Buscar

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO I, Prof. Kaku

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO I
Anotações da aula do Prof. Kaku
O Link para DOWNLOAD deste arquivo em formato WORD está no final do texto.
PARTE 1	3
1	Aula 30/03/2017	3
2	Aula 06/04/2017	4
3	Aula 20/04/2017	5
Evolução histórica do Direito Internacional (DI) e das Relações Internacionais (Relinters)	5
4	Aula 27/04/2017	6
5	Aula 04/05/2017	8
Juridicidade do DI	8
6	Aula 11/05/2017	9
Fontes do Direito Internacional	9
Evolução da cultura do Estado em termos internacionais. Segundo Borja (2015):	10
7	Aula 18/05/2017	10
Convenção de Viena	10
Acordos entre Estados e Pessoas Privadas Estrangeiras	11
8	Aula 25/05/2017	11
Classificação dos Tratados Internacionais	11
Conclusão dos tratados	12
9	Aula 01/06/2017	12
Tratado Internacional	12
10	Aula 22/06/2017	13
Organizações Internacionais (OI’s)	13
11	Aula 29/06/2017	14
PARTE 2	14
12	Aula 06/07/2017	14
Particularidades dos Tratados Multilaterais	14
Legislação interna do Brasil	14
13	Aula 13/07/2017	15
Relação do Direito Interno e do Direito Internacional	15
14	Aula 20/07/2017	16
Hierarquias das Normas Jurídicas Internacionais	16
Direito do Comércio ou Direito Econômico Internacional	16
15	Aula 27/07/2017	16
Direito da União Europeia (supranacionalidade)	16
Direito do Comércio Internacional (OMC)	17
Direito Ambiental Internacional	17
PARTE 1
P1: 08/06/2017
Aula 30/03/2017
Avaliação dos alunos, pelo professor (5 critérios).
1- trabalhos pequenos (x4, com peso total de 2,0), ao final de cada 4 semanas de aula (leitura e entrega de relatórios de jornais que falem sobre temas internacionais => como as notícias são tratadas por cada órgão de notícia);
2- presença (peso de 1,0);
3- nota de turma (peso de 1,0);
4- trabalho final em grupo (peso de 2,0), análise de decisão de um tribunal sobre um tratado internacional (aspecto do direito internacional público sobre uma questão concreta);
5- prova final (peso 4,0).
=> a média de aprovação é 7,0 pontos.
Rec. uma prova que é somada com a média do semestre e dividindo por dois.
Exemplo de trabalho:
LINK: https://www.researchgate.net/profile/Joao_Gerdau_De_Borja/publication/319546522_Analise_de_Dois_Acordaos_que_Tratam_de_Direito_Internacional_Publico_na_Questao_de_Refugio/links/59b29f99458515a5b48d0cc2/Analise-de-Dois-Acordaos-que-Tratam-de-Direito-Internacional-Publico-na-Questao-de-Refugio.pdf
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Os Estados baseiam suas condutas internacionais no Direito Internacional (regula as relações internacionais, procurando dar um mínimo que seja de institucionalidade/funcionalidade).
Possui diferentes sujeitos de direito.
Até um assunto de dentro de um Estado (problema interno) tem repercussões internacionais.
BilateraLISMO => Estados competindo entre si (predatoriamente), com acordos individuais (sistema anterior às guerras mundiais).
MultiratelarISMO => um grande grupo de Estados, regulados por uma entidade. Depois de 1945 o Direito Internacional Público teve grande intensificação.
Ao longo da história, os povos desenvolveram diferentes modelos. Este último (vigente), faz questionar todos os modelos passados. É a ideia de Pluralismo Jurídico (outras formas, fragmentadas e locais, válidas como demandas jurídicas).
A forma, hoje em dia, como os problemas são realizados são institucionalizados e impessoalizados, trazendo o direito internacional para o cotidiano das sociedades.
Na União Europeia, há uma integração muito avançada. Porém a Inglaterra vem criando óbice às mais diversas tentativas de integração do bloco (criou blocos paralelos, para dificultar). Quando o bloco inglês foi enfraquecido, ela foi obrigada a aderir. Agora ela saiu pois entende que tem uma força específica (sistema mundial dos países da common welth).
Para uma boa harmonia entre os Estados, se deve respeitar as instituições já estabelecidas. O que está aparecendo é líderes políticos muito fortes que tendem a não respeitar isso (Trump nos EUA e o Chávez na Venezuela, por exemplo).
Aula 06/04/2017
CONHECIMENTO => RAZÃO => SENSO COMUM, FILOSOFIA, CIÊNCIA, RELIGIÃO.
Os seres humanos nascem com diversas aptidões naturais.
Capacidade intelectiva => trabalhar com a razão; quais são as possibilidades de usar seu próprio braço, uma ferramenta; quais são as possibilidades de usar a própria razão => justificativa para cada caminho tomado pela cultura.
Conhecimento => Atuar e se relacionar melhor com as coisas que nos cercam, e o que acontece ao nosso redor.
Os diferentes povos utilizaram suas capacidades intelectivas de modo diferentes, buscando suas razões de ser. Surgem, então, modelos culturais específicos.
