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Integração de Empresas /CIM – Conceitos Básicos 
 
 
Nova leitura da sigla CIM 
 
Desde os primórdios da utilização da sigla CIM, a ênfase estava na letra "C" de Computador, ou de 
uma forma mais ampla, Tecnologia de Informação. Considerava-se CIM como sendo "a utilização 
do processamento de dados eletrônicos e o fluxo de informações auxiliado por computador em 
todos os setores da empresa". Nesse período surgiu uma grande quantidade de propostas de 
modelos CIM, arquiteturas CIM, soluções CIM, etc. 
 
A ênfase agora mudou e a letra hoje então mais importante da sigla CIM é o "I" de Integração, que 
representa os processos de negócios nas suas diversas visões (estratégias, atividades, informação, 
recursos e organização) dentro de uma visão holística do negócio (vide figura). 
 
 
 
O "C", ou seja a Tecnologia de Informação, é o recurso potencializador da integração, quando 
pensarmos nos sistemas de gestão integradas (ERP). A Tecnologia de Informação tem o potencial 
de facilitar a integração da organização e de suas pessoas também com o uso de tecnologias como 
workgroup computing, que envolve workflow, agenda eletrônica em grupo, correio eletrônico e até 
sistemas PDM. Nesses casos outros fatores, tais como cultura organizacional e capacidade de 
aprendizado da organização são importantes e muitas vezes inviabilizam o sucesso da aplicação 
dessas tecnologias. 
 
Não se deve esquecer que o domínio do negócio, ou melhor da manufatura de uma forma 
abrangente (letra "M") continua a ser essencial. De nada adiantaria a melhor estratégia, a melhor 
organização, os melhores recursos, se não existir um domínio amplo do negócio, desde o 
desenvolvimento de seus produtos, até a sua comercialização e produção. 
 
A Integração parte de uma visão holística da empresa, onde todas as visões fazem parte de um 
todo unificado. O que sustenta esta visão holística é a compreensão da empresa através de seus 
processos de negócio (business processes). Logicamente não se pretende aqui diminuir a 
importância da Tecnologia de Informação na Integração da Manufatura. Graças aos avanços atuais 
e disponibilidade de equipamentos e sistemas flexíveis e de fácil interconexão é que se pode tratar 
da Integração como um todo. O potencial da tecnologia é que permitiu que se pensasse em 
organizações modernas e até virtuais. Existem alguns caminhos a serem ainda desbravados, 
principalmente na área de normalização, para que um usuário possa integrar sistemas de diversos 
fornecedores. 
 
 
 
 
Definição de Integração 
 
A palavra integração pode significar tanto o processo de integração, como o seu resultado. 
Apresenta-se aqui a definição de integração, como resultado de um processo de integração. 
Integrar é obter uma operação mais eficaz dos processos de negócio de uma empresas e entre 
eles, compreendendo as pessoas, máquinas e informação, de acordo com os objetivos da empresa 
(Goranson 1997). Integração significa unificar componentes heterogêneos de uma forma sinérgica. 
 
Em uma empresa trata de facilitar o acesso a informação, o controle e fluxo de material, conectando 
todas as funções e entidades funcionais heterogêneas. Com isso melhora a comunicação, 
cooperação e coordenação dentro da empresa, de forma que ela se comporte como um "todo" 
integrado, assim como sua produtividade, flexibilidade e capacidade de gerenciamento de mudança 
(Vernadat 1996). 
 
 
Como integrar? 
 
Para se integrar deve-se ter uma visão única (holística) do negócio, compartilhada por todas as 
pessoas da empresa. Esta visão pode ser representada por seus processos de negócio. Os 
objetivos da empresa devem estar alinhados com as suas estratégias e com os objetivos pessoais 
de cada um. Ela deve se tornar parceira dos fornecedores e atender sempre as necessidades de 
seus clientes. A ações de melhoria adotadas pela empresa devem ser harmônicas entre si. Os 
sistemas de gestão precisam suportar todos esses requisitos, etc. 
 
Pode-se listar um número maior ainda de características e atividades correspondentes que leva à 
integração. No entanto o processo de integração depende de dois fatores básicos: educação e 
metodologia. 
 
