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Fernando Noronha tripartição fundamental das obrigações negociais, responsabildade civil e enriquecimento sem causa

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====
 
*
 Doutor pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Professor da Universidade Federal de Santa Catarina e da Escola Superior da Magistratura 
do mesmo Estado. 
 
TRIPARTIÇÃO FUNDAMENTAL DAS OBRIGAÇÕES 
OBRIGAÇÕES NEGOCIAIS, RESPONSABILIDADE CIVIL 
E ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA 
 
 Fernando Noronha* 
 
 
 
1. Razões do presente artigo. 
2. Fontes das obrigações. 2.1. Lei não é fonte. 2.2. Fatos jurídicos, atos ilícitos, atos jurídicos e negócios jurídicos; 2.3. 
Fatos geradores de obrigações: a) negócios jurídicos; b) atos ilícitos; c) fatos jurídicos; d) atos jurídicos. 2.4. 
Inviabilidade de classificação das obrigações a partir de suas fontes. 
3. Classificação das obrigações, segundo as suas funções. 3.1. Obrigações autônomas e não autônomas: a) obrigações 
não-autônomas; b) obrigações autônomas. 3.2. Obrigações negociais, responsabilidade civil e enriquecimento sem 
causa: a) obrigações negociais; b) responsabilidade civil (em sentido estrito); c) enriquecimento sem causa. 
4. Conveniência de ressistematização didática do Direito das Obrigações. 
 
 
1. RAZÕES DO PRESENTE ARTIGO 
 
Como de todos sabido, é obrigação em sentido técnico (objeto de estudo no âmbito do Direito das 
Obrigações) aquele vínculo jurídico que confere a uma pessoa a faculdade de exigir de outra uma 
prestação, do interesse da primeira. Credor e devedor são os seus sujeitos, crédito e débito são o seu 
conteúdo, a prestação debitória é o seu objeto e a realização do interesse do credor é a sua finalidade. 
Incidindo o seu enfoque abstratamente nesta obrigação em sentido técnico, o método clássico de 
exposição do Direito das Obrigações tende, por um lado, a negligenciar o fato de haver não apenas uma, 
mas três categorias de obrigações, bem diversas entre si, e por outro lado, tende a desenvolver uma teoria 
geral que, embora dita "das obrigações", é, na realidade, específica daquelas nascidas de contratos e de 
negócios jurídicos unilaterais. 
Nas páginas seguintes, vamos tentar demonstrar a existência de três categorias fundamentais de 
obrigações, designadas de negociais, de responsabilidade civil e de enriquecimento sem causa, que, pela 
sua importância, até deveriam constituir a base de distinção de três ramos específicos dentro do Direito 
das Obrigações. É claro, dentro das limitações de um trabalho como este, apenas tentamos proporcionar 
uma fugidia visão global, uma idéia geral dessas três categorias de obrigações. 
A redação usada neste texto, digamos que exageradamente didática, insistindo em noções 
elementares, tem uma explicação: o texto foi escrito primeiramente para estudantes da 4ª fase de curso de 
graduação. 
 
 
2. FONTES DAS OBRIGAÇÕES 
 
2.1. Lei não é fonte 
 
É freqüente a afirmação de que são fontes das obrigações a vontade humana e a lei, ou a vontade 
humana, o ato ilícito e a lei, ou ainda os negócios jurídicos, os atos ilícitos e a lei. Estas posições, no 
fundo, são variantes da classificação bipartida das fontes, em "contrato" e "lei", formulada no início deste 
século XX pelo grande mestre francês que foi Planiol. Para ele, atrás de cada obrigação estavam ou a 
vontade legal (obrigações legais) ou a vontade privada (obrigações contratuais). Nas obrigações 
contratuais, o dever de prestar derivaria do acordo de vontades e não da lei, a qual só interviria para 
vincular juridicamente as partes ao contrato celebrado. 
Atualmente, com a superação das teses individualístico-liberais que sacralizavam a vontade, o 
papel da lei na constituição de obrigações vem sendo reduzido às suas devidas proporções. 
Pode-se afirmar que a lei ao mesmo tempo é fonte de todas as obrigações, e não é fonte de 
nenhuma. Com isto quer-se dizer que todas as obrigações estão amparadas pela lei (primeira afirmação), 
mas que a fonte imediata, direta, de cada obrigação da vida real é um certo e determinado fato concreto 
(segunda afirmação). 
Primeira afirmação: só a lei tem o poder de criar obrigações, significa que é só ela a determinar o 
que é e o que não é jurídico. Todas as obrigações, tanto as contratuais como as não contratuais, só 
vinculam o devedor ao credor se e na medida em que são acolhidas pela lei. Se duas pessoas podem, por 
sua vontade, criar uma obrigação, é porque a lei atribui esse efeito às suas declarações de vontade; da 
mesma maneira, se quem, por culpa sua, causa um dano a outrem fica obrigado a indenizar, isto só 
acontece porque a lei atribui tal efeito ao dano culposo. 
Segunda afirmação: a lei, em si mesma, é inerte, não cria obrigações. Do simples fato da 
existência de uma norma, não nascem obrigações para ninguém. Entre a norma e a obrigação, está sempre 
a verificação de uma situação de fato (acordo entre duas pessoas, lesão de direito alheio, etc.) enquadrável 
no "pressuposto" ("suporte fático" ou "fatispécie") daquela norma. Estes acontecimentos é que são as 
verdadeiras fontes das obrigações. 
 
