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SENAI TECNOLOGIA DOS PLASTICOS 2011

Prévia do material em texto

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Técnico em Mecânica 
 
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI DR/MG 
CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL ORLANDO CHIARINI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pouso Alegre 
2011 
 
TECNOLOGIA DOS 
PLÁSTICOS 
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Técnico em Mecânica 
 
 
Presidente da FIEMG 
Olavo Machado Junior 
 
Gestor do SENAI 
Petrônio Machado Zica 
 
Diretor Regional do SENAI e 
Superintendente de Conhecimento e Tecnologia 
Lucio José de Figueiredo Sampaio 
 
Gerente de Educação e Tecnologia 
Edmar Fernando de Alcântara 
 
 
 
 
 
 
Elaboração / Ano 
 
GEOVANI SILVA/2011 
CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL ORLANDO CHIARINI – POUSO 
ALEGRE – MG. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
_________________ 
Técnico em Mecânica 
AAPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO 
 
 
 
“Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do 
conhecimento.” 
Peter Drucker 
 
 
 
O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os 
perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção, 
coleta, disseminação e uso da informação. 
 
O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país, sabe disso, e, 
consciente do seu papel formativo, educa o trabalhador sob a égide do conceito da 
competência: “formar o profissional com responsabilidade no processo 
produtivo, com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos 
técnicos aprofundados, flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e 
consciência da necessidade de educação continuada”. 
 
Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento, na sua área tecnológica, 
amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se faz necessária. 
Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia, da conexão de 
suas escolas à rede mundial de informações – internet - é tão importante quanto 
zelar pela produção de material didático. 
 
 
Isto porque, nos embates diários, instrutores e alunos, nas diversas oficinas e 
laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais 
didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos. 
 
O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua 
curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre os 
diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada ! 
 
Gerência de Educação e Tecnologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TECNOLOGIA DOS PLÁSTICOS 
 
_________________ 
Técnico em Mecânica 
4 
Sumário 
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................ 3 
CAPÍTULO 1 - FUNDAMENTOS DOS POLÍMEROS .................................................................................. 6 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 6 
CLASSIFICAÇÃO ..................................................................................................................................... 7 
APLICAÇÃO ........................................................................................................................................... 10 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................... 12 
CAPÍTULO 2 – PROCESSO DE PREPARAÇÃO DE MONÔMEROS E POLÍMEROS ............................ 13 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 15 
PREPARAÇÃO DE ALGUNS MONÔMEROS ....................................................................................... 15 
FONTES DIVERSAS DE MONÔMEROS ............................................................................................... 15 
SIGLA DOS POLÍMEROS ...................................................................................................................... 15 
CLASSIFICAÇÃO DOS POLÍMEROS.................................................................................................... 17 
PROPRIEDADES DOS POLÍMEROS .................................................................................................... 18 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................... 22 
CAPÍTULO 3 – POLÍMEROS E A INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA ........................................................ 23 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 23 
AUTOMÓVEIS, POLÍMEROS E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA ............................................................. 30 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................... 31 
CAPÍTULO 4 – RECICLAGEM DE POLÍMEROS ...................................................................................... 33 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 33 
AS FONTES DE SOLUÇÃO PARA EVITAR POLUIÇÃO ..................................................................... 34 
COLETA SELETIVA DO LIXO ............................................................................................................... 35 
CLASSIFICAÇÃO DO DESCARTE DE POLÍMEROS ........................................................................... 35 
SIMBOLOGIA PARA PLÁSTICOS (ABNT) ........................................................................................... 35 
PRINCIPAIS PLÁSTICOS RECICLÁVEIS ............................................................................................. 36 
PROCESSO DE RECICLAGEM DE POLÍMEROS ................................................................................ 38 
PRODUTOS COM PLÁSTICO RECICLADO ......................................................................................... 40 
TECNOLOGIA DOS PLÁSTICOS 
 
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Técnico em Mecânica 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................... 41 
CAPÍTULO 5 – PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DE POLÍMEROS ................................................. 42 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 42 
PROCESSAMENTO DE POLÍMEROS COMPÓSITOS ......................................................................... 42 
TÉCNICAS DE PROCESSAMENTO ...................................................................................................... 45 
PROCESSAMENTO DE PLÁSTICOS: EXTRUSÃO ............................................................................. 45 
PROCESSAMENTO DE PLÁSTICOS: MOLDAGEM POR INJEÇÃO .................................................. 46 
PROCESSAMENTO DE PLÁSTICOS: MOLDAGEM POR INJEÇÃO DE TERMOFIXOS ................... 48 
PROCESSAMENTO DE PLÁSTICOS: RIM (REACTION INJECTION MOLDING) .............................. 48 
PROCESSAMENTO DE PLÁSTICOS: MOLDAGEM POR SOPRO ..................................................... 48 
PROCESSAMENTO DE PLÁSTICOS: MOLDAGEM POR TERMOENFORMAÇÃO ........................... 51 
PROCESSAMENTO DE PLÁSTICOS: MOLDAGEM POR COMPRESSÃO ........................................ 52 
PROCESSAMENTO DE PLÁSTICOS: MOLDAGEM POR TRANSFERÊNCIA ................................... 53 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................54 
CAPÍTULO 6 – MOLDES PLÁSTICOS ...................................................................................................... 55 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 55 
DEFINIÇÃO ............................................................................................................................................. 55 
COMPOSIÇÃO ........................................................................................................................................ 55 
DESCRIÇÃO ESPECÍFICA DOS COMPONENTES DO MOLDE .......................................................... 57 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................... 60 
TECNOLOGIA DOS PLÁSTICOS 
 
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Técnico em Mecânica 
6 
CAPÍTULO 1 
FUNDAMENTOS DOS POLÍMEROS 
 
INTRODUÇÃO 
 
 O nome plástico vem do grego “plastikos”, que significa maleável. 
Os materiais plásticos são compostos de resinas naturais ou sintéticas, que 
através de pressão e calor podem fluir e tomar forma determinada. São materiais 
orgânicos, obtidos através do craqueamento do petróleo, da hulha e do gás natural 
liquido, ao contrário de materiais naturais, como madeira e metal. A matéria prima 
utilizada para a obtenção do plástico pode ser largamente combinada, resultando em 
novos polímeros que terão propriedades individuais. 
Os materiais plásticos não são materiais vulgares, mas sim materiais nobres, 
capazes de substituir qualquer outro material. O uso excessivo dos plásticos na era 
moderna pode ser atribuído em grande parte à combinação de propriedades e 
vantagens oferecidas somente por esta classe de substâncias. 
Ele pode transformar-se em todo tipo de produto, assumindo as mais diversas 
formas desde os mais comuns do dia a dia, aos projetos mais sofisticados, como os 
plásticos resistentes à temperatura e altamente impermeáveis à corrosão. 
Os plásticos podem ser afiados, moldados, laminados, usinados, flexíveis ou 
rígidos, transparentes ou opacos, incolores ou pigmentados, pintados ou metalizados. 
A produção mundial tem duplicado a cada cinco anos, sendo que quatro 
categorias representam cerca de 80% do consumo total: o policloreto de vinila (PVC), o 
polietileno de alta ou baixa densidade (PEAD e PEBD), o poliestireno (PS) e o 
polipropileno (PP). 
O PS e o PVC têm uso no mercado de embalagens, produtos descartáveis, no 
revestimento de fios e cabos, revestimento de canais de irrigação e revestimentos. O 
PVC estendeu sua utilização no mercado mobiliário (capas, forros, acolchoados, 
cadeiras pré-moldadas) e o PS ao mercado de eletrodomésticos. 
O Polietileno (PE) e o Polipropileno (PP) evoluíram principalmente no mercado 
de filmes flexíveis para embalagens, cordas, etc. 
Plásticos especiais (fibras sintéticas) têm seu consumo voltado para a fabricação 
no vestuário: tergal, nylon, uso doméstico (tapetes) e indústria (cordas e cordonéis para 
pneus). 
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Os plásticos de engenharia evoluíram no mercado da indústria automobilística e 
de eletroeletrônica. 
Os plásticos flexíveis, chamados borrachas sintéticas ou elastômeros, atendem 
a 70% das necessidades mundiais. Os elastômeros apresentam vantagens em relação 
à borracha natural, como maior resistência a abrasão e ao calor, mais uniforme no 
processamento, fluidez na moldagem e diversidade de tipos. 
CLASSIFICAÇÃO 
 
Os produtos básicos dos materiais plásticos são as resinas sintéticas. Estas são 
obtidas por reações químicas de polimerização, policondensação ou poliadição. 
 