A integração começa com educação, passa por educação e continua com educação. Utiliza-se aqui 
o significado amplo do termo educação, que se inicia fora das empresas e continua por toda a vida 
profissional do indivíduo. A educação influencia principalmente a cultura técnica da empresa e a sua 
capacidade de aprendizado, passando por motivação e tomando como referência as necessidades 
e habilidades existentes. Deve-se atuar na educação em todos os níveis da empresa, do presidente 
e diretoria aos operários ("colaboradores"). Nos primeiros devem estar fundamentados os conceitos 
de integração, business process, técnicas gerenciais, estabelecimento de estratégias, etc. Para os 
últimos, conceitos de suas múltiplas funções, habilidades necessárias, conhecimentos específicos, 
etc. Isso para não falar dos níveis intermediários. Esta colocação é propositadamente superficial, 
com a intenção somente de se destacar a importância da educação, pois quem realmente agrega 
valor à manufatura de uma forma ampla são as pessoas que trabalham dentro da empresa (o autor 
deste não considera o termo recursos humanos apropriado neste caso). 
 
A metodologia deve proporcionar um frame de métodos, técnicas e ferramentas, que o indivíduo 
educado (ou grupo de indivíduos) pode acessar e utilizar conforme a sua necessidade específica. É 
uma referência de como se deve agir para se obter a integração. Pode-se tomar como exemplo a 
Metodologia de Integração de Empresas (MIE) desenvolvida no NUMA. Ela é uma metodologia de 
gerenciamento de mudanças (change management) e possui três grandes ciclos que devem ser 
sempre repetidos: diagnóstico, desenvolvimento de projetos (planejamento e especificação) e 
implementação/monitoramento. A visão holística da empresa com base no conhecimento e 
especificação do business process está contida no desenvolvimento de todas as suas fases. A 
ênfase aqui é criar uma sinergia entre as diversas abordagens de melhoria dos negócios. Quando 
se analisa, por exemplo, o ciclo de PDCA (plan-do-check-act) da escola da qualidade percebe-se 
uma certa semelhança com o princípio de change management. A diferença está em no 
gerenciamento de mudanças, sempre se tem como referência a imagem única e abrangente da 
empresa através da visualização de todas as dimensões dos seus processos de negócio, que pode 
ser obtida por meio da modelagem de empresas. 
 
 
Considerações adicionais 
 
Devido à visão abrangente apresentada, a integração é influenciada pelos avanços 
em: planejamento estratégico, novas formas organizacionais, tecnologia de informação, 
relacionamento entre empresas, métodos de produção etc. Apresentam-se aqui alguns exemplos 
que podem influir na integração da manufatura. 
 
 
Integração Homogênea do ponto de vista de tecnologia de informação 
 
A integração homogênea parte do princípio que existe uma base de dados única para todos os 
aplicativos. Isto é conseguido através de sistemas de gestão integrados (ERP), que contém 
teoricamente todos os aplicativos que uma empresa de manufatura necessitaria. Esses sistemas 
são bem flexíveis, pois podem ser configurados para diversas alternativas. Uma dificuldade desses 
sistemas integrados é o seu tempo e custo de implantação (por falta de profissionais que suportem 
uma implantação rápida) e limitações funcionais para atendes às especificidades de cada negócio. 
Devido a isso, existem vários aplicativos complementares, que já trabalham integrados com esses 
sistemas. 
 
O problema ainda fica na integração da base de dados, pois os modelos dos sistemas integrados 
normalmente fazem um uso extenso da integridade referencial, dificultando a troca on-line de dados 
com aplicativos não nativosno sistema integrado. Alguns sistemas, no entanto, fornecem interfaces 
de dados padrão, onde se armazenam os dados que se deseja inserir, ficando a criação do 
relacionamento referencial a cargo do próprio aplicativo. Normalmente, o problema de integração é 
resolvido pelos fornecedores do sistema complementar e do ERP. 
 
