado sob preceitos racionais, a elaboração da Carta baseou-se também nas ideias do filósofo positivista Auguste Comte, que acreditava que a sociedade operava - e, portanto, podia ser administrada - por leis fixas e objetivas, tal como a natureza opera segundo leis físicas como a da gravidade. Quanto a divisão dos poderes, constata-se a decisão de expurgar a influência despótica da política nacional, a Carta de 1891 instituiu a independência dos três poderes e eliminou o Poder Moderador, através do qual o Imperador influenciava os demais! Com a adoção do presidencialismo, ampliou-se o direito de voto para o cargo máximo do Executivo, sendo que, foi Prudente de Morais o primeiro presidente eleito democraticamente no país. Com o federalismo, legava-se maior autonomia e independência aos Estados, que podiam criar suas próprias leis, embora sempre em consonância com a Constituição. Ainda assim, como seria costumeiro em todas as constituições seguintes, houve uma eventual concentração de prerrogativas no Poder Executivo federal, principalmente após as emendas de 1926, que ampliaram o escopo da União para suplantar os interesses dos líderes e populações estaduais, como visto nas diversas revoltas da República Velha (Guerra de Canudos, Guerra do Contestado, etc). A Constituição estabeleceu, ainda, o sufrágio direto para Presidentes e Vice-Presidentes (mandatos de quatro anos sem reeleição), senadores e deputados, acabando com a censitariedade (ou seja, restrição por condições financeiras) da Constituição de 1824, mesmo assim, podiam votar apenas homens alfabetizados com mais de 21 anos, estando excluídos também mendigos e membros de ordens monásticas, o que restringia o número de eleitores a uma ínfima parcela da população. A Constituição acabou com a vitaliciedade de senadores, reduzindo seu mandato a nove anos, e, em tese, também não restringia a elegibilidade aos cargos por condições econômicas. Na prática, como o voto era descoberto (não secreto), manipulações e intimidações de eleitores pelos candidatos da elite eram norma, resultando no fenômeno do coronelismo. Todavia, manteve os direitos à segurança individual, à liberdade e à propriedade da Constituição de 1824, a nova Constituição aboliu os privilégios de nascimento, não mais reconhecendo títulos de nobreza ou afins. No plano religioso, ela foi fundamental por determinar a laicidade do Estado brasileiro, retirando o apoio oficial a qualquer religião e formalizando a liberdade irrestrita de culto. Referências bibliográficas: "As Constituições do Brasil". Supremo Tribunal Federal, Brasília, Out. 2008. Disponível em <http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiasDetalhe.asp?idConteudo=97174>. Data de acesso: 06 de agosto de 2017. "Constituição de 1891". Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, Rio de Janeiro. Disponível em: <http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CrisePolitica/Constituicao1891 >. Data de acesso: 06 de agosto de 2017.
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