O modelo grego se espalhou pelo mundo inteiro, pois há uma motivação em criar coisas mais bonitas, das quais estimulam o sonho e elaboração (a filosofia especula com pensamentos mais complexos - explicação lógica, fundamentação e sistematização, mesmo que sem prova concreta, ajudando a tomar novos caminhos quando um conhecimento específico se mostra inadequado, sendo assim, trás segurança, confiança e previsibilidade), colocando em prática coisas mais belas, de acordo com o senso comum (patamar de conhecimento cultural).
VER LINK: https://plus.google.com/105193352569699409491/posts/7TyMEjNRa7h
“Ética é tudo aquilo que o indivíduo entende, de modo introspectivo, ser certo ou errado. Por exemplo: conhecendo os princípios da administração pública, o servidor pode entender que não deve utilizar um carro funcional fora do âmbito de suas atribuições, não sendo necessário que isto esteja expressamente escrito em dado código de conduta. Essa, e outras atitudes, são basicamente um conflito entre o bom senso da pessoa (ética individual) e o senso comum (moral de grupo)”.
O Estado Moderno foi uma invenção europeia (uma solução para um problema europeu), de uma organização política (a comunidade se afirma como interdependência).
Tudo indica que a sociedade moderna aposta muito no senso comum. Hoje, não é estimulado ser culto e estudar, mas apenas ganhar dinheiro. A filosofia proporciona um distanciando do senso comum, causando evolução da cultura.
Pensando no médio e longo prazo: verificar se a ideia esteja de acordo com as condições sociais que tornem possível a implementação prática da ideia pensada (a ideia pode não ser apta à conjuntura ou contexto histórico).
A democracia moderna foi reinventada/adaptada da democracia grega (o conhecimento foi resgatado - é um patrimônio imaterial).
Os valores se fundam basicamente pela FILOSOFIA. Mas são trazidos também pelas RELIGIÕES (confrontação com o plano das relações cotidianas, não no plano transcendental).
O direito sintetiza e procura trazer os melhores valores para que uma sociedade cada vez melhor se concretize.
VER LINK: A moralidade imposta pelo Estado: https://plus.google.com/u/0/105193352569699409491/posts/ZnVZNVQYTCP
No plano internacional, a sistematização lógica do direito ajuda a tomar novos caminhos quando um conhecimento específico se mostra inadequado, sendo assim, trás segurança, confiança e previsibilidade entre os entes internacionais.
A Paz de Vestfália (1648) foi um marco no Estado Moderno, delimitando os limites territoriais das entidades político-jurídicas.
Até onde vai o exercício do poder de um soberano (príncipe).
Surge o direito internacional, sendo a sociedade internacional fundada no espaço de soberania de cada Estado, se comprometendo com outros estados através de acordos de relações internacionais.
O surgimento do Estado se dá por um tratado internacional, e segundamente, por seu direito próprio interno (Constituição).
O 1º Estado é o Estado Absolutista (1648), governadaopelo Soberano (o conceito atual de soberania deriva daí).
O 2º é o Estado Liberal (1789), com soberania nas mãos do povo, consolidando os códigos.
A falta de recursos dentro do território justificou o imperialismo (razão dentro de uma linha de conhecimento legítima da época - não se deve julgar esse passado, mas o presente,de acordo com o conhecimento atual).
Com o fim da Segunda Guerra, há um fim do imperialismo, surge um direito internacional muito forte.
Instituição (movimento concreto, fruto da razão): regras e condutas aceitas e aplicadas por todos. Gera a confiança e segurança. As regras internacionais estão baseadas na instituição, que é o contrário do cada um por si (regra do mais forte, mas com bastante incerteza no próprio futuro).
Aula 20/04/2017
Evolução histórica do Direito Internacional (DI) e das Relações Internacionais (Relinters)
Antiguidade Clássica e Império Romano
A “antiguidade clássica” faz referência à Grécia Antiga (anteriormente se misturava aos elementos políticos e religiosos; documentos voltados à questão de aliança e de segurança).
Para se comparar, se transforma os conceitos atuais para a idade respectiva, mas ainda assim, isto não é totalmente válido, pois o contexto deve ser analisado dentro de suas circunstâncias históricas próprias.
Os gregos criam a ideia de sociedades com organização por um estatuto (“cidades-estado”). Entre as cidades haviam diversos acordos, feitos por meios de líderes. Os gregos não reconheciam o direito de povos estrangeiros, mas estabelecia uma legislação específica para a negociação com estrangeiros dentro das cidades-estado.
O jusnaturalismo nasce na filosofia grega (valores absolutos que o homem vai aprendendo, e fundam as decisões concretas dos homens), e tem influência marcante no Direito.
Com a civilização romana, o legado para o Direito foi imenso. Para os romanos havia uma distinção daquilo que era moral, religioso e político, então harmonizavam a convivência com aquilo que era jurídico e aquilo que não era.
O direito civil para os romanos e o direito das gentes para os estrangeiros (seria o “direito internacional privado”).