Existem sistemas integrados baseados na arquitetura cliente-servidor e outros com base em 
intranet. Os que rodam em clientes Windows podem fazer uso da tecnologia OLE (object link 
embedded), o que facilita a integração funcional com outro aplicativo que trabalhe também com o 
padrão OLE. O mesmo acontece no mundo UNIX com o padrão CORBA. Em futuro próximo 
aguarda-se que tanto um padrão único seja adotado para qualquer plataforma de hardware. 
 
 
Integração Heterogênea do ponto de vista de tecnologia de informação 
 
A integração heterogênea, como o próprio nome diz, preocupa-se em integrar sistemas distintos, 
desenvolvidos por fornecedores diferentes. Ela toma como base um repositório de dados também 
conhecido como meta base de dados, que é uma espécie de dicionário de todos os dados que 
estão nas bases de dados de cada um dos aplicativos a serem integrados. A grande desvantagem 
aqui é o armazenamento redundante de dados. Por utilizar sistemas diferentes, pode acontecer que 
em um ambiente heterogêneo exista também uma redundância das funções oferecidas por dois 
aplicativos ou mais. Nesse caso o modelo do processo de negócio adotado como referência deve 
prever qual funcionalidade de qual sistema é para ser utilizada na realização de uma atividade. Um 
padrão que pode colaborar para a efetivação deste tipo de integração é se todos os fornecedores de 
sistemas integrados oferecerem interfaces em conformidade com padrões (STEP seria tal iniciativa 
se provesse uma especificação para todos os possíveis objetos -business object - das empresas de 
manufatura) - vide sites relacionados. 
 
 
Equipes Virtuais 
 
A globalização da economia traz, entre outras, uma estratégia de se operar simultaneamente em 
vários locais distintos. Isso pode ocorrer, por exemplo, no desenvolvimento de um produto, com 
várias pessoas localizadas em diversos locais trabalhando em grupo e fazendo uso da tecnologia de 
telecomunicação. Suas atividades seriam suportadas por sistemas de workgroup computing e elas 
formariam então um time virtual. 
 
 
Automação do Processo de Negócio 
 
Uma outra tecnologia disponível parece que pode ser o caminho para a criação de software no 
futuro. Essa tecnologia tem a sigla BPA (business process automation) ou BPE (business process 
execution) e seu princípio está na automação de atividades específicas definidas em um 
BP resultante, por exemplo, de um trabalho de Reengenharia. O desenvolvimento desses building 
blocks de software específicos seria realizado com um ferramenta de desenvolvimento orientada por 
objeto com grande produtividade e alto grau de abstração. 
 
 
Referências Bibliográficas 
 
AGUIAR, A. F. S.; ROZENFELD, H.; RENTES, A. F.; BREMER, C. F.; ALLIPRANDINI, D. H. (1994). 
Integração da manufatura: o caminho para a modernização. Máquinas e Metais, p.98-113, set. 
(t:836). 
 
GORANSON, H. T.(1997). Human factors and enterprise integration, Workshop 1 Report ICEIMT, 82-
87. 
 
HANDY, C.; (1995). Trust and the virtual organization. Harvard Business Review, Harvard, v. 73, 
n.3, p. 40-50. (t:804). 
 
PETRIE, C. J. (1992). The Model / Application Link. Report of the Workgroup 1 of the ICEIMT 
Workshop II. In: Proceedings of the First International Conference on Enterprise Integration Modeling. 
p.42-46. The MIT Press, Cambridge. 
 
ROZENFELD, H. (1996). Reflexões sobre a manufatura integrada por computador (CIM). In: 
MANUFATURA CLASSE MUNDIAL: Mitos e realidade. São Paulo, 1996. (t:1) 
 
VERNADAT, F. B. (1996). Enterprise modelling and integration: principles and applications. 
London: Chapman & Hall. (t:625) 
 
SAVAGE, C. M. (1990). Fifth generation management: integrating enterprises through human 
networkng. Burlington: Digital Press. (Disponível na biblioteca da FEA - USP ). 
 
KOSANKE, K.; NELL, J. G. (1997). Enterprise engineering and integration: building international 
consensus. INTERNATION CONFERENCE ON ENTERPRISE INTEGRATION AND MODELING 
TECHNOLOGY. 1997. Procedings. (t: 510)

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