 Polimerização 
 
Reações de polimerização são aquelas que acontecem entre moléculas iguais 
(monômeros) quimicamente não saturadas, que se unem, por rompimento das duplas 
ligações, em longas cadeias, formando macromoléculas (polímeros). 
Estas reações não alteram a composição química molecular, portanto são 
reversíveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Policondensação 
 
TECNOLOGIA DOS PLÁSTICOS 
 
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Reações de condensação são aquelas em que moléculas iguais ou diferentes, 
contendo grupos funcionais característicos (ex: aldeídico CHO, amínico (N2H, 
metilênico CH2) reagindo entre si, originando moléculas mais complexas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Poliadição 
 
As reações de poliadição se dão da união química de um átomo da primeira 
molécula e uma segunda. Ocorre entre moléculas de iguais ou diferentes 
características sem eliminar nenhum elemento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TECNOLOGIA DOS PLÁSTICOS 
 
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As resinas sintéticas classificam-se em: 
 Termoplásticas 
 Termoestáveis ou termofixas 
 Elasticos ou Elastômeros 
 
As termoplásticas possuem a propriedade química de tornarem-se moles e 
pastosos durante a ação continua do calor, endurecendo somente com o resfriamento. 
Desta forma podemos reaproveitar o material, quantas vezes forem necessárias, pois 
não há nenhuma reação química que possa prejudicar suas qualidades a não ser 
evidentemente uma pequena diminuição nos valores de suas propriedades, o que pode 
ser sanado misturando-se percentualmente o material reaproveitado com material 
virgem do mesmo tipo. Com uma mistura de 75% de material virgem, mais 25% de 
material reaproveitado ( plástico moído) as propriedades não se alteram. 
As resinas termoplásticas mais conhecidas são: 
Poliamida ou Nylon (PA) Acetato de Celulose (CA) 
Policarbonato (PC) Polimetilmetacriltato (PMMA) 
Poliestireno (PS) Acrilenitrilo Butadieno Estireno (ABS) 
Polietileno (PE) Polioximetileno (PCM) 
Polipropileno (PP) Cloreto de Polivinila (PVC) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os materiais termoestáveis ou termofixos são materiais cujas propriedades de 
suas resinas adquirem a forma do molde somente sob ação do calor juntamente com 
uma determinada pressão, no qual endurecem tomando então a forma definitiva. 
Inicialmente o material deve ter um pré-aquecimento antes de entrar no molde para 
diminuir o tempo de moldagem e eliminar a umidade existente. Logo após ter recebido 
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a primeira aplicação de calor durante um curto ciclo, o material torna-se mole ficando 
no ponto ideal para moldagem. Mantendo-se o material dentro do molde quente com 
uma determinada pressão, durante um determinado período, o mesmo transforma-se 
quimicamente e endurece. 
A peça assim moldada, toma a forma definitiva e mesmo que seja novamente 
aquecida não mais amolece, sendo impossível sua recuperação. 
Os termofixos mais conhecidos são: 
Fenol- formaldeido / baquelite (PF) Poliéster (UP) 
Uréia-formaldeido (UF) Epóxi (EP) 
Melamina-formaldeido (MF) Poliuretano (PU) 
Silicone 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Os Elásticos ou Elatômeros são materiais que possuem macromoléculascom 
poucas pontes de rede. A formação das pontes ocorre devido à presença de enxofre, 
que é responsável pela recuperação elástica do material (vulcanização). Fazem parte 
deste grupo as borrachas naturais e sintéticas. 
 
APLICAÇÃO 
Na construção: 
A indústria da construção recebeu um notável reforço do plástico através de 
tubos de encanamento, válvulas, sifões, revestimento de paredes, piso, gabinetes para 
pia, box para banheiro, etc. Em desenvolvimento, temos a casa feita deplacas 
plásticas. 
 
 
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No trânsito: 
As lentes dos semáforos foram substituídas por policarbonato, o mesmo material 
que é utilizado nos capacetes dos astronautas. Está presentes em aviões, navios, 
automóveis e transportes coletivos, devido sua alta versatilidade. 
 
Nos esportes: 
Barcos, tacos, bolsa, tênis, raquetes, redes, etc em tudo o plástico está 
presente. Atualmente a grama sintética de poliestireno tem sido utilizada com grande 
sucesso nos estádios. 
 
Na medicina: 
O polietileno de alta densidade tem sido utilizado com sucesso na fabricação de 
próteses para substituir as articulações do quadril, dedos e joelho. Válvulas para o 
coração em plástico afastam o risco da rejeição. Isso sem citar o obvio como óculos, 
aparelhos de surdez, etc. 
 
Vidro inquebrável: 
O policarbonato é realmente inquebrável e transparente, 250 vezes mais forte 
que o vidro e 30 vezes mais resistente que o acrílico. 
 
Papel de plástico: 
Nem o papel que parecia tão fatalmente dependente da celulose da madeira 
escapa do avanço esmagador do plástico. Já se fazem livros e jornais a base de 
polietileno. 
 
Embalagens: 
Neste campo o plástico impôs seu domínio, deslocando o vidro, a madeira, o 
alumínio, o papel e o papelão. As embalagens plásticas são seguras, de fácil transporte 
e apresentam baixo custo e ótima apresentação. 
 
Aparelhos eletrodomésticos e eletro-eletrônicos: 
Os plásticos substituíram os metais na indústria de eletrodomésticos devido a 
sua versatilidade e aparência. 
 
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REFERÊNCIAS 
 
SENAI. MG. Tecnologia de materiais: materiais II. Belo Horizonte: SENAI/MG, 1998. 
69 p. ISBN 8586909297 (broch.) 
 
WIEBECK, Hélio; HARADA, Júlio. Plásticos de engenharia: tecnologia e aplicações. : 
Artliber, 2005. 349 p. ISBN 858809827X (broch.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TECNOLOGIA DOS PLÁSTICOS 
 
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Técnico em Mecânica 
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Petróleo 
(100%) 
Outros 
(10%) 
 
Diesel e óleo para 
aquecimento (70%) 
Matéria-prima para 
ind. quim (7%) 
Gaseificação 
(13%) 
Polietileno (PE) 
Cloreto de 
polivinila (PVC) 
Poliuretano 
(PUR) 
Polipropileno 
(PP) 
Poliamida (PA) 
 
Poliéster (UP) 
Polímeros 
(4%) 
Outros produtos 
químicos (3%) 
Nafta 
(20%) 
Poliestireno 
(PS) 
CAPÍTULO 2 
PROCESSOS DE PREPARAÇÃO DE MONÔMEROS E POLÍMEROS 
 
INTRODUÇÃO 
 
O enorme crescimento da indústria petroquímica, a partir da II Guerra Mundial, 
propiciou o fornecimento da matéria-prima para o desenvolvimento da indústria de 
monômeros e, paralelamente, da indústria de polímeros. No princípio era utilizado o 
carvão como matéria-prima. Apenas em meados dos anos 50 aconteceu a substituição 
por petróleo. A vantagem desta substituição estava em que se poderia aproveitar 
racionalmente aquela parcela do refino, até aquela época sem valor, que no 
craqueamento (quebra) do petróleo era utilizado como produto secundário. 
Para mostrar a importância do petróleo na civilização moderna, especialmente 
na indústria de monômeros e polímeros observe o esquema a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neste esquema pode-se observar a participação de cada produto fabricado a 
partir do petróleo no total desta matéria-prima. Fica claro que apenas 4% deste total é 
utilizado para a produção de polímeros, especialmente os plásticos. Cada tipo de 
polímero produzido, em seus compósitos, são utilizados em diversos utensílios do 
TECNOLOGIA DOS PLÁSTICOS 
 
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Técnico em Mecânica 
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nosso cotidiano como baldes, tubulações de água, espumas, seringas, telefones, entre 
outros. 
Veja no próximo quadro alguns polímeros bastante conhecidos e suas matérias 
base, que podem ser o petróleo, o gás natural e o carvão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MONÔMEROS 
 
Principais fontes de monômeros 
Cerca de 5 milhões de compostos orgânicos já foram identificados, entretanto, 
apenas 60.000 tem importância comercial e são usados na industria química. 
Hoje a maioria das indústrias que produzem monômeros tem como fontes de 
matéria-prima o petróleo e o gás natural, ou rotas alternativas como óleos e o carvão. A 
grande utilização do petróleo e do gás natural se deve, principalmente, ao seu baixo 
custo de produção e à facilidade de transporte. Os compostos provenientes do petróleo 
são separados através de destilação fracionada, de acordo com seus diferentes pontos 
de ebulição. 
Alguns compostos isolados do petróleo são usados diretamente como 
monômeros, enquanto outros atuam como precursores para síntese de monômeros de 
estrutura mais complexa. 
Apesar dos materiais inorgânicos serem muito abundantes, geralmente, não são 
viáveis como monômeros, pois as ligações inorgânicas são vulneráveis ao ataque do 
oxigênio e da umidade. Apenas os silicones, os fosfazenos e os vidros não possuem 
este problema. 
 
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PREPARAÇÃO DE ALGUNS MONÔMEROS 
 
De acordo com a origem, os monômeros podem basicamente ser classificados 
em dois grandes grupos: os que provêm de fontes fósseis e os que são oriundos de 
fontes renováveis. No primeiro caso, incluem-se: carvão, petróleo, gás natural e xisto 
betuminoso. No segundo caso, existem matérias-primas de fontes vegetais e animais, 
cujo interesse econômico é específico e depende de uma diversidade de fatores, além 
dos aspectos técnicos. 
 
CARVÃO 
Do carvão, como fonte desta indústria, pode-se obter o carbeto de cálcio 
(carbureto), que dá origem ao acetileno (precursor), do qual se derivam muitos 
monômeros tais como: etileno, cloreto de vinila, acetato de vinila, acrilonitrila, 
cloropreno e melamina. 
 
