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1 | P á g i n a Direito Administrativo Contratos Administrativos Para Celso Antônio Bandeira de Mello: “contrato administrativo é um tipo de avença travada entre a Administração e terceiros na qual, por força da lei, de cláusulas pactuadas ou do tipo de objeto, a permanência do vínculo e as condições preestabelecidas sujeitam-se a cambiáveis imposições de interesse público, ressalvados os interesses patrimoniais do contrato privado”. Para Hely Lopes Meirelles: “é o ajuste que a Administração Pública, agindo nessa qualidade, firma com particulares ou outra entidade administrativa para a consecução de objetivos de interesse público, nas condições estabelecidas pela própria Administração”. Maria Sylvia Zanella Di Pietro: “ajustes que a Administração, nessa qualidade, celebra com pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, para a consecução de fins públicos, segundo regime jurídico de direito público”. Para José dos Santos Carvalho Filho: “ajuste firmado entre a Administração Pública e um particular, regulado basicamente pelo direito público, e tendo por objeto uma atividade que, de alguma forma, traduza interesse público”. É o ajuste estabelecido entre a Administração Pública: a presença da Administração em pelo menos um dos polos da relação jurídica é indispensável para caracterizar determinada avença como contrato administrativo; Agindo nessa qualidade: o contrato administrativo, em regra, pressupõe a presença da Administração revestida de sua condição de superioridade sobre o particular. Em alguns casos, o contrato é firmado pelo ente público destituído de sua supremacia. Nessa hipótese, o ajuste não terá natureza de contrato administrativo. Exemplo: Contrato de locação. E terceiros: na maioria das vezes, o contrato administrativo é celebrado entre o ente público e pessoas privadas que não pertencem à estrutura estatal. É o que ocorre com as concessões de serviço público, termos de parceria, contratos de prestação de serviços, etc.; Ou com outra entidade administrativa: há casos em que o contrato administrativo é firmado somente entre pessoas governamentais, visando a cooperação mútua e a persecução de objetivos comuns. É o caso dos consórcios administrativos estabelecidos entre entidades federativas; Submetido ao regime jurídico – administrativo: o critério fundamental para classificar determinado ajuste como contrato administrativo é a sua submissão aos princípios e normas do Direito Administrativo. Até pouco tempo atrás, era comum a doutrina utilizava o critério das partes, definindo contrato administrativo como aquele em que a Administração figura em pelo menos um dos polos da relação jurídica. Entretanto, diante da existência de contratos celebrados pela Administração, mas que não se caracterizam como contratos administrativos, como é o caso do contrato de locação, o critério das partes contratantes não é mais utilizado. Atualmente, o critério mais apropriado para conceituação dos contratos administrativos é o critério formal, que define como administrativos os contratos submetidos aos princípios e normas do Direito Administrativo. Questões: 01) Prova de Magistratura – PA: “Sempre que estiver presente um dos polos da avença a Administração Pública, estamos diante de um contrato administrativo, regulado pelo direito público”. Incorreta. 02) Prova da OAB Nacional elaborada pelo CESPE: “A presença da Administração Pública na relação contratual é suficiente para se qualificarem avenças no contrato administrativo”. Incorreta 03) A prova de Especialistas em Políticas Públicas elaborada pela ESAF: “Todos os contratos administrativos deverão ser firmados na forma de instrumento particular, sendo regidos pelas normas do Direito Comum”. Incorreta. 2 | P á g i n a Para a consecução de objetivos de interesse público: ao contrário dos contratos privados, celebrados visando objetivos de interesse dos particulares contratantes, os contratos administrativos têm como finalidade fundamental a consecução de objetivos relacionados com a proteção do interesse da coletividade, isto é, do interesse primário. Características dos contratos administrativos A doutrina apresenta diversas características dos contratos administrativos que diferenciam dos contratos privados: a. Submissão ao Direito Administrativo: Ao contrário dos contratos privados, que são regidos pelo Direito Civil e pelo Empresarial, os contratos administrativos estão submetidos aos princípios e normas do Direito Público, especialmente do Direito Administrativo, sujeitando-se a regras jurídicas capazes de viabilizar a adequada defesa do interesse público. Importante destacar que as cláusulas contratuais que versam sobre a remuneração do contratado são regidas pelo Direito Privado, somente admitindo modificação com anuência do particular. b. Presença da Administração em pelo menos um dos polos: Todo contrato administrativo pressupõe que a Administração Pública figure em, pelo menos, um dos polos relacionados. Assim, a presença da Administração é condição necessária, mas não suficiente para caracterizar um contrato como administrativo. c. Desigualdade entre as partes: No contrato administrativo, as partes envolvidas não estão em posição de igualdade. Isso porque o interesse defendido pela Administração é juridicamente mais relevante do que o interesse privado do contratado. Por isso, ao contrário da horizontalidade vigente nos contratos privados, os contratos administrativos caracterizam- se pela verticalidade, pois a Administração Pública ocupa uma posição de superioridade diante do particular, revelada pela presença de cláusulas exorbitantes que conferem poderes especiais à Administração contratante. d. Mutabilidade: Diferentemente do que ocorre no direito privado, em que vigora o princípio segundo o qual os contratos devem ser cumpridos tal como escritos (pacta sunt servanda), no Direito Administrativo a legislação autoriza que a Administração Pública promova a modificação das cláusulas do contrato, instabilizando a relação contratual diante de causas supervenientes de interesse público. Porém, os dispositivos contratuais que tratam da remuneração do particular nunca podem sofrer alteração unilateral, à medida que eventuais modificações em tais cláusulas pressupõem a anuência do contratado. Artigo 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: I – unilateralmente pela Administração: a) Quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; b) Quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei; §1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos. e. Existência de cálculos exorbitantes: As cláusulas exorbitantes são disposições contratuais que definem poderes especiais para a Administração dentro do contrato, projetando-o para uma posição de superioridade em relação ao contratado. São exemplos de cláusulas exorbitantes: 1) Possibilidade de revogação unilateral do contrato por razões de interesse público; 2) Alteração unilateral do objeto do contrato (Exemplo: artigo 65, parágrafo 1º); 3) Aplicação de sanções contratuais. Exemplo: artigo 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: XII – razõesde interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato; f. Formalismo: O contrato administrativo não tem forma livre, devendo observar o cumprimento de requisitos intrínsecos e extrínsecos. Em regra, os contratos administrativos deve ter a forma escrita. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração. Entretanto, no pagamento de pequenas compras de pronto pagamento feitas em regime de adiantamento, a Lei nº 8.666/93 admite contrato administrativo verbal (artigo 60, parágrafo único). São consideradas de pequeno valor as compras de até R$ 4.000,00 (quatro mil reais). g. Bilateralidade: O contrato administrativo prevê obrigações para as duas partes. h. Comutatividade: Normalmente existe uma equivalência entre as obrigações das partes contratantes. 3 | P á g i n a i. Confiança recíproca: O contrato administrativo é personalíssimo, celebrado intuitu personae, isso porque o preenchimento de determinadas exigências subjetivas e objetivas foi decisivo para determinar a escolha do contrato. Por tal razão, a subcontratação total ou parcial não prevista no edital de licitação e no contrato, a decretação de falência ou insolvência do contratado, a dissolução da sociedade e o falecimento do contratado são causas que autorizam a rescisão contratual (artigo 78 da Lei 8.666/93). Artigo 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: VI – a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato; Porém, o caráter personalíssimo do contrato administrativo não é absoluto à medida que o artigo 64, parágrafo 2º da Lei nº 8.666/93 autorizava a Administração a substituir o licitante vencedor quando ele, convocado, não assinar o termo de contrato, não aceitar o instrumento equivalente ou não retirar esse instrumento no prazo e condições estabelecidas. Observamos que o substituto, também classificado no processo licitatório, deve sujeitar seu preço ao do vencedor. Artigo 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas no artigo 81 desta lei. §1º. O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Administração. §2º. É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quando aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente da cominação prevista no artigo 81 desta Lei. §3º. Decorridos 60 (sessenta) dias da data de entrega das propostas, sem convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos. Questão Prova de Especialista em Políticas Públicas elaborada pela ESAF: “O contratado poderá subcontratar parte do serviço ou fornecimento, conforme previsto e explicitado no ato convocatório e no contrato”. Errado Diferenças em relação aos contratos privados Os contratos administrativos possuem um regime jurídico bastante diferente daquele aplicável aos contratos privados; A doutrina destaca especialmente os seguintes elementos de distinção: Aplicação dos princípios e normas do Direito Público; Desigualdade entre as partes; Mutabilidade; Defesa do interesse público. Assim, as principais diferenças entre contratos administrativos e contratos privados podem ser resumidas no quadro abaixo: Quadro comparativo entre contratos privados e contratos Administrativos Contratos privados Contratos administrativos Aplicação do Direito Privado; Aplicação do Direito Público; Normas gerais previstas no Código Civil; Normas gerais previstas na Lei nº 8666/93; Exemplos: Compra e venda simples e comodato; Exemplos: Concessão de serviço público; consórcio público; parceria público privada; Igualdade entre as partes (horizontalidade) Administração ocupa posição de superioridade contratual (verticalidade); Cláusulas imutáveis (pacta sunt servanda); Mutabilidade unilateral das cláusulas por vontade da Administração; Defesa de interesses privados. Defesa do interesse público. Interpretação Contratual Segundo Hely Lopes Meirelles, além das diferenças apontadas anteriormente, existem peculiaridades quanto à interpretação dos contratos administrativos. São elas: a) Interpretação favorável ao interesse público primário: Cabendo mais de uma interpretação sobre determinado dispositivo contratual, deve ser adotada a solução mais favorável aos interesses da coletividade (interesse público 4 | P á g i n a primário), o que, necessariamente, não significa dever de optar pela melhor interpretação conforme o interesse patrimonial da Administração contratante (interesse público secundário); b) Vinculação da Administração ao interesse público: O contrato administrativo é firmado visando algum objetivo de interesse da coletividade. Qualquer cláusula que contrarie o interesse público deve ser considerada como não escrita; c) Presunção de legitimidade: As cláusulas do contrato administrativo são dotadas de presunção relativa de legitimidade, considerando-se, até prova em contrário, praticadas em conformidade com o Direito; d) Alterabilidade: As disposições do contrato administrativo podem ser modificadas unilateralmente pela Administração Pública, devido a motivo superveniente de interesse público. Artigo 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: I – unilateralmente pela Administração; a) Quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; b) Quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei; §1º. O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos. e) Interpretação restritiva das vantagens conferidas ao particular: Os dispositivos contratuais que consagram benefícios, vantagens e direitos ao contratado deve ser objeto de interpretação literal e restritiva. Sujeitos do contrato A. Contratos Bilaterais: Artigo 6º XIV – Contratante – é o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual; XV – Contratado – a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a Administração Pública; Em regra, os contratos administrativos são bilaterais, isto é, celebrado entre a Administração contratante e o particular contratado. B. Contratos administrativos plurilaterais: Não há presença de particulares, já que as partes pactuantes são diversas entidades federativas firmando compromisso para a defesa de interesses comuns e não conflitantes. É o caso do contrato de consórcio públicoe dos convênios de cooperação entre os entes federados firmados para gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos (artigo 241 da CF). Artigo 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos. Contratos em espécie A. Contrato de obra pública: É o ajuste por meio do qual a Administração seleciona uma empresa privada com a finalidade de realizar a construção, reforma ou ampliação de imóvel destinado ao público ou ao serviço público. Segundo Hely Lopes Meirelles, as obras públicas podem ser de quatro tipos: a. Equipamento urbano: Ruas, praças, estádios; b. Equipamento administrativo: Aparelhos para o serviço da Administração Pública em geral; c. Empreendimentos de utilidade pública: Ferrovias, rodovias; d. Edifício público: Os contratos de obra podem ter basicamente dois regimes de execução: repartições, cadeias, etc. Regime de empreitada: A Administração atribui a execução da obra por conta e risco do contratado, mediante remuneração previamente ajustada. O pagamento pode ser realizado por preço global ou preço unitário. Regime de tarefa: Consistente na execução de obras de pequeno porte com pagamento periódico, após verificação do fiscal do órgão contratante. Em geral, o tarefeiro não fornece os materiais, somente a mão de obra e os instrumentos de trabalho. B. Contrato de fornecimento: É o contrato administrativo por meio do qual a Administração adquire coisas móveis para utilização nas repartições públicas ou estabelecimentos públicos. a. Fornecimento integral: Em que a entrega é realizada de uma só vez; b. Fornecimento parcelado: A entrega é fracionada e obedece a uma programação prévia. O fornecimento é encerrado somente após a entrega final da quantia contratada; c. Fornecimento contínuo: A entrega é sucessiva e se estende no tempo. 5 | P á g i n a C. Contrato de prestação de serviço: É todo aquele que tem por objetivo a prestação de uma atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração Pública ou para a coletividade, predominando o fazer sobre o resultado final. Como exemplo, a coleta de lixo, a demolição, o conserto, a instalação, a montagem, a operação, a conservação, a reparação, a adaptação, a manutenção, o transporte (intermunicipal), a locação de bens, a publicidade, e etc... Segundo Hely Lopes Meirelles, os serviços contratados podem ser de diversos tipos: a. Serviços comuns: São aqueles realizáveis por qualquer pessoa. (Ex.: Serviço de limpeza. A contratação dessa espécie de serviço sempre exige licitação); b. Serviços técnicos profissionais generalizados: Exigem alguma habilitação específica, mas não demandam maiores conhecimentos. (Ex.: Serviços de engenharia. A celebração do contrato também pressupõe procedimento licitatório); c. Serviços técnicos profissionais especializados: Exigem conhecimento mais apurado do que nos serviços comuns. (Ex.: Elaboração de pareceres. A contratação desses serviços pode caracterizar hipótese de inexigibilidade se o contratado tiver notória especialização; D. Trabalhos artísticos: São atividades profissionais relacionadas com escultura, pintura e música. A contratação de serviços artísticos, em regra, depende de prévia licitação na modalidade concurso, exceto se as circunstâncias recomendarem a escolha de artista renomado e consagrado pela crítica especializada ou pelo público em geral, caso em que haverá contratação direta por inexigibilidade de licitação. Licitações Lei nº 8.666/1993 1. Conceito “Licitação é o procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse. Como procedimento, desenvolve-se de uma sucessão ordenada de atos vinculantes para a Administração e para os licitantes, o que propicia igual oportunidade a todos os interessados e atua como fator de eficiência e moralidade nos negócios administrativos” (Hely Lopes Meirelles). “Licitação significa um procedimento administrativo formal, realizado sob regime de direito público, prévio a uma contratação, pelo qual a Administração seleciona com quem contratar e define as condições de direito e de fato que regularão essa relação jurídica” (Marçal Justen Filho). “Licitação é um certame que as entidades governamentais devem promover e no qual abrem disputa entre os interessados em com elas travar determinadas relações de conteúdo patrimonial, para escolher a proposta mais vantajosa às conveniências públicas” (Celso Antônio Bandeira de Mello”. “O procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitam às condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração de contrato” (Maria Sylvia Zanella di Pietro). 1.1. Fundamentação constitucional: Artigo 37, XXI. Artigo 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. 1.2. Normas Gerais sobre Licitações: Lei nº 8.666/93; 1.3. Fundamento principiológico: Princípio da indisponibilidade do interesse público; 1.4. Natureza jurídica: Procedimento administrativo vinculado; 1.5. Entes submetidos a Lei: Além da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios as entidades da Administração Indireta, com personalidade de direito público e de direito privado, como empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações, também são submetidas a Lei de Licitações (artigo 1º, parágrafo único da Lei nº 8.666/93 e artigo 37, XIX). 6 | P á g i n a Artigo 1º. Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Exemplos Sociedade de economia mista Banco do Brasil, SANEPAR. Empresas públicas Caixa Econômica Federal 2. Finalidade Como se percebe do conceito acima e do disposto no artigo 3º da Lei nº 8.666/93, três são as principais finalidades da licitação: 2.1. Selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração Pública, de forma a resguardar o princípio da indisponibilidade do interesse público; 2.2. Assegurar o princípio da isonomia e impessoalidade, permitindoque todos particulares participem da licitação (respeito ao princípio da isonomia) e que não haja favorecimento (respeito ao princípio da impessoalidade); 2.3. Promoção do desenvolvimento nacional, previsto no artigo 3º da Lei de Licitações, de forma a proporcionar este favorecimento à economia nacional. Com a licitação o Poder Público abre a possibilidade aos interessados que preencham os requisitos do ato convocatório de participarem do procedimento tendo como finalidade firmar contrato com o poder público. CUIDADO O objetivo da licitação não é obter o menor preço, e sim, a proposta mais vantajosa. Artigo 3º. A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. 