Idade Média e Poder Religioso
Período de 1200 anos, 476dC (queda do Império Romano) até 1648dC (surgimento do Estado Moderno)
Surgimento das universidades, instauradas pela Igreja, começando com a teologia que já era presente em mosteiros, mais a filosofia, que é capaz de fazer a ligação da teologia com as ciências físicas que surgiam.
Em 800dC, Carlos Magno se coloca como o legítimo sucessor dos imperadores romanos, sendo coroado pelo Papa Leão XVI (restaurava o império romano do ocidente). Então, o poder temporal foi entregue/outorgado para o imperador, enquanto o poder espiritual continuou com a Igreja (República Cristiana).
Havia várias unidades localizadas, com os vassalos, surgindo o direito dos costumes e o enfraquecimento da figura do imperador e da Igreja. No final deste período, surge a teoria da soberania e se resgata o direito romano.
Idade Moderna e Estados Soberanos
Se constituem territorialmente os países: França, Inglaterra, Itália, Alemanha, etc, com muita descentralização e disputas por hegemonia.
Sociedade justaposta, considerando as pessoas iguais. Não há um órgão para a decisão em última instância.
Surge o pensamento filosófico da anarquia - pensamento único de cada ser racional, podendo fazer acordos bilaterais (abandona a ideia de instituições superiores), nunca agredindo o outro quando não se fecha um acordo [esta é uma tendência libertária, verificar LINK: https://plus.google.com/u/0/105193352569699409491/posts/5ixaBwbvTMs
Aula 27/04/2017
Idade Moderna e Estados Soberanos
1648 => Estado Absolutista (soberano).
1789 => Estado Liberal (democracia, separação de poderes e constituição; soberania é questão do chefe de estado, não do povo).
Somente depois da Segunda Guerra os acordos internacionais deviam passar pelo legislativo (crivo do povo), não mais se admitindo o pensamento do modelo de acordos secretos bilaterais.
Os acordos secretos também abriam margem para traições e quebra de acordos unilateralmente, não se valendo do respaldo moral da comunidade internacional.
Guerras Mundiais e Período Contemporâneo
Nascem muitos novos Estados, que começam a se posicionar diante das várias questões internacionais. Anteriormente, eram as potências europeias que determinavam o conteúdo do Direito Internacional.
Surgem os EUA e a URSS, que polarizam o mundo todo, até a queda do muro de Berlim e o fim da URSS.
A Sociedades das Nações e a Organização das Nações Unidas.
Questões do desenvolvimento dos países de terceiro mundo (a ONU trabalhou nesse sentido da matéria do ‘direito ao desenvolvimento’). Hoje em dia esse problema está voltado ao grande movimento humano (migrações).
Isso deve ser repensado, pois não é normal uma pessoa abandonar um país, sua cultura, etc. e ir morar em outro por razões econômicas.
Sujeitos de Direito Internacional
A forma de estruturação do Direito Internacional é diferente do Direito Nacional.
O Direito: regula as relações de conflito na sociedade, atribuindo o que é pertinente ao caso diante dos sujeitos de direito.
Sujeito: se relacionam na sociedade, através do Direito (nem todo ator possui personalidade jurídica, mas operam o direito internacional). O indivíduo, em matéria de DI é um sujeito de direito (possui personalidade jurídica), podendo invocar normas internacionais (por questões operativas agem através de cortes de arbitragem); no caso de crimes de guerra o indivíduo pode ser um sujeito passivo.
Objeto: valores admissíveis de se regular através do Direito.
Relação Jurídica: início da estruturação do Direito, que relaciona sujeitos em torno de objetos.
=> Na Civil Law, a legislação é importantíssima nesta estruturação (Ordem Jurídica).
=> Na Common Law, prevalecem os precedentes na estruturação do Direito.
No Direito Internacional, os SUJEITOS são estabelecidos através de legislação internacional.
O primeiro sujeito de Direito é o Estado (reúne todas as prerrogativas de direitos e deveres - detém as prerrogativas plenas daquilo que é reconhecido internacionalmente para um sujeito de Direito). Os restantes dos sujeitos estão abaixo do Estado.
Estado => Território, Povo e Governo => Soberania (autodeterminação)
Organizações Internacionais (OI’s): são organizações criadas e geridas pelos Estados, podendo permitir que ONG’s possam se manifestar em seus trabalhos.
Pode haver previsão de permissão de um Membro Observador interno, que pode ser uma ONG.
=> As Empresas podem criar entes internacionais, mas estas, privadas, não são OI’s. As Empresas Transnacionais e ONG’s são diminutos, podendo opinar e trazer trabalhos perante as OI’s.
=> A ONU é a maior Organização Internacional, que possui dois grandes órgãos internos, compostos por Estados: Assembleia Geral (traça as diretrizes e metas) e o Conselho (tem o poder de implementação das políticas). Os maiores conselhos da ONU são o de Segurança e o Econômico-Social.
Aula 04/05/2017
Critérios de definição de DIP: O direito internacional é um conjunto de normas que regula a relação entre Estados soberanos (hoje sabe-se que as relações multilaterais exigem outros direitos de DIP); sujeito de direito internacional (primeiro, há de reconhecer quem são estes sujeitos e, para isso, redefinir o próprio DI); ou entes internacionais.