A expressão "obrigações legais" só poderá ter algum significado se for aplicada às obrigações não-autônomas (v. 
infra, 3.1), as únicas que aparentemente surgem sem um ato ou fato jurídico criador; o vínculo a eles preexistente é, todavia, 
um fato jurídico. 
 
 
2.2. Fatos jurídicos, atos ilícitos, atos jurídicos e negócios jurídicos 
 
Verdadeiras fontes das obrigações são, como acabamos de ver, aqueles acontecimentos reais, 
aquelas situações de fato que são pressuposto da aplicação dos preceitos legais e que põem em movimento 
as conseqüências jurídicas nestes previstas. Tais acontecimentos são, afinal, os denominados fatos 
jurídicos, em sentido amplo. 
Nesta acepção ampla, fato jurídico é todo acontecimento, natural ou humano, a que esteja ligado 
um qualquer efeito jurídico, quer se traduza na constituição, quer na modificação, quer na extinção de 
direitos. Nesta acepção, fato jurídico opõe-se a fato ajurídico: ajurídico, ou não jurídico, é o fato 
irrelevante para o mundo do direito, o fato que não produz quaisquer conseqüências jurídicas (exemplos: 
um raio que caia em local onde não cause danos; calçar sapatos pretos, ou marrons). 
 
Repare-se que fato jurídico em sentido amplo não se opõe a fato antijurídico. Fato antijurídico é uma ação humana 
que contraria normas existentes (exemplo: matar alguém), e até um acontecimento natural que atinge um direito de outra 
pessoa, quando a sua ocorrência esteja ligada à atividade de alguém (exemplo: ruptura de pneu novo, que causa acidente, 
com morte de pedestre atropelado). Se a característica essencial do fato antijurídico é a contrariedade a normas jurídicas, as 
conseqüências que ele acarreta ainda são conseqüências jurídicas -- e, portanto, tais fatos ainda serão jurídicos, lato sensu. 
Fato antijurídico também não se confunde com ato ilícito. A antijuridicidade é elemento dos atos ilícitos, mas não é 
privativa deles, porque existem outros atos antijurídicos que não podem ser considerados ilícitos, antes devendo ser 
enquadrados dentro dos fatos jurídicos em sentido estrito. 
 
Uma noção de fato jurídico com uma amplitude tal que inclua tudo aquilo que produza efeitos 
jurídicos, é de muito reduzido interesse: daí a necessidade de classificar tais fatos jurídicos lato sensu. 
Seria despropositado repetir aqui a bem conhecida classificação, que remonta à Escola Pandectista 
alemã do século XIX e que distingue, dentro dos ditos fatos jurídicos em sentido amplo, fatos jurídicos 
(em sentido estrito), atos ilícitos, atos jurídicos e negócios jurídicos. 
Apenas lembraremos que todo comando legal poderá ser representado esquematicamente assim: 
"o fato tal terá o seguinte tratamento jurídico". O fato, é o pressuposto da norma, a que também se dá o 
nome de previsão, suporte fático, espécie fática ou fatispécie(do termo italiano fattispecie, forjado por 
Emilio Betti); ao tratamento jurídico, é dada a denominação de efeito jurídico, estatuição ou conseqüência 
jurídica da norma. Ora se esta é a natureza dos comandos legais, então também as classificações jurídicas 
deverão sempre atender aos dois momentos, o fático (ou dos elementos constitutivos, ou estrutural) e o 
dos efeitos jurídicos (ou das finalidades, ou funcional). 
As quatro categorias sintetizadas pelos pandectistas alemães -- fatos jurídicos (em sentido estrito), 
atos ilícitos, atos jurídicos (em sentido estrito) e negócios jurídicos -- são exatamente os pontos terminais 
de uma classificação dos fatos jurídicos em sentido lato, que considera os dois momentos, o estrutural e o 
funcional, e cujo quadro geral pode ser assim esquematizado: 
 
