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Bases Estruturais da Matéria Viva – boco 1 – Aula 1 Microscopia Óptica Microscopia Óptica “As ferramentas a nossa disposição determinam o que podemos aprender sobre as células.” - The Cell A LUZ: A formação de uma imagem em um microscópio óptico depende da interação da luz com a amostra e dos efeitos de difração óptica causados por essa interação. Se duas ondas estão em fase, a onda resultante é maior e, portanto, de maior luminosidade. Por outro lado, se duas ondas estão fora de fase, acontece um fenômeno em que elas se anulam total ou parcialmente, diminuindo a luminosidade. Quando a luz da fonte luminosa de um microscópio passa pela amostra, isso gera mudanças nas relações de fase das ondas luminosas. A luz visível e invisível fazem parte do espectro eletromagnético com diversos comprimentos de onda. Quando maior o comprimento de onda, menor será o nível de energia daquele tipo de radiação. LIMITE DE RESOLUÇÃO: É a menor distância entre dois objetos que o olho nu, um microscópio ou um aparelho qualquer é capaz de distinguir sem interpretar esses dois objetos como apenas um. O limite de resolução é definido por alguns parâmetros, como: Comprimento de onda da fonte luminosa: Um certo tipo de radiação não consegue discernir bem objetos menores que seu próprio comprimento de onda. Como os microscópios ópticos lidam com a luz visível, que vai de comprimentos de onda de 0,4μm a 07 μm, os menores objetos que esses aparelhos conseguem resolver bem são bactérias e mitocôndrias, que medem cerca de 0,5 μm. Distância de Trabalho: Espaço entre a amostra e a lente objetiva. Quando menor a distância de trabalho, maior é a abertura numérica da lente. Abertura Numérica ( : corresponde ao seno da metade do ângulo formado pelo cone de luz que a lente objetiva consegue captar, multiplicado pelo índice de refração do meio entre a amostra e a objetiva. Largura angular do cone de luz que as lentes objetivas coletam: Quanto maior for, maior se tornará a resolução e mais clara será a imagem. O ângulo theta, da fórmula abaixo, corresponde à metade desta angulação. Índice de refração(n) do meio em que a distância de trabalho está compreendida. Esses parâmetros e sua relação com o limite de resolução são expressos pela fórmula é uma expressão que corresponde à abertura numérica,. Em lentes secas, este parâmetro alcança um valor máximo de 1 (sin θ ≤ 1 e n do ar=1), mas quando usado um óleo de imersão, o valor da abertura pode chegar até 1,4. Como funcionam os óleos de imersão: O uso do óleo de imersão é necessário devido ao fenômeno de refração da luz. Quando a luz passa de um meio com índice de refração maior para um meio de índice de refração menor, ela sofre um desvio e se afasta da Normal. Quando pensamos no microscópio óptico, a luz que atravessa a amostra montada entre lâmina e lamínula (vidro) encontra em seguida o ar, antes de atingir a lente objetiva. O índice de refração do vidro (+/- 1,5) é maior que o do ar (1.0). Observe a figura abaixo: Em objetivas secas, a abertura numérica é limitada porque os raios emergindo da lamínula em ângulos superiores a 39 graus sofrem reflexão interna total (na figura abaixo, esse ângulo está representado pela linha pontilhada). Repare que os raios com ângulos superiores sofrem reflexão interna total na interface ar- lamínula, não contribuindo dessa forma para a formação da imagem (lado esquerdo da figura). MAGNIFICAÇÃO OU AUMENTO: Corresponde ao resultado do produto entre o aumento dado pela lente objetiva e o aumento dado pela lente ocular. Embora ao aumentarmos o zoom sobre nossa amostra, e com isso obter novas informações sobre ela, nunca teremos mais informação do que o limite de resolução oferece. Pode-se aumentar o zoom tanto quanto as lentes permitam, mas dois objetos abaixo do limite de resolução serão vistos como apenas um. DETECÇÃO: Pode-se detectar um objeto muito menor do que o limite de resolução de um microscópio óptico se este emite luz própria, por exemplo. Contudo, efeitos de difração da luz farão com que este objeto apareça borrado e com um tamanho dentro do limite de resolução. Componentes Básicos de um Microscópio Óptico O CAMINHO DA LUZ: Uma fonte luminosa emite luz que será captada por uma lente condensadora. Esta, por sua vez, projeta o feixe de luz condensado sobre a amostra (posicionada sobre uma platina). A luz então interage com a amostra segue até a lente objetiva, que amplia a imagem da amostra e transmite até um par de lentes oculares. Estas, por sua vez, captam a imagem e realizam um aumento final antes de projetá-la na retina do observador ou em uma câmera digital.. Microscópio Reto e Invertido Atribuição Reto (up Right) Invertido Fonte luminosa e lente condensadora Na parte inferior, apontando para cima. Na parte superior, apontando para baixo. Lentes Objetivas Na parte superior, apontando para a amostra abaixo. Na parte inferior Apontando para a amostra acima. Aplicação Biológica Amostras em lâminas ou células em suspensão. Células vivas fixadas na parte inferior de uma garrafa de cultura ou placa de petri. Diferentes Tipos de Microscópios Ópticos MICROSCÓPIO ÓPTICO DE CAMPO CLARO: Microscópio simples ou microscópio padrão. Requer preparo de amostra (fixação e coração) para torná-la bem visível. Não é impossível visualizar células se a luminosidade for ajustada, mas apenas seu contorno geral será visível. O preparo de amostras para esse tipo de amostra é feito da seguinte maneira: Fixação: Para matar, imobilizar e conservar a forma original da célula, são usados fixadores como o formaldeído, por exemplo. Eles se ligam covalentemente à extremidade amino livre dos aminoácidos e os intercruzam, estabilizando a forma da célula. Desidratação e Emblocamento: Toda a água da célula é retirada e substituída por um solvente orgânico. Esse solvente então é removido e substituído por um meio de resina ou cera para o emblocamento da célula, que consiste em congelar ou polimerizar esse meio para remover a característica de fragilidade e moleza da célula. Microtomia: Em um aparelho de nome micrótomo, a amostra enrigecida é cortada em pequenas fatias chamadas de secções. Isso é necessário pois um tecido ainda é muito espesso para a boa visualização de células em microscopia. Coloração: As secções que saem do micrótomo são transparentes e quase invisíveis ao microscópio comum, por esse motivo são tratadas com corantes orgânicos quimicamente específicos a determinadas estruturas e componentes celulares. MICROSCÓPIO ÓPTICO DE CONTRASTE DE FASE: Dispensa uso de corantes, ou seja, nesse modelo é possível a observação de células vivas. Utiliza um sistema de filtro, chamados anéis de fase, que interferem no trajeto da luz e permite que haja um contorno claro-escuro nas estruturas celulares. Contudo, neste tipo de microscopia, obtém-se uma imagem confusa caso as células da sua amostra estejam aglomeradas uma sobre as outras. MICROSCÓPIO ÓPTICO DE CONTRASTE DE INTERFERÊNCIA DIFERENCIAL: Utiliza o mesmo princípio dos anéis de fase da microscopia de contraste de fase, contudo, gera uma imagem mais confortável ao observador. Esse aparelho secciona sua amostra em diversos cortes ópticos, de modo que, caso haja células sobrepostas em camadas, é possível selecionar apenas um plano. MICROSCÓPIO ÓPTICO DE FLUORESCÊNCIA: Utiliza o princípio das moléculas fluorescentes para a detecção de moléculas específicas na célula ou na matriz celular. As moléculas fluorescentes tem a propriedade de absorver um determinado comprimentode onda e emitir uma onda de maior comprimento que absorvida. Também é comum acoplar anticorpos aos corantes fluorescentes. O Caminho da luz: A luz sai de uma fonte luminosa forte para então passar por um filtro(1) que permite apenas que o comprimento de onda que excita a molécula fluorescente passe. Essa onda então atravessa a amostra e depois um filtro(2) que somente permite a passagem do comprimento de onda emitido quando o corante fluoresce. Câmeras CCD: Como o olho humano possui limitações em situações de baixa luminosidade, as câmeras CCD ou câmeras com um dispositivo de carga acoplado (Charge-Coupled Device), são muito úteis na microscopia e, em especial na microscopia de fluorescência. Elas são resfriadas a fim de reduzir o ruído e então permite que as células sejam observadas por um longo período de tempo sem sofrerem danos por exposição à luz ou ao calor. MICROSCOPIA CONFOCAL: A conjugação da ciência da computação aos microscópios de fluorescência trouxe uma nova dimensão à microscopia óptica. Imagens tridimensionais podem ser obtidas a partir de cortes ópticos da amostra capturados e analisados em computador. Em resumo, trata-se de