DI => regula matérias internacionais por natureza (que dizem respeito à sociedade internacional - “Sociedade das Nações”, antes da 2ª Guerra. Depois surgiu a ONU, que assimilou para si a “Corte internacional de justiça”). Reconhece a existência de matérias nacionais.
A Corte Internacional de Justiça (CIJ) tem admitido a incapacidade de separar/delimitar as matérias internacionais das nacionais (assuntos internos), sendo estas últimas requeridas pelos Estados como de interesse exclusivo dos mesmos. Então, a CIJ disponibiliza uma regulação sobre estas questões.
Se tem entendido que o DI pode regular qualquer matéria, mesmo interna a um Estado, desde que de interesse das nações (sociedade internacional). => incapacidade da delimitação do Direito Interno X Direito Internacional.
As regulações internacionais transcendem os mecanismos nacionais de criação de normas (fora das competências legislativas internas), sendo produzidas por um processo próprio.
Direito InternacionalPúblico (DIP): Direito produzido pelos Estados no âmbito das relações com a comunidade internacional.
Inicialmente foi fundado pelos Estados para regular suas relações.
Direito internacional privado (DIPr): Direito interno dos Estados que regula que normas serão utilizadas (qual a jurisdição incidente), de cada Estado envolvido. Ex. uma empresa produz na China utilizando suas normas, transporta com normas de outro país e depois comercializa com as de outro.
O DIP auxilia as negociações, na forma de tratados. Desta forma, cria a figura da entidade internacional, que possui um poder coercitivo, aceito pelos Estados signatários.
Direito comparado: compara as legislações dos países.
Juridicidade do DI
=> Alguns autores criticam/negam o direito internacional. As normas internacionais não reúnem todas as características de geração/criação das normas dos Estados.
Antes do Positivismo Jurídico, não havia dúvidas quanto à efetividade do DI.
Hegel admite o DI, mas em termos (o Estado pode se auto-limitar em suas liberdades - mas podem não cumprir!), a fim de que não haja a guerra.
A pirâmide de Kelsen (séc. XX) admite uma constituição estatal que está acima de todas as normas, por isto não admite um outro direito que seja superior. A constituição era tratada como algo soberano, sendo a soberania (jurídica) dada pela eficácia interna desta constituição (de cima para baixo). Não havia o conceito de soberania do povo, sendo somente a lei válida caso seja legitimamente produzida (democraticamente, de baixo para cima).
Séc. XXI (Modelo Kelsen-Borja): a soberania foi inserida no campo democrático lato senso, que se divide nas democracias jurídica, social e econômica. Ver artigos a respeito:
Link importante 1: https://plus.google.com/105193352569699409491/posts/VURqk8BJn6m
Link importante 2: https://plus.google.com/105193352569699409491/posts/co5F38SEMrY
=> O DI pode ser considerado um Direito singular, com suas próprias características. A ONU e a OMC não deixam de ser verdadeiros Legisladores Internacionais.
O costume (não escritos) é a principal fonte do DI, por isso há uma corrente que preconiza sua codificação (a consequência disto é a intromissão polêmica dos legisladores internacionais, impondo costumes aos países). Os tratados e princípios são outras fontes (a relevância das fontes muda quando se fala do direito interno ou do internacional).
O DI serve como uma importante diretriz para que qualquer Estado justifique qualquer ação sua. É um verdadeiro legitimador de atos (nacionais ou internacionais - componente político). Um Estado que age de acordo com as normas internacionais fica bem visto na comunidade internacional (segurança jurídica). Quando uma norma internacional ameaça (de acordo com a política local) a segurança e a vida de sua nação, o Estado pode não cumprir as normas (ideia de Hegel).
Aula 11/05/2017
Fontes do Direito Internacional
No direito nacional/interno as fontes podem ser divididas em fontes materiais (acontecimentos do cotidiano - jurisprudência/precedentes) e fontes formais (regulações escritas - Civil Law).
Estatuto da Corte Internacional de Justiça (foi criada junto com a antiga Sociedade das Nações). Este estatuto (esta Corte) foi incorporada à ONU, sendo as decisões judiciais produzidas, auxiliares como fonte formal. Esta Corte pode construir decisões por equidade, ou seja, não se baseando nas normas já definidas do DI, mas no acordo entre as partes (justiça material).
Os atos jurídicos unilaterais, por si só, produzem efeito jurídico. Então, o costume internacional não pode ser tratado como uma norma existente, mas que torna possível a convicção de aplicabilidade jurídica.
=> A “codificação” do DI, apenas torna os costumes do DI em tratados escritos, ou seja, não significa uma sistematização normativa como a denominação dos códigos da Civil Law.
=> Cada tratado internacional, vincula os países envolvidos, por isso, se um Estado “denuncia” o tratado (se retira do tratado pois não quer cumprir), pode ser condenado na Corte Internacional de Justiça, pois o “costume” já foi produzido entre os países vinculados, recaindo sobre os Estados “vinculados” mesmo eles não querendo mais.