PETRÓLEO E GÁS NATURAL 
Outra fonte de obtenção de monômeros é o petróleo ou gás natural. Para o caso 
do petróleo, a fração conhecida como nafta, por craqueamento, produz etileno e outras 
olefinas. Do etileno (eteno), pode-se produzir além dos já citados para o caso do etileno 
proveniente do carvão, outros monômeros como: etilenoglicol, óxido de etileno, acrilato 
de metila e estireno. Outros hidrocarbonetos como olefinas (propileno e butenos), 
alcanos (butano) e aromáticos (benzeno) podem gerar os monômeros: acrilonitrila e 
acrilato de metila; butadieno e anidrido maléico, fenol, ácido adípico, caprolactama, 
hexametilenodiamina, respectivamente. 
 
FONTES DIVERSAS DE MONÔMEROS 
 
Outras fontes de monômeros: óleo vegetal, gases e outros compostos orgânicos. 
O ricinoleato de glicerila é um precursor do monômero ácido ômega-
aminoundecanóico. De gases como CO, CO2, CH4 e fosgênio podem-se produzir 
monômeros como aldeído fórmico, uréia, aldeído fórmico e diisocianato de alquileno, 
respectivamente. O cloreto de metila pode originar o dimetildiclorosilano, enquanto que 
o clorofórmio pode originar o tetraflúoretileno. 
 
TECNOLOGIA DOS PLÁSTICOS 
 
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SIGLA DOS POLÍMEROS 
 
Seguindo normas internacionais (geralmente em inglês) os polímeros são 
caracterizados por seqüências de letras (abreviaturas) que representam a sua estrutura 
química. Letras complementares (códigos) caracterizam a utilização, aditivos e 
propriedades básicas como densidade ou viscosidade. 
Exemplos: 
ABS – Copolí(acrílico/butadieno/estireno), em inglês: acrylic/butadyene/styreneLDPE – Polietileno de baixa densidade, em inglês: Low Density Polyetilene 
BR – Elastômero de polibutadieno, em inglês: Butadyene Rubber 
E assim sucessivamente. 
Eis, mais alguns exemplos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CLASSIFICAÇÃO DOS POLÍMEROS 
 
Além dos polímeros clássicos produzidos e comercializados há alguns anos, a 
cada dia, novos polímeros surgem oriundos das pesquisas científicas e tecnológicas 
desenvolvidas em todo o mundo. Logo, devido a grande variedade de materiais 
poliméricos existentes, torna-se necessário selecioná-los em grupos que possuam 
características comuns, que facilitem a compreensão e estudo das propriedades 
desses materiais. Portanto, com este objetivo, os polímeros foram classificados de 
acordo com suas estruturas químicas, características de fusibilidade, comportamentos 
mecânicos, tipos de aplicações e escala de produção. A seguir, um resumo dessas 
classificações: 
 
Classificações baseadas em diversos critérios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TECNOLOGIA DOS PLÁSTICOS 
 
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Classificação baseada no tipo de monômero e estrutura do polímero 
(reação de polimerização) 
 
 
PROPRIEDADES DOS POLÍMEROS 
 
As propriedades especiais tão peculiares aos polímeros são conseqüência 
principalmente de sua alta massa molecular. Quanto maiores as macromoléculas, 
melhores suas propriedades mecânicas. 
Os polímeros são constituídos de moléculas formadas pelo encadeamento de 
milhares ou milhões de átomos. Por serem muito longas, estas cadeias se entrelaçam 
formando um emaranhado que interage fortemente. Esta é uma das razões da grande 
resistência mecânica dos polímeros, o que possibilita que sejam utilizados na 
confecção de muitos objetos, tais como móveis, peças automotivas e peças para 
construção civil. 
Se as cadeias de macromoléculas estiverem não apenas entrelaçadas, mas 
unidas através de ligações químicas, as chamadas ligações cruzadas, a resistência 
mecânica é aumentada, permitindo a confecção de peças e objetos bastante 
resistentes. Estes polímeros conseguem suportar condições relativamente drásticas de 
uso, como choques, atritos ou tração. Outras vantagens da presença de muitas 
ligações cruzadas entre as cadeias de macromoléculas são a estabilidade e resistência 
térmica. 
TECNOLOGIA DOS PLÁSTICOS 
 
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São propriedades como resistência mecânica, resistência térmica, estabilidade 
frente a substâncias químicas, resistência elétrica, permeabilidade a gases etc. que 
irão determinar como o polímero vai ser utilizado. 
De acordo com seu comportamento mecânico, os polímeros podem ser 
classificados como elastômeros, fibras, plásticos rígidos ou plásticos flexíveis. 
É possível obter polímeros com propriedades e características tecnológicas pré-
estabelecidas através do controle sistemático das reações de polimerização. Fatores 
como condições de reação (temperatura, pressão, catalisadores etc.), introdução de 
substâncias capazes de promover reticulações e/ou copolimerizações, são 
determinantes. 
Uma prática bastante comum na indústria de polímeros é a adição de 
substâncias denominadas aditivos, que conferem propriedades especiais à resina 
polimérica. 
As fibras são matérias termoplásticas que possuem cadeias poliméricas 
posicionadas paralelamente em sentido longitudinal. Elas apresentam alta resistência à 
deformação, mas podem sofrer alongamentos. São comumente utilizadas na confecção 
de roupas. Ex.: raiom, nylon, viscose, acetato de celulose etc. 
Denomina-se elastômero um polímero que pode sofrer alongamentos reversíveis 
muito grandes. São utilizados, por exemplo, na confecção de pneus, sola de sapatos 
etc. 
A borracha natural apresenta propriedades elásticas e é um elastômero. Ela é 
obtida a partir do látex extraído da planta chamada seringueira, a Hevea brasiliensis. O 
processo de vulcanização da borracha por aquecimento com enxofre, proposto por 
Charles Goodyear em 1839, conferiu à borracha propriedades tais como resistência 
mecânica e térmica, expandindo o seu uso em todo o mundo. 
A seguir, algumas considerações particulares sobre propriedades dos polímeros: 
 
Densidade 
Os polímeros apresentam uma densidade relativamente baixa se comparados a 
outros materiais. A faixa de variação de densidade destes materiais estende-se de 
aproximadamente 0,9 g/cm3 ate 2,3 g/cm3. Mais leves que metais ou cerâmica. 
Exemplo: o PE é 3 vezes mais leve que o alumínio e 8 vezes mais leve que o aço. 
Motivação para uso na indústria de transportes, embalagens, equipamentos de 
esporte... 
TECNOLOGIA DOS PLÁSTICOS 
 
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Condutibilidade térmica 
A condutibilidade térmica dos polímeros situa-se na faixa de 0,15 a 0,5 W/mK. 
Um motivo para baixa condutibilidade térmica destes materiais é a falta de elétrons 
livres no material. 
Uma desvantagem da péssima condutibilidade térmica aparece no 
processamento dos polímeros. O calor necessário para o processamento só pode ser 
introduzido lentamente, e no final do processamento, também é novamente de difícil 
remoção. 
A condutividade térmica dos polímeros é cerca de mil vezes menor que a dos 
metais. Logo, são altamente recomendados em aplicações que requeiram isolamento 
térmico, particularmente na forma de espumas. 
 
Condutibilidade elétrica 
Em geral os polímeros conduzem muito mal a energia elétrica. Eles têm elevada 
resistência e com isso baixa condutibilidade em comparação a outros materiais. A 
resistência elétrica dos polímeros é dependente da temperatura e diminui com o 
aumento da temperatura. A razão para a baixa condutibilidade elétrica é a mesma para 
a térmica, a falta de elétrons livres. Observando esta propriedade os polímeros são 
altamente indicados para aplicações onde se requeira isolamento elétrico. 
Pode-se melhorar sua condutibilidade elétrica introduzindo-se pós metálicos 
nesses materiais. A adição de cargas especiais condutoras (limalha de ferro, negro de 
fumo) pode tornar polímeros fracamente condutores, evitando acúmulo de eletricidade 
estática, que é perigoso em certas aplicações. 
Há polímeros especiais, ainda em nível de curiosidades de laboratório, que são 
bons condutores. O Prêmio Nobel de Química do ano 2000 foi concedido a cientistas 
que sintetizaram polímeros com alta condutividade elétrica. 
 
Permeabilidade a luz 
Os termoplásticos amorfos como o PC, PMMA, PVC bem como a resina UP, não 
se diferenciam consideravelmente em sua transparência do vidro que chega a 90%, 
isto corresponde a um nível de transmissão de 0,9. 
Porém uma desvantagem dos polímeros é que influencias do meio ambiente, 
como por exemplo, atmosfera ou variação de temperatura, pode causar turbidez e com 
isso, piora a transparência. 
TECNOLOGIA DOS PLÁSTICOS 
 
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Resistência à corrosão 
As ligações químicas presentes nos plásticos (covalentes/Van der Walls) lhes 
conferem maior resistência à corrosão por oxigênio ou produtos químicos do que no 
caso dos metais (ligação metálica). 
Isso, contudo, não quer dizer que os plásticos sejam completamente invulneráveis ao 
problema. Ex: um CD não pode ser limpo com terebintina, que danificaria a sua 
superfície. 
De maneira geral, os polímeros são atacados por solventes orgânicos que 
apresentam estrutura similar a eles. Ou seja: similares diluem similares.Porosidade 
O espaço entre as macromoléculas do polímero é relativamente grande. Isso 
confere baixa densidade ao polímero, o que é uma vantagem em certos aspectos. 
 Esse largo espaçamento entre moléculas faz com que a difusão de gases 
através dos plásticos seja alta. Em outras palavras: esses materiais apresentam alta 
permeabilidade a gases, que varia conforme o tipo de plástico. A principal 
conseqüência deste fato é a limitação dos plásticos como material de embalagem, que 
fica patente no prazo de validade mais curto de bebidas acondicionadas em garrafas 
de PET. Por exemplo, o caso da cerveja é o mais crítico. Essa permeabilidade, 
contudo, pode ser muito interessante, como no caso de membranas poliméricas para 
remoção de sal da água do mar. 
 