 | Fatos jurídicos 
 FATOS |(sentido estrito) 
JURÍDICOS | 
 EM | | Atos ilícitos 
SENTIDO | | | Atos jurídicos 
 LATO | Atos jurídicos | | (sentido estrito) 
 |(sentido amplo) | Atos lícitos | 
 | | | Negócios jurídicos 
 
Destas quatro categorias terminais, são fatos jurídicos aqueles acontecimentos produtivos de 
conseqüências no mundo do direito em que a vontade humana não esteja presente, ou seja irrelevante; 
todos os demais, os atos jurídicos em sentido amplo, serão atos voluntários, no sentido de que em todos a 
ordem jurídica toma em consideração a vontade, para a atribuição de efeitos jurídicos. Assim, a vontade 
será relevante nos negócios jurídicos, nos atos ilícitos e nos atos jurídicos (embora nestes últimos nem 
sempre se exija que haja consciência da ação); a vontade do interessado, todavia, só será determinante nos 
negócios jurídicos. 
 
 
2.3. Fatos geradores de obrigações 
 
Das quatro categorias de fatos juridicamente relevantes, não existe uma que não possa dar origem 
a obrigações. 
 
a) Negócios jurídicos. 
 
A principal fonte de obrigações é, sem dúvida, o negócio jurídico, especialmente na sua 
modalidade mais importante, que é o contrato. É o negócio jurídico que permite aos indivíduos prover à 
satisfação de suas necessidades, pois é ele que fornece os quadros jurídicos para a produção e circulação 
de bens e serviços, para a associação de pessoas, para as relações de trabalho, etc. 
A importância das obrigações derivadas de negócios jurídicos é uma das razões que explicam o 
desenvolvimento com que elas são tratadas nos códigos e na literatura jurídica. Pode-se dizer que a Teoria 
Geral das Obrigações praticamente foi, durante muito tempo, uma teoria geral das obrigações negociais, 
ou mesmo só de uma parte destas: as obrigações contratuais. Aliás, só aos contratos o Código Civil dedica 
dois títulos, com 426 artigos, mais do que o total de preceitos dedicados ao Direito da Família (305 
artigos), ou das Coisas (379 artigos), ou das Sucessões (236 artigos). Aos negócios unilaterais geradores 
de obrigações, a que chama de "obrigações por declaração unilateral de vontade", o Código dedica apenas 
treze artigos (arts. 1.505 a 1.517). 
 
b) Atos ilícitos. 
 
A segunda grande fonte de obrigações é constituída pelos atos ilícitos, importantes em matéria de 
responsabilidade civil subjetiva (isto é, baseada na culpa). A eles, o Código dedica apenas os arts. 159, 
1.518 a 1.532 e 1.537 a 1.553, consagrando soluções que se podem considerar em larga medida superadas 
por posteriores desenvolvimentos jurisprudenciais e mesmo legislativos, devido à sua inadequação para 
atender as necessidades da sociedade contemporânea. 
 
c) Fatos jurídicos. 
 
Os fatos jurídicos (em sentido estrito) também são importante fonte de obrigações, no domínio da 
responsabilidade civil objetiva (isto é, não culposa). Acontece até que a sua importância se vai avo-
lumando, à medida que a sociedade, nesta era industrial, se conscientiza de que não é suficiente reparar 
apenas os danos que possam ser atribuídos à culpa de alguém (atos ilícitos). Pense-se no acidente de 
trânsito, no botijão de gás que estoura, no incêndio de plantação por faúlha de locomotiva, na derrocada 
de edifício em condomínio, etc., etc. 
Em matéria de responsabilidade civil, o ato ilícito está cedendo terreno ao fato jurídico, no qual se 
baseia toda a teoria chamada da responsabilidade objetiva, ou pelo risco. Aliás, a necessidade de reparar 
alguns danos de especial relevância, como os resultantes de acidentes de trabalho, é tão premente na 
atualidade que, em relação a eles, já nem sequer é suficiente a responsabilidade objetiva, tendo nós 
entrado numa nova era, de "seguro social". 
 
d) Atos jurídicos. 
 
