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resenha de SAUSSURE

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Universidade do Estado da Bahia – UNEB
Curso: Letras Vernáculas/Português I
Disciplina: Estabelecimentos do Estudo Linguístico (Cristhiane Ferreguett)
Discente: Eduarda dos Santos Figueiredo 
Avaliação: a teoria de Saussure
BOUISSAC; Paul. Saussure: um guia para os perplexos. Petrópolis, RG; Vozes, 2012. p. 121-193 e SAUSSURE,Ferdinand. Curso de Linguística geral. ed. 28. São Paulo: Cultrix, 2012.[1: Paul Antoine Rene Bouissac (nascido em 1934 , Perigueux , França) é um canadense semiótico. Ele trabalhou por um longo tempo (1962-1999) da Universidade de Toronto , do Departamento de Francês. Ele visitou a Universidade de Tartu, Departamento de Semiótica em janeiro de 2007. É Professor Emérito da Universidade de Toronto (Victoria College), Canadá. Ele é uma figura de renome mundial em semiótica e um pioneiro de estudos de circo. Ele dirige o SemiotiX Bulletin [www.semioticon.com/semiotix], que tem um público global.][2: Ferdinand de Saussure foi um linguista e filósofo suíço, cujas elaborações teóricas propiciaram o desenvolvimento da linguística enquanto ciência autônoma. Seu pensamento exerceu grande influência sobre o campo da teoria da literatura e dos estudos culturais.]
	Este trabalho irá tratar de signos, significação e semiologia, assuntos do capítulo seis da obra Saussure: um guia para os perplexos de Paul Bouissac. Neste capítulo Bouissac volta sua atenção para a definição e exame, dos conceitos que explicam o que Saussure (1857-1913) quis dizer, quando determinou um caráter primaz ao aspecto sistemático da língua em oposição às infinitas transações verbais observáveis na vida real. 
	No decorrer do capítulo, Bouissac procura definir e exemplificar os conceitos que fazem parte de um conjunto dentro, do signo, da significação e da semiologia. Abordemos o primeiro conceito que ele analisa, o signo. 
	Bouissac diz que os signos linguísticos são os blocos de construção que usamos para comunicar nossos pensamentos. Eles são unidades significativas que combinamos em nossas sentenças e não são necessariamente combinações com palavras. E por fim, os signos linguísticos são associações entre imagem acústica e uma ideia ou conceito. O signo é o total da soma, imagem acústica + ideia ou conceito. 
	Para algumas pessoas, a língua é uma lista de termos, palavras e seus conceitos. No entanto, isto é pressupor ideias completamente feitas e também, que o laço que une um nome a uma coisa, é simples, e na verdade não o é. O signo linguístico não une uma coisa e uma palavra, mas uma ideia ou conceito e uma imagem acústica, ou para ficar melhor, um significado e um significante. 
O que seria essa imagem acústica ou significante? Bouissac, apresenta ela como uma representação psicológica ou mental que é tão intimamente associada a um conceito distinto, de modo a ser semelhante ao verso e reverso de uma folha de papel, ou seja, as associações entre essas duas partes são fenômenos psicológicos e mentais. Sua explicação ajudou a compreender melhor a forma como a imagem acústica (significante) é traduzida no CLG, que é como a impressão psíquica do som, a imagem é sensorial, é som mais a forma gráfica (a + r + b + o + r). E juntando a leitura das duas obras é possível entender que a capacidade de falarmos conosco, sem produzir um único fonema, dentro de nossa mente, chamado de pensamento, é uma prova deste caráter psíquico. Segundo Saussure, nós tanto falamos como pensamos através de signos. [3: SAUSSURE, Ferdinand. Curso de Linguística geral. ed. 28. São Paulo: Cultrix, 2012.]
Acima foram citados os termos, significante e significado, eles correspondem respectivamente a imagem acústica e conceito ou ideia. Foram pressupostos para simbolizar a dupla natureza do signo linguístico. Bouissac, diz, que para Saussure a relação entre esses termos é diferente da visão construída pela filosofia tradicional, que se baseia na pressuposição de que um pensamento autônomo pode ser expresso de várias maneiras. Em oposição a isto, Saussure defende que as formas linguísticas não podem ser consideradas dissociadas de seus significados. Uma composição sonora em si, sozinha, não pode pertencer a uma língua, a menos que esteja intimamente associada a um conceito ou ideia. Ora, não faz sentido nenhum dissociar a forma do significado, já que estão unidas em uma relação de complementariedade. 