PROPRIEDADES MECÂNICAS INTERESSANTES 
 
Alta flexibilidade, variável ao longo de faixa bastante ampla, conforme o tipo de 
polímero e os aditivos usados na sua formulação; 
Alta resistência ao impacto. Tal propriedade, associada à transparência, permite 
substituição do vidro em várias aplicações. Quais seriam? lentes de óculos (em acrílico 
ou policarbonato), faróis de automóveis (policarbonato), janelas de trens de subúrbio, 
constantemente quebradas por vândalos (policarbonato); contudo, a resistência à 
abrasão e a solventes não é tão boa quanto à do vidro. Lentes de acrílico riscam 
facilmente e são facilmente danificadas se entrarem em contato com solventes como, 
por exemplo, acetona! 
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Baixas Temperaturas de Processamento - Conformação de peças requer 
aquecimento entre Tamb e 250
oC. Alguns plásticos especiais requerem até 400oC. 
Disso decorre baixo consumo de energia para conformação e requer equipamentos 
mais simples e não tão caros quanto para metais ou cerâmica. 
Ajuste Fino de Propriedades através de Aditivação - Cargas inorgânicas minerais 
inertes (ex. CaCO3) permitem reduzir custo da peça sem afetar propriedades. Exemplo: 
piso de vinil/cadeiras de jardim (PP), que contém até 60% de cargas. Uso de fibras 
(vidro, carbono, boro) ou algumas cargas minerais (talco, mica, caolim) aumentam a 
resistência mecânica; As cargas fibrosas podem assumir forma de fibras curtas ou 
longas, redes, tecidos. Negro de fumo em pneus (borracha) e filmes para agricultura 
(PE) aumenta resistência mecânica e a resistência ao ataque por ozônio e raios UV. 
Aditivos conhecidos como plastificantes podem alterar completamente as 
características de plásticos como o PVC e borrachas, tornando-os mais flexíveis e 
tenazes. A fabricação de espumas é feita através da adição de agentes expansores, 
que se transformam em gás no momento da transformação do polímero, quando ele se 
encontra no estado fundido. 
 
REFERÊNCIAS 
 
Os plásticos. Disponível em <http://www.abiplast.org.br/index>. Acesso em 20/05/08. 
 
Curso básico de plásticos. Disponível em <http://www.em.pucrs.br/>. Acesso em 10 
junho 09. 
 
MANO, Eloísa B. Introdução a Polímeros. 1ª ed. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 
1985. 
 
MICHAELI, W et al. Tecnologia dos Plásticos. 1ª ed. São Paulo: Editora Edgard 
Blucher, 1995. 
 
 
 
 
 
 
 
TECNOLOGIA DOS PLÁSTICOS 
 
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CAPÍTULO 3 
POLÍMEROS E A INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA 
 
INTRODUÇÃO 
 
A substituição pela indústria automobilística de materiais tradicionais por plástico 
se deu de forma gradativa ao longo de vários anos, mas apenas décadas de 1980 e 
1990 é que o ritmo dessa substituição se acelerou. Razões diversas, tanto econômicas, 
quanto tecnológicas, influenciaram o andamento dessa mudança. As crises do petróleo 
de 1973 e de 1979 trouxeram a conscientização para o problema da escassez de 
combustível e para a vulnerabilidade do uso indiscriminado de recursos naturais de 
fontes não-renováveis. Essas crises podem ser consideradas como o momento 
decisivo da tomada de posição quanto à construção de carros mais eficientes, seguros, 
confortáveis e que consumissem menos combustível. 
Pode-se dizer, porém, que somente após a superação de limitações 
tecnológicas, com o desenvolvimento de polímeros de alto desempenho, é que os 
plásticos passaram a fazer parte essencial dos automóveis. Hoje, considerando-se o 
volume dos materiais, são usados mais plásticos do que aço na construção de um 
veículo, devido ao grande número de aplicações que os polímeros encontraram nesse 
produto. 
A média de 30 quilos de polímeros empregada por veículo, na década de 70, 
passou a representar cerca de 180 quilos no final da década de 1990. 
 
A indústria automobilística e os polímeros 
 
Os plásticos têm demonstrado um alto índice de confiabilidade e muitas 
vantagens sobre os materiais tradicionais que vieram a substituir, tais como o aço, o 
alumínio e o vidro, por exemplo. Além de permitir maior flexibilidade de projeto e 
economia na produção, sua baixa densidade é essencial para a redução do consumo 
de combustíveis, uma vez que a substituição de materiais diversos por cerca de 100 
quilos de plástico, em um carro pesando 1 tonelada, trará uma economia de 
combustível de 7,5%. Aproximadamente, para 100 quilos de peças plásticas utilizadas 
em um veículo, 200 a 300 quilos de outros materiais deixam de ser consumido, o que 
se reflete em seu peso final. Assim, um automóvel, com uma vida útil de 150 mil 
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24 
quilômetros, poderá economizar 750 litros de combustível devido a utilização dos 
plásticos. Dados norte-americanos informam que, como são produzidos naquele país 
15 milhões de carros/ano, quase 20 milhões de litros de gasolina são economizados e 
4,7 milhões de toneladas de dióxido de carbono deixam de entrar na atmosfera devido 
ao uso de peças plásticas. 
No que se refere especificamente a itens de segurança, os polímeros 
possibilitam a fabricação de pára-choques com propriedades de absorção de impacto, 
air-bags, proteções contra impacto lateral (que não lascam ou fraturam) e cintos de 
segurança, diminuindo de forma marcante os casos fatais em acidentes. 
A Tabela 1 apresenta uma relação das principais vantagens e desvantagens 
identificadas no que se refere ao uso do plástico como parte integrante do automóvel. 
Observa-se que a relação proposta não esgota o assunto, que é muito mais amplo e 
complexo. De uma forma geral, pode-se depreender que a principal vantagem advinda 
do uso de plásticos se refere à economia, tanto de combustível quanto de 
investimentos em produção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TECNOLOGIA DOS PLÁSTICOS 
 
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Por outro lado, existe a possibilidade de sofisticação do design, o uso de formas 
e soluções menos tradicionais e o aumento de segurança. 
Quanto às desvantagens apontadas, elas se referem a itens que são comuns a 
maioria dos materiais plásticos. Entretanto, de acordo com a especificação necessária 
do material a ser utilizado, pode existir um tipo de polímero especialmente produzido 
para atender às exigências de uso, superando uma desvantagem encontrada em um 
plástico comum. Por exemplo, a mistura de poli(óxido de metileno) e poliamida, 
disponível no mercado sob o nome de Noryl (marca registrada da GE), é um material 
com características especiais para receber pintura, além de ter excelente resistência ao 
impacto e altíssima estabilidade dimensional. Ainda, o poli(sulfeto de fenileno) é um 
material com alta resistência à chama, o que o torna ideal para aplicações que exijam 
esse tipo de propriedade. 
Foram produzidos nomundo, em 2000, cerca de 59 milhões de veículos. No 
Brasil, a produção em 2000 foi de 1,7 milhões de veículos e o faturamento dessa 
indústria, no valor de US$ 20 milhões, representou 10,2% do PIB industrial brasileiro 
daquele ano, o que demonstra sua importância no cenário do país. Com base nesses 
números, partindo-se do princípio que um automóvel médio pesa em torno de 1 
tonelada, e que cada veículo usa cerca de 100 quilos de plástico, isto é, 
aproximadamente 10% de seu peso, pode-se estimar que em 2000 a indústria 
automobilística mundial consumiu em torno de 6 milhões de toneladas de plástico. No 
Brasil, esse cálculo leva a um montante em torno de 170 mil toneladas de plástico. A 
Tabela abaixo, elaborada a partir da contribuição de diversos autores, apresenta os 
principais polímeros utilizados na indústria automobilística, as propriedades que os 
fazem ser especiais para a finalidade, as peças produzidas, bem como seus 
fornecedores no Brasil. 
 