Os atos jurídicos (stricto sensu) podem gerar obrigações, tanto no campo do enriquecimento sem 
causa como no da responsabilidade civil. Por exemplo, os atos praticados em estado de necessidade geram 
responsabilidade civil (art.s 160, inc. II e 1.519). A gestão de negócios não ratificada, mas útil, gera 
obrigação de restituição por enriquecimento sem causa (cf. arts. 1.344 e 1.340, in fine). Se a gestão foi 
contra a vontade manifesta ou presumível do dono do negócio, gera responsabilidade civil (arts. 1.344, 
1.332 e 1.333). 
 
 
2.4. Inviabilidade de classificação das obrigações a partir de suas fontes 
 
Vimos na subseção anterior que os fatos geradores de obrigações são muito numerosos e muito 
diversos entre si. Pouco adianta a afirmativa de que as obrigações podem nascer de negócios jurídicos, 
atos ilícitos, fatos jurídicos e atos jurídicos lícitos: estão aqui, afinal, incluídas todas as categorias de fatos 
juridicamente relevantes e dentro de cada categoria cabem fatos que geram obrigações e fatos que geram 
direitos de outra natureza. O contrato, por exemplo, tanto pode estar na origem de uma relação familiar (é 
o caso do casamento), como apenas de um direito real (é o caso do compromisso irretratável de compra e 
venda de imóvel: Dec.-lei nº 58/37, arts. 15, 16 e 22; Lei nº 6.766/79, arts. 25 e 27), como de uma 
obrigação em sentido técnico (seja o caso do mesmo compromisso de compra e venda, mas com cláusula 
de arrependimento). 
Não é possível classificar os fatos geradores de obrigações em categorias gerais, privativas do 
Direito das Obrigações. No Digesto (D.44,7,1 pr.), atribuía-se a Gaio uma classificação tripartite: 
"obligationes aut ex contractu nascuntur aut ex maleficio aut ... ex variis causarum figuris" (as 
obrigações nascem de contrato, ou de delito, ou de várias figuras causadoras). As Institutas de Justiniano 
(I. 3, 13, 2) classificam as obrigações "in quattuor species": "aut enim ex contractu sunt aut quasi ex 
contractu aut ex maleficio aut quasi ex maleficio". Esta velha distinção justinianéia de contratos, quase-
contratos, delitos e quase-delitos, ainda foi adotada no Código Civil francês (de 1804), mas hoje está 
posta de lado. 
Não é de se estranhar que um dos códigos civis de mais moderna elaboração, o Código Civil 
italiano de 1942, perante a impossibilidade de classificação dos fatos geradores em categorias gerais, 
tenha abandonado tais tentativas, voltando à formulação de Gaio, para apontar expressamente apenas as 
principais fontes de obrigações; segundo este Código (art. 1.173), "as obrigações derivam de contrato, de 
ato ilícito ou de qualquer outro ato ou fato idôneo a produzi-las, em conformidade com o ordenamento 
jurídico". 
De forma semelhante, o nosso Código não enumera as fontes das obrigações, mas em títulos 
sucessivos fala nos contratos (arts. 1.079 a 1.504), nas obrigações por declaração unilateral de vontade 
(arts. 1.505 a 1.515) e nas obrigações por atos ilícitos (arts. 1.518 a 1.532). 
Se não é possível classificar as fontes das obrigações em categorias gerais, privativas do Direito 
das Obrigações, também não vai ser possível estabelecer uma classificaçãodas obrigações a partir de suas 
fontes. Por este caminho, só seria possível separar as obrigações negociais das não negociais; isto, 
todavia, apenas exageraria a importância das primeiras, sem nos dizer nada sobre o regime específico das 
demais. 
Mais importante do que classificar as obrigações a partir das fontes, é tentar agrupar as diversas 
obrigações da vida real de acordo com as especificidades do seu regime. Ora, tais especificidades são 
conseqüência da diversidade de funções que elas desempenham na vida real. Por isso, a seguir, vamos 
passar a classificar as obrigações, não segundo as suas fontes, mas conforme as suas funções. 
 