3. Competência para Legislar sobre Licitações: De acordo com o artigo 22, XXVII, da CF/88, a competência para legislar sobre normas gerais de licitações é a União, cabendo aos Estados e Municípios legislar para suplementar a Lei Federal, de forma a atender suas peculiaridades. Artigo 22. Compete privativamente à União legislar sobre: XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para a administração públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no artigo 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do artigo 173, §1º, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Exemplo: Os procedimentos legais da licitação modalidade concorrência e da tomada de preços, por exemplo, são típicas de normas gerais; as questões relacionadas à forma de escolha dos membros da comissão julgadora da licitação, por outro lado, podem ser objeto de norma local. 4. Princípios da Licitação 4.1. Princípio da legalidade: Submissão da Administração Pública às disposições legais referentes ao processo licitatório, pois a licitação constitui um procedimento inteiramente vinculado a Lei. Artigo 4º da Lei nº 8.666/93. Artigo 4º. Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o artigo 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos. Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracterizada ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública. 4.2. Princípio da Igualdade: Constitui um dos alicerces da licitação, na medida em que visa, não apenas permitir à Administração a escolha da melhor proposta, como também assegurar igualdade de direitos a todos os interessados em contratar. Previsto no artigo 37, XXI da CF, veda o estabelecimento de condições que impliquem preferência em favor de determinados licitantes em detrimento dos demais. XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que 7 | P á g i n a estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirás as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. 4.3. Princípio da Impessoalidade: A Administração não pode beneficiar ou prejudicar determinados participantes do procedimento licitatório, razão pela qual deve sempre estabelecer critérios objetivos de julgamento, sem levar em consideração condições pessoais dos licitantes. 4.4. Princípio da Moralidade e da Probidade: Por esse princípio é exigido da Administração Pública um comportamento não apenas lícito, mas também consoante com a moral e os bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e equidade, a ideia comum de honestidade. Previsto no artigo 37, caput e artigo 5º, LXXIII, da CF e no artigo 3º da Lei nº 8.666/93. 4.5. Princípio da Publicidade: Por esse princípio a Administração Pública deve divulgar não apenas o procedimento do ato convocatório para o conhecimento de todos os interessados, mas também aos atos da Administração praticados nas várias fases do procedimento, que podem e deve ser abertas aos interessados, para assegurar a todos a possibilidade de fiscalizar sua legalidade. Também previsto no artigo 3º da Lei nº 8.666/93. Ex.: Abertura em público de envelope de propostas, publicações nos jornais, etc... Lei nº 12.527 de 18 de novembro de 2011 que regula o acesso a informações. 4.6. Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório: Trata-se de um princípio essencial, cuja inobservância resulta nulidade do procedimento licitatório. Além de mencionado no artigo 3º da Lei nº 8.666/93, ainda tem seu sentido explicitado no artigo 41, segundo o qual: Artigo 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. Tanto a Administração como os interessados devem respeitar os termos do instrumento convocatório. 4.7. Princípio do Julgamento Objetivo: Por esse princípio o julgamento das propostas há de ser feito de acordo com critérios objetivos fixado no edital. Não pode o julgamento se ater a critérios subjetivos. Fundamento legal: artigo 45 Artigo 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle. 4.8. Princípio da Adjudicação Compulsória: Por esse princípio a Administração não pode, concluído o procedimento, atribuir o objeto da licitação a outrem que não o vencedor. A adjudicação ao vencedor é obrigatória; A adjudicação é a entrega do valor ao vencedor e do produto ao comprador. 4.9. Princípio da Inalterabilidade do Edital: Em regra, o edital não pode ser modificado após sua publicação. Porém, havendo necessidade de alteração de algum dispositivo, tornam-se obrigatórias a garantia de ampla publicidade e a devolução dos prazos para não prejudicar os potenciais licitantes que eventualmente tenham deixado de participar do certame em razão da cláusula objeto da modificação; 4.10. Princípio do Sigilo das Propostas: Nos termos do artigo 43, § 1º, da Lei nº 8.666/93, os envelopes contendo divulgados antes do momento processual adequado, que é a sessão pública instaurada com essa finalidade. Ver artigo 3º, § 3º, da Lei nº 8.666/93. 4.11. Princípio da Obrigatoriedade: Trata a realização de licitação como um dever do Estado (artigo 37, XXI, CF); 4.12. Princípio do formalismo procedimental: As regras aplicáveis ao procedimento licitatório são definidas diretamente pelo legislador, não podendo o administrador público descumpri-las ou alterá-las livremente. Importante enfatizar, no entanto, que o descumprimento de uma formalidade só causará nulidade se houver comprovação de prejuízo. Desse modo, segundo a jurisprudência, o postulado pas de nullité sans grief (não há nulidade sem prejuízo) é aplicável ao procedimento licitatório. 