Polímeros Propriedades Peças Produzidas 
Polietileno de 
alta densidade 
(HDPE) 
 
(Fabricante no 
Brasil: Braskem; 
Ipiranga; 
Politeno; Solvay) 
Resistência a calor 
Resistência a solventes 
Baixa permeabilidade 
Boa processabilidade 
Baixo custo 
Bombona de reserva; Caixa do triângulo de 
emergência; Proteção anti-cascalho; 
Reservatório de água do pára-brisa; Sistema 
de distribuição de combustível; Tanque de 
combustível; 
Polipropileno Alta resistência química e Bandeja traseira (sobre o porta-malas); Caixa 
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(PP) e suas 
composições 
 
(Fabricante no 
Brasil: 
Borealis/Braskem
; Branco/Dow; 
Braskem; 
Ipiranga; 
Polibrasil) 
a solventes 
Boa estabilidade 
dimensional 
Flexibilidade 
Durabilidade 
Baixos custos 
Excelente balanço 
impacto/rigidez 
Boa resistência às 
intempéries 
Boa resistência a riscos 
da bateria; Caixa de calefação; 
Caixa de ferramentas; Caixa de primeiros 
socorros; Caixa do cinto de segurança; Caixa 
do retrovisor interno; Caixa elétrica central; 
Calotas; Carpetes; Cobertura da bateria 
(proteção da parte superior, prevenção contra 
curto-circuito); Cobertura do volante; 
Cobertura dos amortecedores; 
Conduto de aspiração de ar; Condutos de ar; 
Condutos de ar; Conjunto de regulagem dos 
bancos; Console; Corpo do filtro de ar; 
Depósito de expansão da água de 
refrigeração do motor; Depósito do fluido de 
freio; 
Empunhadura do freio de mão; Estribo de 
acesso das portas; Frisos laterais; 
Grades de circulação de ar; Inserto (alma) do 
encosto de cabeça; Inserto 
(alma) do quebra-sol; Inserto do descansa 
braço; Painéis das portas; Painel de 
instrumentos; Pára-choques; Porta-cassetes; 
Porta-luvas; Proteção da borda dos pára-
lamas; Proteção da correia dentada; Proteção 
do ventilador do radiador; Revestimento da 
coluna de direção; Revestimento das colunas; 
Revestimento do marco da porta; 
Revestimento do porta-malas; 
Revestimento do teto (interno); Revestimento 
dos bancos; Revestimento interior dos pára-
lamas; Revestimento interior traseiro; 
Revestimento lateral do teto (interno); Spoiler 
traseiro (porta-malas); Spoiler traseiro (teto); 
Tampas da bateria; Ventilador 
Poli(óxido de 
metileno) (POM) 
e seus 
copolímeros 
 
(Não fabricado 
no Brasil) 
Excelente estabilidade 
dimensional; 
Baixa absorção de água 
Resistência à fricção 
Alta resistência à fadiga 
Movimentação dos vidros das portas; 
Manivela de movimentação dos vidros das 
portas; Guia dos vidros das portas; 
Engrenagens do moto redutor do sistema de 
movimentação dos vidros das portas; 
Limpadores de pára-brisa; Engrenagens do 
moto redutor do sistema de acionamento do 
limpador; Cintos de segurança; 
Ancoragem do cinto de segurança na coluna 
do veículo; Dispositivo de retração; Espelhos 
retrovisores; Coxim e elementos deslizantes; 
Carcaça e engrenagens do moto redutor do 
sistema de movimentação do espelho; 
Suporte do espelho retrovisor; Fechaduras; 
Carcaça do mecanismo de fechamento; Corpo 
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de fechamento da tampa do porta malas; 
Engrenagens do sistema de fechamento 
centralizado; Circuito de combustível; Bóia do 
carburador; Carcaça do filtro de combustível; 
Componentes da bomba de combustível; 
Gargalo de alimentação do combustível; 
Tampa do gargalo de alimentação de 
combustível; Válvula anti-retorno de 
combustível 
 
Exterior 
Alavanca da abertura das portas; Grampos 
para instalação dos frisos laterais; Guias de 
movimentação do teto solar; Parte dos pára-
choques 
 
Interior 
Alavanca de rebatimento do encosto dos 
bancos dianteiros (veículos de 2 portas); 
Alavanca de abertura da tampa do porta 
malas; Alavancas de comando dos limpadores 
de pára-brisa e das setas; Guia de 
deslocamento dos bancos; Manivela de 
regulagem de posição do encosto dos bancos; 
Suporte do quebra-sol 
Suporte do encosto de cabeça; Tampa dos 
alto-falantes; Sistemas de frenagem, 
transmissão, amortecimento e direção; 
Elemento de regulagem dos faróis; Elementos 
deslizantes da coluna de direção; 
Engrenagens do sistema de embreagem; 
Suporte da alavanca das marchas; Terminais 
do chicote de cabos; Válvula do servo-freio; 
Sistema de calefação; Alavancas de 
regulagem; Engrenagens dos comandos do 
sistema de calefação 
 
Outros 
Manivela de movimentação do teto solar; 
Partes do macaco para elevação do veículo; 
Pistão do sistema de transmissão hidráulica; 
Rotor da bomba d’água; Terminal do cabo de 
embreagem 
 
 
Polímeros 
fluorados 
Politetrafluoroeti-
 
 
Alta resistência térmica 
Resistência a óleo 
Resistência a agentes 
 
 
Bomba de combustível elétrica; Elemento 
deslizante do amortecedor; 
Elemento deslizante do freio; Guia do pistão 
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28 
leno 
(PTFE) e suas 
composições 
 
(Fabricante no 
Brasil: 
Du Pont (*) 
químicos do amortecedor; Indicador de desgaste de 
freio 
Poli(teleftalato de 
butileno) (PBT) 
Poli(teleftalato de 
butileno) de alto 
impacto 
(PBT-HI) 
 
(Fabricante no 
Brasil: GE (*) 
Rhodia) 
Boa resistência mecânica 
Boa resistência térmica 
Boa estabilidade 
dimensional 
Baixa absorção de água 
Isolamento elétrico 
Ancoragem dos retrovisores laterais; Caixa de 
conectores do sistema elétrico; Calota; 
Carcaça da bomba do circuito de água para o 
pára-brisa; 
Carcaça do moto redutor do sistema de 
movimentação dos vidros; 
Carcaça do motoredutor dos limpadores de 
pára-brisa; Carcaça do 
sistema de ignição (distribuidor); Carcaça dos 
faróis; Cinzeiros; 
Comando do sistema de movimentação dos 
vidros; Conectores; 
Elementos de regulagem dos faróis; Estojo de 
fusível; Grades; 
Palhetas dos limpadores de pára-brisa; Pára-
lama; Pistão do servofreio; 
Porta-escovas de motores elétricos; Relés; 
Suporte do regulador dos retrovisores laterais; 
Tampa do air-bag 
Polímeros de 
Líquido cristalino 
(LCP) 
 
(Não Fabricado 
no Brasil) 
Resistência ao calor 
Auto-retardante de chama 
Baixa absorção de água 
Alta resistência mecânica 
Excelente resistência 
química 
Fácil processabilidade 
Conectores; Porta-escovas de motores 
elétricos; Suporte da bobina 
Poli(sulfeto de 
fenileno) (PPS) 
 
(Não Fabricado 
no Brasil) 
Elevada rigidez 
Excelentes propriedades 
mecânicasTransparência a micro-
ondas 
Excelentes propriedades 
elétricas 
Fácil processabilidade 
Auto-retardamento de 
chama 
Carcaça dos faróis; Paletas da bomba de 
vácuo; Suporte da bobina; Suporte do porta-
escovas do motor de refrigeração; Válvulas do 
filtro de ar 
 
Policarbonato 
(PC) 
 
(Fabricante no 
 
Semelhança a vidro 
Alta resistência ao 
impacto 
Boa estabilidade 
 
Faróis; Lanternas; Painel de instrumento 
TECNOLOGIA DOS PLÁSTICOS 
 
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29 
Brasil: GE (*) e 
Policarbonato) 
dimensional 
Boas propriedades 
elétricas 
Boa resistência às 
intempéries 
Resistência à chama 
Capacidade de refletir a 
luz 
Estabilidade a radiações 
de ultravioleta 
Poliuretano 
(PU) 
 
(Fabricante no 
Brasil: Basf, 
Bayer, Resana) 
Excepcional resistência a 
abrasão 
Absorvedor de energia 
Isolamento acústico 
Fácil processabilidade 
Pára-choque; Estofamento dos bancos; 
Coxins; Tapes Suporte do motor; 
Enchimento do pára-choque; 
Poliamida (PA) 
 
(Fabricante no 
Brasil: 
Mazzaferro, 
Rhodia) 
Boa processabilidade 
Resistência à tensão 
Resistência a alta 
temperatura 
Excelente estabilidade 
dimensional 
Dutos de captação de ar; Engrenagens; 
Conectores de sistema de injeção; 
Sistema de freio de estacionamento; 
Escaninho do airbag 
Poli(metacrilato 
de metila) 
(PMMA) 
 
(Fabricante no 
Brasil: 
Metacryl) 
Semelhança ao vidro 
Boa resistência química 
Alta resistência às 
intempéries 
Transparência 
Fibras óticas; Lanternas; Protetor de chuva 
nas janelas 
Copoli(estirenobu
tadienoacrilonitril
a) 
(ABS) 
 
(Fabricante no 
Brasil: GE (*), 
Bayer) 
Resistência à corrosão 
Alta resistência química 
Ótima processabilidade 
Resistência ao impacto 
Resistência a baixas 
temperaturas 
Grande estabilidade 
dimensional 
Grades; Calotas; Painel de instrumentos; 
Carcaça de lanterna 
Copoli(estirenoac
rilonitrila) 
(SAN) 
 
(Fabricante no 
Brasil: Bayer) 
Resistência à intempéries 
Ótima processabilidade 
Resistência ao impacto 
Resistência a baixas 
temperaturas 
Grades de ventilação 
Poli(cloreto de 
vinila) (PVC) 
 
(Fabricante no 
Brasil: Braskem, 
Alta resistência à chama 
Semelhança a couro 
Flexibilidade de 
processamento 
Filtros de ar e de óleo; Revestimento de 
bancos; Painéis e interiores; 
Revestimento de fios e cabos elétricos 
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Solvay) 
Poli(óxido de 
metileno)/ 
poliamida 
(Noryl GTX) 
 