Fonte Costumeira: está fundado no uso (ELEMENTO MATERIAL - prática) de procedimentos internacionais. Os usos podem ficar referenciados pelas atuações dos órgãos de Estado de cada país (tanto órgãos internos - três poderes, pois suas medidas podem ter repercussões a nível internacional -; quanto externos - através dos agentes diplomáticos, sendo diplomatas, ministro das relações exteriores, chefe de Estado, etc., que atuam internamente e também no exterior; ainda, as práticas das pessoas físicas e jurídicas internas admitidas pelo Estado nacional). As características objetivas variam de acordo com cada caso: número de países que adotam determinada medida; tempo de pacificação; etc. No fim, é a jurisprudência que acaba definindo, caso a caso. Como o costume é fonte do direito, pode ser reivindicado juridicamente. Alguns protocolos de organizações internacionais, não se pode dizer que são direitos (fontes costumeiras), mas meramente “tradições”.
Os Voluntaristas (subjetivistas) entendem que existe um pacto tácito entre os Estados que aderem (é como se fosse um Tratado Internacional sem a exigência de todos os Estados vinculados participarem de sua elaboração - os novos Estados que surgem devem se adequar aos costumes internacionais existentes); e os Anti-Voluntaristas (objetivistas), que dizem que os costumes são uma forma espontânea, retirando o formato contratual, sendo que surge diante dos Estados querendo-os ou não.
Evolução da cultura do Estado em termos internacionais. Segundo Borja (2015):
Quando há choques entre a ética do indivíduo e os comportamentos moralmente aceitos nos grupos sociais, pode haver a quebra de tabus éticos do indivíduo. Então, através dessas interações, ocorre a evolução ética de cada indivíduo, mas, sobretudo, em sentido inverso, ocorre a evolução da moral do grupo, ou, em escala mais abrangente, em termos de cultura da sociedade e das regras internacionais. Disponível em: <https://plus.google.com/105193352569699409491/posts/VURqk8BJn6m>
Costumes Gerais: todos os Estados ficam submetidos (normalmente, as regras gerais tomadas por organizações devem ser unânimes/ou abstenção por seus membros efetivos/permanentes); Costumes Locais: não se aplica aos Estados que não fizerem parte de sua elaboração, ou se recusarem a cumprir.
Aula 18/05/2017
=> Em um período de 1400 anos, existe um registro de 8.000 tratados, e no período que vai de 47-82 há um registro de 50.000 tratados!
Convenção de Viena
Regula sobre regras dos tratados internacionais: adesão de um número específico de Estados, a fim de um tratado começar a funcionar. Inclusive, várias de suas disposições possuem origem costumeira, sendo assim, se aplicam aos Estados em geral.
REGRAS: Interpretação dos Tratados (a adesão de cada Estado é muito meticulosa, por isto a prescrição deve ser muito restrita e fechada); Eficácia dos Tratados, etc. Possuem característica de normas consuetudinárias (costumes - isto é, valem com ou sem a vigência desta Convenção).
Aplica-se somente a normas tratadas entre os Estados (bilaterais). Por serem “acordos” (o nome não importa, mas suas características) entre Estados devem ser escritos. As partes podem utilizar essa Convenção para formular tratados, ou adotar os princípios dessa Convenção para solucionar problemas. A convenção também não se aplica a acordos entre Estados e outros sujeitos de DI, porém, respeita a eficácia destes acordos.
Muitos tratados não são abrangidos pela Convenção de Viena, valendo-se das regras costumeiras. Mas nada impede que seja utilizado um princípio advindo a Convenção de Viena, de modo subsidiário, para que se resolva um conflito.
Especialmente em relação aos países pertencentes à ONU, há uma obrigatoriedade de que os tratados internacionais regulados pela Convenção de Viena sejam registrados nessa Organização, devendo os mesmosserem escritos.
=> Acordos entre Estados e Pessoas Jurídicas Nacionais, são regulados pelo direito internacional privado (Ex. um Estado, utilizando-se de sua soberania, pode adquirir nada menos do que um imóvel dentro de outro país).
=> Algumas vezes, os acordos não possuem efeito jurídico, mas somente político (declarações - Ex. ajuda no combate ao tráfico), sendo assim, estes últimos não são considerados “tratados” regulados pela Convenção de Viena.
EXPRESSÕES: carta, convenção => fundam organização internacional, por estatuto. Tratado e convenção, por outro lado, são sinônimos como tratados internacionais.
Acordos entre Estados e Pessoas Privadas Estrangeiras
Com a globalização e as multinacionais, alguns acordos começaram a ser feitos, diretamente, entre Estados e Empresas Privadas Estrangeiras (Ex. acordos para fornecimentos de bens, sejam militares ou não; fornecimento de serviços; exploração de recursos naturais; etc.).
O contrato pode ser de direito privado ou com natureza de direito público, sendo um problema a definição desta questão. Antes (até 1950), tudo deveria ser resolvido pelo direito interno do Estado (espécie de imunidade e soberania do Estado), não podendo incidir o direito internacional. Porém, com a perda de confiança das empresas em relação ao direito interno de alguns Estados, os contratos começaram a ser submetidos à sentenças arbitrais internacionais (o Banco Mundial criou um “centro de conflitos” para a solução desses conflitos, que não são essencialmente tratados internacionais, mas quasi-tratados).