visualizar, com o microscópio, os diferentes “níveis de espessura” da célula ou estrutura que não pode ser fatiada com uma técnica que permite que a florescência das demais partes, que também são iluminadas, não interfira na imagem final captada na ocular, tornando-a um borrão. A partir da junção dessas diferentes analises, desses diferentes cortes, sob diferentes focos, é possível obter a imagem tridimensional da célula ou estrutura observada. Bases Estruturais da Matéria Viva – boco 1 – Aula 2 Microscopia Eletrônica Microscopia Eletrônica Propicia um maior poder de resolução em relação aos microscópios ópticos, pois, em vez de usarem o espectro da luz visível, usam elétrons, cujas ondas possuem um comprimento muito reduzindo, portanto capazes de resolver objetos muito menores. LIMITE DE RESOLUÇÃO NO MIROSCÓPIO ELETRÔNICO: Quanto mais rápido o elétron, menor seu comprimento de onda. Em um microscópio eletrônico os elétrons possuem uma aceleração tal que seu limite de resolução é, teoricamente, de 0,002nm. Contudo, as aberrações das lentes magnéticas dos microscópios eletrônicos são mais difíceis de corrigir que as das lentes de vidro, além de possuírem baixa abertura numérica, portanto o limite de resolução sobe para 0,1nm (1 angstrom). Já em amostras biológicas, o limite de resolução é de 1nm (10 angstroms) por causa dos métodos de preparo da amostra e pelos danos que ela sofre com a forte radiação que recebe no microscópio. Mas ainda assim a resolução pode ser melhorada com o desenvolvimento de fontes luminosas mais brilhantes e confiáveis chamadas de canhões de emissão. O CAMINHO DA LUZ NO MICROSCÓPIO ELETRÔNICO: Um feixe de elétrons é emitido por um filamento através de uma coluna em alto vácuo, a fim de que os elétrons não colidam com moléculas presentes no ar. Ela então passa por um conjunto de bobinas magnéticas (lentes) análogas às encontradas em um microscópio óptico: primeiro uma lente condensadora do feixe de elétrons, depois esse feixe interage com a amostra para então ser captado por lentes objetivas e depois lentes projetoras que lançam a imagem em uma tela, filme fotográfico ou câmera digital. As amostras são coradas com material eletrodenso. Ou seja, as partes mais densas da amostra refletirão mais elétrons e, portanto, serão mais escuras na imagem. Preparo de Amostras em Microscopia Eletrônica Não é possível ter amostras vivas no microscópio eletrônico pela alta exposição à radiação e ao vácuo, portanto, um preparo especial é feito sobre a amostra: Primeiro a amostra é fixada com glutaraldeído, que intercruza covalentemente moléculas proteicas e seus vizinhos e tetróxido de ósmio, que estabiliza as bicamadas lipídicas. Após isso a amostra é desidratada e polimerizada por uma resina monomérica, formando um bloco sólido. É feito então o seccionamento da amostra com uma lâmina de diamante ou vidro, necessário, pois o poder de penetração dos elétrons é muito baixo. Antes ou depois do corte, a amostra é impregnada com sais de metal pesado, uma vez que o contraste no microscópio eletrônico depende do número atômico dos átomos na amostra. A amostra é então colocada em uma pequena grade de metal para ser observada. Microscopia Eletrônica de Varredura e de Transmissão MEV: Produz uma imagem detalhada da superfície de uma amostra por meio da detecção de elétrons emitidos e espalhados por ela. Após o preparo da amostra, ela é varrida por um feixe estreito de elétrons. Os elétrons emitidos e espalhados pela interação desse feixe com a amostra são mensurados e usados para controlar um segundo feixe que, em sincronia com o primeiro, forma a imagem em uma tela de televisão. A aparência tridimensional da imagem é obtida por meio das diferenças da quantidade de dispersão de elétrons, que depende do ângulo da superfície em relação ao feixe que ela recebe. MET: Possui mecanismo semelhante ao microscópio de varredura, mas neste caso é possível observar estruturas internas da célula e moléculas isoladas por meio de uma técnica de contraste chamada de sombreamento com metais. Nessa técnica o metal é aplicado em um ângulo oblíquo de maneira a depositar uma cobertura mais espessa em algumas áreas que em outras, formando padrões de claro e escuro que contribuem para a tridimensionalidade da imagem obtida. Bases Estruturais da Matéria Viva – boco 1 – Aula 3 Cultivo de Células e Tecidos