5. Incidência dos princípios geraisPor ter natureza de procedimento administrativo, a licitação está submetida, além dos mencionados no item anterior, à incidência de todos os princípios gerais do Direito Administrativo, merecendo destaque: 5.1. Legalidade: Os participantes da licitação têm direito púbico subjetivo à fiel observância do procedimento estabelecido em lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento. Assim, a licitação é um procedimento plenamente formal e vinculado (artigo 4º da Lei nº 8.666/93); 5.2. Impessoalidade: Obriga a Administração licitante a conduzir com objetividade e imparcialidade o procedimento, a partir das normas edilícias, impedindo privilégios e desfavorecimentos indevidos em relação aos licitantes; 8 | P á g i n a 5.3. Moralidade: Impõe à comissão de licitação e aos licitantes a obrigação de obedecer aos padrões éticos, de probidade, lealdade, decoro e boa-fé; 5.4. Publicidade: Todos os atos que compõem o procedimento licitatório devem ser públicos; e as sessões, realizadas de portas abertas. O princípio da publicidade se desdobra, ainda, na obrigatoriedade de realização de audiência pública, antecedendo licitações e envolvendo objetos de grande valor (artigo 39 da Lei nº 8.666/93), e no dever de publicação do resumo do instrumento convocatório na imprensa (artigo 40 da Lei nº 8.666/93). A ampla divulgação dos atos da licitação encontra importante exceção no dever de manutenção do sigilo das propostas. É o que estabelece o artigo 3º, § 3º da Lei nº 8.66/93: “A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura”. Questões: 1) Prova de analista Judiciário/AM elaborada pela FCC: “A desclassificação do licitante, motivada pelo não atendimento às exigências constantes no instrumento convocatório do certame, está diretamente relacionada com o princípio da vinculação ao edital” Resposta considerada correta peça banca. 2) Prova de Analista Administrativo elaborada pela FCC: “O princípio da ampla defesa não é cabível no procedimento licitatório em razão do relevante interesse público sobre o particular”. Resposta considerada incorreta pela banca. 3) Prova do Ministério Público/MS: “A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração, sendo processada e julgada em estrita observância com os princípios básicos da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que são correlatos”. Resposta considerada correta pela banca. 6. Fases da Licitação 6.1. Fase externa: 6.1.1. Edital; 6.1.2. Habilitação; 6.1.3. Julgamento; 6.1.4. Homologação; 6.1.5. Adjudicação. 7. Tipos de Licitação Dá-se o nome “tipos de licitação” para os diferentes critérios para julgamento das propostas. O artigo 45 da Lei nº 8.666/93 prevê a existência de quatro tipos de licitação: 7.1. Menor preço: Quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço; 7.2. Melhor técnica: Tipo de licitação utilizado exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual. Os procedimentos adotados para determinação da melhor proposta são os seguintes (artigo 46, § 1º da Lei nº 8.666/93): Serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusivamente dos licitantes previamente qualificados e feitas, então, a avaliação e a classificação dessas propostas de acordo com os critérios pertinentes e adequados ao objeto licitado; Uma vez classificadas as propostas técnicas, passa-se à abertura das propostas de preço dos licitantes que tenha atingido a valorização mínima estabelecida no instrumento convocatório, iniciando a negociação, com a proponente melhor classificada, das condições estabelecidas, tendo como referência o limite representado pela proposta de menor preço entre os licitantes que obtiverem a valorização mínima. Ex.: Elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento de engenharia consultiva em geral, e em particular, para elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos. 9 | P á g i n a 7.3. Técnica e preço: Utilizado exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual. É escolhida com base na maior média ponderada. O procedimento desse tipo de licitação está definido no artigo 46, § 2º, da Lei nº 8.666/93: Serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusivamente dos licitantes previamente qualificados e feitas, então, a avaliação e a classificação dessas propostas de acordo com os critérios pertinentes e adequados ao objeto licitante; Serão feitas a avaliação e a valorização das propostas de preços; A classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a média das propostas técnicas e de preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no instrumento convocatório; 7.4. Maior lance ou oferta: Critério utilizado exclusivamente para a modalidade leilão. Observações: A. Para contratação de bens e serviços de informática, a Lei nº 8.666/93 determina a utilização obrigatória do tipo de licitação técnica e preço, permitindo o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo (artigo 45, § 4º); Questão Prova de analista da CGU elaborada pela ESAF: “O tipo de licitação de maior lance ou oferta, previsto na Lei nº 8.666/93, ocorre na aquisição de bens e serviços de informática”. Considerou a opção incorreta. B. Na modalidade licitatória denominada concurso, o critério para julgamento das propostas é o melhor trabalho técnico, científico ou artístico (artigo 22, § 4º da Lei nº 8.666/93); C. Quando ao pregão, a definição da proposta vencedora é baseada no critério do menor lance ou oferta (artigo 4º, X, da Lei nº 10.520/02). Por fim, a Lei nº 8.666/93 proíbe a utilização de qualquer outro critério para julgamento das propostas (artigo 45, § 5º). 8. Modalidades de Licitação 8.1. Pregão> Lei 10.520/2002: Criado pela Lei nº 10.520/02, o pregão é a modalidade de licitação válida para todas as esferas federativas e utilizada para contratação de bens e serviços comuns. Artigo 1º. Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade pregão, que será regida por esta Lei. Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado. 8.1.1. Prazo de intervalo da Publicação: No pregão, o intervalo mínimo entre a publicação do instrumento convocatório e o envio de propostas é de oito dias úteis. Artigo 4º. A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as seguintes regras: V – o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da publicação do aviso, não será inferior a 8 (oito) dias úteis; 8.1.2. Inversão das fases: A característica fundamental do procedimento do pregão é a inversão nas fases naturais da licitação. Isso porque, o julgamento das propostas antecede a habilitação dos licitantes. Essa inversão relaciona-se com o objetivo essencial do pregão: propiciar economia de tempo e de dinheiro para o Poder Público. Assim, após a fase dos lances verbais decrescentes, analisa-se a documentação somente de quem ofertou o menor lance, devolvendo-se,fechados, os envelopes com documentos de habilitação dos demais licitantes. O Decreto nº 3.555/2000, com redação dada pelo Decreto nº 3.784/2001, estabeleceu para o âmbito da União um rol taxativo dos bens e serviços que podem ser contratados mediante pregão: 8.1.3. Bens Comuns 8.1.3.1. Bens de Consumo 8.1.3.1.1. Água mineral; 8.1.3.1.2. Combustível e lubrificante; 8.1.3.1.3. Gás; 10 | P á g i n a 8.1.3.1.4. Gênero alimentício; 8.1.3.1.5. Material de expediente; 8.1.3.1.6. Material hospitalar, médico; 8.1.3.1.7. Medicamentos, drogas e insumos farmacêuticos; 8.1.3.1.8. Material de limpeza