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PLANEJAMENTO DOS RECURSOS NATURAIS EM MICROBACIAS HIDROGRÁFICAS O Programa nacional de Microbacia Hidrográfica (PNMH) criado através do decreto-lei nº 94.076, de 05/03/87, pela ANA (Agência Nacional de Águas), expandiu o uso do termo microbacia hidrográfica como “uma área drenada por um curso de água e seus afluentes, a montante de uma determinada secção transversal, para a qual convergem as águas que drenam a área considerada. A microbacia hidrográfica compreende uma área entre um fundo de vale (rio, riacho, sanga e várzeas) e os espigões (divisores de água) que delimitam os pontos dos quais toda a água das chuvas escorre para esse fundo de vale. Destaca que, a área geográ- fica de uma microbacia atinge em média entre 2.000 e 3.000 hectares, compreendendo todos os elementos físicos e os equipamentos de infra-estrutura econômica e social existentes. ( Martin, 2000) PRINCIPAIS OBJETIVOS DO MANEJO EM MICROBACIAS Obter a sustentabilidade ambiental fornecer a qualidade de vida para a comunidade envolvida recuperação de nascentes, recomposição e preservação de matas ciliares e conservação do solo e água da microbacia redistribuição e armazenamento da água das chuvas produção de água potável nas nascentes para o abastecimento público(múltiplos usos: irrigação, industrial, lazer, piscicultura, agropecuária, etc) Gestão dos recursos hídricos com a utilização da água, redistribuição, armazenamento da água das chuvas e reabastecimento do lençol freático e aquíferos Contribuir para a conservação dos serviços ambientais da floresta na microbacia contribuir para amenizar o aquecimento local e global proporcionar um ambiente saudável com harmonia, qualidade de vida humana e ambiental CRITÉRIOS PARA EXECUÇÃO DE PROJETOS EM MICROBACIAS HIDROGRÁFICAS Áreas com grande número de pequenos agricultores Áreas de produção de alimentos básicos Locais com problemas de erosão ou degradação ambiental Áreas com curso de água importante para o abastecimento urbano e/ou rural Comunidades organizadas, com disponibilidade de recursos humanos e materiais para a contrapartida 6. Participação efetiva da comunidade beneficiada PRINCIPAIS AÇÕES Práticas mecânicas, vegetativas e edáficas para a conservação do solo e água Construção de bacias de captação de água em estradas Recuperação e estabilização de voçorocas Realocação de estradas e retificação de cursos de água Construção de depósitos de lixo tóxico Construção e recuperação de poços Análises de solo e recuperação de áreas degradadas Reflorestamento em matas ciliares e APP‘s Instalação de viveiros e aquisição de mudas Implantação de unidades demonstrativas Treinamento de técnicos e produtores, além de outros agentes envolvidos Produção e difusão de material técnico e informativo FATORES FÍSICOS QUE INFLUENCIAM NO PLANEJAMENTO DE MICROBACIA 1) CLIMA Dados climáticos como temperatura média anual, amplitude térmica, Índice pluviométrico anual, são necessários para um estudo relacionado à potencialidade erosiva das chuvas, identificação de períodos de estiagem, geadas, etc. 2) GEOLOGIA A estrutura geológica tem influência direta na formação do relevo, trazendo consigo um histórico da área, o que permite uma maior compreensão sobre os agentes relacionados ao intemperismo, o caminho dos fluxos de água e ainda a estabilidade das encostas. As cartas geológicas devem ser de 1:50.000 não desprezando um reconhecimento em campo das unidades geológicas mapeadas e seus limites. 3) RELEVO A identificação e análise da hipsometria da microbacia hidrográfica possibilitam a observação da variação altimétrica do relevo da área, fato importante na análise de processos relativos à dinâmica de uso e ocupação do solo e da formação de microambientes da mesma. Na distribuição das classes de altitude deve-se levar em consideração a diver- sidade de ocupação e uso do solo. Outro atributo que merece destaque e é considerado de grande importância, diz respeito à análise da declividade das vertentes, que determinam a atuação dos processos erosivos. 4) SOLOS O levantamento pedológico em microbacia hidrográfica exige uma série de detalhamentos. É recomendada a utilização de fotografias aéreas em grande escala, nunca inferiores a 1:60.000. A identificação da ocupação e uso do solo na microbacia tem por objetivo destacar os agentes responsáveis pelas condições ambientais da área. A elaboração de uma carta se faz necessário e poderá ser baseada em dados obtidos a campo, devendo representar a área da forma mais fiel possível. 5) REDE DE DRENAGEM A rede de drenagem reflete os efeitos do uso da microbacia. Através dos dados coletadoscom a análise do curso da água é impossível se deparar com resultados que estão diretamente atrelados com as condições ambientais da microbacia. É necessário dispor de uma mapa-base detalhado da rede hidrográfica, elaborado a partir de fotos aéreas em escalas compatíveis, preferencialmente, não inferior a 1:25.000, e onde sejam mapeados todos os cursos de água. A qualidade da água também é um indicador ambiental de grande valia no planejamento em microbacia hidrográfica. Deve-se coletar amostras em vários pontos do curso hídrico e em condições de tempo diferenciadas, observando a vazão do rio para se inferir sobre a capacidade de diluição do mesmo. 6) COBERTURA VEGETAL A análise da cobertura vegetal em um planejamento de microbacia se destaca pela necessidade de observar o nível de proteção em relação ao solo, conside- rando que a vegetação é responsável por evitar a ação direta das gotas de chuva sobre o solo, além de determinar a diminuição da velocidade do escoa- mento superficial (runoff), devido a rugosidade do terreno, e ainda pela estru-turação do solo, evitando os processos erosivos. A cobertura vegetal também estará relacionada as formas de uso do solo e isso será necessário quanto a uma tentativa de mudança no quadro que pode apresentar áreas de degradação ambiental decorrentes desse fator, como a recuperação de áreas desmatadas e de matas ciliares.
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