 
3. CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES, SEGUNDO AS SUAS FUNÇÕES 
 
3.1. Obrigações autônomas e não autônomas 
 
Todas as obrigações em sentido técnico que encontramos na vida real, podem ser objeto de duas 
classificações fundamentais, de acordo com as suas funções, ou as finalidades que visam alcançar. Nesta 
subseção veremos a primeira classificação, cujo interesse fundamental consiste na destrinça, que permite, 
entre as obrigações que são estudadas no Direito das Obrigações e aquelas obrigações, ainda em sentido 
técnico, que pertencem a outros ramos de direito. Na subseção seguinte, veremos a outra classificação, já 
restrita às obrigações que cabem no Direito das Obrigações. 
A primeira classificação distingue os direitos de crédito (ou obrigações) que encontramos na vida 
real em dois grandes grupos, as obrigações não-autônomas e as autônomas, conforme derivem ou não, 
conforme estejam ou não ao serviço de relações jurídicas extra-obrigacionais, constituídas entre as 
pessoas que virão a ser os seus sujeitos e preexistentes à relação obrigacional propriamente dita. 
 
a) Obrigações não-autônomas. 
São não-autônomas as obrigações que nascem de uma relação jurídica preexistente, que já liga as 
pessoas que serão os seus sujeitos. O vínculo jurídico preexistente pode ser de natureza real, como nas 
obrigações reais e nos ônus reais, com destaque para todas as obrigações que derivam de relações de 
vizinhança (arts. 554 e segs.), de condomínio (arts. 624 e segs.), de aforamento (arts. 678 e 682), etc.; 
pode ser de natureza familiar, como na obrigação de alimentos (arts. 396 e segs. e diversas leis avulsas) e 
até nas doações antenupciais (arts. 312 a 314), que têm regime diverso das doações comuns e cuja eficácia 
está condicionada à realização do casamento; pode ainda ser de natureza sucessória, como na obrigação 
do pagamento de legados (art. 1.690). O vínculo preexistente pode ser até de Direito Público, como na 
obrigação tributária. 
As obrigações não-autônomas não são estudadas no âmbito da disciplina de Direito das 
Obrigações. Nascendo de relações de propriedade, de família, etc., têm características específicas, deri-
vadas destas relações; portanto, é no âmbito destas que devem ser estudadas. Contudo, salvo quanto a 
certas particularidades (as devidas à relação não obrigacional de que elas são simples projeção), as regras 
aplicáveis a estas obrigações são as mesmas das demais -- as obrigações autônomas, estudadas do Direito 
das Obrigações. 
 
b) Obrigações autônomas. 
 
São autônomas as obrigações em que a relação entre credor e devedor não é conseqüência de 
anterior ligação jurídica específica. Não constituindo mero desenvolvimento ou projeção de uma relação 
jurídica real, familiar, sucessória, tributária, etc., estas obrigações autônomas são as únicas que 
tradicionalmente são consideradas verdadeiras obrigações, ou obrigações propriamente ditas, as únicas 
estudadas no âmbito do Direito das Obrigações. 
Existem dois tipos de obrigações autônomas. Em primeiro lugar temos as obrigações nascidas, por 
assim dizer, do nada, por vontade do devedor e do credor, quando auto-regulam os seus interesses, nos 
limites da autonomia privada. Em segundo lugar, estão as obrigações nascidas da violação de um dos 
deveres genéricos, gerais, de respeito pelas pessoas e bens alheios, que vinculam todo mundo em geral e 
ninguém em especial. 
As primeiras constituem, afinal, as obrigações derivadas de negócios jurídicos (obrigações 
negociais). As segundas são obrigações não negociais, dentro das quais é conveniente distinguir duas 
espécies: de um lado, aquelas obrigações em que da violação do dever genérico resultou um dano, uma 
diminuição patrimonial para o credor, que, por isso, deve ser indenizado (responsabilidade civil, em sen-
tido estrito); do outro lado, aquelas em que foi o devedor que teve um acréscimo patrimonial, o qual 
estava de direito destinado ao credor e que, por isso, deve ser transferido para o patrimônio deste 
(enriquecimento sem causa). 
As obrigações negociais, de responsabilidade civil e de enriquecimento sem causa constituem 
precisamente a grande divisão tripartida das obrigações propriamente ditas, que passamos a ver. 
 