e conservação; 8.1.3.1.9. Oxigênio; 8.1.3.1.10. Uniforme; 8.1.3.2. Bens permanentes 8.1.3.2.1. Mobiliário; 8.1.3.2.2. Equipamentos em geral, exceto bens de informática; 8.1.3.2.3. Utensílios de uso geral, exceto bens de informática; 8.1.3.2.4. Veículos automotivos em geral; 8.1.3.2.5. Microcomputador de mesa ou portátil (notebook), monitor de vídeo e impressora; 8.1.3.3. Serviços comuns 8.1.3.3.1. Serviços de apoio administrativo; 8.1.3.3.2. Serviços de apoio à atividade de informática; 8.1.3.3.2.1. Digitação; 8.1.3.3.2.2. Manutenção; 8.1.3.3.3. Serviços de assinaturas 8.1.3.3.3.1. Jornal; 8.1.3.3.3.2. Periódico; 8.1.3.3.3.3. Revista; 8.1.3.3.3.4. Televisão via satélite; 8.1.3.3.3.5. Televisão a cabo; Etc... 8.1.4. Proibição de utilização de pregão: Interpretando sistematicamente o conjunto de leis sobre licitação, conclui-se ser proibido o uso do pregão, para todas as esferas federativas, quando se tratar de: 8.1.4.1. Contratação de obras e serviços de engenharia; 8.1.4.2. Locações imobiliárias artigo 6º, Decreto 5.450/2005; 8.1.4.3. Alienações em geral; 8.1.5. Fases do Pregão 8.1.5.1. Preparatória: Artigo 3º. A fase preparatória do pregão observará o seguinte: I – a autoridade competente justificará a necessidade de contratação e definirá o objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento e as cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos para fornecimento; II – a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição; III – dos autos do procedimento constarão a justificativa das definições referidas no inciso I deste artigo e os indispensáveis elementos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento, elaborado pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos bens ou serviços a serem licitados; e IV – a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor. 8.1.5.2. Fase Externa: Artigo 4º. A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as seguintes regras: I – a convocação dos interessados será efetuada por meio de publicação de aviso em diário oficial do respectivo ente federado ou, não existindo, em jornal de circulação, nos termos do regulamento de que trata o artigo 2º; II – do aviso constarão a definição do objeto da licitação, a indicação do local, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital; III – do edital constarão todos os elementos definidos na forma do inciso I do artigo 3º, as normas que disciplinarem o procedimento e a minuta do contrato, quando for o caso; 11 | P á g i n a IV – cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas à disposição de qualquer pessoa para consulta e divulgadas na forma da Lei nº 9.755 de 16 de dezembro de 1998; V – o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da publicação do aviso, não serão inferior a 8 (oito) dias úteis; VI – no dia, hora e local designados, será realizada sessão pública para recebimento das propostas; devendo o interessado, ou seu representante, identificar-se e, se for o caso, comprovar a existência dos necessários poderes para formulação de propostas e para a prática de todos os demais atos inerentes ao certame; VII – aberta a sessão, os interessados ou seus representantes, apresentarão declaração dando ciência de que cumprem plenamente os requisitos de habilitação e entregarão os envelopes contendo a indicação do objeto e do preço oferecidos, procedendo-se à sua imediata abertura e à verificação da conformidade das propostas com os requisitos estabelecidos no instrumento convocatório; VIII – no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor; IX – não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condições definidas no inciso anterior, poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de 3 (três), oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos; X – para julgamento e classificação das propostas, será adotado o critério de menor preço, observados os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital; XI – examinada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilidade; XII – encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo os documentos de habilitação do licitante que apresentou a melhor proposta, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital; XIII – a habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante está em situação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, e as Fazendas Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a comprovação de que atende Slide 49 XIV – os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos de habilitação que já constem do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – Sicaf e sistemas semelhantes mantidos por Estados, Distrito Federal ou Municípios, assegurado aos demais licitantes o direito de acesso aos dados nele constantes; XV – verificado o atendimento das exigências fixadas no edital, o licitante será declarado vencedor; XVI – se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas subsequentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e assim sucessivamente, até a apuração de uma que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante declarado vencedor; XVII – nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pregoeiro poderá negociar diretamente com o proponente para que seja obtido preço melhor; XVIII – declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões do recurso, ficando os demais licitantes desde logo intimados para apresentar contra-razões em igual número de dias, que começarão a correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos; 8.1.6. Participante inidôneo Artigo 7º. Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar documentação falsa exigida para o certame, ensejar o retardamento da execução do seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudarna execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores a que se refere o inciso XIV do artigo 4º desta Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais. 8.1.7. Subsidiariedade da Lei 8.666/1993 Artigo 9º. Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de pregão, as normas da Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993. 