(Fabricante no 
Brasil: GE (*)) 
Boa resistência a impacto 
Alta resistência a 
solventes 
Boa resistência a alta 
temperatura 
Baixa absorção de 
umidade 
Fácil colagem e pintura 
Ótima processabilidade 
Excepcional brilho 
Pára-lama 
Poli(tereftalato 
de butileno)/ 
Policarbonato 
(Xenoy) 
 
(Fabricante no 
Brasil: GE (*)) 
Excelente resistência 
mecânica 
Excelente resistência 
química 
Alta resistência às 
intempéries 
Resistência a altas 
temperaturas 
Retenção de cor 
Resistência a ultravioleta 
Painel de instrumento 
Pára-choque 
Painel lateral externo 
Ponteira de pára-choque 
Spoilers 
Poli(tereftalato 
de etileno) 
(PET) 
 
(Fabricante no 
Brasil: 
Braskem, Fibra 
Nordeste, 
Rhodia) 
Alta resistência mecânica 
Alta resistência térmica 
Alta resistência química 
Transparência 
Alta impermeabilidade 
Fácil processabilidade 
Carcaça de bombas; Carburador; Limpador de 
parabrisa; Componenteselétricos 
 
Automóveis, polímeros e inovação tecnológica 
Em nível internacional, o relacionamento entre as indústrias de polímeros e de 
veículos tem sido intenso e bastante profícuo. Conforme observado anteriormente, a 
presença de peças plásticas nos automóveis foi fundamental para se conseguir 
melhores padrões de segurança, economia de combustível e flexibilidade de 
manufatura. 
Ao longo dos anos, os consumidores se tornaram mais exigentes em relação 
aos produtos que adquirem. Eles querem carros que tenham alta performance, porém 
não consideram menos importantes itens como confiabilidade, segurança, conforto, 
economia, estilo, preço competitivo e, cada vez mais, respeito ao meio ambiente. 
Somente os materiais plásticos podem responder aos desafios advindos dessas 
demandas conflitantes. Ainda, a crescente personalização que o consumidor espera 
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31 
dos veículos, fazendo com que aumentem os chamados produtos tailor-made, faz 
prever que a diversidade se tornará, em pouco tempo, a regra em vez de exceção – e 
somente a versatilidade e fornecedores dos polímeros e composições, a partir de 
matéria-prima importadas a flexibilidade dos plásticos permitirão que se fabriquem 
diferentes carros, baseados no mesmo chassi. 
Prevê-se, portanto, que essas duas indústrias não deverão dissociar seus rumos 
por muitos e muitos anos de modo a, cada vez mais, cumprir o desafio de fabricar 
veículos seguros, econômicos e confortáveis, dentro de avançados padrões 
tecnológicos. 
No que se refere ao Brasil, pode-se afirmar que a indústria automobilística foi 
uma das grandes catalisadoras da introdução de inovações tecnológicas na indústria 
de polímeros. Isto se tornou mais real a partir da fabricação no país dos “carros 
mundiais”, quando as subsidiárias nacionais das montadoras passaram a exigir 
produtos que tivessem os mesmos padrões aprovados pelas suas matrizes, em seus 
países de origem. 
A indústria automobilística encontra no Brasil um grande fabricante de polímeros 
para usos gerais e para alguns usos especiais e que está preparado, por esforço 
próprio, para atender, através de fornecimento tailor-made, às crescentes exigências 
das montadoras. Essa autonomia tecnológica também faz com que o país seja um 
importante fabricante de compostos poliméricos, especialmente desenvolvidos para 
suprir as necessidades dessas montadoras. Além disso, a indústria de polímeros no 
Brasil é, de longe, a mais importante da América do Sul, sendo, por isso, um destacado 
fornecedor para montadoras de automóveis em outros países latinos, especialmente a 
Argentina. 
Entretanto, conforme já mencionado, peças plásticas, que demandem situações 
extremas de uso, são confeccionadas no país a partir de matéria-prima importada. 
Essas peças utilizam polímeros que representam o que existe de mais avançado 
tecnologicamente na área. Por um lado, sabe-se que as quantidades demandadas por 
esses materiais no país são pequenas, não justificando a produção dos mesmos em 
escalas mínimas que seriam, na melhor das hipóteses, anti-econômicos. 
Por outro lado, existe todo um processo de não globalização tecnológica na área 
de polímeros, centralizando em poucos fornecedores mundiais. 
TECNOLOGIA DOS PLÁSTICOS 
 
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É de se esperar que haja grande dificuldade para que empresas nacionais 
consigam licenciar o que existe de mais atual em matéria de tecnologia em polímeros, 
caso desejem produzir no país esses materiais mais sofisticados. 
A realidade nacional mostra a existência de empresas produtoras de polímeros 
excessivamente comprometidas com P&D de curto prazo, tentando adaptar seus 
produtos às condições do país e diferenciá-los para ganhar nichos de mercado, nos 
quais conseguem se fazer competitivas face às multinacionais de grande porte e nisso 
elas se destacam com grande sucesso. Essas empresas,contudo, negligenciam os 
desenvolvimentos de longo prazo, que trazem consigo um alto grau de incerteza e de 
imprevisibilidade, mas que poderiam garantir altos ganhos (tanto financeiro, quanto de 
competitividade) no futuro. 
 
REFERÊNCIA 
 
Polímeros: Ciência e Tecnologia, vol. 13, nº 2, p. 107-114, 2003 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 4 
RECICLAGEM DE POLÍMEROS 
 
INTRODUÇÃO 
 
Desde o advento da descoberta dos polímeros até os dias atuais, este material 
tem sido descartado no meio ambiente, pelo mundo, de maneira indiscriminada e 
rápida. Tanto que o aumento da presença deste material em lixões, aterros sanitários e 
no meio ambiente em geral não foi por acaso. 
Em países da América do Norte e europeus, principalmente estes últimos, há 
uma crescente preocupação com a presença desses materiais poluidores que 
demoram muitos anos para se degradarem mesmo estando em aterros. 
Alguns países já utilizam os plásticos descartados como energia na reciclagem 
energética, mas, o método de reciclagem mais usado ainda é a reciclagem mecânica. 
Já em países em desenvolvimento como o Brasil, a utilização de materiais 
descartados ainda não é uma constante. Porém, quem trabalha com reciclagem ainda 
peca por ignorar processos de identificação dos materiais plásticos, este que é de 
suma importância no caso de se trabalhar com plásticos pós-consumo. 
Esta que pode ser desde uma identificação bem simples como a identificação 
por simbologias até as mais sofisticadas como espectroscopia por Infravermelho. 
Em vista disso tudo é importante o conhecimento dos processos de reciclagem a 
fim de verificar a importância da identificação dos materiais plásticos, mesmo a mais 
simples, para as empresas que trabalham com descartados e que são de suma 
importância para o meio ambiente e para a sociedade. 
É importante ressaltar que estes materiais, na sua maioria commodities, são os 
plásticos mais difundidos entre os transformadores desta matéria-prima, mas que não 
possuem as mesmas características dos materiais de engenharia. 
São também mais baratos e geralmente aplicados em produtos de grande 
demanda como é caso dos polietilenos, polipropileno, muito utilizados em embalagens. 
 
 
 
 
 
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34 
AS FONTES DE SOLUÇÃO PARA EVITAR POLUIÇÃO 
 
Um dos caminhos para minimizar os problemas ambientais relacionados ao uso 
de plásticos é o uso de plásticos rapidamente degradáveis, que podem ser derivados 
de vegetais ou produtos petroquímicos modificados (de cadeia mais curta); outro é a 
reciclagem mecânica, que converte o material descartado em grânulos reutilizáveis; 
outro é a reciclagem química, que usa o material descartado como matéria-prima para 
plásticos novos; finalmente, há a alternativa da incineração sob condições controladas 
que, quando inclui o aproveitamento de energia gerada, pode ser chamado de 
reciclagem energética. 
Resumidamente podem-se considerar as seguintes fontes de solução para evitar a 
poluição por lixo sólido: 
 Manejo de aterros sanitários 
 Incineração 
 Legislação e educação do povo 
 Reciclagem de plásticos; 
 Plásticos degradáveis; 
 Não descartar os sacos de plástico do supermercado após uma só utilização. 
Reutilizar estes o maior número de vezes possível. Quando não for possível 
reutilizar os sacos, deposite-os nos locais apropriados para que possam ser 
reciclados; 
 Preferir produtos que possibilitam a utilização de recargas: a utilização de 
recargas poupa matérias-primas e diminui os resíduos produzidos. 
 
Esta última década foi importante para a conscientização das pessoas sobre os 
danos que o uso indiscriminado dos recursos pode causar ao meio ambiente, levando o 
consumidor a assumir uma atitude mais crítica em relação às suas opções de 
consumo. Características de produtos, que até há pouco tempo não eram consideradas 
essenciais no processo de escolha, passaram a representar um peso na percepção 
das pessoas no ato da compra, favorecendo produtos com características de 
preservação ambiental, isto é, biodegradáveis, não-tóxicos, feitos com matérias-primas 
recicladas, entre outros. 
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Tratar o lixo sólido, ao qual os resíduos poliméricos pertencem, significa reduzir os 
seus impactos negativos no meio ambiente e também induzir a população a perceber e 
questionar a maneira mais correta de usufruir do meio no qual todos vivemos. 
 