 
3.2. Obrigações negociais, responsabilidade civil e enriquecimento sem causa. 
 
Esta é a divisão fundamental das obrigações, do ponto de vista dos interesses tutelados. 
Nunca é demais destacar a importância da finalidade dos direitos -- tanto a finalidade individual, 
como a social. Se a finalidade individual nunca foi questionada, é bom acrescentar que mesmo os direitos 
subjetivos de finalidade egoística, como são todos os direitos de crédito, são reconhecidos, como qualquer 
outro direito, tendo em vista não apenas a realização dos interesses do respectivo titular, como também 
finalidades sociais: toda norma jurídica, afinal, visa "fins sociais" e atende "exigências do bem comum", 
como ficou expresso no art. 5º da Lei de Introdução ao Código Civil. O que pode ser difícil, na sociedade 
sociedade real, dividida por conflitos de interesses e valores e fortemente influenciada pelas ideologias 
dominantes, é saber que conteúdo deve ser dado ao "interesse geral", ou ao "bem comum", de que já 
falavam Aristóteles e São Tomás de Aquino. 
No que toca aos direitos de crédito, ou obrigações, a finalidade social permanece em apagado 
segundo plano, em contraste com o relevo assumido pela finalidade individual: toda obrigação, é impor-
tante que se destaque isto, tem por finalidade a satisfação de um interesse legítimo do credor. A 
"essência" da obrigação, como expressivamente enfatiza Larenz, a "conexão conforme ao sentido" dos 
seus diversos elementos, e que "em última análise dá ao conjunto uma diretriz unitária, é o fim a que 
tende". E "toda relação obrigacional persegue, a ser possível, a mais completa e adequada satisfação do 
credor ou dos credores em conseqüência de um determinado interesse na prestação" (LARENZ, Karl. 
Derecho de Obligaciones, trad., vol. I, p. 39 -- Madrid, Edit. Rev. Der. Priv., 1958). 
O interesse do credor que é tutelado em cada obrigação, é suscetível de variações infinitas. 
Todavia, ele poderá ser sempre classificado em uma das seguintes três categorias: a) interesse na reali-
zação das expectativas nascidas de compromissos assumidos por outra pessoa (devedor) em negócio 
jurídico; b) interesse na reparação de danos causados por conduta antijurídica de outrem (devedor); c) 
interesse na reversão para o patrimônio do credor de acréscimos acontecidos no patrimônio de outrem 
(devedor) e que, de direito, deveriam pertencer àquele. 
O Direito das Obrigações estabelece regulamentações diferentes para as obrigações que visam 
tutelar essa três categorias de interesses, precisamente porque tais obrigações têm finalidades diversas, ou 
por outras palavras, desempenham diferentes funções econômico-sociais. 
Na primeira categoria, o Direito das Obrigações vai tutelar a expectativa do credor no 
adimplemento integral da prestação debitória e, por isso, procurará coagir o devedor a realizá-la e, quando 
tal não for possível, procurará colocar o credor, à custa do patrimônio do devedor, na situação econômica 
em que estaria, se a obrigaçãohouvesse sido cumprida. 
Na segunda categoria, o Direito das Obrigações vai tutelar a pretensão do credor à reparação dos 
danos sofridos, de forma a ele ficar, tanto quanto possível, na situação em que estava antes de haver sido 
praticado o fato lesivo. 
Na terceira categoria, o Direito das Obrigações vai assegurar a devolução ao patrimônio do credor 
daqueles ganhos que outrem (o devedor) haja conseguido à custa de bens ou até da pessoa (Direitos da 
Personalidade) do credor. 
Vamos chamar de obrigações negociais às correspondentes à primeira das três categorias; às 
segundas, chamaremos obrigações de responsabilidade civil (em sentido estrito); às terceiras, obrigações 
de restituição por enriquecimento sem causa. 
Seria, evidentemente, insensato pretender analisar agora cada uma destas categorias de obrigações. 
Aqui, apenas se adianta uma idéia geral. 
 
a) Obrigações negociais. 
 
Constituindo a maior parte das obrigações que encontramos na vida real, resultam das relações 
econômicas entre os homens, que intercambiam coisas por moeda, coisas por coisas, serviços por moeda 
ou coisas, etc. São obrigações negociais, porque nascem daqueles compromissos voluntariamente 
assumidos pelas pessoas, no exercício da chamada "autonomia privada", aos quais é dado o nome de 
negócios jurídicos. 
Estes são, como se sabe, as manifestações de vontade privada que visam produzir efeitos jurídicos 
específicos (a constituição, modificação ou extinção de relações jurídicas) e que a ordem jurídica 
reconhece e tutela, precisamente na medida em que hajam sido queridos pelas partes. Para aquilatar da sua 
importância, basta lembrar que são negócios jurídicos todos os contratos (desde a compra e venda e a 
locação, até ao transporte, ao seguro, à fiança, ao contrato de trabalho...) e ainda os chamados negócios 
unilaterais (testamento, promessa pública de recompensa, emissão e transferência de títulos de crédito, 
revogação de procuração...). 
As obrigações negociais têm uma finalidade dinâmica, promovendo a produção e distribuição de 
bens e serviços; par tal fim, tutelam as expectativas legítimas do credor no sentido de uma mudança no 
seu patrimônio, a qual normalmente consiste num acréscimo deste. Em termos econômico-sociais, elas 
têm uma função distributiva e tutelam uma expectativa de mudança. 
 
b) Responsabilidade civil (em sentido estrito). 
 