Cultura de Células IMPORTÂNCIA DA CULTURA CELULAR: Possibilita o isolamento de um tipo celular para estudo, população homogênea de células. É possível obter, através da cultura em larga escala, grandes quantidades de componentes bioquímicos e moleculares das células. É mais conveniente para se manusear e observar em laboratório, elimina estresse de animais em teste. Muito útil para avaliar efeitos de drogas e fármacos e observar interação entre dois tipos celulares. Cultura Primária e Secundária CULTURA PRIMÁRIA: São obtidas à partir do tecido de um organismo. Primeiramente, rompe-se a matriz extracelular e as junções entre células por meio de enzimas proteolíticas, como tripsina e colagenase, em um processo chamado de digestão enzimática. Então, por meio de agitação leve, obtém-se uma solução de células individualizadas, mas de vários tipos. Para separar um único tipo celular, usa-se a imunofluorescência, pela qual um anticorpo específico ao tipo celular alvo é ligado a um corante fluorescente a fim de marcar essas células. Então, as células marcadas são separadas das demais em um separador de células ativado por fluorescência eletrônico. Senescência celular replicativa: processo pelo qual a célula para de se dividir após um número finito de ciclos replicativos. Relaciona-se diretamente com o encurtamento progressivo dos telômeros a cada divisão celular. É a grande desvantagem das culturas primárias, fazendo com que durem por apenas algumas semanas ou meses. CULTURA SECUNDÁRIA: Este tipo de cultura cobre a desvantagem das culturas primárias em relação à senescência celular replicativa. As células podem proliferar-se indefinidamente por meio da indução de um gene que codifica a subunidade catalítica da telomerase, mantendo, portanto, os telômeros intactos. Além disso, devem-se inativar mecanismos de checkpoint, que geralmente são ativados pelo próprio meio de cultura e param o ciclo celular. Desativação de mecanismos de checkpoint: Os checkpoints são mecanismos de feedback que monitoram a execução do ciclo celular e inibem o início de eventos subsequentes até que os processos daetapa anterior sejam executados com sucesso. Eles podem ser desativados por meio da introdução de oncogenes derivados de adenovírus tumorais Linhagens de células transformadas: Possuem diversas diferenças com relação às linhagens imortalizadas não transformadas (estabelecidas) porque são geradas a partir de células cancerosas. CULTURA PRIMÁRIA CULTURA SECUNDÁRIA Desvantagens Pouco tempo de cultivo, a célula entre em senescência celular replicativa e depois, apoptose. Apresentam maior diferença em relação ao tecido in vivo Vantagens Propriedades mais semelhantes ao in vivo Uniformidade na cultura. Cultivo em larga escala. Mantém viabilidade ao serem congeladas e descongeladas. Cultura Histotípica e Organotípica As culturas histotípicas são culturas de células reagregadas reproduzindo característica das células no tecido original. Por exemplo, as neuroesferas. Já as culturas organotípicas são semelhantes às descritas anteriormente, com a diferença que agregam mais de um tipo celular para observação in vitro. Manutenção da Cultura Celular Células diferentes requerem estratégias de cultivo diferentes. Por exemplo, células aderentes, ou seja, ancoragem-dependentes são cultivadas em garrafas ou placas de forma a se aderirem ao fundo desses recipientes, são geralmente células de seres multicelulares, que formam uma matriz extracelular. Já células em suspensão, geralmente seres unicelulares ou sanguíneas, são conservadas em agitação leve, a fim de que as células não decantem para o fundo do recipiente de cultura. FATORES PARA A MANUTENÇÃO DA VIDA DA CÉLULA IN VITRO: Estufa adequada: Deve-se manter a estufa à uma temperatura e concentração de CO2 e outros gazes apropriada a um determinado tipo celular em cultivo. Esterilidade: Para evitar contaminação das células em cultura e preservar sua homogeneidade, é necessário uma série de precauções como uso do fluxo laminar vertical, equipamento de biossegurança, uso de garrafas, pipetas e outros instrumentos de manuseio sempre estéreis. Além disso, é importante o uso de antibióticos e fungicidas no meio de cultura. Meio de cultura: Deve ser adequado ao tipo celular com que se trabalha, com pH e nutrientes específicos para a célula em questão O meio pode ser