8.2. Convite 12 | P á g i n a 8.2.1. Conceito É a modalidade de licitação entre, no mínimo, três interessados do ramo pertinente a seu objetivo, cadastrados ou não, escolhidos e convidados pela unidade administrativa, e da qual podem participar também aqueles que, não sendo convidados, estiverem cadastrados na correspondente especialidade e manifestarem seu interesse com antecedência de 24 horas da apresentação das propostas. Artigo 22, § 3º. 8.2.2. Valor Artigo 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação: I – para obras e serviços de engenharia: a) Convite – até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais); I – para obras e serviços de engenharia: b) Convite – até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); 8.2.3. Prazo No convite, não existe edital. O instrumento convocatório dessa modalidade de licitação é denominado carta- convite. O intervalo mínimo entre a expedição da carta e a entrega de envelopes é de cinco dias úteis. Artigo 21. Os avisos contendo os resumos das editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessa, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo por uma vez: IV – cinco dias úteis para convite. 8.2.4. Repetição do convite § 7º. Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no § 3º deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite. Súmula 248 TCU: Não se obtendo o número legal mínimo de três propostas aptas à seleção, na licitação sob a modalidade Convite, impõe-se a repetição do ato, com a convocação de outros possíveis interessados ressalvados as hipóteses previstas no § 7º, do artigo 22, da Lei nº 8.666/93. 8.3. Tomada de Preço 8.3.1. Conceito É a modalidade de licitação realizada entre interessados devidamente cadastrados ou que preencham os requisitos para cadastramento até o terceiro dia anterior a data do recebimento das propostas, observadas a necessária qualificação (artigo 22, § 2º). 8.3.2. Cadastramento X Princípio da Universalidade Surgiram questionamentos se o termo devidamente cadastrados feria o princípio da universalidade, entretanto não fere pois é permitido aos interessados até o 3º dia anterior a data de recebimento das propostas. Existem controvérsias sobre o cadastramento, entretanto, como forma de garantir o princípio da universalidade, a melhor solução consiste em exigir que os documentos sejam apresentados perante a própria Comissão encarregada da tomada de preço, principalmente nos órgãos em que não possuem registro cadastral próprio. 8.3.3. Valor Artigo 23... I – para obras e serviços de engenharia: b) tomada de preços – até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). II – para compras e serviços não referidos no inciso anterior. b) tomada de preços – até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais); 8.3.4. Prazo de Publicação: O artigo 21, § 2º, II, b, exige que a publicação seja feita com 30 dias de antecedências quanto a licitação for do tipo melhor técnica e preço e o inciso III prevê que, nas demais hipóteses o prazo seja de 15 dias. II – trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994); b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994); III – quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea “b” do inciso anterior, ou leilão; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 8.3.5. Registro Cadastral Artigo 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Administração Pública que realizem frequentemente licitações manterão registros cadastrais para efeito de habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo, um ano. 13 | P á g i n a 8.4. Concurso 8.4.1. Conceito Artigo 22, § 4º. Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. Ex.: Concurso de monografia jurídica (trabalho técnico), concurso para criação de um hino de um Município (trabalho artístico), concurso para escolher o melhor desenho para ser confeccionada a roupa da fanfarra municipal. 8.4.2. Prazo da Publicação Conforme artigo 22. § 4º, o edital deve ser publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias corridos. 8.4.3. Não confundir com Concurso para provimento de cargo É fundamental não confundir essa modalidade de licitação com o concurso para provimento de cargo, que também é um procedimento administrativo seletivo, mas sem natureza licitatória. Questão Prova para Titular de Cartório – RJ considerou incorreta a assertiva: “Concurso é a modalidade de licitação entre pessoas com qualidade específica comprovada para ingresso em cargos da Administração”. 8.4.4. Comissão Especial Outra característica diferencial do concurso é que constitui a única modalidade de licitação em que a comissão especial não precisa ser composta por agentes públicos, admitida a participação de técnicos e especialistas habilitados a julgar os concorrentes, ainda que não pertencentes aos quadros da Administração Pública. É o que prescreve o artigo 51, § 5º, da Lei nº 8.666/93: No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não. 8.5. Leilão 8.5.1. Conceito Artigo 22, § 5º. Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no artigo 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. Artigo 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras: I – avaliação dos bens alienáveis; II – comprovação da necessidade ou utilidade da alienação; III – adoção de procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão. Questão A prova de Técnico Judiciário do TRT/Campinas elaborada pela FCC considerou correta a assertiva: “Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no artigo 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação”. Em síntese, o leilão é utilizado para venda de bens: 1) Móveisinservíveis; 2) Móveis de valor módico; 3) Imóveis oriundos de procedimentos judiciais ou dação, caso em que a Administração pode optar entre leilão e concorrência. 8.5.2. Critério para julgamento O critério para julgamento da melhor proposta é o de maior lance ou oferta. 14 | P á g i n a 8.5.3. Prazo da Publicação O intervalo mínimo entre o instrumento convocatório e a entrega dos envelopes é de quinze dias corridos. Artigo 21, III – quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea “b” do inciso anterior, ou leilão; O critério para julgamento da melhor proposta é o de maior lance ou oferta. 8.6. Concorrência Artigo 22, § 1º. Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. 8.6.1. Utilização É utilizada para objetos de grande vulto econômico. Artigo 23. I – para obras e serviços de engenharia: c) Concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); II 0 para compras e serviços não referidos no inciso anterior: c) concorrência: acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais). Independente do valor da contratação, a concorrência é obrigatória nos seguintes casos: 1) Compras e alienações de imóveis; 2) Concessões de direito real de uso; 3) Licitações internacionais; 4) Contratos de empreitada integral; 5) Concessões de serviço público; 6) Registro de preços. Artigo 23, § 3º. A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvando o disposto no artigo 19, como nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 4º. Nos caso em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de prelos e, em qualquer caso, a concorrência. 