Constitui a segunda grande categoria de obrigações. Também extremamente freqüentes na vida 
real, resultam estas obrigações da necessidade de reparar danos causados a outras pessoas, em 
conseqüência da prática de atos ilícitos (art. 159) e de outros atos cometidos sem culpa, mas equiparados 
aos ilícitos, para efeitos de indenização. Assim, o pedestre atropelado pelo condutor inexperiente terá 
direito a indenização (responsabilidade civil culposa, ou subjetiva), mas também a terá, se o acidente foi 
devido a falha mecânica do veículo (responsabilidade civil objetiva, ou pelo risco). 
As obrigações de responsabilidade civil têm finalidade estática, de proteção da esfera jurídica de 
cada pessoa, através da reparação dos danos por outrem causados (função ressarcitória ou indenizatória), 
tutelando um interesse do credor que se pode chamar de expectativa na preservação da situação atual (ou 
de manutenção do status quo). 
 
c) Enriquecimento sem causa. 
 
A terceira categoria de obrigações, bem diversa das duas anteriores, é aquela a que chamaremos 
obrigações de restituição por enriquecimento sem causa ou, simplesmente, enriquecimento sem causa. 
Elas contrapõem-se à responsabilidade civil, na medida em que esta tem por função reparar danos, 
isto é, reduções ou diminuições registradas no patrimônio, ao passo que o enriquecimento sem causa tem 
por finalidade remover de um patrimônio os acréscimos patrimoniais indevidos -- indevidos porque, 
segundo a ordenação jurídica de bens, deveriam ter acontecido noutro patrimônio (ao qual estavam ju-
ridicamente reservados). 
Um exemplo simples destas obrigações de restituição por enriquecimento sem causa, é aquele do 
escultor que transforma em estatueta um bloco de mármore, do qual de boa-fé se julga dono, e que terá de 
restituir ao proprietário do bloco o valor deste. A estatueta é do artista, porque estava de boa fé, mas o 
valor do bloco terá de ser reintegrado no patrimônio de quem era seu proprietário (arts. 612 e 613). 
Exemplo ainda mais significativo, porque mostra bem não ser a existência de um dano que está em causa, 
mas, antes, a existência injustificada de um acréscimo patrimonial, é aquele que se colhe do art. 157: se 
um menor vendeu uma jóia e o negócio vem a ser anulado, ele só será obrigado a restituir o preço que 
recebera, se a importância respectiva houver revertido em seu proveito; se ele a tiver dissipado, nada terá 
de pagar ao comprador, porque o seu patrimônio não registrará acréscimo algum. 
As obrigações de enriquecimento sem causa têm uma finalidade que, num sentido, também parece 
estática, de defesa da esfera jurídica de cada pessoa; noutro sentido, porém, a sua função é dinâmica, pois 
elas não procuram repor o patrimônio na situação em que estava anteriormente, antes visam transferir para 
ele acréscimos que aconteceram noutro patrimônio, quando deviam ter acontecido no primeiro -- tendo 
sido, portanto, obtidos à custa deste. 
Assim, estas obrigações de enriquecimento sem causa tutelam um interesse do credor à 
apropriação de tudo aquilo que represente aproveitamento de bens ou outros valores da sua esfera jurídica 
e desempenham uma função que se pode chamar de restitutória -- de restituição ao patrimônio do credor 
de acréscimos que indevidamente estão noutro patrimônio. 
 