definido, ou seja, todos os componentes são conhecidos ou semidefinido, no qual há presença de extratos animais ou vegetais para fornecer nutrientes à célula. Soro Fetal Bovino: É um suplemento para meios de cultura que contém uma grande quantidade de componentes como ácidos graxos, fatores de crescimento, aminoácidos e vitaminas. Seus componentes têm a finalidade de promover o crescimento das células. É obtido a partir de sangue coagulado. REPIQUE CELULAR: Faz-se necessário para que às células não entrem em inibição por contato dentro do meio de cultura ou morram por falta de nutrientes e excesso de componentes tóxicos, bem como acidez progressiva do meio de cultura. As fases do crescimento celular em cultura são mostradas a seguir: Adaptação: As células estão se adaptando ao novo meio e ao estresse da troca de meios ou explante do tecido original. O crescimento é lento. Exponencial: Crescimento celular rápido Estacionária: O número células em apoptose é igual ao número de células fazendo divisão celular. Morte: Devido à acidez do meio, o aumento no número de excretas celulares e déficit de nutrientes, a população celular diminui rapidamente. ESTOCAGEM DE CÉLULAS: É importante estocar linhagens celulares corretamente tanto para fins comerciais, quanto para fins laboratoriais, afinal, é necessário ter células em reserva para casos em que as células em cultura se contaminem ou fiquem inviáveis de um outra forma. Ao congelar a célula para estocagem, é necessário evitar a formação de cristais de gelo que podem romper a membrana celular. Para isso, deve-se usar um crioprotetor como DMSO e diminuir a temperatura celular gradualmente, colocando-a a -20°C, -80ºC, para, então colocar em nitrogênio líquido. Quando ao descongelamento, deve ser rápido, uma vez que o crioprotetor é tóxico para a célula. Cultura de Células Tronco--Embrionárias Esse tipo celular é muito promissor para a cultura pois podem proliferar-se indefinidamente e possuem potencial de diferenciação irrestrito. Suas descendentes no embrião são capazes de se integrar perfeitamente no tecido em que serão inseridas. As expectativas nesse tipo de tecnologia são muitas, uma vez que oferece janela para reparo tecidual, produção de células especializadas para terapia e, até mesmo, crescimento de órgãos inteiros a partir delas. O principal problema do uso de células tronco-embrionárias é a possível rejeição do sistema imunológico do paciente, mas isso pode ser solucionado se as células em cultura derivarem do próprio paciente ou por meio de uma estratégia chamada de clonagem terapêutica. CLONAGEM TERAPÊUTICA: Um clone é um grupo de indivíduos geneticamente idênticos por terem descendido de um único ancestral. Células em cultura são clones umas das outras, por exemplo. Transplante nuclear de células somáticas é um processo no qual o núcleo de uma célula ovo não fertilizada (haploide) é substituído por um de uma célula somática diploide comum. Essa célula híbrida pode então, em raros casos, dar origem a um embrião jovem. A clonagem terapêutica usa a técnica do transplante nuclear de células somáticas para produzir Células tronco embrionárias personalizadas, que serão usadas como fonte desse tipo celular em cultura para usos clínicos, por exemplo. As células produzidas são quase idênticas ao núcleo do doador, podendo ser usadas em transplantes sem risco de rejeição. Além disso, podem ser feitas células específicas para o estudo e testes de fármacos para uma doença quando o núcleo recebido é de um indivíduo com uma disfunção hereditária. Produção de Anticorpos Tendo em vista que a técnica de obtenção de anticorpos por meio da inoculação de animais possui diversas limitações, desenvolveu-se uma técnica alternativa: a produção de anticorpos monoclonais em linhagens de hibridomas. Hibridomas: Linhagem celular obtida pela fusão de linfócitos B secretores de anticorpos com células de um tumor linfoide. Podem fazer uma anticorpo particular e também se multiplicar indefinidamente em cultura. São propagados como clones individuais e produzem um único tipo de anticorpo monoclonal, este, por sua vez, reconhece apenas um tipo de sítio antigênico. Vantagem: Fonte infinita de anticorpos com uma especificidade muito maior. Mais conveniente pois não envolve o abatimento frequente de animais
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