Aula 25/05/2017
Classificação dos Tratados Internacionais
a) Tratados-leis (acordo internacional que cria uma norma jurídica internacional - Ex. Tratado de Viena); Tratados-Contratos (negociação entre dois Estados para definir direitos e obrigações recíprocas - Ex. conclusão de negociações de comércio internacional); Tratado Constituição (tratados que instituem as organizações internacionais - Ex. Carta da ONU e o Acordo de Assunción que criou o Mercosul).
=> A Carta da ONU é híbrida, pois também define princípios jurídicos fundamentais para a comunidade internacional (aplicados, incluindo, para os Estados não pertencentes a ONU).
b) Tratados bilaterais (tratados celebrados entre apenas duas partes - uma das partes podem ser formadas por vários Estados - Ex. coalizões de alianças de guerra perdedora e vencedora para um tratado de paz; dois blocos econômicos que negociam um acordo; um Estado que negocia com uma organização internacional); Tratados Multi-laterais (celebrados entre três ou mais partes, também chamados de tratados coletivos se houverem muitas partes envolvidas); Tratados gerais (de caráter multi-lateral, com característica mais normativa e com abrangência para a universalidade); Tratados restritos (podem se tanto bi-laterais quanto multi-laterais, mas com poucos Estados envolvidos e sem grande influência mundial).
c) Tratados solenes (celebrados segundo a forma tradicional, devendo ser ratificados em seu país de origem - aprovação legislativa); Acordos em forma simplificada (Acordos executivos - não necessitam passar pelo crivo do legislativo, que já autorizou previamente - a assinatura já compromete o Estado)
Conclusão dos tratados
Este termo é sobre o que envolve todo o processo de elaboração dos tratados. É o Direito Constitucional que indica qual é o órgão interno competente para vincular o Estado na ordem internacional, estabelecendo suas competências específicas (os outros Estados já sabem com qual órgão devem ser feitas as tratativas, por determinado assunto, a fim de que resulte em efeitos jurídicos).
=> O Chefe de Estado, o Chefe de Governo e o Ministro das Relações Exteriores, podem realizar todos os atos da “conclusão dos tratados”, sendo aceitos todos os seus atos pela comunidade internacional.
a) Negociação (definição do texto à ser assinado, feita pelos representantes de “potencial pleno”, que levam o texto ao Chefe de Estado. O texto final deve ser aprovado por unanimidade, ou ainda por consenso (sem votação mas que ninguém se oponha). A regra da unanimidade está caindo pouco a pouco - segundo a Convenção de Viena, numa conferência internacional pode ser aprovado por 2/3, mas pode ficar definido inicialmente, por 2/3, que o texto final possa ser aprovado pela maioria simples!);
Até o século XVIII, os tratados eram redigidos em latim, no século XIX; passou a ser redigido em francês; mas agora, nos bi-laterais é obrigatório que sejam escritos em duas línguas diferentes (duas versões autênticas - alguns tratados exigem três línguas); no caso de multi-laterais, passaram a ser escritos de francês e inglês, para outras línguas oficiais da ONU (chinês, russo, inglês, francês e espanhol + árabe, recentemente). Cada texto jurídico utiliza aspectos interpretativos de seu sistema que vigora (Common Law; Civil Law; etc.), por isso, o tradutor deve ter em mente os conceitos jurídicos de cada língua.
b) Assinatura (autenticação do texto de um tratado);
c) Ratificação.
Aula 01/06/2017
Tratado Internacional
Há 5 línguas oficiais, mas a versão definitiva precisa ser em 1-2 destas línguas (Versões Autênticas dos documentos, que devem ser assinadas por todos os Estados).
Versão Autêntica => vai para o Congresso => Versão Oficial, que circula no país.
No caso de um Tratado Executivo, produz efeitos jurídicos a partir da assinatura (vincula o Estado), mas no caso dos Tratados Solenes, produz apenas efeitos morais (intenção de colaboração entre Estados), até que seja ratificado por cada Estado (poderá haver lei específica no Estado, sobre uma dada questão prevista, de que a partir da assinatura de um tratado internacional o mesmo já entre em vigor - a legislação interna usa termos como “adesão”, “aceitação”, “ratificação”).
A partir da assinatura de Tratados Solenes, assume-se que o texto é autêntico, bem como outras cláusulas de efeitos. É possível assinar e indicar as ‘cláusulas de reserva’, ou seja, as cláusulas não aceitas pelo Estado em questão.
Pode-se recusar a ratificar se o Parlamento ou Supremo verificarem incompatibilidade com a Constituição. O Parlamento não pode alterar o texto do tratado, apenas ratificar ou não (a ‘reserva’ é feita em momento posterior à ratificação). O Parlamento deve agir dentro das possibilidades que a lei permite (discricionariedade).
Aula 22/06/2017
Ratificação imperfeita => se, mesmo passando pela ratificação do Parlamento, se descobre uma falha jurídica. Questões internas não podem ser usadas como justificativas para deixar de cumprir tratados internacionais.