Sintetizando: as obrigações negociais surgem de negócios jurídicos e tutelam expectativas deles 
nascidas; a responsabilidade civil resulta da prática de atos danosos e visa reparar tais danos; o enri-
quecimento sem causa resulta do aproveitamento indevido de bens ou outros valores de outrem e protege 
o interesse do prejudicado na remoção para o seu patrimônio do acréscimo auferido à sua custa. 
Suponha-se que Caio vende a Tício, por 1.000, um automóvel que só vale 600: Caio é credor de 
obrigação negocial e pode exigir de Tício os 1.000 que este lhe está devendo. Suponha-se agora que Caio 
emprestou o automóvel a Tício e que este, conduzindo-o negligentemente, o destrói, em acidente de 
trânsito: Tício agora é devedor de 600 a Caio, em obrigação de responsabilidade civil. Suponha-se ainda 
que Tício, sem estar autorizado, alugou o automóvel a terceiro, recebendo 100: ele terá de devolver a Caio 
esses 100. Suponha-se, por último, que Tício vendeu o automóvel de Caio a terceiro, que não foi possível 
identificar, por 1.000: ele terá de devolver a Caio esses 1.000 que recebeu, e não apenas os 600 que o 
veículo valia; com base nas regras da responsabilidade civil Caio poderá exigir 600, mas só com base nas 
de enriquecimento sem causa terá condições de exigir os restantes 400. 
 
Neminem laedere, suum cuique tribuere, pacta servare. No longínquo século II da nossa Era, Ulpiano, um dos cinco 
jurisconsultos clássicos a cujas opiniões uma lei dos imperadores Teodósio II e Valentiniano III veio a reconher força 
obrigatória (era a Lei das Citações, do ano 426), formulou a conhecida máxima sobre o que denominava de "preceitos do 
direito" (juris praecepta): neminem laedere, suum cuique tribuere, honeste vivere (D.1,1,10,1). Trata-se de máxima que, porventura 
ligeiramente modificada para neminem laedere, suum cuique tribuere, pacta servare, quase que sintetiza os princípios fundamentais 
subjacentes a cada uma daquelas três categorias de obrigações. 
Na verdade, a cada uma dessas categorias de obrigações corresponde um princípio ético-jurídico diferente, que 
assinala claramente a diversa finalidade de cada uma. As obrigações negociais têm na sua base o princípiode que quem 
assume livremente uma obrigação, deve cumpri-la: pacta sunt servanda, os pactos têm de ser acatados. É princípio que tem por 
pressupostos essenciais os princípios da autonomia privada, da boa-fé e da justiça contratual, não deixando, aliás, de estar 
contido na expressão de Ulpiano honeste vivere, viver honestamente. As obrigações de responsabilidade civil baseiam-se 
essencialmente no princípio neminem laedere, não lesar ninguém: quem causa dano a outrem, deve repará-lo. As obrigações de 
enriquecimento sem causa assentam no princípio suum cuique tribuere, dar a cada um o que é seu: quem beneficiou com algo 
alheio, deve restituir o valor do benefício. 
Assim, cada um destes três princípios ético-jurídicos aponta para uma obrigação com causa e finalidade próprias: 
no primeiro princípio (pacta sunt servanda), a causa da obrigação é o compromisso assumido e a prestação consiste na 
efetivação deste (obrigação negocial); no segundo (neminem laedere), a causa da obrigação é o dano causado e a prestação tem 
por finalidade repará-lo (obrigação de responsabilidade civil); no terceiro, (suum cuique tribuere), a causa está no acréscimo 
patrimonial indevido e a prestação consiste na sua remoção para o patrimônio da pessoa com direito a ele (obrigação de 
restituição por enriquecimento sem causa). 
 
 
4. CONVENIÊNCIA DE RESSISTEMATIZAÇÃO DIDÁTICA DO DIREITO DAS OBRI-
GAÇÕES 
 
Não obstante a sistematização de matérias do Código Civil e a tradição no sentido de se estudarem 
primeiro as modalidades, os efeitos e a transmissão das obrigações, antes de se estudarem contratos, 
obrigações por declaração unilateral e por atos ilícitos, estamos convictos de que, do ponto de vista 
didático, seria conveniente que o estudo do Direito das Obrigações fosse feito de acordo com a tripartição 
das obrigações, a partir das suas funções, aqui referida: obrigações negociais, de responsabilidade civil e 
de enriquecimento sem causa. 
São estas as três categorias fundamentais de obrigações, que convém ter sempre presentes. Pela 
sua importância, elas até deveriam constituir base para uma distinção de três ramos específicos dentro do 
Direito das Obrigações. 
O estudo do Direito das Obrigações deveria mesmo começar pela responsabilidade civil, que 
funciona, de certo modo, como regime-regra, em relação às obrigações negociais. Na verdade, estas, 
quando não cumpridas, também geram uma obrigação de indenizar e, por outro lado, o próprio 
inadimplemento delas é comparável ao ato antijurídico gerador da responsabilidade civil em sentido 
estrito.

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