COLETA SELETIVA DO LIXO 
 
A maioria dos materiais plásticos são recicláveis. A reciclagem dos plásticos é 
uma solução viável, não só sob o ponto de vista econômico, mas também como forma 
de preservação do meio ambiente. 
A reciclagem de embalagens usadas permite produzir materiais de qualidade, 
novos objetos ou mesmo novas embalagens, num ciclo praticamente interminável, com 
ou sem adição de matéria-prima virgem. 
A reciclagem dos plásticos pode fazer-se partindo duma coleta seletiva do lixo, 
separando e identificando os diferentes materiais plásticos descartados. Esta 
separação é possível a partir de uma das propriedades físicas do plástico: a densidade. 
A diferença de densidade entre os diferentes polímeros é importante na 
separação mecânica dos plásticos. 
 
CLASSIFICAÇÃO DO DESCARTE DE POLÍMEROS 
 
A classificação dos descartes poliméricos, principalmente os plásticos, pode ser da 
seguinte forma: 
 Pós-industriais: Os quais provêm principalmente de refugos de processos de 
produção e transformação, aparas, rebarbas etc. 
 Pós-consumo: São os descartados pelos consumidores, sendo a maioria 
proveniente de embalagens. 
 
SIMBOLOGIA PARA PLÁSTICOS (ABNT) 
 
Antes de qualquer análise química ou física do polímero para a sua identificação, 
as diversas resinas podem ser facilmente reconhecidas através de um código utilizado 
em todo o mundo. O mesmo foi criado com o intuito de possibilitar a identificação 
imediata de uma resina reciclável, quando já conformada por processo anterior. 
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Consistindo em sinais de representação, este código traz um número 
convencionado para cada polímero reciclável e/ou o nome do polímero utilizado, ou de 
preponderância, no caso de uma mistura de polímeros. 
Estes sinais são impressos no rótulo do produto ou estampados na própria peça. 
No Brasil, o código de identificação foi alocado pela ABNT – Associação Brasileira de 
Normas Técnicas, na norma NBR-13230 – Simbologias Indicadas na Reciclabilidade e 
Identificação de Plásticos, de acordo com o sistema apresentado na figura abaixo, 
onde também são indicados alguns dos usos mais comuns de cada resina. 
 
 
 
 
 
 
 
Esta identificação é representada por um triângulo e um número correspondente. 
 
Os plásticos são representados por um triângulo eqüilátero, composto por três 
setas e o numero de identificação ao centro. 
O sistema de símbolos foi desenvolvido para auxiliar na identificação e 
separação manual de plásticos, já que não existe até o momento nenhum sistema 
automático de separação com esta finalidade. Se eventualmente, um destes símbolos 
não estiver presente no artefato a ser reciclado, há vários outros métodos simples para 
a sua identificação (densidade, teste da chama, temperatura de fusão e solubilidade). 
 
PRINCIPAIS PLÁSTICOS RECICLÁVEIS 
 
Transparente e inquebrável o PET é uma material extremamente leve. Usado 
principalmentena fabricação de embalagens de bebidas carbonatadas (refrigerantes), 
além da Indústria alimentícia. Está presente também nos setores hospitalar, 
cosméticos, têxteis etc. 
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Material leve, inquebrável, rígido e com excelente resistência química. Muito 
usado em embalagens de produtos para uso domiciliar tais como: Detergentes, 
amaciantes, sacos e sacolas de supermercado, potes, utilidades domesticas, etc. Seu 
uso em outros setores também é muito grande tais como: Embalagens de óleo, 
bombonas para produtos químicos, tambores de tinta, peças técnicas etc. 
 
 
Material transparente, leve, resistente a temperatura, inquebrável. Normalmente 
usado em embalagens para água mineral, óleos comestíveis etc. Além da indústria 
alimentícia é muito encontrado nos setores farmacêuticos em bolsas de soro, sangue, 
material hospitalar, etc. Uma forte presença também no setor de construção civil, 
principalmente em tubos e esquadrias. 
 
 
Material flexível, leve, transparente e impermeável. Pelas suas qualidades é 
muito usado em embalagens flexíveis tais como: 
Sacolas e saquinhos para supermercados, leites e iogurtes, sacaria industrial, sacos de 
lixo, mudas de plantas, embalagens têxteis etc. 
 
 
Material rígido, brilhante com capacidade de conservar o aroma e resistente às 
mudanças de temperatura. 
Normalmente é encontrado em pecas técnicas, caixarias em geral, utilidades 
domésticas, fios e cabos etc. 
Potes e embalagens mais resistentes 
 
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Material impermeável, leve, transparente, rígido e brilhante. Usado em potes 
para iogurtes, sorvetes, doces, pratos, tampas, aparelhos de barbear descartáveis, 
revestimento interno de geladeiras etc. 
 
 
Neste grupo estão classificados os outros tipos de plásticos. Entre eles: 
ABS/SAN, EVA, PA etc. Normalmente são encontrados em peças técnicas e de 
engenharia, solados de calçados, material esportivo, corpos de computadores e 
telefones, CD'S etc. 
 
PROCESSO DE RECICLAGEM DE POLÍMEROS 
 
Os diferentes polímeros (plásticos) para serem reciclados devem ser amolecidos 
a altas temperaturas, separadamente. A separação é, portanto, a primeira etapa do 
processo de reciclagem, tendo em conta diferentes propriedades físicas dos polímeros: 
densidade, condutividade térmica, temperatura de amolecimento etc. 
 A densidade é um dos métodos mais simples e prático de separação e 
identificação dos diferentes polímeros. A tabela seguinte apresenta densidades de 
alguns dos plásticos mais vulgarmente utilizados: 
 POLÍMEROS Densidade (g/cm3) 
Poli(tereftalato de etileno) – PET 1,29 – 1,40 
Poli(etileno) de alta densidade – 
PEAD 
0,952 – 0,965 
Poli(cloreto de vinila) – PVC 
(rígido) 
1,30 – 1,58 
Poli(cloreto de vinila) – PVC 
(flexível) 
1,16 – 1,35 
Poli(etileno) de baixa densidade - 
PEBD 
0,017 – 0,940 
Polipropileno - PP 0,900 – 0,910 
Poliestireno- PS (sólido) 1,04 – 1,05 
Poliestireno – PS (espuma) Menor que 1,00 
Densidade de alguns polímeros (g/cm3) 
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 Podemos considerar quatro processos diferentes de reciclagem de plásticos: 
 
Reciclagem Primária 
Esta reciclagem não é mais do que o aproveitamento das aparas, das rebarbas 
e das peças defeituosas dentro da linha de montagem das próprias indústrias. 
 
Reciclagem Secundária 
É a reciclagem de parte dos produtos rejeitados existentes no lixo. Esta 
reciclagem é feita nas Unidades de Reciclagem. 
Mesmo no caso da coleta seletiva aonde o plástico vem relativamente limpo, o 
produto reciclado terá sempre uma qualidade técnica inferior ao material virgem, devido 
à presença de diversos tipos de plásticos existentes nesses refugos. O produto assim 
reciclado deverá ser utilizado apenas em situações em que tais alterações sejam 
perfeitamente aceitáveis. 
Atualmente já existem tecnologias disponíveis que possibilitam o uso simultâneo 
de diferentes resíduos plásticos, sem que haja incompatibilidade entre eles e a 
conseqüente perda de resistência e qualidade. A chamada “madeira plástica”, feita com 
a mistura de vários polímeros reciclados, é um exemplo. 
Assim que são coletados, os plásticos passam pelas seguintes etapas: 
 inspeção para eliminar elementos contaminantes e tipos inadequados de plástico; 
 trituração e lavagem; 
 separação com base na densidade; 
 secagem; 
 fundição; 
 drenagem através de telas finas para remover mais elementos contaminantes; 
 resfriamento e trituração em grânulos; 
 revenda às empresas de plástico. 
 
 
Reciclagem Terciária 
É a transformação dos resíduos polímeros em monômeros e em outros produtos 
químicos através da decomposição química ou térmica. 
Após esta operação, o produto poderá ser novamente polimerizado, gerando 
novas resinas plásticas. 
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É importante referir que os materiais obtidos por este processo necessitam de 
um tratamento dispendioso na purificação final, sendo só indicado para produtos de 
elevado valor econômico. 
 
Reciclagem Quaternária 
Neste caso o objetivo é a queima do plástico em incineradoras especiais 
gerando calor que pode ser transformado em energia térmica ou elétrica, em virtude do 
elevado valor calorífico dos plásticos. 
Existe, no entanto, um grande inconveniente neste processo, pois a queima do 
plástico gera gases de grande toxidade, contaminando de forma violenta o meio 
ambiente, o que exige que as incineradoras estejam dotadas de filtros especiais, de 
elevados custos. 
 
PRODUTOS COM PLÁSTICO RECICLADO 
Quem apostar no mercado de reciclagem de plástico não precisa somente vender a 
matéria-prima reciclada para outras indústrias, pode também pode produzir seus 
próprios produtos. Veja abaixo uma lista do que pode ser produzido: 
Armários, mesas e cadeiras; vassouras, baldes, cabides, escovas e cerdas; 
garrafas e frascos (exceto para contato direto com alimentos e fármacos), sacolas e 
outros tipos de filmes; bonecas, carrinhos e outros brinquedos; bijuterias e objetos 
decorativos; telhas e painéis de fachada para construção civil; e “Madeira de plástico”. 
A reciclagem do plástico é extremamente eficiente - 100% do material são 
reaproveitados. Alguns críticos, contudo, afirmam que o processo de reciclagem afeta a 
qualidade do plástico. Realidade ou mito, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(ANVISA) não permite o emprego de plástico reciclado em embalagens de alimentos. 
 