No caso das ratificações imperfeitas, a Comissão de Viena analisa qual é o nível do problema interno (falha jurídica), podendo permitir que todos os demais Estados que ratificaram entrar com ação de responsabilidade contra o Estado que diz não poder cumprir o tratado (os Estados não tem legitimidade para julgar a legislação de outro Estado para ver se realmente houve uma falha jurídica interna desse Estado).
Organizações Internacionais (OI’s)
Órgão Deliberativo (e executivo): neste, são os Estados e os diplomatas que tomam as decisões.
Órgão Administrativo: composto por funcionário internacionais contratados.
Tratados Multilaterais: são tratados no âmbito de uma organização internacional, ou por meio de uma conferência realizada, com convite à muitos Estados. Não há assinatura do texto, mas uma aprovação via votação, com 2/3 dos presentes (conforme designação da Convenção de Viena).
Na ONU (possui a adesão de muitos Estados), a aprovação de um tratado pode ser feita por meio de uma Resolução, que atesta a aprovação de um tratado. Mas, se for solene, ainda precisa da ratificação de cada Estado.
As reservas, são pontos específicos de um tratado, não aceitos por cada um dos Estados.
Nos Tratados Multilaterais Abertos, qualquer Estado pode participar, mas normalmente há restrições (territoriais, políticas, etc.).
Se um dos Estados não assinou o tratado inicialmente, mesmo que tenha sido aprovado, pode realizar uma assinatura diferida(há um período em aberto para que até Estados que não participaram das negociações possam assinar - e se tornarem “fundadores” do tratado em questão). A adesão posterior (tratados solenes) se dá com as características da ratificação pelo Parlamento de um Estado. A aceitação é a vinculação final (contempla as ratificações e as eventuais adesões).
Aula 29/06/2017
Entrega de prova.
PARTE 2
Aula 06/07/2017
Particularidades dos Tratados Multilaterais
Adesão: é um ato bilateral de um Estado (deve estar em consonância com o direito constitucional deste Estado), dizendo que quer participar de um tratado. É possível que haja uma adesão que requeira um Tratado de Adesão em si, para que possa participar do tratado principal (Ex. União Europeia).
Quando se apresenta uma adesão (aprovado de acordo com o processo interno do Estado), o Estado não é imediatamente aceito (em tratados abertos ou semiabertos). Em tratados fechados, não se admite a participação de outros Estados que não participaram inicialmente. Os tratados bilaterais, via de regra, são fechados.
Reservas: no momento da adesão, um Estado pode instituir e impor uma reserva à participação de um tratado (tanto Estados que participaram da elaboração do tratado ou que se vinculam posteriormente).
O Estado se exime de certas obrigações do tratado (diz como interpreta determinados dispositivos que estão presentes no tratado - pode não reconhecer algumas cláusulas).
Construção da institucionalidade do Direito Internacional => politicamente, é melhor que se tenham mais Estados aderidos ao tratado, mesmo flexibilizado com algumas reservas por Estado (mas há limites, como a inafetabilidade das regras fundamentais do tratado).
Todos os demais membros devem aceitar a reserva de um Estado. Se ninguém se opôs à reserva, então há aceitação tácita (pode haver possibilidade de se ignorar Estados como fazendo parte da convenção por estados que recusem suas reservas - considera-se sem efeitos a bilateralidade da convenção entre o Estado que recusa e o outro Estado que impôs reservas; é preciso uma manifestação expressa de não vinculação do Estado com o outro Estado naquele tratado).
Não é possível pensar em reservas no âmbito de tratados bilaterais.
CVDT - Art.’s 19 a 23
Declarações interpretativas: em tratados multilaterais que não admitem reservas podem admitir as declarações interpretativas (não possuem o mesmo efeito das reservas).
Legislação interna do Brasil
Negociação e Ratificação dos Tratados
CF: Art. 21, I; 49, I; 52, V; 84, VII e VIII;
Presidência da República e órgãos subordinados (Ministério das Relações Exteriores - funcionários diplomáticos, agentes acreditados do presidente), dizem as vontades do Estado brasileiro perante a comunidade internacional.
Processo brasileiro: Competência exclusiva do Congresso Nacional (regimento para as duas casas em conjunto). Decreto legislativo para aprovação de tratados que acarretem em encargos para o Brasil.
Os funcionários creditados assinam os acordos (o Presidente pode ter de assinar junto). Então o texto é ratificado pelo Congresso. Então se promulga por decreto interno da Presidência da República (entra em vigor internamente), comunicando-se aos demais Estados a aprovação.
Nota: em leis proclamadas, normalmente, além do Presidente, também se assinam um ou mais ministros de Estado, que conferem base política.
Ação Direta de Condicionalidade (como se fosse uma ação direta de inconstitucionalidade) de um tratado frente à Constituição do país (a nossa Constituição não prevê esta situação - somente caso a caso, na aplicação, em uso difuso - o STF analisa em sede de recurso especial).
Tratado de direitos humanos: o Brasil tem normas internas que garantem direitos a estrangeiros.
STF => definiu os tratados de direitos humanos internacionais como uma “Norma Supralegal”, ou seja, abaixo da Constituição e acima das Leis Complementares e das Leis Ordinárias.
