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UDC – União Dinâmica de Faculdades Cataratas Arquitetura e Urbanismo - História da Arquitetura e do Urbanismo no Brasil III O planejamento urbano durante o Regime Militar A insDtucionalização do planejamento após 1964 Antecedentes Históricos • Em 1960, no final do mandato de JK, a dívida externa (que somava 4 bilhões de dólares) e a inflação foram fatores determinantes para a quebra de sucessão do presidente. Mesmo assim, o período entre 1956 a 1964 é conhecido como os Anos Dourados. • Jânio Quadros venceu as eleições de 1960, vencendo o candidato apoiado por JK. Jânio renunciou ao cargo menos de 7 meses após a posse, assumindo em seu lugar o vice-presidente, João Goulart (Jango). • João Goulart lançou as chamadas Reformas de Base, divididas em quatro categorias: agrária, administraYva, financeira e tributária. As ações de Jango dividiram a opinião pública. Em 1963 foram contabilizadas 72 greves. • O golpe militar foi deflagrado na madrugada de 31 de março de 1964. InsDtucionalização do Planejamento Urbano • A criação do SERFHAU – Serviço Federal de Habitação e Urbanismo é considerada o marco insDtucional do planejamento urbano no Brasil. • InsYtuído em agosto de 1964 pelo governo militar, o Serfau nasceu como um instrumento de invesYgação do Governo Federal no setor habitacional, ao lado do BNH, Caixa Econômica Federal e outros órgãos. • Durante 1 década (1964-1974) o Serfau comandou em nível nacional a elaboração de planos diretores integrados e o planejamento para o desenvolvimento local. PolíDca urbana no governo militar • Os problemas de habitação popular no país eram entendidos pelo governo como problemas de natureza econômica. Os arquitetos e engenheiros esperavam que houvesse, por parte do Governo Federal, uma coordenação ou compaYbilização entre planos de diferentes níveis, territoriais ou não-territoriais (políYca de planejamento urbano ou de desenvolvimento urbano). • O Serfau (em nível hierárquico inferior), passou a coordenar as ações de diferentes Ministérios e Órgãos Regionais no campo do planejamento local. Foi, assim, o veículo para a coordenação e compaYbilização de ações de planejamento em diferentes níveis. • Vem deste período o termo “planejamento local integrado”, entendido como integração entre diferentes níveis, quanto entre os aspectos nsico, social, econômico e insYtucional no nível municipal”. • Em 1969 foi criado o Programa de Ação Concentrada – PAC, para viabilizar a operacionalização das atribuições do Serfau e implantar critérios de financiamento para planos locais. • 455 municípios foram selecionados em função de critérios estabelecidos pelo IBGE. O PAC estabeleceu planos para diferentes dimensões de municípios: 1. Relatório Preliminar – plano mais simples, se desYnava a orientar as decisões de interesse local em municípios de pequeno porte. 2. PAI – Plano de Ação Imediata – com ênfase nos aspectos nsico-territoriais, se desYnava a municípios de médio porte. 3 . PDLI – Plano de Desenvolvimento Local Integrado - acrescia ao PAI os aspectos sociais e econômicos, desYnado aos municípios de maior porte. • O Serfau teve dificuldades em liberar os recursos financeiros para os planos diretores e para a implantação de programas. • O PAC fracassou, apesar do apoio do Governo Federal, pois os recursos municipais eram insuficientes e o programa promovia o a ação liberal do município, incompaqvel com o momento de centralização pelo qual passavam, em função da ditadura. • Em 1974 o Serfau é exYnto. No mesmo ano é criada a Comissão Nacional de Áreas Metropolitanas e PolíYca Urbana (CNPU), quando se efeYva a questão urbana por meio de políYca específica. Em 1979 a CNPU é subsYtuída pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Urbano (CNDU). Realizações do SerUau (1964 a 1974): • Comandou em nível nacional a elaboração de planos locais integrados e o planejamento para o desenvolvimento local. • Assumiu, elaborou e desenvolveu um conjunto de teses pelas quais pautou a própria atuação. • Orientou o entendimento e o trabalho de um grande número de técnicos, de especialistas e de equipes consultoras no campo do planejamento local e promoveu neste processo o engajamento de execuYvos municipais. • Por meio do PAC, 477 municípios foram atendidos (50% da população do país e 30% do território nacional), com 173 planos Algumas teses que direcionaram a atuação da SerUau S1: Municípios da mesma classe demográfica tem complexidade semelhante, merecendo o mesmo nível de plano local. S2: O plano local integrado, base do planejamento urbano, é agente de mudanças e promotor do desenvolvimento local. S3: tarefas relaAvas à elaboração de planos locais integrados são exclusivas de técnicos e especialistas qualificados. S4: A necessária integração mulAdisciplinar em um plano local é problema técnico e depende da qualificação dos especialistas da equipe. S5: A função dos técnicos é equacionar alternaAvas para a ação dos estadistas. Bibliografia: Nygaard, P. D. Planos Diretores de Cidades: discuYndo sua base doutrinária. Porto Alegre: UFRGS, 2005
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