8.6.2. Prazo de Publicação do Edital Artigo 21. I – quarenta e cinco dias para: b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”; II – trinta dias para: a) Concorrência, nos casos não especificados na alínea “b” do inciso anterior; 8.6.3. Fracionamento de Licitação Artigo 23, § 5º. É vedada a utilização da modalidade “convite” ou “tomada de preços”, conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjuntas e concomitantemente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso de “tomada de preços” ou “concorrência”, respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do executor da obra ou serviço. 8.6.4. Impugnação do Edital Artigo 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. § 1º. Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1º do artigo 113. § 2º. Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciaram esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso. 15 | P á g i n a DEFINIÇÕES Artigo 6º I – Obra – toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta; II – Serviço – toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais; III – Compra – toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente; IV – Alienação – toda transferência de domínio de bens a terceiros; V – Obras, serviços e compras de grande vulto – aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea “c” do inciso I do artigo 23 desta Lei; (Ex.: R$ 37.500.000,00). VI – Seguro-Garantia – o seguro que garante o fiel cumprimento das obrigações assumidas por empresas em licitações e contratos; VII – Execução direta – a que é feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos próprios meios; VIII – Execução indireta – a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob qualquer dos regimes: a) Empreitada por preço global – quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total; b) Empreitada por preço unitário – quando se contrata a execução da obra ou serviço por preço certo de unidades determinadas; c) Vetado; d) Tarefa – quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais; e) Empreitada integral – quando se contrata um empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada... IX – Projeto Básico – conjunto... 8.7. Contratação direta A regra, no direito brasileiro, é a obrigatoriedade de prévia licitação para celebração de contratos administrativos. Entretanto, a própria Constituição Federal atribui ao legislador a competência para definir casos excepcionais em que a licitação não é realizada: “ressalvados os caos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública...” (artigo 37, XXI). Assim, excepcionalmente, a legislação autoriza a realização de contratação direta sem licitação. O Direito brasileiro prevê inúmeros casos em que a licitação não deve ser feita, ocorrendo contratação direta. O estudo das hipóteses de contratação direta da Lei nº 8.666/93 revela a existência de quatro institutos diferentes: a) Dispensa; b) Inexigibilidade; c) Vedação; d) Licitação dispensada; 8.7.1. Dispensa de Licitação: (Artigo 24) São casos em que a competição é possível, mas sua realização pode não ser para a Administração conveniente e oportuna, à luz do interesse público. Assim, nos casos de dispensa, a efetivação da contratação direta é uma decisão discricionária da Administração Pública. Ex: Contratação de objetos de pequeno valor. 8.7.2. Inexigibilidade As hipóteses de inexigibilidade estão previstas exemplificativamente no artigo 25 da Lei nº 8.666/93. São os casos em que a realização do procedimento licitatório é logicamente impossível por inviabilidade de competição, seja porque o fornecedor é exclusivo, seja porque o objeto é singular. Questão de procurador do Estado da Paraíba/2008 elaborada pelo CESPE: “Um prefeito, tendo realizado contratação direta de um publicitário para a realização dos serviçosde publicidade institucional da Prefeitura, justificou o seu ato sob o argumento de que, por se tratar de serviço técnico de notória especialização, não seria exigível a licitação. Na situação apresentada, a atitude do prefeito, à luz das Leis de Licitações, deve ser considerada errada, pois serviços de publicidade não podem ser classificados como de notória especialização, sendo necessário o procedimento de licitação para a contratação desse tipo de serviço” – assertiva considerada correta. 16 | P á g i n a Questão da prova de procurador do Estado Rio Grande do Norte: “Na dispensa de licitação existe possibilidade de competição. A licitação deixa de ocorrer por opção discricionária do administrador. Na inexigibilidade a competição é inviável, porque apenas uma pessoa ou um único objeto satisfazem as necessidades da Administração”. 8.7.3. Licitação vedada ou proibida São situações excepcionais, identificadas pela doutrina e sem previsão expressa na lei, em que a realização do certame licitatório violaria o interesse público em razão de extrema urgência em obter certos bens ou serviços. São casos, portanto, nos quais a Administração Pública é obrigada a adotar a decisão vinculada de realizar a contratação direta pelo fato de a proteção do interesse público ser incompatível com o período de tempo necessário para concluir o procedimento licitatório. Exemplo: compra de vacinas durante uma epidemia. 8.7.4. Licitação dispensada (Artigo 17) Recentemente identificados pela doutrina, os caos de licitação dispensada não envolvem a possibilidade discricionária, como nas hipóteses convencionais de dispensa, de a Administração escolher entre promover a licitação ou realizar a contratação direta. Trata-se, portanto, de situações em que a contratação direta é uma decisão vinculada. Na licitação dispensável a Administração decide discricionariamente se a melhor solução é licitar ou contratar diretamente. Na licitação dispensada, a realização da licitação está de antemão excluída, dispensada. Ex: alienação de bens da Administração Pública por dação, doação, permuta, investidura, venda, alienação, procedimentos de legitimação de posse de que trata o artigo 29 da Lei nº 6.383/76 ou alienação gratuita ou onerosa, aforamento ou concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis.
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