Há países em que as normas de direitos humanos possuem hierarquia constitucional, sem precisar de votação no Congresso (quórum de emenda constitucional).
Tratado de matéria tributária: os tratados de Direito Internacional modificam ou revogam a legislação tributária interna (as normas neste caso são tratadas como Leis Complementares).
Aula 13/07/2017
Relação do Direito Interno e do Direito Internacional
Monismo X Dualismo
Dualismo: A ordem jurídica internacional não se mistura com a ordem jurídica estatal. Os sujeitos de direito não são os mesmos.
=> O STF criou a figura do Dualismo Radical, devendo-se criar uma norma jurídica para dizer como é que o Tratado Internacional poderá ser incorporado para ser disposto como Lei Interna. Mas, para aplicação, criou o Dualismo Moderado, devendo-se apenas o Congresso ratificar e o Chefe de Estado sancionar.
Monismo: Hierarquização sistêmica entre as normas de direito interno e as normas de direito internacional. A ideia do pluralismo jurídico não é cabível, neste caso.
=> A forma primitiva do Monismo diz que o Direito Internacional prevalece sobre o Direito Nacional. Em caso de conflito, o Monismo pode privilegiar as normas internas.
=> Está se aplicando na União Europeia, em que, se for o caso, o Estado deve modificar sua própria Constituição para adequação à norma do Bloco.
=> O STF adota o Monismo moderado, subordinando às normas internacionais à constituição.
Questões pragmáticas viés do DI
*CVDT, Art. 27
Aula 20/07/2017
Hierarquias das Normas Jurídicas Internacionais
a) IUS COGENS: do direito imperativo romano (se impõe a todos os sujeitos de direito internacional - reconhecimento de valores internacionais ou regras essenciais consagradas - estruturam o tipo de sociedade internacional presente nos dias atuais, ou uma ordem pública internacional).
*CVDT, Art. 53 e 64: Tratado incompatível com uma Norma Imperativa de Direito Internacional Geral (Norma Ius Cogens) reconhecida pelos Estados em geral. Se vier depois (superveniente) uma Norma Ius Cogens, então qualquer tratado que já exista, e que vá contra ela, é extinguido.
=> Isto explicita uma hierarquia das normas internacionais.
b) Todas as demais Normas Diferentes (do IUS COGENS)
Os tratados e os costumes estão no mesmo grau hierárquico, abaixo do Ius Cogens. Podem ser revogados ou ao outro. Para revogar um costume, todos os Estados que participam do costume estabelecem um tratado que revoga o costume (regional). No caso de um costume universal, os Estados de uma região, por exemplo, podem, em um tratado, retirar o costume específico para esta região (“negam a possibilidade de invocar o costume geral entre eles”, mas podem invocar perante estados que não fizeram parte do tratado).
Direito do Comércio ou Direito Econômico Internacional
OMC, FMI, etc.
OIC => Organização Internacional do Comércio (não teve êxito), mas depois houve um acordo GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), em que o comércio entre os países se dava em base da redução de tarifas alfandegárias entre os países, a fim de que, mesmo perdendo campos tecnológicos, todos os países levassem vantagem em alguma coisa.
Barreiras não tarifárias: no intuito de bloquear o fluxo de mercadorias para seu país, muitas vezes levanta questões não relativas às tarifas, mas bloqueios sanitários ou ambientais, por exemplo.
Banco Mundial => voltado inicialmente para reconstruir a Europa.
Aula 27/07/2017
Direito da União Europeia (supranacionalidade)
Supranacionalidade => primazia (normas emitidas pela EU, acima de todos os Estados, devendo as constituições serem reformadas - não precisam passar pelo processo de ratificação), aplicabilidade direta e efeito direto.
Pela primeira vez se aplica a verticalidade no âmbito do Direito estatal no âmbito das relações internacionais.
O Pacto Andino também prevê uma certa verticalidade, mas somente em matéria econômica.
Direito do Comércio Internacional (OMC)
Após a 2ª Guerra, criou-se o Tratado GATT, para cuidar das relações econômicas internacionais, na forma de rodadas de negociação para estipulação e redução debarreiras alfandegárias por motivo econômico. A ideia é que o vínculo comercial entre os Estados seria um fomento para a paz, já que ficariam dependentes de produtos ou insumos de outro país.
Para se contornar o que se decidiu sobre a redução de subsídio ou protecionismo (podendo ocasionar na extinção de certos setores econômicos de um país), há situações em que se criam barreiras sanitárias, por motivos, muitas vezes, não razoáveis e injustos. Outra modo de burlar o que se decidiu internamente, é criar barreiras internas ao próprio país, dificultando o comércio da mercadoria.
O Mercosul ganha personalidade jurídica a partir de 1994. Cria-se nesse ano também a OMC, que verifica os litígios do comércio internacional e tenta resolver as controvérsias.
Direito Ambiental Internacional
Declaração dos Direito Ambiental Internacional de Estocolmo => equivalente, para muitos, à Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU.
Segue o LINK para baixar o presente arquivo:
https://drive.google.com/open?id=0B_vwGsXdCzWXWnFuUVJ2eXhBUE0

Outros materiais