Finalizando, podemos reforçar que... 
Além do sistema mecânico, a reciclagem pode ser química e energética. A 
reciclagem química reprocessa os materiais, por intervenção química (hidrogenação, 
gaseificação, quimólise e pirólise), transformando-os novamente em matéria-prima para 
indústrias. 
Já a reciclagem energética (ou recuperação energética) trata-se da recuperação 
dos plásticos através de processos térmicos. É uma espécie de incineração, com a 
diferença de que a energia gerada pela queima do plástico é reaproveitada. 
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Para se ter uma idéia, 1 kg de plástico reciclado por recuperação energética 
gera energia equivalente à queima de 1 kg de óleo combustível. No Japão e nos EUA, 
por exemplo, já existem centenas de usinas térmicas em atividade, movidas a plástico. 
Por ser mais leve que os demais materiais, o plástico tem contribuído para 
reduzir a quantidade de lixo. Sem o plástico,o peso dos resíduos sólidos urbanos seria 
quatro vezes maior e o volume aumentaria duas vezes. 
 Com o uso de plástico reciclado é possível economizar, até 50% de energia, no 
processo industrial. 
 A reciclagem do plástico permite a poupança de matérias-primas não renováveis 
(petróleo) 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
Como funciona a reciclagem dos plásticos. Disponível em 
<http://ambiente.hsw.uol.com.br/>. Acesso em 20/05/08. 
 
FREUDENRICH, C. Como funciona o plástico. Disponível em 
<http://ciencia.hsw.uol.com.br/>. Acesso em 20/05/08. 
 
Identificação de plásticos. Disponível em 
<http://www.reciclaveis.com.br/mercado/idenplas.html>. Acesso em 10/06/09. 
 
MANO, Eloísa B. Introdução a Polímeros. 1ª ed. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 
1985. 
 
Manual do Plástico. Disponível em 
<http://www.plasnec.com.br/resinas/manual_plastico.pdf>. Acesso em 20/05/08. 
 
MICHAELI, W et al. Tecnologia dos Plásticos. 1ª ed. São Paulo: Editora Edgard 
Blucher, 1995. 
 
Os plásticos. Disponível em <http://www.abiplast.org.br/index>. Acesso em 20/05/08. 
 
PIVA, Ana Magda; WIEBECK, Hélio. Reciclagem do Plástico. São Paulo: Artliber 
Editora, 2004. 
 
Polímeros e reciclagem. Disponível em 
<http://polimeros.no.sapo.pt/Reciclagem.htm>. Acesso em 10/07/09. 
 
Simbologia para identificação de materiais. Disponível em 
<http://www.planetaplastico.com.br/literatura/literatura/simbol.htm> Acesso em 
10/06/09. 
 
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CAPÍTULO 5 
PROCESSOS DE TRANSFORMAÇÕES DE POLÍMEROS 
 
INTRODUÇÃO 
 
O processo de fabricação dos polímeros basicamente é focado no processo de 
Polimerização (processo de conversão de um monômero ou de uma mistura de 
monômeros em um polímero). Para fabricar os polímeros e seus compósitos, os 
químicos devem fazer o seguinte em escala industrial: 
 Preparar as matérias-primas e os monômeros. 
 Realizar reações de polimerização. 
 Processar os polímeros em resinas de polímeros finais. 
 Fabricar produtos com acabamento. 
 Primeiro, eles começam com as diversas matérias-primas que formam os 
monômeros. Etileno e propileno, por exemplo, vêm do petróleo bruto, que contém os 
hidrocarbonetos que formam os monômeros. As matérias-primas de hidrocarboneto 
são obtidas com o processo de "craqueamento" utilizado no refinamento de petróleo e 
de gás natural. Assim que vários hidrocarbonetos são obtidos pelo craqueamento, são 
processados quimicamente para formar os monômeros de hidrocarboneto e outros 
monômeros de carbono (tais como estireno, cloreto de vinila, acrilonitrila) utilizados nos 
polímeros. 
Em seguida, os monômeros realizam reações de polimerização. As reações 
produzem resinas de polímero, que são coletadas para um novo processo. O processo 
pode incluir a adição de plastificantes, tintas e substâncias químicas resistentes ao 
fogo. As resinas de polímeros finais estão geralmente em forma de grânulos ou pellets. 
Por fim, as resinas de polímero são processadas em produtos plásticos finais. 
Geralmente, são aquecidos, moldados e deixados esfriando. 
 
PROCESSAMENTO DE POLÍMEROS COMPÓSITOS 
 
Para dar forma a um material termoplástico este deve ser aquecido de forma a 
ser amaciado, adquirindo a consistência de um líquido, sendo designado nesta forma 
por polímero ou plástico fundido. 
Propriedades importantes: viscosidade e viscoelasticidade. 
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Nos materiais termofixos, que não polimerizam completamente antes do 
processamento na forma final, utiliza-se um processo em que ocorre uma reação 
química que conduz à formação de ligações cruzadas entre as cadeias poliméricas. A 
polimerização final pode ocorrer por aplicação de calor e pressão ou por ação de um 
catalisador. 
Para conferir determinadas propriedades aos plásticos incorporam-se aditivos, 
tais como: 
Plastificantes – aumentam a processabilidade do plástico e garantem uma maior 
conformação e menor fragilidade do produto acabado. 
Estabilizadores – evitam a degradação dos plásticos por agentes físicos e químicos 
(calor, radiação UV,…) 
Agentes anti-estáticos e anti-choque 
Corantes e pigmentos 
Retardantes de chama, entre outros. 
 
Os materiais poliméricos são também utilizados como ingrediente principal, 
noutros materiais: Tintas e vernizes, Adesivos, Compósitos de matriz polimérica etc. 
 
Produtos de plástico 
Os granulados e pellets de plástico podem ser transformados em produtos de 
várias formas tais como: folha fina, varão, chapas, revestimentos isolantes em fios 
elétricos, tubos, peças acabadas etc. 
 
A técnica usada para o processamento de um polímero depende basicamente: 
(1) de o material ser termoplástico ou termofixo. 
(2) da temperatura na qual ele amolece, no caso de material termoplástico. 
(3) da estabilidade química (resistência à degradação oxidativa e à diminuição da 
massa molar das moléculas) do material a ser processado. 
(4) da geometria e do tamanho do produto final. 
 
Os materiais poliméricos normalmente são processados em temperaturas 
elevadas (acima de 100oC) e geralmente com a aplicação de pressão. 
Os termoplásticos amorfos são processados acima da temperatura de transição 
vítrea e os semicristalinos acima da temperatura de fusão. Em ambos os casos a 
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aplicação de pressão deve ser mantida durante o resfriamento da peça para que a 
mesma retenha sua forma. 
Os termoplásticos podem ser reciclados. 
 
Processamento de polímeros termofixos 
O processamento dos polímeros termofixos é geralmente feito em duas etapas: 
(1) Preparação de um polímero linear líquido de baixa massa molar (algumas vezes 
chamado pré-polímero) 
(2) Processamento do “pré-polímero” para obter uma peça dura e rígida (curada), 
geralmente em um molde que tem a forma da peça acabada. 
A etapa de “cura” pode ser realizada através de aquecimento ou pela adição de 
catalisadores, em geral com a aplicação de pressão. 
Durante a “cura” ocorrem mudanças químicas e estruturais em escala molecular, 
com formação de ligações cruzadas ou reticuladas. 
Os polímeros termofixos são dificilmente recicláveis, não são fusíveis, podem ser 
usados em temperaturas maiores do que as temperaturas de utilização dos 
termoplásticos, e são quimicamente mais inertes. 
 
 
TECNOLOGIA DOS PLÁSTICOS 
 
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Técnicas de processamento 
Há diversos processos envolvidos nesta etapa, dependendo do tipo de produto. 
Processos Contínuos: Extrusão de filmes, extrusão de fibras. 
Preenchimento de molde: Moldagem por injeção, moldagem por compressão. 
Moldagem de pré-forma: Sopro, Conformação térmica. 
Moldagem gradual: Revestimento, Moldagem por rotação. 
 
Extrusão: os grânulos são aquecidos e misturados mecanicamente em uma longa 
câmara, forçados através de uma pequena abertura e resfriados com ar ou água. Este 
método é utilizado para fazer filmes plásticos, tubos, placas etc. 
Moldagem por injeção: os grânulos de resina são aquecidos e misturados 
mecanicamente em uma longa câmara, forçados sob bastante pressão para dentro de 
um molde que já esfriou. Este processo é utilizado para recipientes como embalagens 
de manteiga e iogurte. 
Moldagem por sopro: esta técnica é utilizada juntamente à moldagem por extrusão ou 
injeção. Os grânulos de resina são aquecidos e comprimidos em um tubo líquido, 
parecido com creme dental. A resina entra no molde frio e o ar comprimido é soprado 
para dentro do tubo da resina. O ar expande a resina contra as paredes do molde. Este 
método

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