Mais a frente do capítulo, Bouissac aborda a ideia de arbitrariedade do signo, que aparece no CLG, como primeiro princípio do signo linguístico. Conforme Saussure, existe uma razão diferente do fato dos indivíduos que falam determinada língua concordarem implicitamente que elas significam assim. O signo linguístico é arbitrário, ou seja, a ideia ou conceito não está ligado ao significante, este é imotivado em relação ao significado, eles não possuem nenhum laço natural, como muitos acreditam que assim o seja. Existem duas objeções a respeito deste princípio, que são as onomatopeias e as exclamações, no entanto, por serem pouco numerosas, em nada interferem no princípio da arbitrariedade. 
Bouissac e também Saussure apresentam em suas obras, que o signo pode ser relativamente arbitrário, o que isto quer dizer? Que o signo pode ser relativamente motivado. Existem graus de arbitrariedade, que parte do signo completamente imotivado ao relativamente motivado. Por exemplo, dez é imotivado, mas dezenove já não o é. Ele apresenta um caso de motivação relativa, visto que essa forma representa a adição de duas quantidades, dez e nove. 
Entendamos assim, o sistema da língua repousa no princípio irracional da arbitrariedade do signo, porém, se aplicado sem restrições resultaria em grandes complicações, por isso existe uma limitação do arbitrário, papel desempenhado pela noção do relativamente imotivado ou arbitrário, de ordem associativa e sintagmática. 
Outro princípio do signo é a linearidade, isto é abordado mais no CLG do que na obra de Bouissac. E para facilitar em uma possível futura leitura, simplificarei o que Saussure diz a respeito dessa característica. 
Primeiro esse caráter linear ocorre referente ao significante, este sendo de natureza auditiva, segue uma linha do tempo e tem as características que toma deste. Esses significantes acústicos dispõem somente da linha do tempo e seus elementos se apresentam em uma sequência, formando uma cadeia. Quando ocorre uma alteração nesta sequência ao representa-los pela escrita, ocasiona mudanças no sentido, por exemplo, a palavra Amor quando tem sua ordem invertida, forma a palavra Roma. Destarte, este princípio é fundamental e sua importância equivale ao primeiro. Toda a organização, todo o mecanismo da língua, depende dele. 
	Adiante, Bouissac desenvolve a ideia a respeito do valor e da significação das palavras, argumentando que muitas pessoas tendem a pensar na língua como uma nomenclatura, uma lista de palavras das quais elas sabem os seus significados, no entanto, quando aprendemos uma segunda língua, percebemos que nem sempre ocorre “uma correspondência de um para um entre palavras de duas línguas diferentes porque essas palavras não possuem o mesmo valor em suas respectivas línguas.” Ou seja, o valor e a significação das palavras variam de língua para língua.[4: BOUISSAC; Paul. Saussure: um guia para os perplexos. Petrópolis, RG; Vozes, 2012. p.163. ]
Saussure compreende a língua, não como uma coleção de palavras em que seus significados independem dos outros. Para ele ocorre exatamente o contrário, então entendamos que, “cada palavra tem um valor que é determinado pelas outras palavras” . [5: BOUISSAC; Paul, loc. cit. ]
	Adentrando no assunto referente à concepção e representação da langue enquanto sistema, Bouissac nos diz que o sistema semiológico não pode ter menos que quatro termos irredutíveis (sino/significação = signo/significação) e três relações também irredutíveis (signo/significação = signo/signo = significação/significação), pois um signo depende de outro signo para ser concebido, e de igual forma ocorre com a significação, pois, consoante Saussure,“um signo existe somente em virtude de sua significação; uma significação existe somente em virtude das diferenças entre os signos” . Partindo então dessa visão, fica claro que não se pode chegar a um significado preciso sem a forma e/ou a uma forma precisa sem significado, o que já foi mencionado mais acima acerca do signo.[6: Ibid., p. 169]
	Por fim chegamos ao tópico da semiologia. Boussaic fala bem pouco sobre este assunto, em comparação aos outros já abordados. O que convém saber, é que esta palavra semiologia não foi criada por Saussure e ela possui varias designações.
As propriedades essenciais da língua – que já foram citadas – também caracterizam outros sistemas baseados em convenções sociais, por exemplo, os sinais marítimos. Saussure, com base nisto, e também com o fato de pacientes afásicos serem capazes de escrever normalmente, percebeu que os signos linguísticos não são exclusivamente verbais, e que a língua falada era um sistema possível entre muitos outros. 
Boussaic trouxe de forma clara, com exemplos simples e inteligíveis, que facilitaram a leitura, tanto de seu material quanto do CLG, possibilitando uma melhor compreensão e absorção do conteúdo. A escolha de abordar este capítulo foi devido o fato deste apresentar assuntos que despertaram em mim, um aprazimento maior.

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